terça-feira, dezembro 30, 2008

Sophia em dobro

- "Parabens pra voce, nesta GATA querida!"


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A cadeira cai no pezinho da minha Sophia e ela comeca a chorar inconsolavel:
"Papai, a cadeira pisou no meu pe!"




Direto na tempora: Sonho de Icaro - Biafra

segunda-feira, dezembro 29, 2008

3 anos que mudaram a minha vida

Pudesse escolher um presente e te daria um sorriso. Não desses que usamos por complacência, que distribuímos levianamente e que dizem nada.

Seria como esse que acorda no seu rosto nas manhãs mais divertidas, como o que precede o abraço que já disse aqui ser o melhor do mundo. Um sorriso exatamente como o seu, minha Sophia, com tudo o que só ele faz por mim.

Seria diferente apenas por ser um sorriso que você pudesse guardar e usar quando justamente quando não houvesse motivo para sorrir. Um sorriso que aplacasse o medo, que amainasse a perda, que dissolvesse o pranto.

Uma bênção disfarçada em riso, como só você sabe sorrir.

E quando eu não mais puder fazê-lo, que Deus proteja este riso.

Te amo, minha Sophia.



Já passou a festinha, mas o aniversário da minha Sophia é mesmo hoje. Parabéns, filha.




Direto na têmpora: Miss me blind - Culture Club

Eartha Kitt

A Eartha Kitt morreu. Além de uma cantora bacana, Eartha Kitt foi um tesão de Mulher Gato no Batman da tv.

Por isso, em homenagem à Eartha, vai aí um tributo a três das minhas catwomen favoritas: a supracitada Ms. Kitt, Julie Newmar e, é claro, Michelle Pfeiffer.

Não é à toa que eu sempre torcia contra o Batman. Maldito morcego.




Saudades da Eartha.




Saudades da Julie.




Saudades da Michelle.




Direto na têmpora: Change is hard - She & Him

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Rino

Um dia eu me descobri o oposto da delicadeza.

Meus gestos são largos, minha raiva é gritada, meu humor se escancara.

Talvez não bruto, mas certamente abrutalhado.

Movo-me pesadamente e sinto tudo um peso que nem sempre deveria haver. Sou o oposto do fluido.

Mesmo quando sou bom, o que me move não é caridade, mas a luta contra uma impotência diante do acontecido.

Por isso, talvez, é que seja para mim tão simples agir, mudar, decidir, romper, resolver, amar.

Atropelo as circunstâncias, não percebo o detalhe.

O sutil e o sensível não cabem em mim, nesse caldo espesso de fúria, estupidez e alegria vastas.

Não posso dizer, como Mário Quintana: “eles passarão, eu passarinho”. Mas posso berrar honesto e tosco: “eles rinoserão, eu rinoceronte”.




Direto na têmpora: Big in Japan - Tom Waits

terça-feira, dezembro 23, 2008

Stop!

O trânsito vai diminuindo, a gente vai relaxando, o trabalho reduz, a gente quer mesmo é descansar. É parar um pouco e lembrar que tem mais um ano pela frente, pra brigar de novo, amar de novo, correr atrás (ou na frente).

Tô cansado, mas o ano está no fim. E a gente vai reduzindo o ritmo, pegando leve, sem deixar o pastelzinho queimar.




Direto na têmpora: God bless and goodbye - Morcheeba

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Presentim

10 presentes que eu gostaria de dar para os leitores do pastelzinho, sem incluir o óbvio: saúde, alegria, etc. Aliás, se eu não puder dar estes presentes (como provavelmente não poderei), que alguém o faça.

1) Uma manhã / tarde no Mercado Central, com direito a Cristalina do Picão, torresmo, queijo Canastra, pão com lingüiça e cerveja para temperar a amizade.

2) Uma sessão de cinema para assistirmos juntos a algum puta filme que a gente já tenha visto e amado. Minha sugestão? Muito Além do Jardim (Ok, I’m a sucker for Sellers. Aliás, essa é uma que eu preciso fazer com a Fernanda. Bem lembrado).

3) Um fim de semana em Visconde de Mauá, ficando por ali em Maringá, assistindo a um show e comendo alguma coisinha no friozinho da noite.

4) Ler um bom livro do Luis Fernando Veríssimo, se acabar de rir e depois relembrar as partes mais engraçadas a tarde inteira. Se bobear, até criar uma “inside joke” com algum trecho.

5) Sentar em algum lugar tranqüilo e dizer calmamente, com toda a verdade do mundo: “olha, eu gosto de você por causa disso, disso e disso” (também preciso fazer com a Fer).

6) Escolher um lugar no mapa (só vale exterior) e ir pra lá sem esperar muito e sem se preocupar em como se virar. Eu sugiro a Áustria para todos, menos para a leitora de Salzburgo, é claro. Para ela, hmmmmmm deixa eu ver, quem sabe Tóquio?

7) Algo para a casa que combine perfeitamente com o jeito de cada um e que fique bem no seu canto. Coisa pequena, mas que vire um detalhe importante e que traga boas lembranças.

8) Um amor com o meu pela Fernanda, uma filha como a Sophia, enfim, um pouquinho bom da minha vida que eu desejo que todos tenham.

9) Um vale-salvada. Preso com um chato na festa? Sem grana pro táxi? Precisando de uma referência? Use seu vale e eu apareço pra ajudar.

10) Uma ligação quando você precise. Sem aviso, nem nada. Naquele dia que você estiver mais triste, só pra saber como você está e dizer que tudo vai melhorar. Pode ter certeza, tudo melhora.


Obviamente, se você não gostou de algum (ou nenhum) presente da lista, não tem problema. Afinal, você não vai ganhar mesmo.




Direto na têmpora: Sea Groove – Thievery Corporation

domingo, dezembro 21, 2008

I see voices

Sophia acorda incrivelmente cedo e quer ver tv no quarto com a gente. A Fer, que de manha eh bicho bravissimo, baixa a lei:

- Pode, mas sem som, Sophia.

- Ah, nao, mamae, assim eu nao to vendo as vozes!




Direto na tempora: Hallelujah I Love Her So - The Animals

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Chuva e telejogo

Lembro vagamente da enchente de 79 em Ipatinga. Eu tinha 7 anos, mas tenho em algum lugar do cérebro, imagens do centro da cidade inundado, a dificuldade de ir fazer as coisas, etc.

Acho que, tirando os desastres que ela causa, o grande incômodo da chuva para qualquer criança é ter que ficar em casa. Principalmente em uma época em que tínhamos 3 canais de tv e olhe lá.

Tá certo que a chuva mais branda era perfeita pra jogar futebol no campão, nadar ou simplesmente fazer qualquer coisa que envolvesse lama, mas quando o aguaceiro apertava e ficávamos presos em casa, o tédio era foda.

Por isso, quando ganhamos um Telejogo a alegria foi geral. Nem a chuva atrapalhava nosso humor ao aproveitar um dos 3 jogos do invento maravilhoso.

Bons tempos aqueles. Hoje, quando chove, só consigo pensar no trânsito infernal. Alguém aí me consegue um Telejogo?




Design arrojado




Gráficos embasbacantes




Direto na têmpora: Funny Vibe - Living Colour

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Cogumelos

Gabrielzinho do Irajá, meu companheirinho de labuta, trouxe uma deliciosa seleção de cogumelos orgânicos colhidos no latifúndio (pouco) produtivo de sua família.

A verdade é que eu adoro cogumelos: Paris, Shitake, Shimeji, Hiratake, Maitake, Portobello, não interessa. Se tem cogumelo, tem o redatozim na área.

Aqui em Belo Horizonte tem um restaurante chamado República do Jambreiro que é especializado nestas criaturinhas incríveis, mas agora com o fornecimento de qualidade providenciado pelo nosso resmungãozinho irajaense, existe a grande possibilidade de que eu volte a cozinhar e banque uma concorrência à República.

Sim, porque além de um velho resmungão, eu também me viro um pouquito pela cozinha. E eu não sei se vocês sabem, mas comigo, ah, comigo é na inhanha.




Direto na têmpora: Rust - Echo & The Bunnymen

Sophia, Fernanda e Maurilo desejam a todos vocês...






Direto na têmpora: Your English Is Good - Tokyo Police Club

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Planejando

Não vou falar aqui sobre o evento do Grupo de Planejamento em São Paulo, do qual participei graças ao esforço da Domínio Público e nem do Grupo de Estudo da Tom no qual fui palestrante para falar sobre o supracitado evento.

Na verdade, o pastelzinho não se presta a assuntos inteligentes assim.

O que eu vou dizer, é que algo está mudando no jeito de fazer comunicação como mudou com a chegada da tv a cabo, do computador e etc. Essa é a hora de ficar de olho e tem muita gente de olhos fechados.

Enfim, como diz a Sophia citando o Randolph do Monstros S.A.: "Tssss tssss tsss tssss Ouviu? São os ventos da mudança..."




Direto na têmpora: Nobody move, nobody get hurt - We Are Scientists

Dividindo a humanidade

Estou lendo a biografia do Ovalle e gostei demais da Nova Gnomonia. Sendo assim, inspirado pelo místico homem do monóculo, faço aqui minha própria classificação dos seres humanos em categorias.

Importante notar que não há aqui nenhum julgamento moral, já que pessoas de qualquer grupo podem ser boas ou ruins, conforme usem suas características para o bem ou para o mal.

Facianos: os facianos usam suas emoções no rosto. Respondem aos acontecimentos de maneira quase imediata e irrefletida. Compensam esse pouco cuidado com a reflexão com um instinto apurado. Facianos se arrependem de seus atos sim, mas nunca serão capazes de fingir uma reação ou simular uma simpatia.


Morphentes: os morphentes têm como principal característica uma grande capacidade de sonhar e de inventar. Não vivem de devaneios e nem são afastados da realidade, mas têm sempre um novo projeto em planejamento, seja uma viagem, uma exposição, um livro ou um romance. Alguns são levados a cabo, outros não.


Stérnicos: a firmeza é a principal marca dos stérnicos. Suas convicções e decisões costumam ser bem pensadas, bem embasadas e irrevogáveis. Inflexíveis, os stérnicos costumam impressionar pela firmeza e causar desconforto pela teimosia.


Nimbudistas: etéreos, distraídos, desapegados, os nimbudistas costumam ter um círculo fluido de relacionamentos, amorosos ou não. Péssimos para compromissos de qualquer espécie, costumam compensar este item com uma altíssima capacidade de abstrair. Como colaboradores são excelentes, como coordenadores, um fracasso.


Cambianos: em cada grupo os cambianos são descritos de uma forma. Para os amigos, são alegres; para os pais, compenetrados; para os colegas de trabalho alguma outra coisa. Não é falsidade, de maneira alguma, mas é que os cambianos têm uma grande multiplicidade de personalidades que os permitem adaptar-se facilmente às situações. Podem, no entanto, causar confusão e dúvidas sobre sua pessoa entre aqueles que os conhecem melhor.


Percebam que, assim como nos signos, podemos se de um determinado grupo e ter referência em outro. Eu, por exemplo, sou um morphente com sólidas referências stérnicas. E tu?




Direto na têmpora: Gift Shop - The Tragically Hip

terça-feira, dezembro 16, 2008

O oco

Eu juro que consigo ouvir o oco dentro da minha cabeça. Parece que toda a inteligência foi sugada de dentro do meu crânio (tá certo, deve ter levado 3 ou 4 segundos) e que nada mais sai dali de dentro.

Nada de genial ou de minimamente interessante passa perto do meu cérebro e a previsão do tempo indica que vai continuar assim até 2009. Como eu sou um velho resmungão, não me deixo vencer por esta enorme lacuna de idéias e simplesmente reclamo de tudo. Ao invés de fazer algo que presta, opto por causar problemas questionando a tudo e a todos.

Então, siga meu conselho, quando você se perceber um enorme deserto de originalidade, resmungue, critique, seja (ainda mais) chato. Acredite, funciona. É aquela mesma teoria de que quanto menos se sabe, mais se escreve em uma prova.

Resumindo, não existe nada errado com os outros. Simplesmente e conscientemente, o chato sou eu. Seja um você também.




Direto na têmpora: Hate you - Reel Big Fish

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Sua profissão é assim?

Havia duas tribos que viviam brigando por uma grande montanha de cocô que ficava bem na divisa entre as duas.

Durante séculos as duas tribos engalfinharam-se em sangrentas batalhas, com um número assustador de mortos e um ódio que crescia a cada dia.

A animosidade entre elas chegava a um ponto insustentável quando o líder de uma das tribos sentou-se em uma árvore e passou a observar as terras devastadas pelas guerras, as pessoas famintas, o chão coberto de escombros e, bem no centro de tudo, a imensa montanha de cocô.

O sol se punha e nosso pobre homem mirava a paisagem quando, de súbito, teve uma epifania:

“Peraí, isso é uma montanha de cocô, cacete! Quer saber, podem ficar com essa merda!”

E assim fez-se a paz.




Direto na têmpora: O patrão nosso de cada dia – Secos & Molhados

Venezuela Blues

10 coisas de que vou sentir falta agora que meus pais voltaram da Venezuela, mas das quais abro mão alegremente para ter a presença deles aqui. A propósito, a ordem dos itens é irrelevante.


1) Queijo Guayanés: gorduroso, sim, mas juro que é difícil arranjar outro queijo tão gostoso, mesmo aqui em Minas Gerais. Com certas combinações, fica quase celestial, o que nos leva ao item 2.

2) Cachapa: a cachapa é, discutivelmente, a grande invenção da história venezuelana. A cachapa con queso (guayanés obviamente) é algo capaz de iluminar o mais sombrio dos dias.

3) A proximidade com o Caribe: para quem mora longe do mar, a possibilidade de uma viagem de 4 horas de carro levar a algumas das mais belas praias do mundo é, no mínimo, muito atraente. Playa Blanca, Curaçao, Aruba, Bonnaire, lugares que só conheci porque meus pais moravam por ali.

4) Os parques de Puerto Ordaz: uma cidade onde o rio Orinoco encontra o rio Caroní só poderia mesmo ter uma porrada de parques bacanas. Iguanas soltas, muito verde e uma quantidade absurda de água em locais muito bonitos. E o que é melhor, a 15 minutos de qualquer lugar.

5) Chocolates El Rey: pode ser surpresa para alguns, mas a Venezuela produz grandes chocolates. O El Rey de 41% de cacau, o de 58% de cacau e o de 70 e tantos por cento de cacau são verdadeiras preciosidades sem as quais terei que viver.

6) O quintal da casa dos meus pais: piscina, árvores frutíferas, uma varanda deliciosa e muito verde. Queria que a Sophia tivesse conhecido aquele quintal hoje ao invés de com apenas 4 meses.

7) Colônia Tovar: pertinho de Puerto Ordaz com morangos, friozinho(!) e boas cervejas. Nem é tão lindo assim, mas que diferença de Puerto Ordaz.

8) O Teleférico de Caracas, no Cerro El Avila: do calor infernal de Caracas ao frio do Cerro El Avila, a 2153 metros. A vista é linda, a subida é muito bacana e a viagem vale a pena.

9) Arepa: nenhum café da manhã na Venezuela está completo se não tiver arepas. É como um café da manhã em hotel do nordeste sem tapioca.

10) O tax-free da Ilha Margarita: claro, a ilha tem algumas praias legais e hotéis bem bacanas, mas nada como fazer compras pagando bem mais baratinho do que aqui e ainda dormir na casa dos pais. Deveria ter comprado 3 relógios Swatch ao invés de um só quando estive lá.




Direto na têmpora: Mr. Tough - Yo La Tengo

Samba de Confins

Depois de 10 anos vivendo na Venezuela e de no máximo duas visitas por ano, meus pais estão de volta definitivamente ao Brasil.

Eu sei que é verdade, mas parece que ainda não entendi a realidade. Minha Sophia também parece que ainda acha que daqui a pouco eles vão embora de novo. É que ela já conheceu os avós assim, de visitas esporádicas.

Agora, o formato da nossa família mudou para melhor e eu passo a ter duas casas de novo.

Ainda não entendi de verdade a volta deles e ainda não deu pra matar a saudade, mas dentro de mim já começam os sinais de uma alegria que diz que algo muito bom aconteceu. Ou melhor, está acontecendo.

Sejam bem vindos de volta.




Direto na têmpora: Knight on the town - Kula Shaker

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Furto descarado

Fui lá no Caixa Preta e roubei este vídeo sensacional em que músicos de rua de todo o planeta tocam a clássica Stand by Me. Puta clipe.



All together now.




Direto na têmpora: Crumble - Dinosaur Jr.

3 anos da minha Sophia

A festinha é amanhã e o aniversário de verdade só dia 29, mas resolvi colocar um filmezinho que fiz com a ajuda do Helder da Kundum e do Paulo Emílio da Brókolis.



Blackbird, como sempre.




Direto na têmpora: Joyful Girl - Ani DiFranco

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Falas inesquecíveis da tv

- Acabou!
- Terminou...
- Quem vai querer mais?
- Eu!
- Plllafff!!!



- Coil, o Homem Mola. Prepara as teias quando as coisas estão feias.



- Boa noite, John Boy!
- Boa noite, Mary Ellen!




Direto na têmpora: Aim and shoot - The Dials

U-turn

Marcelo Silva era um bombeiro. Estabilidade no emprego, garantias, boa aposentadoria, etc. Não sei se ele já era meio sambado, mas tinha uma vida diferente.

Aí, o cara não só fica conhecendo a Suzana Vieira como namora com ela. E mais, resolve casar-se com ela. Glamour, páginas de Caras, acesso a coisas diferentes e pronto, olha o que virou a vida dele daí em diante.

- Confusão com putas no motel.
- Separação pública.
- Pedido humilhante de perdão.
- Internação por abuso de drogas.
- Dedo decepado pelo cão da Suzana que ele tentava salvar.
- Romance com colega de Narcóticos Anônimos.
- Amante liga pra Suzana e conta tudo.
- Marcelo dá um pau na amante e é indiciado por lesão corporal.
- Outra separação pública e humilhante.
- Namoro com a amante e cobrança de cachê para dar entrevistas.
- Morte súbita, aparentemente por overdose de cocaína, no estacionamento do hotel.

Em resumo, putaqueopariu, a pior coisa que poderia ter acontecido na vida desse cara era a Suzana Vieira.




Direto na têmpora: Speak to me Bones - Land of Talk

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Errinho

Tadinha, era pra escrever "I love Santa".



Um feliz natal do CPS - Clube dos Pequenos Satanistas.




Direto na têmpora: Heading for the Texas border - The Raconteurs

Desastre? Que desastre?

O universo protege algumas pessoas por motivos obscuros. Se existem aquelas que caminham inadvertidamente rumo ao perigo (ou melhor, inadvertidamente o caralho, muitas vezes advertidas), existem aquelas que passam pelo caos, abaixam para amarrar os sapatos e saem ilesos.

São os distraídos, os puros de coração ou simplesmente um bando de sortudos filhos da puta. Você escolhe.

Eu confesso que, mesmo acreditando cegamente no acaso, procuro me guiar pela máxima “antes de entrar, veja por onde vai sair”. Estas criaturas inabaláveis, não. Entram sem saber por onde e saem sem nem imaginar como.

Eu gosto de gente assim. Gosto muito. Aliás, eu preciso andar mais com pessoas assim.




Direto na têmpora: The man don’t give a fuck – Super Furry Animals

Rumo ao desastre

Diz a lenda que uma vez um advogado japonês foi questionado sobre a gigantesca diferença entre o número de advogados no Japão e nos EUA. "No Japão, se alguém é atingido por uma bola de beisebol, ele sorri e leva a bola como souvenir. Nos EUA ele processa quem arremessou, quem rebateu, quem construiu o estádio, a pessoa da sua frente que não pegou a bola e por aí vai."

Talvez essa historinha nem tenha tanto a ver com o tema do post, mas eu acho ela legalzinha, então coloquei aí e pronto. Eu queria mesmo era falar daquelas pessoas que lêem os avisos de área radioativa, vêem os animais mortos e as árvores marcadas pela radiação e continuem seguindo em frente sem nenhum motivo justificável. Meses depois, com um tumor do tamanho de um ovo de avestruz debaixo do braço e a pele escamando incessantemente, perguntam-se como aquilo pôde acontecer.

Essas pessoas que ignoram todos os sinais e marcham estupidamente rumo ao perigo anunciado são as primeiras a esbravejarem contra o destino. É como alguém que dirige bêbado e sofre algum acidente horroroso apenas para processar a responsável pelo funcionamento do semáforo que ele atravessou no vermelho. Ou alguém que fuma a vida inteira, mesmo com os avisos nas embalagens e quer ferrar a Souza Cruz.

Eu sei, eu sei, são reações de dor e a dor não é lógica, mas o mundo já está muito cheio de cagadas avisadas. Empresarialmente falando, a coisa é pior ainda, mas não quero entrar em detalhes.

É por isso que a música de abertura de Dexter (o geniozinho do cartoon e não o psicopata) sempre me causa estranheza: A surpresa é muito grande quando as coisas fazem BUM no laboratório de Deeeeexteeeer.

Porra, Dexter, na boa, na verdade não é surpresa nenhuma.




Direto na têmpora: Why do you let me stay here? - She & Him

terça-feira, dezembro 09, 2008

Xingando

Um amigo meu desenvolveu a teoria que a pior ofensa para um velho no trânsito era "maconheiro".

Primeiro porque alguém dessa idade nunca esperaria ser chamado de maconheiro, segundo porque para essas pessoas o maconheiro é uma figura pior do que estuprador. Confesso que usei algumas vezes e o resultado foi ótimo.

O Zé Gato, que trabalhava comigo, usava bastante a ofensa "bolha". Outra ótima escolha, mesmo para xingar alguém que não entende bem o que significa ser um bolha.

Na verdade, volta e meia fico pensando em expressões que gostaria de recuperar para xingar alguém: "cabeça de melão" para alguém burro; "fogão" (pronuncia-se "fugão") para mulheres feias e, a minha favorita, "mandrião" para qualquer um.

Imagine você discutindo com um colega de trabalho e, no ardor da contenda, poder encher a boca para disparar "seu, seu, seu mandrião!". Seria simplesmente perfeito. Se eu fosse homem, faria isso agora mesmo.




Direto na têmpora: Bang a Gong (Get it on) - T. Rex

Musiqueta

Quem aí já achou uma música que dizia exatamente o que você precisava ouvir naquele momento, levanta a mão.

Ah, sim, canções são escritas por pessoas e até mesmo por isso, pessoas se identificam com elas. Meu amigo Lisandrinho me mostrou um samba antigo que é exatamente uma passagem da vida dele sem tirar nem pôr. Coisa impressionante.

Todas as vezes que ouço um determinado trechinho de Time, do David Bowie (nada a ver com a letra que coloquei ali embaixo), fico com a certeza de que o camaleão já estava imaginando certos momentos da minha vida. Ok, ok, provavelmente o DB estava falando da vida de todo mundo, mas ainda assim, você entende o que eu digo.

E tu, tatu, que musiquinha anda falando coisas que você precisa ouvir hoje?


"John Francis Dooley, wipe the sleep from your eyes
And embrace the light
You have slept now for a thousand years
Beneath starless nights
And now it's time for you to renounce the old ways
And to see a new dawn rise"





Direto na têmpora: Blank Generation - Richard Hell & The Voidoids

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Feriado

Hoje é feriado em BH, ou seja, não ia postar. Mas, enquanto estou na casa do sogro, resolvi dizer apenas que fiquei imensamente feliz com a queda do Vasco (me desculpem os vascaínos). Os motivos são 3:

1) O mal que o Eurico Miranda representava para o futebol brasileiro merecia ser punido, mesmo que depois da saída do caboclo.

2) Depois que o Galo caiu, qualquer grande que cai me deixa feliz. Revanchismo de sofredor, eu sei.

3) Imagina se ano que vem o Ipatinga volta pra Primeirona e o Vasco continua? Vai ser a únicaq forma de diminuir a vergonha que foi essa temporada do Tigre. Se só caíssem pequenos não ia ter graça.

Então, até amanhã.




Direto na têmpora: Leader of the Pack - Twisted Sister

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Grandes homens

Cesinha Tolentino passou e eu tive que postar.







Direto na têmpora: Mental - Eels

Amora

Lá em casa tinha laranjeira, limoeiro, pé de maracujá, de mamão e de manga. Na casa do meu vizinho, tinha pé de ameixa e de cajamanga. O mato em frente era cheio de jabuticabeiras, amoreiras, pitangueiras e pés de carambola.

A gente não só comia muita fruta, como sabia muito bem a época de cada uma e esperávamos ansiosos os pés ficarem carregados das nossas favoritas.

Para mim, não havia nada igual aos tempos de amoras. Invariavelmente chegava em casa roxo, com os dedos e o rosto entregando a farra que acabara de acontecer, a blusa nova perdida para sempre.

Comer amoras era uma mistura de prazer gastronômico e de diversão pura. Subir no pé, escolher as mais pretinhas, tudo isso era quase tão bom quanto o gosto da fruta em si.

Às vezes pegávamos bacias de lavar roupa e enchíamos de amoras. Já no meio do caminho, comíamos metade, e o resto colocávamos no congelador para comer mais tarde.

Hoje, não me lambuzo mais de amora e nem me atrevo mais a subir em alguma árvore atrás de frutos. No máximo vou à feira ou ao supermercado e me delicio com aquelas cores e cheiros que lembram a infância.

Mas se pudesse fazer um desejo para a minha filha, com certeza seria que ela tivesse um pé de fruta para subir. E se não for pedir muito, um de amora, só para ver ela chegar roxa de felicidade como eu já fiz um dia.


PS - Restam apenas 3 caixinhas vermelhas e 2 azuis. Hoje acaba a promoção, então é melhor garantir o seu.




Direto na têmpora: The Jeep Song - Dresden Dolls

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Ruim deveras

Não é fácil fazer algo verdadeiramente ruim. O medíocre sai fácil, o ruinzinho também, mas aquilo que é realmente péssimo, beirando o hediondo, esse requer o esforço de um gênio ou de várias bestas.

Em homenagem a este fato que nos assombra diariamente, um clipe que mostra como fazer o tragicamente horroroso não é tarefa para qualquer um.



Mário? Que Mário?




Direto na têmpora: Suck my Kiss – Red Hot Chili Peppers

MegaSena

Eu nunca vou ganhar na MegaSena. Não tem problema nenhum, estou bem confortável com isso. Tá certo que um dos principais motivos da minha certeza é o fato de eu não jogar, o que dificulta bastante o êxito na empreitada, mas tem outras coisas também.


1) Eu odeio “reply to all”

É sério, eu acho que certas pessoas deveriam ter a ferramenta “reply to all” retirada permanentemente de seus computadores para não amolarem os outros com assuntos irrelevantes. O que isso tem a ver com a Mega? Simples, sempre que tem um bolão na empresa, todo mundo fica fazendo comentários e dando “reply to all”, ou seja, no final do dia você recebeu 389 emails de encheção sobre o bolão que não deu em nada.


2) Eu controlo bem a minha inveja

Esse negócio de todo mundo ganhar e você ficar de fora não me incomoda tanto. Se todo mundo ficar rico, beleza, parabéns, fazer o quê, né?


3) Eu acredito na “lei da compensação”

Na minha opinião, ninguém pode ter só sorte ou só azar. As coisas tendem a ser compensadas (até tenho uma cronicazinha sobre isso) e eu ando muito bem, obrigado. Não vou arriscar a sorte que eu tenho com saúde, família, amigos e trabalho por causa de um jogo.

Bobagem? Sem dúvida. Mas não é bobagem também acreditar, semana após semana, que com uma chance de sucesso de 1 em 50.063.860, vale a pena jogar na Mega?



PS1 – Se a turma da Domínio ganhar o bolão da Mega este post será sumariamente deletado e eu passarei a elogiar desbragadamente a inteligência e a perspicácia deste grupo de pessoas benevolentes que irão me ajudar a quitar meu carro.

PS2 – A promoção dos copinhos acaba amanhã e restam apenas 10 caixinhas. Aproveitem!




Direto na têmpora: Red Right Ankle - The Decemberists

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Rabanada

Em novembro, estive presente com contos / crônicas / textos em 4 revistas: Nova Escola, Banco Mercantil do Brasil, Shopping Cidade e Alphaville Campinas. Em uma delas, se não me engano a do Cidade, a personagem da minha historinha era louca por rabanada.

E agora, com o natal se aproximando, lembro que existem poucas coisas no mundo melhores do que rabanadas recém-feitas, quentinhas, cobertas de açúcar, enfim, um convite ao prazer e ao colesterol alto.

Sendo assim, abro de público uma medida provisória para o Programa CSN (Cansei de ser Nhonho): em dezembro, sempre que houver a possibilidade de comer rabanadas frescas, o regime fica de altas.

É isso aí, todo homem tem seu preço e o meu é um belo prato de rabanadas, ou um torresmo do Bar da Tia, mas aí já é outra história e outra causa de enfarte.




Direto na têmpora: Your love alone is not enough – Manic Street Preachers

Segundas no clube

O Clube Morro do Pilar não abria às segundas em Ipatinga. Por essa época do ano, já estávamos de férias e o calor batia forte por ali.

Claro que brincávamos em casa, tomávamos banho de mangueira, andávamos de bicicleta, fazíamos guerrinha de mamona ou íamos nos aventurar pela mata. Mas o bom, o bom mesmo, era entrar escondido no clube e ficar dentro da piscina, paradinho como um sapo, sem sequer nadar.

Não sei se era a emoção do perigo, o medo de ser pego e suspenso do clube ou só mesmo a folga do calor, mas era bom. E a gente passava ali a tarde inteira se deixassem, observando os funcionários do clube passando ao longe, relaxados e alertas ao mesmo tempo.

E quando algum adulto do clube nos avistava ou se aproximava, corríamos rindo, pulávamos o muro e sumíamos na rua, a sensação de ter vivido queimando ainda na pele.




Direto na têmpora: Only Shallow – My Bloody Valentine

terça-feira, dezembro 02, 2008

Fa-bu-lo-so

Acabei de ler as Fábulas Italianas selecionadas pelo Ítalo Calvino. Há cerca de 4 anos, na minha única visita à Europa, havia comprado um livro de fábulas tchecas (sem duplo sentido, por favor) e descobri algo em comum entre elas: as fábulas daquela época eram de matar criança do coração.

Só para dar um exemplo, em mais de uma historieta, o vilão é punido ao ser vestido com uma camisa de piche e ateado fogo. Exatamente, o final feliz de uns significava que alguém estava sendo queimado vivo do outro lado.

Em outra fábula, a vilã fica tão frustrada com o fracasso de sua trama maligna que arranca os cabelos um a um e, após o último fio, a raiva é tanta que arranca a própria cabeça.

Tá certo que a Sophia costuma gostar de uns negócios mais "lado negro da força" (ela é fissurada pela Malévola da Bela Adormecida, por exemplo), mas ainda assim o bicho pegava demais nessa época.

Resumindo, o livro é altamente recomendável, mas sugiro que mantenham fora do alcance das crianças.


PS1 - Faltam apenas 15 caixinhas da promoção de copinhos de cachaça. Você tem até sexta-feira para aproveitar o preço de R$ 65,00, viu?

PS2 - Alguma sugestão de pesquisa? Tem uma novinha em folha ao lado, mas eu tô ficando sem idéias.




Direto na têmpora: Bizarre Love Triangle - Even As We Speak

O pastel de novembro

Novembro foi o mês recorde de visitas no Pastelzinho. Vejamos o comparativo entre os rankings para entender como a posição antropogeográfica do blog mudou. Áustria, Salvador, Hortolândia (!) e São José dos Campos são as grandes surpresas.

E salve o Google Analytics.


Ranking histórico de países por número de visitas
1) Brasil
2) Venezuela
3) EUA
4) Portugal
5) Espanha
6) França
7) Canadá
8) Áustria
9) Inglaterra
10) Alemanha


Ranking novembro/08 de países por número de visitas
1) Brasil
2) EUA
3) Venezuela
4) Áustria
5) Portugal
6) Canadá
7) Espanha
8) França
9) Inglaterra
10) Alemanha



Ranking histórico de cidades por número de visitas
1) Belo Horizonte
2) Rio de Janeiro
3) São Paulo
4) Brasília
5) Curitiba
6) Salvador
7) Porto Alegre
8) Campinas
9) Recife
10) Goiânia


Ranking novembro/08 de cidades por número de visitas
1) Belo Horizonte
2) Rio de Janeiro
3) São Paulo
4) Salvador
5) Brasília
6) Recife
7) Curitiba
8) Hortolândia
9) Florianópolis
10) São José dos Campos




Direto na têmpora: Roadrunner – The Animals

1 mês de CSN

Pois bem, temos os resultados. Quem votou entre 6 kg e 9 kg, acertou. Pesei hoje e estou com 107,4 kg, ou seja, foram 7,6 kg perdidos em um mês, comendo e bebendo normalmente nos finais de semana e seguindo rigorosamente as restrições impostas por mim mesmo de segunda a sexta.

Continuamos firmes na meta de voltar aos dois dígitos e acredito que, já em fevereiro, conquistaremos o objetivo.

Até lá, muita ricota, muita barrinha de cereal e alface pra dar e vender. Olha aí as fotos entituladas "O desinchaço da besta".












Direto na têmpora: Halah - Mazzy Star

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Identidade

Um post bem rápido,porque a palestra está começando. Você escolhe quem quer ser aos 12, aos 18, aos 25, enfim, durante toda a vida. Em cada esquina, em cada dúvida, em cada decisão.

Tenho 37 anos e, apesar de pessoalmente ter uma boa noção e quem sou, profissionalmente, estou repensando quem eu quero ser e quais as condições que tenho pra isso.

Me sinto com 12 de novo. Melhor do que me sentir com 60.




Direto na têmpora: Maps - Yeah Yeah Yeahs