terça-feira, julho 31, 2007

Kevin Garnett, Paul Pierce e Ray Allen

Eu sei, eu sei, ninguém se importa com a NBA, mas depois da notícia de que os Celtics vão começar a temporada 2007/08 com o power trio de Allen, Garnett e Pierce eu não poderia deixar de postar sobre o assunto.
Mesmo sabendo que o resto do time é fraco e que provavelmente os dois outros titulares da equipe devem ser o roupeiro do clube e o bêbado da esquina, estou definitivamente feliz. Até que enfim, depois de 20 anos mais ou menos, temos chances de ganhar o leste e de atrair bons jogadores que ainda não levaram o título. O Boston voltou a ser um time de ponta e, depois de tanto tempo de mediocridade, mesmo que não ganhemos nada só isso já é uma bênção. Amém!




Direto na têmpora: Funky Blues - Charlie Parker

Antonioni e Bergman

Ontem morreram Antonioni e Bergman, dois dos maiores cineastas da história. Do Antonioni só assisti Zabriskie Point e Blow Up, do Bergman eu vi O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, Fanny e Alexander, Gritos e Sussurros. É pouco, eu sei, mas são muitos filmes para se ver e muito pouco tempo, ainda mais quando falamos de obras mais antigas, com cópias difíceis de achar, etc, etc.
De qualquer forma, fica aqui o compromisso de assistir mais coisas dos mestres. Como eu disse no blog do Jonga , perde quem ama o cinema.




Direto na têmpora: Driven to tears – The Police

segunda-feira, julho 30, 2007

Eu consumo

Meu ex-dupla e grande figura Eduardo César tá com um blog muito bacana. Já linkei aí ao lado, mas indico mesmo uma visita cuidadosa ao Eu Consumo.
Belo trabalho, Edu. Boa sorte.




Direto na têmpora: Dazed and confused - Led Zeppelin

Raul, Ruy e outros Castros

Hoje estava ouvindo o José Lino na Itatiaia e o tema era a “fuga” da delegação cubana. De repente, no meio da conversa um dos convidados comenta que ficou indignado com a atitude do irmão de Fidel Castro, o Ruy Castro. A partir da confusão do rapaz não consegui mais ouvir o programa. Primeiro porque fiquei imaginando o que teria acontecido com Raul, o verdadeiro herdeiro do trono cubano, segundo porque fiquei pensando os motivos que teriam levado o escritor Ruy Castro a assumir o poder na ilha.

Ruy pode ter aproveitado a oportunidade da sucessão do velho líder para, talvez, ampliar seu rol de biografados, que já conta com Garrincha e Nelson Rodrigues, com as presenças ilustres de Fidel Castro, do boxeador Teófilo Stevenson ou do falecido Ibrahim Ferrer. Aliás, ser “el presidente” de Cuba seria um adendo interessante à biografia do próprio Ruy Castro, nosso mineiro de Caratinga.

Ah, como eu torci pro tal convidado do José Lino estar certo. Seria muito mais bacana que a realidade. Ao invés disso, segue tudo na mesma: o Ruy escrevendo, o Raul substituindo e o Fidel se agüentando. Ces´t la vie.




Direto na têmpora: I´ve seen all good people - Yes

sexta-feira, julho 27, 2007

O nome da coisa

Eu lembrei de um caso muito bacana outro dia, mas sabia que não poderia contar aqui por causa das implicações aos profissionais envolvidos. Pois bem, vou mudar produto, nomes e tudo mais e torcer pra ninguém fazer a ligação com a história real, porque foi realmente inacreditável.

Cliente novo, um empreendimento grande (digamos, um supermercado), o dono da agência resolve contratar um escritório de design para fazer a marca. O nome estava definido: Supermercado Jeremias.

Tempos depois o designer traz a logo, com um grande SJ, o cliente aprova e tudo caminha bem até que em plena reunião o dono da agência tem uma idéia brilhante: que tal mudar o nome? E sugere algo como Hiper Vendas. O cliente gosta do nome, aprova e o dono da agência vai levar a notícia à sua equipe de criação. Enquanto ele falava todo entusiasmado sobre sua brilhante sugestão eu levanto a bola: "ok, mas o designer vai ter que mudar a marca, né?"
"Ué, por quê?"
"Bom, a marca é SJ, o nome do negócio agora é Hiper Vendas, ou seja HV."
"Ah, isso não tem problema não."
"Como, não? a marca vai ter as iniciais diferentes do empreendimento."
"Olha, deixa pra lá, o cliente já aprovou, está tudo certo, vai sair assim."
Todo mundo ficou ali, olhando pra aquilo meio constrangido, sem saber o que dizer.

Pouco depois saí da agência e não acompanhei mais o processo do famigerado "case", mas o legal mesmo foi ver que, menos de dois anos depois, o Hiper Vendas mudou de nome e agora chama de novo Supermercado Jeremias. Nada como o tempo para expôr os idiotas e os gênios.




Direto na têmpora: Não identificado - Portastatic

quinta-feira, julho 26, 2007

Mr. Shuêra Simpson

O site do filme dos Simpsons é muito bacana. Vale a pena entrar e fazer seu avatar só mesmo pra ver como você seria se fosse uma criatura amarela e escrota. O meu não ficou 100%, mas foi o melhor que rolou dentro das opções que oferecem. A calva, por exemplo, não tinha na medida certa, mas até que ficou joinha.


Mr. Shuêra há 2 meses




Mr. Shuêra hoje (ou quase)




Direto na têmpora: Wait for the beep - Ron Carter

Guiñazú oficial

Seguindo a dica do famigerado José Garapa resolvi comprar uma camisa oficial do Inter com o nome do Guiñazú (meu alter-ego poeta, pra quem não sabe). Olha aí o retrato da bacanuda com o tradicional erro de grafia (notem que o til está no A e não no N). Mas se o povo não certa Maurilo, nem Andreas (e algumas vezes nem Silveira), como eu posso exigir que acertem Guiñazú?






Direto na têmpora: Cry me a river - Diana Krall

quarta-feira, julho 25, 2007

Apto. do zelador

No térreo, perto da quadra de esportes, ficava o apartamento do zelador. Vivia ali sozinho havia muitos anos, mais tempo do que a grande maioria das pessoas do prédio.

Quem entrasse no apartamentinho veria que ele se resumia a uma cama de solteiro de armar, um pequeno banheiro com uma cortina com motivos tropicais para dar privacidade ao banho e uma diminuta cozinha.

De resto, eram prateleiras de metal onde se acumulavam resistências queimadas de chuveiros, maçanetas rotas, buchas de torneiras, lâmpadas quebradas, persianas esgarçadas, cacos de vasos, lascas de móveis, restos de reboco e todo um mundo de inutilidades, detalhes de outras vidas, um arremedo de história.

Zelar pelo que nunca foi seu, reparar o que ele próprio nunca quebrou, ouvir o que nunca pediu e seguir, o cômodo cada vez mais apertado, trabalhando em um eterno favor à espera do próximo toque do interfone.




Direto na têmpora: Ne me quitte pas – Nina Simone

terça-feira, julho 24, 2007

Jogatina

Sim, eu ainda sigo a NBA. Acompanho o draft, acesso diariamente o www.espn.com e, pelo menos uma vez por semana, visito os sites do Boston Herald e do Boston Globe para saber como andam as coisas com os meus cada vez mais depauperados Celtics.

Fora isso, minha opinião sobre a NBA é formada muito pelo que escreve Bill Simmons, um colunista da ESPN. Pois faz um tempo que meu amigo BS vem trazendo à tona, ainda que em tom jocoso, suspeitas sobre a isenção da liga e de seus árbitros.

Por que estou falando sobre isso, principalmente quando ninguém mais liga para a NBA?Porque, coincidência ou não, o FBI descobriu faz poucos dias que pelo menos um desses árbitros, Tim Donaghy, está envolvido com apostas e pode ter inclusive manipulado resultados e apostado em partidas em que ele próprio apitou.

Um dos caras estava explicando a diferença do jogo legal (em Vegas, por exemplo) e do jogo ilegal com casas de apostas clandestinas. Na primeira você deposita a grana e aposta com o seu crédito. Na segunda, você joga com o crédito e só depois precisa colocar a grana.

Ou seja, as apostas ilegais têm uma atratividade maior e são muito mais perigosas. Você pode jogar sem grana, mas corre o risco de se afundar em dívidas com criaturas que não são exatamente uma cruza de freiras carmelitas com monges budistas.

Resumindo, depois dessa volta enorme, será que algum dia eu vou conseguir assistir a um jogo do Boston e achar que a arbitragem é justa? Será que a NBA vai cair ainda mais em interesse? Será que o David Stern (presidente da liga e conhecido pela sua mão de ferro) vai ser enérgico o suficiente? Será que alguém conseguiu ler esse texto até o final? Será que alguém (tirando o James) ainda se importa com a NBA? Ah, whatever...




Direto na têmpora: Prece cósmica - Secos e Molhados

segunda-feira, julho 23, 2007

Inutilidades

O Flavio Canto, mesmo com o cotovelo arrebentado, voltou ao tatame para receber o ippon de seu adversário. Questão de vergonha na cara.
O Waldir Pires foi afastado, mas os presidentes da Anac e Infraero continuam lá, firmões. Questão de falta de vergonha na cara.

Minha camisa “Will work for food” já foi eliminada da disputa do Camiseteria por sua baixíssima pontuação. Obrigado e meus pêsames para quem votou.
A camisa “Make love, not war” permanece viva, mas eu prevejo outro fracasso. Obrigado e muuuiiita fé para quem votou.

O Zetti foi demitido. Já foi tarde.
ACM morreu. Já foi...

Às vezes eu posto umas 3 vezes ao dia. Papo pro ar.
Às vezes eu posto porcarias assim só pra não ficar em branco. Papo furado.




Direto na têmpora: As rosas não falam - Itamaraty

sexta-feira, julho 20, 2007

Luto

Com todo o respeito, dia 16 de agosto estarei em Salvador e fico pensando: será que até lá ainda vai ser feriado por causa do passamento do Toninho Malvadeza?




Direto na têmpora: All tomorrow's parties - Rasputina

Para Francisco

Minha querida Cris Guerra começou um blog lindo para o Cisco, filhinho dela e do meu grande amigo que nos deixou, o Gui Fraga.
Vale a pena conferir e lembrar que a Cris, além de um humor maravilhoso, é de uma delicadeza que não tem tamanho. O link já está aí do lado.




Direto na têmpora: Fire - Lizz Wright

quinta-feira, julho 19, 2007

Simpático, mas incompetente

Tem um vídeo da época dos grandes festivais que mostra Caetano Veloso em um chilique homérico junto com os Mutantes (quebrando o pau no fundo enquanto ele verborrageia geral) e Gilberto Gil.
Um clássico da histeria veadal mesclada com frases bacanas como "Deus está solto" e "vocês vão matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem". Enfim, uma gaiola das loucas tropical com Caetando divertidíssimo ao tentar ser sério.
Não entrando no mérito da originalidade do protesto, da qualidade do Caetano como músico ou do gigantismo de seu ego e de seu histrionismo, esse vídeo tem um comentário genial: "o júri é muito simpático, mas é incompetente".
Depois dos últimos acontecimentos, sempre que vejo o Waldir Pires penso numa versão desse trecho da fala do Caetano: "O ministro é simpático, mas é incompetente. Muito incompetente. Incompetente pra cacete!"
Pelamordedeus, alguém aposente o velhinho antes que ele mate mais gente.




Direto na têmpora: Tecnicolor - Mutantes

quarta-feira, julho 18, 2007

Camiseteria

Amigos, leitores e transeuntes em geral, eu e o Menino Monstro estamos concorrendo no site camiseteria com as duas estampas abaixo. Passe lá, cadastre-se e vote nas duas (com a nota máxima, claro). A dupla agradece penhorada.


Para votar nessa estampa, clique aqui.





Para votar nessa estampa, clique aqui.




Direto na têmpora: Garota de Berlim - Tokyo

terça-feira, julho 17, 2007

Codinomes

Primeiro dia da lua-de-mel, chegada no aeroporto de Joanesburgo. Cansadíssimos após o vôo e penando ainda com o fuso, já que eram 9h da manhã no relógio, mas 4h da matina pra nós, procuramos em volta por alguém que nos buscasse. Olhamos em volta e, em meio ao mar de plaquetinhas, nenhuma dizia Mr. and Mrs. Silveira.

Saímos, trocamos dinheiro, enrolamos por ali, voltamos e nada. De repente, noto um senhor com uma cartolina que diz: “Mr. Shuêra.” Imediatamente afirmo para a Fernanda, “aquele ali sou eu”. E ela, descrente, “o que isso, Maurilo, o que é que Shuêra tem a ver?”. “Fernanda, venha comigo, eu sou o Mister Shuêra.”

E era. Depois veio a confusão do overbooking, mas isso é já é outra história que o Mr. Shuêra aqui prefere nem lembrar.




Direto na têmpora: Norwegian Wood – The Beatles

segunda-feira, julho 16, 2007

Blue Rio

Sábado estive no Rio para assistir ao Blue Man Group. Não dá pra comparar com nada que eu já tenha visto. O espetáculo todo é de um bom humor e de uma inventividade sensacionais (isso sem falar que a música é do caralho). Vou colocar um clipezinho aqui pra quem quiser dar uma sapeada, apesar de não ter como passar nem um milésimo do que é o concerto todo.



Mas o bom da viagem foi também perceber que estou me reaproximando do Rio. Nos últimos anos andei decepcionado com a cidade, assustado com a violência, chateado com a sujeira e com a bagunça em algumas das vezes mais recentes que estive lá. No entanto, isso vem mudando e já fico até animado quando a Fernanda (que é simplesmente apaixonada por lá) sugere algum programa por aquelas plagas.

Quando eu era criança ia ao Rio praticamente todo janeiro. Era sempre uma viagem divertida, com praia, zôo, bondinho, comida de hotel, muito cinema e, mais que tudo, o maravilhoso Festival do Sorvete no Tívoli Park. Pra quem é mais novo, o Tívoli era um dos maiores parques de diversão do país e, em janeiro, sediava o Festival do Sorvete em que cada ingresso dava direito a sorvete a vontade durante toda a permanência.

Eu nunca passei mal, mas imagine milhares de crianças na roda gigante, montanha russa e trem fantasma após consumir litros e litros de sorvete. Para os pais deveria ser um suplício, inclusive pelas filas, mas para nós era a melhor coisa do mundo.
Agora já não há mais Tívoli, mas ainda assim quero planejar uma viagem ao Rio com a Sophia. Se ela gostar metade do que eu gostava já vai ter valido a pena.


PS – Brasil campeão da Liga Mundial com 3 a 1 na Rússia. Brasil 3 a 0 nos hermanos na final da Copa América. Se eu não fosse atleticano teria sido o fim de semana perfeito.




Direto na têmpora: Sugarhigh – Coyote Shivers

Um tempo

Dona Esther pendurava as roupas no varal, a grama aparada sob seus pés. A gente se deitava naquele verde fresco achando que o quintal tinha léguas e o dia bonito refletido na saia branca fazia a gente desviar os olhos, talvez com vergonha da mulher que não havia dentro da roupa.

Ali tinha formiga lava-pé, tinha cupim, tinha centopéia e besourinhos meio bronze com um laranja por dentro das asas. A gente encostava o ouvido no chão pra ouvir o úmido do quintal. Que vida seria aquela debaixo da gente? E imaginávamos cidades de barro macio onde as minhocas sabiam tudo.

Dona Esther saía e o varal era um painel multicor. Brancas com brancas, cores com cores e uma perdida calcinha vermelha já se relava no sóbrio terno azul marinho de meu avô. Era da Santa, a filha moça da Dona Esther, e só de pensar nela o sol já dava um calor novo, que arrepiava.

Dali a pouco o Cláudio chegava gritando e roubava da gente aquele torpor de musgo. A Lala tomava um suco de laranja, eu e o Lucas corríamos com goiabas nas mãos pra ver quem chegava primeiro na kombi enquanto o Cláudio piava agourento “vaicaí, vaicaí, ói, vaicaí”.

Mas ali, naqueles dias bonitos, a gente não caía ainda. E ia pra escola se rindo, perfumados de terra e goiaba vermelha.




Direto na têmpora: Summer´s almost gone - The Doors

sexta-feira, julho 13, 2007

It's rock and roll, baby

Hoje, 13 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Rock. E eu, no dia 11 de janeiro de 1985, assistia do alto dos meus 13 anos de idade os shows do Iron Maiden e Queen no Rock in Rio I. Depois disso, lojas como a Cogumelo, Câmbio Negro, Urban Cave e muita grana gasta em bolachas.
Para você que gosta do bom e velho rock’n’roll, uma boa e nem tão antiga assim que ouvi pela primeira vez quando subia a Nossa Senhora do Carmo e que me pirou o cabeção.






Direto na têmpora: Hallowed be thy name – Iron Maiden

Vergonha na cara

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais acaba de me sair com uma ótima: aumentou o foro privilegiado de três para 1.981 autoridades no Estado.

Antes apenas três pessoas - o governador e os presidentes do Legislativo e do Judiciário - poderiam ser denunciadas apenas pelo procurador-geral de Justiça. Agora o privilégio foi ampliado para o vice-governador, advogado-geral do Estado, secretários de Estado, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público, conselheiros do Tribunal de Contas e (surpresa!!!!) deputados.

E a todas essas meus amigos da TOM e da ASA lutando para fazer uma publicidade eficiente e criativa sobre o lado bom da casa. Com tanta sujeira e falta de vergonha entre os deputados só posso desejar muito boa sorte a vocês, amiguinhos.




Direto na têmpora: The more you ignore me, the closer I get - Morrisey

Lamento de um futuro calvo

Henrique Lisandro está careca
Assim como era Drummond de Andrade
Guimarães Rosa ostentava a calva
Até com ponta de vaidade

Bruce Willis é liso em cima
Aeroporto de mil mosquitos
E Sean Connery reforça a fama
De que os carecas são mais bonitos

Picasso foi gênio
Gandhi foi santo
Zidane foi craque
Vinicius, um encanto

É de se invejar o clã
Das nobres cabeças sem pêlos
Estou em ótima companhia
Mas eu queria era ter cabelos




Direto na têmpora: Flipper - Joelho de Porco

quarta-feira, julho 11, 2007

Sobre a neblina

Acabei de ler sábado o livro "Sobre a neblina", da Kiti, vulgo Christiane Tassis. Muito bacana, ainda mais levando-se em conta que eu li logo na seqüência de "Ensaio sobre a Cegueira" do Saramago.
O fato é que duas coisas me encheram da mais profunda e torturante inveja. A primeira invejinha foi causada por confirmar o que eu já suspeitava: a Kiti escreve muito melhor que eu. A segunda inveja foi de vê-la publicada por uma editora. Em nenhum dos dois casos o sentimento é nocivo (pelo menos não a ela), mas faz pensar. E no meu caso, pensar quase nunca é bom. Enfim, continuemos aqui, escrevendo bolotas e correndo atrás pra ver se algum excêntrico bota grana.

PS 1 - Já está inclusive linkado aí no cardápio ao lado o Basicamente Isso, blog da Kiti.

PS 2 - Retirei alguns links de blogs que me pareciam mortos. Su e Turca, se voltarem é só avisar que eu linko de novo, viu?




Direto na têmpora: Same old song - The Pietasters

É o cúmulo

Já está listado aí ao lado, aliás com um caso sensacional, o blog É o cúmulo, da minha amiga Marceleza. Um foro democrático para descer a lenha em serviços falhos e instituições degradadas como empresas de telefonia, lojas de som e acessórios e outras fubangadas. Entrem e confiram a paixão avassaladora da moça pelo Ronaldinho Gaúcho.




Direto na têmpora: The Frayed Ends of Sanity - Metallica.

terça-feira, julho 10, 2007

Apelidos

Apelidos são uma bênção ou uma praga. Por exemplo, Vampeta pode até parecer uma praga, mas não tenho dúvidas de que o apelido foi responsável por 70% da notoriedade que o volante Marcos André Batista Santos desfrutou em sua carreira. O mesmo vale para Antonio José da Silva Filho, o Biro-Biro.

Por outro lado, alguns apelidos são sarnas das quais a vítima não consegue se livrar por mais que tente. Tenho um amigo de Ipatinga, hoje alto funcionário de uma empresa, que tinha um apelido bastante infeliz em sua infância. Não posso reproduzir aqui para não entregar o supracitado, mas suponhamos que fosse Cavuco.

Pois bem, outro dia encontrei com uma outra amiga (não-ipatinguense) e ela me disse que trabalhava na empresa X. Eu disse, “bacana, tenho um amigo lá, o Cavuco”. Enquanto ela olhava com estranhamento expliquei: “Cavuco é o apelido do Fulano de Tal”.

Um tempo depois a tal amiga me liga pra dizer, entre risadas, que o apelido se espalhou pela empresa até chegar ao ponto do Cavuco ter que chamar um por um à sua sala para dizer que não admitiria mais este tipo de tratamento, que ali ele era o Dr. Fulano de Tal.

As brincadeiras com o apelido cessaram, mas segundo minha amiga, ninguém mais respeitou o Cavuc..., digo, o Dr. Fulano de Tal como antes.




Direto na têmpora: Sabotage – Beastie Boys

segunda-feira, julho 09, 2007

Rascunho

Meus textos são apressados, sem paciência de se explicarem, de criar climas, de ambientar.
Meus textos são um embolar de frases, sem respiro, ou com inspirações curtas demais, que nem chegam aos pulmões.
Meus textos são defeitos agrupados, erros acumulados, dúvidas empilhadas sem saber o como dizer.
Meus textos sou eu falando desembestado, sem pensar, sem medir, sem reolhar. São o impresso e o expresso desse meu próprio rascunho de ser.




Direto na têmpora: A view to a kill - Duran Duran

Monstros

Quando eu era criança vivia desenhando monstros. Sob a influência de Ultraman, Ultraseven e demais heróis japoneses, criava monstros com poderes diferenciados, montava uma galeria e iniciava um torneio pra saber qual o mais forte. A escolha do vencedor era muitas vezes dividida com meus pais, apesar de eu raramente levar a opinião deles em conta (eram leigos, afinal).
Não desenho mais monstros. Crio alguns, no entanto, cada vez mais fortes, maiores, indestrutíveis. E já não preciso escolher entre eles qual vai ser o vencedor.





Direto na têmpora: Crazy Love – Bryan Ferry and the Roxy Music

Pequeno dicionário Sophístico

Achã – maçã
Apa/apo – água
Beleta – borboleta
Chinilo – chinelo
Petito (com "t"s pronunciados ao estilo paulista) – pinóquio
Shalom / shalão – coração
Tchutcho – suco
Tílho (também com "t" paulista) - coelho
Tô - biscoito
Tóla – história / livro

E a cada dia um vocábulo novo e aquela alegria de ver Sophia apontando pra camisetinha dos Beatles que fiz pra ela e dizendo Bítu.




Direto na têmpora: Romance ideal - Paralamas do Sucesso

sexta-feira, julho 06, 2007

Outro Capítulo 1

Os quatro estavam na sala, conversavam com simpatia, mas alguma reserva. Em cada rosto um pouco de ansiedade, dúvida talvez em um olhar. Conheciam-se há muito pouco tempo para intimidades e sabiam que aquele encontro não era uma situação social comum.

Falavam sobre o preparo de um certo tipo de mariscos muito apreciado no litoral sul italiano quando F contorceu-se brevemente e com um grunhido curto foi ao solo. Os três se entreolharam sem saber muito bem o que fazer. Esperavam pelo fato, mas agora sentiam-se confusos, como se nunca houvessem pensado no próximo passo.

Ficaram assim por alguns segundos até que X falou: “melhor começarmos. Não sabemos quanto tempo vai demorar e o jantar é amanhã”.




Direto na têmpora: A song about walls - Geraldine Fibbers

quinta-feira, julho 05, 2007

Cinema finlandês

Marcelo conheceu Tânia no cinema. Ele pipoqueiro, ela bilheteira. Em cartaz um filme finlandês, inteiramente passado em um frigorífico, com pouquíssimos diálogos. Ela adora pipoca com bastante manteiga, o Marcelo descobriu por acaso. Ele nunca assistiu a um filme finlandês.
Foram pegos transando na última fila durante uma sessão vazia quando ela estava de folga. Ela por cima dele, ele muito sem jeito.
A irmã pergunta: “Como é que você apronta essa, Marcelo? Fez a moça perder o emprego!”
“Cê já assistiu filme finlandês, Cuca? Então fica quieta, ué.”
Marcelo passou a levar o carrinho para um cursinho ali perto, Tânia foi trabalhar numa loja de tecidos e Cuca, por via das dúvidas, levou o namorado no dia seguinte pra assistir ao tal filme finlandês.




Direto na têmpora: A praça - Maurício Pereira

quarta-feira, julho 04, 2007

Fatos e fotos

No aniversário de Laura - herdeira do Barão de Popcards - e na festa junina do Clic, dois momentos da minha Sophia.

Quem nunca comeu brigadeiro quando come se lambuza.




A maior lindeza do arraial.




Direto na têmpora: Common Uncommunicability - Os Mulheres Negras

terça-feira, julho 03, 2007

Cozinhão

Meu apartamento é bem bacaninha. Tem uma área externa legal, a gente fez umas reformas nele, enfim, é um bom canto pra se morar. Só tem um defeito grave: a cozinha é ruim de conversar.
Cozinha pra mim tem que ter espaço pra mesa, tem que ser iluminada e, de preferência, ter uma janela com vista. É que eu adoro jogar conversa fora na cozinha, ficar olhando a comida ser preparada sem atropelar o processo, só naquele calorzinho, naquele cheirinho bom. Tomar uma cerveja e beliscar direto do fogão também não é má idéia.
Na casa da minha bisavó em Ouro Preto era assim, inclusive com direito a fogão a lenha. Não peço tanto. Me basta um banquinho de madeira no canto, um fogão de oito bocas e um bom espaço de circulação. Pode ser difícil achar algo assim em apartamento e não sei se é uma opção pra mim mudar para uma casa, mas que um dia ainda vou escolher moradia pela cozinha, isso eu vou.




Direto na têmpora: Misfire - Queen

segunda-feira, julho 02, 2007

Cow are you?

Nunca fui muito fã de reuniões com clientes. Na verdade, nunca fui muito fã de reuniões com quem quer que seja. Sempre fico com a sensação de que contribuo pouco e atrapalho muito com meu falatório descontrolado.
Pois parece que essa minha aversão é maior do que eu próprio imagino. Outro dia um certo cambojano veio me lembrar que, quando trabalhava em uma certa agência, eu tinha uma estratégia maravilhosa para escapar de reuniões. Sempre que havia a possibilidade ou a menção de uma reunião com o cliente no dia seguinte eu aparecia vestido com minha camisa de vaquinha. Explico: a camisa de vaquinha era uma camisa da Elvira Matilde totalmente malhada (malhada como as vacas são malhadas) e com uma vaquinha na frente que dizia “Cow are you?”.
Era só me ver vestido com ela que o dono da agência me escusava do compromisso dizendo “vai ter gente demais, não precisa ir não” ou “sua pauta ta cheia, deixa pra lá” ou ainda “o conceito tá bem fechadinho, a gente se acerta”.
Ah, que saudades da minha blusa de vaquinha.




Direto na têmpora: No surprises - Radiohead