sexta-feira, abril 30, 2010

Biblioteca solidária de inverno

Pessoal, lá vamos nós com mais uma biblioteca solidária do Maurilão. O objetivo agora é arrecadar cobertores em troca de livros que eu já li.

Cada livro vale um cobertor e para quem não tem ideia de preço, o cobertor mais simples da Lealtex custa R$ 10,00.

Como cobertores são mais difíceis de comprar do que o arroz e feijão da campanha de natal, vou permitir o pagamento em dinheiro no valor-base de R$ 10,00, mas a preferência é sempre pela troca direta pelo produto, ok?

PROMOCAO ENCERRADA! Obrigado aos participantes.

Segue a lista:

Como me tornei estúpido - Martin Page

Eating animals (inglês) - Jonathan Safran Foer*

Ensaio sobre a cegueira - José Saramago

Livro aberto - Fernando Sabino

Loucuras de um publicitário - Lula Vieira


Marcovaldo ou As estações na cidade - Italo Calvino


Medo e delírio em Las Vegas - Hunter S. Thompson

Na natureza selvagem - Jon Krakauer

Os amores difíceis - Italo Calvino

O visconde partido ao meio - Italo Calvino

Odd and the Frost Giants (inglês) - Neil Gaiman

Persepolis - Marjane Satrapi

Qualquer mulher tem um diário qualquer - Malluh Praxedes

Smoke and mirrors (inglês) - Neil Gaiman

Stardust (inglês) - Neil Gaiman

The many lives of Tom Waits (inglês) - Patrick Humphries

Tudo se ilumina - Jonathan Safran Foer



* Para este eu vou pedir um prazo de entrega porque ainda estou lendo.




Direto na têmpora: Embarrassment - Madness

quinta-feira, abril 29, 2010

Percepção e realidade

Uma pessoa que trabalha em uma certa agência soltou um comentário no twitter. Uma reclamação sem nomes, sem detalhes, apenas uma frase.

Segundos depois, a mesma pessoa recebe seis comentários perguntando: é tal pessoa? E era. Os seis acertaram.

Se algum dia eu fizer no twitter algum comentário como "é um filho da puta", duvido que receberei seis comentários identificando o suposto fdp de maneira unânime e correta.

Podem achar que eu estou falando de um guardador de carro, de um cliente, de algum atendendente da telefonia celular, enfim, não basta a frase e o meu local de trabalho para saber de quem se trata.

No caso dessa outra pessoa (o alvo da frase, não o autor) o histórico não admite equívoco. Fulano trabalha em tal lugar, o filho da puta é ele.

Incrível como a fama, justificada ou não, precede alguns. Preconceito? Talvez, mas penso antes em prevenção. E nós, como podemos, nos precavemos.

Sei lá, achei meio triste isso.




Direto na têmpora: Who's Gonna Take The Weight – Gang Starr

quarta-feira, abril 28, 2010

Pequenos amargores

Eu e Fernanda casamos na igreja e fizemos festa todos bonitinhos. Ajudei a escolher música, decoração, buffet e tudo mais.

Na hora de definir as músicas de entrada, só fiz uma exigência: queria entrar com o Coro dos Peregrinos, de Wagner.

A festa foi maravilhosa, fiquei emocionado a ponto de não sentir os braços quando Fernanda surgiu de noiva. Mas, confesso, até hoje tenho um pequeno amargor.

É que, acreditem ou não, o coral chegou atrasado para a minha entrada. E ainda me dói um pouquinho ter entrado ao som do Coro dos Peregrinos só com os instrumentos.

Enfim, frescuras de um velho resmungão.




Direto na têmpora: Teardrops - The XX

terça-feira, abril 27, 2010

Autocabelereira

Minha Sophia ontem cortou o próprio cabelo. Não foi um estrago tão grande quanto eu imaginei assim que recebi a notícia, mas deu uma detonadinha.

Como prometido, segue uma foto da pequena após a tesourada. O defeitinho ficou mesmo pertinho do meio, mais pra direita. Nada demais.





Em meio aos cachinhos da Sophia, eu tenho quase certeza, tem um monte de sonhozinhos que vivem correndo com suas pernas compridas. Os menos filhotes, imagino, inclusive já começam a voar.

Ao lado deles crescem nomes e vontades de cores diferentes, todos engraçadinhos mesmo quando são muito sérios. Não tenho bem certeza, mas apostaria que é assim.

Sendo muito honesto, quando de noite faço cafuné nos cachinhos, quase sinto pequenas belezas disfarçadas de sorrisos a me roçarem os dedos e me pego querendo viver ali.





Direto na têmpora: Late in the day - Supergrass

Gêmeos capilares

Ele, um profissional da Criação. Ela, da Interação.

Ele, Falcatrua. Ela, Compadre Washington.

Duas criaturas absolutamente diferentes, unidas por uma devastadora semelhança de penteados.

Eles são: os gêmeos capilares da Tom.








Direto na têmpora: Heartbeats - The Knife

segunda-feira, abril 26, 2010

Mais um pulha estacionado

O Guilherme Lemos tirou essa foto e mandou para o Pastelzinho. Foi ontem, domingo, no Diamond Mall e é a prova de que as vagas servem para pessoas superioras como o dono do carro da foto.

O mundo é deles e a gente está aqui só de passagem mesmo. Parabéns pelo belo uso das vagas, ó ser superior.








Direto na têmpora: American Trilogy - The Delgados

Estrelas

Minha Sophia acredita na mágica das estrelas e, chegando à janela, lhes faz pedidos solenes de uma beleza absurda.

"Eu quero ser uma grande jogadora de basquete, viu, estrelinha?"

Depois, como que para garantir a graça, volta ainda à janela e manda um beijinho para a estrela poderosa.

Seu pai não acredita mais em estrelas, minha Sophia, a vida me ensinou que o mais prudente é sempre duvidar. Talvez por isso eu me emocione um pouco com essa sua cumplicidade tão pura com as longínquas esferas de gás incandescente.

Mas esteja certa de uma coisa, minha filha. Independente dos olhos céticos do seu pai, esta fé desmesurada, essa certeza de que o incompreensível é próximo não são defeitos, são dons.

E o mundo sempre foi, e sempre será, daqueles que como você acreditam em estrelas.




Direto na têmpora: Fun for me - Portishead & Moloko

sexta-feira, abril 23, 2010

Dia do livro

Hoje é dia de São Jorge Luis Borges. Dia de São João Guimarães Rosa. Dia de quem escreve e de quem lê.

Dia de páginas e páginas, de histórias e histórias, de relatos do real, do impossível, do desejado e do temido.

Livros de páginas arrancadas pela censura ou pela paixão, guardados como tesouro ou distribuídos como pão.

Livros que você amou, livros que você odiou, livros que você não conseguiu terminar e milhões e milhões de livros que você ainda não leu (ainda há tempo, leia).

Livros que você leva e que te levam, escritos para dizer algo e compreendidos de mil outras formas.

Benditos, amados, inimigos do estado, escandalosos, discretos, apaixonados, fundamentais.

Feliz dia do livro para todos vocês que, como eu, não são feitos de carne, mas de histórias.



PS1) Meus livros cobraram o preço. Lá em casa, a prateleira cedeu.



PS2) No dia do livro, todo mundo lá em casa ganha livros, inclusive eu.







Direto na têmpora: Now get busy - Beastie Boys

De manhã

Eu sou daqueles chatos que acorda de bom humor. Fernanda, não. Sophia, depende.

Uma noite mal dormida me afeta pouco e a manhã é normalmente o ápice do meu dia. É nesse horário que eu me sinto mais animado, tenho as melhores ideias e fico mais feliz.

Por isso não é raro que a Sophia acorde, eu chegue cheio de energia e role mais ou menos o seguinte:

- Ei, meu anjo, dormiu gostoso? Você quer ir pra sala com o papai? Vem cá me dar um abraço e um beijão, vem.

E ela, com carinha de sono:

- Papai, chama a mamãe, por favor?


É, eu sou chato 24 horas, mas de manhã eu bato recorde.




Direto na têmpora: Don't look back in anger - Oasis

quinta-feira, abril 22, 2010

Inventando nomes

Sophia não precisa saber o nome das coisas para chamar as coisas pelo nome. Ela simplesmente inventa e elas passam a ser inteiras, com o nome que sempre tiveram mas que ninguém ainda havia descoberto.

Na foto abaixo, por exemplo, o que Sophia tem no pescoço é um spantchufai. E se você acha que o nome não é esse, o problema com certeza está em você.




Sophia fazendo pose com capuz e spantchufai.




Direto na têmpora: Run my mouth - Ra Ra Riot

terça-feira, abril 20, 2010

Contos de terror

Sophia agora está com mania de contar histórias assustadoras, cheias de caras e bocas, vozes arrepiantes e muito teatro.

Ontem, ela estava em meio a uma de suas performances quando não aguentamos e caímos na gargalhada.

- Era uma noite terrível. Chuvas, raios, o vento uuuuuuuuuuuu. Eles bateram na sua porta e quando você abriu tinha monstros, fantasmas, anões!

E eu que sempre achei que a Sophia gostasse de anões.




Direto na têmpora: Colin The Copper - Glasvegas

segunda-feira, abril 19, 2010

Poeminha pras minhas meninas

Toda ovelha é metade lã

Toda saudade é metade lá

Todo encontro é metade cá

Toda ordem é metade caos

Todo bem é metade mal

Todo pai é metade mãe

Todo alimento é metade pão

Todo caminho é metade pó

Toda escolha é metade só

Toda vida é metade sol

Toda Terra é metade céu

Toda abelha é metade mel

Tudo aqui é inteiro seu

E, sem você, sou metade eu




Direto na têmpora: How bizarre - OMC

Porcos-espinho e tatus

Existem dois tipos de pessoas quando acuadas: o tipo porco-espinho e o tipo tatu.

A pessoa do tipo-porco espinho é aquela que nem notamos ser perigosa normalmente, mas que tem as armas e as usa muito bem quando atacada.

A pessoa do tipo tatu é aquela que, ao ser atacada, apenas se defende, suportando tudo o que for usado contra ela sem esboçar reação.

É óbvio que quando me refiro a ataque, amplio a definição para crítica, cobrança, observação e qualquer outra forma de oposição, dependendo do grau de sensibilidade do tato e/ou porco-espinho.

Eu acho que sou mais porco-espinho e definitivamente preciso aprender a ser menos suscetível aos "ataques".

Por outro lado, velhos resmungões como eu são conhecidos pela sua dificuldade em mudar e por seu deleite em reclamar. Sorry.




Direto na têmpora: Dog days are over - Florence and the Machine

sexta-feira, abril 16, 2010

Contraditório

Eu não acredito em fantasmas, mas morro de medo deles.

Eu não acredito em amor à primeira vista, mas acredito em ódio à primeira vista.

Eu não acredito em destino, mas acredito em certas coisas inevitáveis.

Eu não acredito em dinheiro fácil, mas também não acredito que baste trabalho para enriquecer.

Eu não acredito em divergências irreconciliáveis, mas acredito em atos imperdoáveis.

Eu não acredito em sonhar pequeno, mas acredito em realizar aos poucos.

Eu não acredito em em milagres, mas tenho plena fé no inexplicável.




Direto na têmpora: I melt with you - Modern English

quinta-feira, abril 15, 2010

O gingante e o rocombole

Um gingante muito malvado adorava rocombole. Um dia ele viu, de cima do seu castelo, um pobre mendingo roendo um rocombole seco e esfarelento.

O mendingo estava escondido atrás de uma catatumba no cemitério da cidade. O gingante não teve dúvida, amarrou o cardaço do seu tênis e foi atrás do mendingo e seu rocombole.

Quando o mendingo viu o gingante se aproximando da catatumba, saiu se arrastando como uma largatixa. O gingante, que não tinha nada de indiota, percebeu tudo e, rápido como um largato do deserto, pegou o mendingo.

- Ah, mendingo, cadê seu rocombole? Me dá agora!

E o mendingo respondeu:

- Ele tá muito seco, senhor gingante, melhor comer com um iorgute senão você pode se engasgar.

- Ora, não seja rindículo.

E então o gingante tomou o rocombole do mendingo, comeu tudo de uma vez, engasgou e caiu morto.

- Que indiota - pensou o mendingo.

E foi-se embora procurar uma salchicha pra comer.




Direto na têmpora: Lower The Gas Prices, Howard Johnson - Someone Still Loves You Boris Yeltsin

quarta-feira, abril 14, 2010

Cinéfila

No cinema com Sophia, começa a passar o trailer de Alice no País das Maravilhas. Ela parece que está curtindo muito até que aparece Johnny Depp como o Chapeleiro Louco.

Ela então presta muita atenção e na sequência sussurra no meu ouvido como quem dá uma dica para um novato:

- Papai, esse moço aí é o Willy Wonka.




Direto na têmpora: Oversleeping - I'm from Barcelona

O jeito de fazer

Na maioria das vezes não é o que você faz, mas como você faz.

Você pode ser um gênio e não conseguir sequer ser notado. Você pode fazer tudo 100% certo e ainda assim desagradar a todos. Você pode ser medíocre e sair por cima.

Nas relações interpessoais isso é mais verdade ainda. Você pode demitir alguém de forma respeitosa, você pode elogiar alguém sem parecer puxa-saco, você pode reclamar sem ser agressivo, você pode ser carinhoso sem ser meloso.

Algumas pessoas sabem como fazer e outras não. Não há como ensinar e eu me esforço cada vez mais para desenvolver esse tipo de tato, mas confesso que às vezes tenho inveja do Baras que, ao receber a milésima ligação do número não identificado da Oi, respondeu imediatamente e sem elevar a voz.

- Olha, Carla, eu realmente não tenho interesse. E, por favor, não me ligue nunca mais, ok?

Poupou tempo aos dois, não se exasperou e evitou a situação constrangedora de mandar às favas alguém que ele sequer conhece.

Um exemplo, esse Barão.




Direto na têmpora: Final round - Grizzly Bear

terça-feira, abril 13, 2010

O cogumelo

O cogumelo é mesmo uma coisa perfeita

Que serve pra toda e qualquer situação

Quando está na cozinha ele vira receita

Quando está no chá vira alucinação




Direto na têmpora: Prison of love - Hepcat

Desarme

Não importa o quão bravo eu esteja, não importa quanta razão eu tenha para brigar com ela, Sophia descobriu a forma perfeita de me desarmar e me fazer rir.

Sabe-se lá porque, sabe-se lá como ela criou um tipo de vinhetinha musical e sempre que estou de cara fechada pra ela, a baixinha chega perto de mim, sorrindo e cantarola:

- Uxí la bâââshiiii...

E eu imediatamente morro de rir.

Se não rio ela ainda olha pra mim hipersapeca e pergunta com a cara mais lavada:

- Foi engraçado, não foi, papai?




Direto na têmpora: One chance - Modest Mouse

segunda-feira, abril 12, 2010

Todo aquele desejo que eu inventei para você

Charles Barkley foi, na minha opinião, um dos 50 melhores jogadores de basquete de todos os tempos. Além disso, "Sir" Charles é uma peça rara e autor de dezenas de frases espirituosas que serviriam para encher um livro.

Para mim, foi ele quem disse a frase definitiva sobre propaganda e as ilusões que ela cria.

"These are my new shoes. They're good shoes. They won't make you rich like me, they won't make you rebound like me, they definitely won't make you handsome like me. They'll only make you have shoes like me. That's it."

Eu ainda gosto muito de trabalhar com publicidade. É uma daquelas áreas que te permite olhar as coisas por ângulos diferentes, buscar o inusitado ao invés da norma e, principalemnte, não trabalhar de terno. Pelo menos na teoria é assim.

No entanto, eu tenho cada vez mais restrições ao papel da publicidade na sociedade: nós criamos ilusões. Talvez por isso a nova era da comunicação que parece surgir me alivie tanto. Me parece mais "moralmente" correto dialogar com quem tentamos convencer do que iludir a quem tentamos convencer.

Na maior parte do tempo nós não alimentamos o consumidor de informações, não colaboramos com o consumo consciente e nem melhoramos as novas gerações. Pelo menos não de maneira consistente ou remotamente regular. São raríssimos os momentos em que podemos pensar menos no truque e mais no espectador.

Nós vendemos ilusões.

Nossa função não é dizer que o tênis Nike é feito com qualidade (mesmo que por mão de obra infantil). Nossa função é iludir o gordinho sedentário para que ele imagine que um dia será Barkley, LeBron, Messi ou qualquer estrela que ganha milhões enquanto ele usa seus supertênis sentado no sofá em frente à tv.

Nada disso é novo. Não foi Charles Barkley quem me abriu os olhos e essa nem sequer é uma revelação surpreendente ou recente. A gente sempre soube disso. E continuamos inventando desejos e necessidades para os outros.

A verdade é o que o meu ponto não se refere à ética das agências (nisso eu sempre tive sorte). O jogo com os clientes costuma ser limpo e o que me incomoda volta e meia é a essência da profissão.

Não vou deixar de ser publicitário. É o que eu sei fazer, o que faço razoavelmente bem e o que me sustenta. Não me arrependo de ter escolhido este caminho e, mesmo com dúvidas éticas em certos momentos, escrever ainda é um grande prazer, mesmo que seja para anunciar um produto do qual ninguém precisa ou um político pelo qual não tenho admiração.

Esse post é só mesmo um desabafo, um questionamento provavelmente inútil sobre quem eu sou, o que faço e como contribuo para o mundo. Não deve mudar nada a não ser que a comunicação realmente mude. Um atestado de covardia ou de comodismo? Pode ser. Crise existencial? Definitivamente.

Quando Charles Barkley disse aquela frase com a qual abri o post, estava justamente lançando um tênis que lhe rendeu milhões. Ele não recusou o acordo, mesmo sabendo o que estava por trás do seu "empréstimo de imagem".

"Sir" Charles não é inocente e sabe muito bem as regras do jogo. Infelizmente, eu também.




Direto na têmpora: Maybe You Can Owe Me - Architecture In Helsinki

Beleza

Acabei de ler, na sequência e rapidinho, Persepolis e Odd and the Frost Giants. O primeiro é belíssimo e o segundo, apesar de bastante infanto junvenil, fala sobre a beleza de um jeito muito bacana.

Não há explicação lógica para a beleza, mas não se vive sem algo de belo ao redor. No máximo sobrevive-se.

Beleza nos faz parar e nos faz ir mais longe. Talvez a beleza diga mais sobre nós do que sobre o próprio "objeto-belo".

E quando falo de beleza, não falo apenas de forma, mas de conteúdo também. Beleza no desafio de uma equação, na solidão de um momento, na aspereza de um parágrafo bem escrito que desconstrói quem lê.

No entanto, para mim, a beleza que se faz contemplar é fundamental, mas abriria mão dela pela beleza que move, que transforma, que faz amar.

Essa é a beleza que eu quero em minha vida. Essa é a beleza que eu tenho em minha vida.







Direto na têmpora: Maps - Rogue Wave

sexta-feira, abril 09, 2010

A faixa é sua

E ontem, logo após as 19h, encontrei um grande líder na Professor Morais. Alguém cuja grandiosidade lhe permite estacionar sobre a faixa de pedestres e sentir-se digno de admiração. Um ser muito superior a nós e que merece estar no Pastelzinho em todoo seu esplendor.

Afinal, parar em cima da faixa de pedestres na cara dura não é para qualquer um. É apenas para quem tem um Palio vermelho com adesivo da Ferrari.







Direto na têmpora: Vicar in a Tutu - The Smiths

O que eu escreveria pra ela

Ontem esfriou e eu quis escrever algo que te deixasse absolutamente sem fôlego.

Não sei se foi exatamente o frio, mas sei que quis escrever algo que fizesse você me levar para longe sem pensar em mais nada, algo que te deixasse arrepiada, sabendo tudo o que ainda vamos ser.

Infelizmente as palavras que eu tenho não servem para tanto. De mim saem apenas estranhos pedidos de desculpas, opiniões incompletas, alguma visão sobre nada.

Por isso às vezes me sobra essa imensa vontade de escrever algo para te fazer sair do corpo e virar um pouco lua. Algo que está aqui e que simplesmente eu não sei traduzir.

Não me falta o sentir, minha Fer, me faltam apenas as palavras.




Direto na têmpora: Nothing lasts forever - Echo and the Bunnymen

quinta-feira, abril 08, 2010

Um que não vingou

A mudança é uma regra da vida, não uma exceção.

Seres que se transformam, espécies que se adaptam, estações que se seguem uma após a outra, dias que viram noites. O mundo muda para continuar existindo.

Mudança é tudo aquilo que acontece à nossa volta.

Mudança é tudo aquilo que você vem fazendo desde que nasceu.

Mudança é transformação, crescimento, evolução.

E quando a mudança acontece, nós recebemos a grande oportunidade de fazer parte dela.




Direto na têmpora: Cascade - Velcro Stars

quarta-feira, abril 07, 2010

24 horas pra acabar com a corrupção?

Eu sou totalmente a favor do projeto Ficha Limpa.

Eu também sou a favor de se fazer pressão nos políticos para aprovarem o projeto, mesmo achando que não vai dar em nada.

Eu inclusive assinei a petição online até mesmo por considerar um dever cívico.

Agora, tem uma coisa com a qual eu não concordo absolutamente: a chamada "24 horas para acabar com a corrupção".

Nada está mais longe da verdade do que este título que se repete no site e nas convocações via Twitter e Facebook. O Projeto Ficha Limpa indica suspeitos, orienta suas escolhas e auxilia no destaque aos mais honestos, mas não vai acabar com a corrupção.

O fim da corrupção passa pela condenação de quem está sendo processado, pela não conivência dos governos com os "erros" de seus partidários, por uma oposição séria e não "eleitoreira", por pessoas que não se movimentem apenas para assinar uma petição e pela renovação do tipo de político que temos como regra no País.

Na minha visão esse é um quadro que não irá se transformar e a corrupção continuará sendo a tônica. Sou a favor do projeto Ficha Limpa como instrumento de informação, mas não tenho ilusões sobre suas características supostamente milagrosas.

Peçam meu apoio sim, mas por favor não utilizem uma falácia publicitaresca de "24 horas para acabar com a corrupção" para me convencer. Além de quase me fazer questionar a seriedade do projeto, esse tipo de coisa só faz avivar o velho resmungão que eu sou.

E ninguém quer que isso aconteça.




Direto na têmpora: 5 minutes alone - Pantera

terça-feira, abril 06, 2010

Cantores de agência

Meu vizinho de mesa é um grande diretor de arte, artista plástico e, infelizmente, um bosta de um cantor.

Além de cantar desafinadamente o dia inteiro ele volta e meia inventa letras do fundo de sua alma pútrida para renovar canções consagradas.

A última vítima foi Menina Veneno, do Ritchie. Nosso amigo cantou assim:

"Seus olhos vesgos no espelho
Viram para mim."

Elogiar os olhos vesgos da pretendida reduz em pelo menos 90% a sua chance de você pegar a moça. Se bem que, em defesa do meu vizinho, se você já começou chamando de menina veneno nunca teve muita chance mesmo.




Direto na têmpora: Barracuda - Heart

Fabuleta breve

O romântico grilo então olhou para os céus e disse:

- Se você tentar alcançar a lua, pode não conseguir tocá-la, mas jamais sairá com lama entre os dedos.

No que o sapo respondeu:

- Ah, vai tomar no cu.

E enfiou a cabeça do grilo na lama.




Direto na têmpora: Fox on the run - Sweet

segunda-feira, abril 05, 2010

Livros e filmes

Acabei de ler "The Book of Basketball", do Bill Simmons e, aproveitando a Semana Santa, já matei também o "Medo e Delírio em Las Vegas", do Hunter Thompson e comecei "Stardust", do Neil Gaiman.

Sobre o primeiro eu já falei e sobre o segundo rolou um negócio diferente. É um livro extremamente visual e, talvez por isso, eu tenha achado a experiência do filme (com Johnny Depp e Benício Del Toro) tão legal quanto. Raro acontecer isso, mas recomendo os dois: pra quem gosta de ler, o livro; pra quem gosta de cinema, o filme; pra quem gosta dos dois, os dois, cazzo.

Mas o grande lance do feriado foi mesmo "Como treinar o seu dragão". Se você tem filhos, sobrinhos ou netos, leve. Se não tem, vá assim mesmo. Se tem vergonha de ir sozinho a filmes infantis, rapte uma criança, assista e depois solte-a na Praça Sete com o dinheiro pro táxi.

Animação bacaníssima, história bacaníssima, 3D bacaníssimo e um personagem que fez a Sophia dizer pelo menos 30 vezes: "aaaaahhhh, o Banguela é foooofoooo".

O Toy Story 3 e o Shrek vão ter que suar muito pra ser melhores que esse, viu?




Direto na têmpora: I'm scared - Duffy

quinta-feira, abril 01, 2010

Páscoa Muppets

E pra comemorar a Páscoa, os Muppets! Ah, com direito a Stand By Me como trilha.







Direto na têmpora: Stay with me - The Faces