quarta-feira, janeiro 31, 2007

Nice guys finish last

Nego bonzinho sempre leva ferro, esta é uma máxima na qual acredito piamente. Eu normalmente sou bem escroto, mas quando entro numas de bondade é ferro na certa.
Um bom exemplo é aquele caso clássico do caboclo que, achando-se um gênio, fica amigo da gostosuda com o raciocínio falho de que da amizade pro sexo vai ser um pulo. Pobre tolo, acabaram-se ali as chances de pegar a bonita. Amigão não come ninguém e ponto final.
Pois existe um primo próximo do personagem acima que é o "Amiguinho Solícito do Trabalho". Trabalhos furando pauta com prazo impossível? Chame o AST. Cartões de aniversário pro namorado? AST. Aquele negocinho rapidinho que é pra fazer na finalização mesmo? AST na veia. E o pior é que o cargo é vitalício. Mesmo que o AST se rebele contra sua própria bundeza os pedidos continuam chegando, só que um pouco mais disfarçados.
Mas pode estar certo de uma coisa: para cada AST que sofre, sempre tem uma Laborna, Gies ou Laurinha a viver a vida despreocupadamente. Uh, vidão!




Direto na têmpora: Portugal de navio - Mutantes

terça-feira, janeiro 30, 2007

O Menino Monstro

Pra quem ainda não visitou o blog de ilustrações do Rogério que eu linkei aqui do lado, olhaí um exemplo do trabalho do Menino Monstro.






Direto na têmpora: Hear my train A comin' - Jimi Hendrix

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Decorativo

Meramente decorativo é o que você se sente quando sua filha de 1 ano e 1 mês, no primeiro dia de escolinha, brinca durante o tempo todo, não pede colo e nem sequer se abala com os seus chamados para ir embora. Tudo bem que filho a gente cria pro mundo, mas a minha não, pô!




Direto na têmpora: I come from a land down under - Men at work

Apto 304

Quando o resgate chegou ela estava no chão e o frasco de comprimidos aberto sobre a mesa. Ficou duas semanas no hospital e, quando voltou, ninguém soube dizer quem tinha ligado para pedir ajuda. Na dúvida, mandou entregar um bolo caseiro para cada apartamento.
Todos de chocolate, mas apenas um deles com ciromazina suficiente para matar uma pessoa.




Direto na têmpora: Besame mucho - The Beatles

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Uma nova semana

Os Big Seven sabem que eu sou um defensor irredutível da semana de 4 dias úteis, mas um comercial argentino acaba de dar uma nova luz sobre o assunto. A Turca postou no blog dela (devidamente listado ao lado) e eu, descaradamente, roubei.






Direto na têmpora: Más vale cholo - Molotov

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Cliente de propaganda, um perfil

Eu já conhecia a da pizza, mas agora que o Vina mandou o email completo, seguem alguns exemplos de situações que um cliente de propaganda enfrenta em seu dia-a-dia. Ah, só dei copy e paste do email, portanto não respondo por eventuais erros no texto.

No médico
O Cliente-Da-Agência-De-Propaganda chega ao consultório do Médico-Especialista e diz: "Doutor, arranque fora meu fígado. Ele tá doendo muito."
O Médico-Especialista o examina e diz que vai lhe receitar um remédio. "De jeito nenhum" - diz o Cliente-Da-Agência-de-Propaganda - "remédio demora. Quero que o meu problema seja resolvido de uma hora para outra".
"Mas eu não posso resolver seu problema simplesmente extraindo seu fígado" - argumenta o Médico-Especialista.
"Pode sim." - retruca o Cliente-Da-Agência-De-Propaganda - "Eu entendo desse negócio, ele é meu. E sou eu que estou pagando".


Na pizzaria
O Cliente-Da-Agência-De-Propagandaentra numa pizzaria e diz à Moça-Balconista-Da-Pizzaria: "Moça, há pouco eu pedi por telefone duas pizzas: uma de aliche e outra de calabreza. Eu gostaria de devolvê-las." "Por que, senhor, algum problema?"
"Veja bem, senhorita: eu queria uma pizza, mas não dava conta de comê-la sozinho. Mesmo assim encomendei uma a vocês, apenas para mostrá-la à minha família, tentando convencê-los a dividir a pizza e o pagamento comigo. Entretanto, havia um problema: minha mulher gosta de aliche, mas meu filho prefere calabreza. Então pedi uma de cada. Mesmo aprovando a iniciativa e elogiando o aroma das pizzas, infelizmente eles estavam sem dinheiro e não puderam concretizar esta parceria comigo. Sendo assim, eu também fiquei sem comer a pizza. Por isso quero devolvê-las."
"Senhor, não podemos aceitá-las de volta. O senhor pediu..."
"Pedi, mas não usei, quero dizer, não comi. E como não comi, não acho que tenho que pagar. Mas quero deixar bem claro que elas me parecem de excelente qualidade e que, assim que eu tiver recursos disponíveis, entrarei em contato com vocês e encomendarei novamente essas belíssimas pizzas de aliche e calabreza."


Na concessionária
"Por favor - pede o Cliente-Da-Agência-De-Propaganda ao Alinhado-Vendedor-De-Carros-da-Agência-De-Veículos-Semi-Novos - eu gostaria de comprar um carro que deixasse todo mundo encantado comigo." "Pois não, senhor. Eu recomendo este BMW aqui. Ele foi projetado pelos melhores designers, desenvolvido pelos melhores engenheiros e produzido por uma das melhores montadoras do mundo."
"Perfeito. Quanto?"
"Custa a bagatela de X."
"Como?" - começou a bufar o Cliente-Da-Agência-De-Propaganda "Você está pensando que dinheiro é capim? Vamos dar um jeito de cortar estes custos. Primeiro: os faróis. Para quê quatro? Bastam dois. E estes pneus largos? Com pneus mais finos o carro anda do mesmo jeito. Bancos de couro: qual o problema com o tecido comum? Pode trocar. Deixa eu ver o quê mais. Ah, o motor. Troque-o por um 1.0, que é mais econômico. E já que vai trocar o motor, tira os freios ABS, agora não precisa mais deles. Vidro, retrovisor e trava elétricos são caprichos à toa. Pode ser tudo manual mesmo. E em vez de pintura metálica, o carro pode ser branco, que está na moda. Anotou tudo? E não se esqueça de aumentar o logotipo BMW na frente e atrás. Afinal de contas, todo mundo tem que ver que é um BMW, não é?"


Ligando de volta para a pizzaria
"Alô. Oi, aqui é o Cliente que devolveu duas pizzas outro dia. Olha, eu arranjei uns amigos para dividir a conta comigo. Então, pode mandar entregar aquele pedido. Ah, só uma alteraçãozinha: dessa vez mande uma Quatro Queijos e a outra Portuguesa. E eu quero ver tudo antes de mostrar para eles".




Direto na têmpora: Nowhere to run - Martha Reeves

terça-feira, janeiro 23, 2007

Fator Cola

Meu pai foi professor de Física e, segundo me contam alguns ex-alunos que encontro por aí, dos bons. Mas pra mim sua grande invenção dentro da sala de aula foi o Fator Cola.
O Fator Cola consiste em transformar o ato de colar em um prejuízo para toda a turma, transformando os colegas em uma verdadeira milícia de fiscalização durante a prova. Funcionava assim: ao ver alguém colando o professor avisava a todos que, devido ao Fator Cola, a nota máxima na prova que valia 10 era a partir daquele momento 9,5. Nova trapaça de algum aluno e o Fator Cola fazia a nota máxima cair para 9 e assim por diante.
Pois eu recomendo veementemente a adaptação do Fator Cola às relações pessoais. Seria, na falta de nome melhor, o Fator Bosta. Gosta do Xandy? Sua nota máxima como pessoa pra mim já é no máximo 9 em 10. Não interessa se torce pro mesmo time, se salvou milhares de vidas na guerra, se é praticamente um gênio. Gostou do Xandy é um ponto a menos pelo Fator Bosta. Sem direito a apelação.
Claro que a aplicação do Fator Bosta varia de pessoa para pessoa, mas eu, como criador do conceito, permito-me listar alguns itens que deveriam constar em todas as avaliações que sigam o FB:
- ser fã e/ou achar o Xandy lindo (-1);
- despedir-se dos outros mandando "um beijo no coração" (-1)
- achar a Gabriela Duarte uma gracinha (-3)
- escrever "deixa a vida mim levar" (-7).
Vai por mim, com o FB vai ser muito mais fácil rankear e escolher suas amizades.




Direto na têmpora: Beyond the sea - Bobby Darin

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Casa velha

De dia a casa velha dormita, indiferente à nossa presença.
De noite é que ela reclama, incomodada, e resmunga tlacs e tlecs em seus assoalhos, estalando inteira de desassossego.
A casa velha sofre é de dor nos quartos.




Direto na têmpora: Crimson and clover - Fleetwood Mac

Procura-se exorcista. Paga-se bem.

Tem um capeta morando na impressora da TOM. Assim que ele ouviu a palavra "concorrência", não teve dúvidas e mudou-se pra dentro da Xerox que fica logo ali atrás. O técnico já veio e não deu jeito, tem coisa pra caramba pra soltar e a entrega do material é em poucas horas.
Apesar da calma aparente de todos, percebo que dois ou três coleguinhas estão perto de protagonizar um momento "Scanners - sua mente pode destruir" (quem viu o filme lembra das cabeças explodindo lindamente). E é por isso que venho aqui com um apelo emocionado aos Big Seven e demais transeuntes do blog: alguém aí conhece um exorcista que atenda a domicílio?
O engraçado é que o Demônio de Murphy, como é tradicionalmente conhecido o nosso cramulhão, nunca tinha aparecido por aqui. Pelo menos nas concorrências e grandes campanhas de que participei, o coisa ruim nunca foi um habitué.
Tá certo que, apesar dos apesares, tudo vai dar certo. Não há dúvidas. Mas só pelo stress que tá dando, o que eu queria mesmo é que esse capeta (com o perdão do trocadilho) fosse pro inferno.




Direto na têmpora: Man next door - Massive Attack

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Everything Sucks Era

Pra vocês terem uma idéia de como eu sou um cara que nasceu pra ser "zé bunda", acabei de ler Guimarães Rosa, tô lendo Oscar Wilde e o próximo livro da fila é Juan Carlos Onetti, mas atualmente o meu escritor favorito é o Bill Simmons, que escreve sobre esportes (e o mundo pop em geral) no site da ESPN. Ou seja, esforçar eu me esforço, mas adianta pouco.
O lance é que sou fã do cara e outro dia até peguei umas dicas de bandas simplesmente sensacionais em um dos textos da ESPN. Agora mesmo eu acabei de ler uma coluna dele sobre o jogo dos Patriots contra os Colts (pra quem nunca ouviu falar dos dois times, é futebol-americano) e saca só o trecho que eu tirei de lá.
Perdoem a tradução porca e quem quiser ver a matéria toda é só clicar aqui.

"A gente descobre algo novo, digere, destrói e sai em busca de outra coisa. Num minuto Borat é a maior comédia de todos os tempos; no próximo minuto é superestimada. Num minuto todo mundo ama Lost; no próximo minuto todo mundo pergunta se não é um grande exagero. Num minuto todo mundo adora The Killers, no próximo minuto eles são arrogantes e vendidos. É a Era do Tudo é uma Merda. Nós passamos um tempo enorme reclamando de tudo e de todos. Ninguém é bom, ninguém vale a pena e todo mundo precisa sumir da nossa frente."

15 minutos de fama? Make it 15 seconds, baby.




Direto na têmpora: The plan - Built to Spill

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Referencia

Lembrei agora que duas das bandas que mais ouço ultimamente, M. Ward e Sanseverino, foram indicação do Gui Fraga. Por isso deixo o M. Ward falar um pouco por mim, como já deixei o Vinicius dois posts atrás.



From A Pirate Radio Sermon
M. Ward

Wise won't be wise anymore
And mine won't be mine anymore
And I am waiting for the day when I will finally know surrender
And the weak will not be weak anymore

Lost won't be lost anymore
Hard won't be hard anymore
And I am waiting for the day when I will finally know surrender
And the weak will not be weak anymore

And I’ll be waiting like a stranger for a train
For a headlight through the rain
I don't know the day or hour
But I can sense the final power

Yours won't be yours anymore
Theirs won't be theirs anymore
I am waiting for the day when I will finally know surrender
And the weak will not be weak anymore
No the weak will not be weak anymore




Direto na têmpora: From A Pirate Radio Sermon - M. Ward

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Ciao

Perder um amigo é saber-se falta. O abraço não dado, o convite não aceito, o telefonema não feito.
Uma vontade de gritar que a vida é bruta e que este sol que brilha lá fora pode muito bem ir à merda, porque seu amigo se foi e você não estava lá.
Falta humildade pra aceitar, falta espiritualidade pra confortar, falta mesmo a calma pra dizer que a vida é assim.
O que sobra é a certeza de que o pão com linguiça, a cerveja, o provolone do boteco em frente à Lápis serão sempre amargos.
Que o abraço de tchau que eu dei sexta passada (será que eu dei a porra do abraço?) junto com a promessa do squash em 2007 foi muito pouco.
E quando chegar a hora, apagar o número do celular, o endereço do msn ou o email do Entourage vai ser só um jeito doloroso pra caralho de dizer que daqui o Gui não vai embora nunca.
Te cuida, irmão. Que te cuidem bem.




Direto na têmpora: Brasilidade - BossaCucaNova

Guimbo San

Poema de Natal
Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.




Direto na têmpora: Poema de Natal - Vinicius e Toquinho

terça-feira, janeiro 16, 2007

Experimentos de rua

O Baras mandou esse filme genial (japonês, claro) que mostra um pouco do nosso instinto de preservação e confiança no grupo. Destaque para a primeira cena que, na minha opinião, deveria ser a última.
Aliás, se algum dia eu conseguir agir como o velhinho da primeira cena, de duas uma: ou eu não me importo mais comigo ou não tenho mais medo de porra nenhuma. De qualquer forma ia ser do caralho.
Se bem que pode ser só distração, senilidade, sei lá.




Direto na têmpora: Tom boy - Bettie Serveert

Quero que o mundo acabe em pamonha

A Época está falando disso, o Fantástico está falando disso, o Menino Monstro está falando disso, enfim, os principais meios de comunicação de massa estão todos preocupados com o fim do mundo.
Eu acho até bom. Essas coisas normalmente pegam a gente de surpresa, tipo um tsunami. Quando você abaixar pra pegar o sabonete, pronto, acabou-se o mundo e você nem viu. Tragédias são assim, tímidas, reservadas, detestam ser vistas vistas com antecedência e é por isso que eu não me preocupo tanto com esse assunto.
Mas como o tema tá na boca do povo, vamos lá. Se eu tivesse que escolher um fim do mundo, seria em derivados de milho. Uma avalanche de pamonha, uma congestão com curau ou uma enchente de suco de milho. Qualquer um desses está servindo bem.
Já que nem a ciência e nem os místicos sabem me dar a causa, a data e os melhores points para curtir o fim do mundo, escolho o esqueminha que mais me apraz. Então é isso, quero que o mundo acabe em pamonha com queijo. E se o Seu Zé (que trás curau toda quarta aqui na Tom) acompanhar o Pastelzinho, vai aí a dica de contribuição para o apocalipse. Pode aumentar a produção, tio.
Em uma matéria relacionada ao maravilhoso mundo da pamonha, nossa repórter de campo Dani Laborna mostra uma brilhante estratégia de marketing que foge ao tradicional esquemão da Brasília velha com alto-falante em cima.




Direto na têmpora: Eclipse Oculto - Caetano Veloso

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Ipod x PCpod

Tenho vivido um drama: não consigo achar o ipod melhor que o pcpod. Apesar da patrulha ideológica appleniana, tenho achado o ipod meio burrinho em alguns tópicos. Mais bonitinho, boa interface, beeeeeeeeeem mais leve, mas com alguns graves senões:
1) Você não consegue deletar músicas usando só o aparelho. Tem que conectar na máquina!!!! Nessa o pcpod dá um banho.
2) Você não transfere músicas do ipod pro computador. Eu sei, eu sei, tem o senuti e é tudo uma questão de preservação de direitos autorais, mas mesmo assim, ponto pro pcpod mau-caráter e politicamente incorreto.
3) Não aceita filmes em wmv. Mais uma vez tem que ter programinha pra converter pra mpg. Como o pcpod não tem vídeo, considero um empate neste quesito.
4) O pcpod caiu e tomou cacete até cansar, mas está vivo. O ipod me parece meio "sensível" para ser utilizado por um ogro semianalfabeto e com descontrole motor. Como o problema no caso é mais meu do que do aparelho, considerarei outro empate.
Tenho certeza de que vou vencer a birra inicial, mas só por via das dúvidas o pcpod continua comigo. Ah, quem fizer uma oferta de US$ 300.00 corre o sério risco de levar um ipod 30 GB novinho.




Direto na têmpora: Canção da meia noite - Almôndegas

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Chiliques

Fernandinha Reis, uma menina tida e havida como dona de uma imensa candura, já trabalhou comigo em outra oportunidade antes da TOM. Na verdade, ela até meio que ajudou na minha vinda pra cá.
Mas o fato é que Fernandinha tem uma experiência em telemarketing que dá a ela uma paciência de Jó. Muita paciência mesmo, mas que como tudo na vida, tem limites.
Certo dia, ao chegar com um pedido de trabalho cheio de mudanças, Fernandinha vê o Diretor de Arte do local começar um senhor chilique. Esperneia, sua, fica vermelho, esbraveja e ela ali, só olhando.
Passados uns 15 minutos de showzinho, nossa amiguinha vira-se na maior calma e declara: "quer saber de uma coisa, você tem razão. Não vamos fazer isso não. Bobagem, o cliente que se vire." Começa lentamente a rasgar o pedido na frente do incrédulo rapaz, joga tudo no lixo e sai da sala como se nada tivesse acontecido.
Quando o pedido voltou, alguns minutos depois, o trabalho saiu rapidinho, rapidinho. Sem stress.




Direto na têmpora: Slow ride - Foghat

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Biografias

Outro dia o Girino, grande amigo do Loyola Drinking Club, veio sugerir que eu escrevesse um livro com os casos da galera na época de seus 18 anos.
Pode até ser uma idéia bacana, e certamente não faltaria material, mas imagina você descobrir via livro que o mesmo cara que vai fazer a sua vasectomia já dormiu, completamente bêbado, em um canteiro de rua em Ouro Preto.
Que o engenheiro responsável pela sua obra já deu o cano em dezenas de botecos de Belo Horizonte.
Que o cara que faz as campanhas publicitárias da sua empresa já falsificou, na própria agenda do professor, suas notas de física (junto com o seu advogado e com o seu médico).
Too much information, Girino. Deixa a biografia desses vagabundos pra lá.

By the way, acabo de descobrir (via Bill Simmons da ESPN) os Silversun Pickups. Tô achando bacaníssimo e aconselho a procura junto com Built to Spill e M. Ward (com cd recente). Nada muito pesado, tudo muito bacana.




Direto na têmpora: Melatonin - Silversun Pickups

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Burro e surdo

Eu já disse e provei há algum tempo neste blog que, além de surdo, sou burro. Pois agora me lembrei de outra música que transmutei com minha estupidez (além da famosa Sonífera Ilha - ver post "Surdo e Burro" de setembro de 2006).
Lembra daquela "no lindo lago do amor" do Gonzaguinha? Pois ele (e todo mundo) cantava "a chuva abençoou" enquanto que o animal aqui berrava " a chuva menstruoooouuuu".
Um monstro.




Direto na têmpora: Beat on the brat - Ramones

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Apto. 301

Os banhos do Dico duravam horas. Um dia, cantando uma ária de La Traviata a plenos pulmões, uma lagartixa caiu em sua boca. Engasgou-se por um momento, quase sufocou, tentou cuspir, mas acabou engolindo a bichinha na confusão.
Ao contar o caso para a mulher, comentou enquanto ela fazia cara de nojo: “sei lá, parece ostra”.




Direto na têmpora: Today's undertaking - M. Ward

Apto. 603

Nívea chegou da roça e foi viver dois quartos – com terceiro reversível – na cidade grande. Trabalhava em um supermercado, namorava (e às vezes até um pouco noivava) um rapaz formado em Ciências Contábeis. Gostava dele, do cheiro dele. Bom coração tinha o moço. Sério.
Não gostava mesmo era da cidade. Tinha raiva de manga em prateleira, tinha birra de rua sem terra, tinha um fechar de olhos doído com som de buzina.
Quando chovia muito, de vento, Nívea abria a janela e deixava molhar a sala. Ficava ali, solta no piso de taco, vestido colado no corpo, cabelo empapado, e só assim era um pouco feliz.




Direto na têmpora: Do the evolution - Pearl Jam

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Botox

Mandei um botox experimental no Pastelzinho e peço encarecidamente aos Big Seven e eventuais passantes recorrentes que opinem. Ficou legal, deu na mesma ou putaqueopariuficouumabosta?
Aguardo ociosamente.




Direto na têmpora: Oh! You pretty things - David Bowie

De coturno e peruca

Conhece a expressão "envelhecer mal"? Pois veja aqui o que aconteceu com os Garotos Podres. Detalhe para a calva e a pronunciada barriga do vocalista. Quem quiser, tem uma versão no Jô Soares que é impagável. Pra quem quer relembrar (ou conhecer) hits como Anarkia Oi e Papai Noel Velho Batuta é uma ótima chance.




Direto na têmpora: Go with the flow - Queens of the Stone Age

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Crasses menas favorecida

Nossa socialite e grande dama internacional, Carmita Almeida, acaba de partir para mais uma temporada no exterior e, num gesto de infinita bondade tão típico daqueles de sua estirpe, cedeu-me sua vaga de garagem em um suntuoso estacionamento da Savassi. Com olhos marejados e pleno de felicidade, aceitei.
Teci loas à pessoa de Carmita Almeida, cheguei mesmo a, num instante de soberba, humilhar meus coleguinhas por ter sido agraciado com tamanha bênção. Mas é como diz o ditado: todo dia um otário sai de casa, e se eu saio também, somos dois. Minha simpricidade de membro das crasses menas favorecida cegou-me e não percebi o verdadeiro intento da elite burguesa ao fazer-me o supracitado favor.
Hoje, saindo de minha vaguinha linda, todo pimpão, recebo o boleto a ser pago com o valor da mensalidade. Ainda tentei argumentar que a vaga não era minha, mas o atendente respondeu secamente: ou paga, ou perde a vaga.
Oh, a injúria! Era tudo um plano de Carmita Almeida para que eu quitasse o mês inteiro de estacionamento e utilizasse apenas 15 dias. Por isso, meus companheiros de infortúnio e escárnio, fiquem atentos se alguma figura da high society lhes oferecer algum tipo de benesse. Pode ser um trambique como esse do qual fui vítima.
E a essas todas, Madame Carmita sorve champagne nos Champs Elysées.




Direto na têmpora: Nomad - Geoffrey Oryema

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Eu achei paia!

Não conheci Arioc Tescari. Quando eu entrei na Lápis Raro ele já estava doente e veio a falecer logo depois. Só conheço mesmo pelos trabalhos que fez e pelo que dizem dele os colegas mútuos. Uma das coisas que falam é que o Arioc era extremamente talentoso, criativo e muito, muito exigente.
Quando não gostava de alguma coisa, mesmo que toda a agência tivesse gostado e vibrasse com o resultado, olhava meio de lado e dizia firme: "Eu achei paia!". Tudo com um certo sotaque venezuelano, imagino.
O fato é que por mais chato que isso possa parecer pra maioria das pessoas (e muitas vezes é chato mesmo), é assim que se consegue fazer as coisas mais do caralho. Sempre duvide da idéia por melhor que ela pareça. Sempre ouça quem achou uma bosta. Sempre esteja pronto pra jogar fora e começar do zero. Se a idéia for bacana mesmo, sobrevive a comparações, a chatos, a questões. Nem sempre sobrevive ao cliente, mas isso é outra história.
Por isso é que toda criação deveria ter um Arioc. Passada a incrível vontade de cobrir de porrada a criatura, você ia acabar agradecendo muito o fato dele ser tão crítico com a sua idéia.




Direto na têmpora: 2 Sexy - Right Said Fred

Versao nova

Pra quem gostou do vídeo do U2 que postei antes com os ídolos do rock, tem outra versão, agora com a história do próprio grupo. Quem estiver afim de assistir outra versão do Windows in the Skies do U2, fique à vontade.




Direto na têmpora: Good Lovin' - Bobby McFerrin

terça-feira, janeiro 02, 2007

Sean Connery e quem mesmo?

Duas vezes 007, essa é a minha interpretação favorita do novo ano. Bond girls pra quem pode, martinis pra quem gosta e milhões de saídas pra qualquer situação espinhosa sem desfazer o penteado, suar ou sujar a roupa. Se der pra ficar mais parecido com o Sean Connery, ótimo também. Agora, se for pra ficar a cara do Roger Moore, obrigado mas eu dispenso.
Aliás, engraçado como 007 sobrevive aos seus atores. Tirando o velho Sean, ninguém durou muito como Bond, mais ou menos como acontece com o Batman. Até o Val Kilmer foi Batman, minhanossasenhora! De Rei Lagarto a Homem Morcego, Val é o cara quando se precisa de alguém para interpretar ídolos ligados a algum animal.
Mas voltando a 2 007, o que eu queria mesmo herdar de Mr. Bond era a elegância (sorry, periferia, mas acho que não vai rolar) e a habilidade de resolver tudo com poucas palavras. Depois de alguém baixar o sarrafo em mim, bom mesmo seria olhar com um semisorriso, dizer cheio de desdém "Bond, James Bond", e ver a criatura simplesmente encolher até o tamanho de uma ervilha.
Bom, devaneios à parte, desejo a todos um feliz ano novo. Depois de um merecido descanso estamos de volta com mais gracinhas, historinhas, poeminhas e falsas filosofias para o hepteto (ou os Big Seven, como eu gosto de chamar os leitores deste blog). Inté!




Direto na têmpora: Next year - Foo Fighters