sexta-feira, maio 29, 2009

O cão e o jazz

Ok, você se acha um grande apreciador de jazz, né? Acha que arrebenta no solo de trompete, né? Então saca o poodlezinho na maior jam.




Doggy Gillespie




Direto na têmpora: Just like heaven - Goldfinger

quinta-feira, maio 28, 2009

Para a mulher que eu amo

Esteja atenta, Fer, porque no mundo há pessoas sujas.

Há pessoas, minha Fer, que têm no próprio umbigo a maior e única riqueza, que pisam como se no mundo não houvesse outros pés, que fingem e enganam, que simplesmente não se importam.

Essas pessoas estarão por perto e há que saber lidar com elas. Às vezes você terá que não ouvir, outras terá que falar. E se for preciso, minha Fer, deixe claro que elas são sujas e que você sabe muito bem disso.

Sem se enervar, sem se preocupar, mas com a clareza de quem diz uma verdade pela qual não se pede desculpas.

Poderia dizer aqui que o mundo é dos idiotas, minha Fer, que o caráter é, na prática, uma deficiência.

Mesmo que seja verdade (e é), não vou dizê-lo. Vou apenas lembrar que há um outro mundo. Nosso, imperfeito e pobre a seu modo, mas ainda assim nosso. E que nele, essa sujeira não há de entrar.

Por isso, diga o que precisa ser dito, ignore o que precisa ser ignorado e saiba que, no final do dia, nosso mundo continua lá. E sem você, ele não existe. Te amo.




Direto na têmpora: Lost Cause Morning - The Moveable Furniture

Velhos ídolos

Estava em São Paulo, não me lembro se no Morumbi ou no Iguatemi, quando avistei pelos corredores o nosso querido Jairzinho.

Não, não estou falando do Furacão da Copa de 70, mas sim de Jair de Oliveira, ex-Balão Mágico, filho do Jair Rodrigues, etc e tal. Vai, você conhece a figura.

O fato é que o Jair caminhava calmamente pelo shopping quando uma mulher, arrastando duas crianças pelas mãos, abordou o histericamente o músico.

- Jairzinho! Jairzinho! Olha, gente, é o Jairzinho! Tira uma foto com os meninos, Jairzinho? Vai, gente, fica do lado dele pra tirar uma foto.

Os meninos, que não faziam a mínima idéia de quem era aquela figura vítima do descontrole da mãe, simplesmente deram de ombros e ficaram por ali, calados, sem mexer um músculo.

A mãe, revoltada com a falta de cultura musical e com a pasmaceira das crianças, assumiu definitivamente o perfil tiete decidiu-se:

- Quer saber? Então tira uma foto minha com ele, vai. Tira logo, menino.

E com um olhar perdido arrematou.

- É o Jairzinho, gente, do Balão Mágico...




Direto na têmpora: Medicine - Monster Magnet

quarta-feira, maio 27, 2009

40 anos da Vila Sésamo

A Vila Sésamo faz 40 anos e eu vou comemorar em duas partes. Na parte 1, temos Ray Charles, Beto e Ênio.






Na parte 2, Caco, uma menininha e o Cookie Monster subliminar. Nada é mais fofo do que o final desse vídeo.







Direto na têmpora: Bogusflow - Beck

terça-feira, maio 26, 2009

A berinjela e a turma do porquinho

Essa foi a pedido da Camila, do Clic, para toda a turma da Sophia. É berinjela de novo, meu povo.



A Turma do Porquinho e a berinjela

Na horta do Clic
Faceira e bela
Nasceu de repente
Uma tal berinjela

Uma não, foram muitas
Pra lá de dezena
Se você não as viu
Imagine a cena

A Turma do Porquinho
Ficou toda agitada
E a Julinha pediu
A "beri"na salada

O Pablo logo avisou
"Vou dar uma dentada"
E comeu de uma vez
A berinjela empanada

"Frita é muito gostosa"
Se apressou Valentina
E o Tomás rapidinho
Concordou com a menina

A Sophia gritou
Com alegria tamanha
"Berinjela pra mim
Tem que ser na lasanha"

O João Guerra e a Ana
O Augusto e a Isadora
Se o prato tem berinjela
Essa turma adora

A berinjela em pasta
Quem pegou foi a Ailinha
E passou um tantão
na sua torradinha

A Ana Luisa viu a planta
Bem lá do meio da rua
E de longe ela gritou
"Será que dá pra comer crua?

Berinjela gostosa
Na panela bem funda
Para as duas Luanas
De segunda a segunda

O Fernando lambeu os beiços
E o Victor ficou bem feliz
Comeram tanta berinjela
Que sujaram até o nariz

E toda a meninada
Quando entra no Clic
Vê o pé carregado
E de tão feliz dá chilique

Berinjelas roxinhas
De casca macia
Brilhantes e fortes
De cara sadia

"Que plantas mais lindas"
Todo o Clic dizia
"Berinjela é perfeita
Pra comer todo dia"




Direto na têmpora: Old White Lincoln - The Gaslight Anthem

Beijo

Meu amigo Rogério Fernandes começa amanhã uma exposição que vai até o dia 15 de junho sobre o beijo. As gravuras vão estar no 3o piso do Diamond Mall e, se você for logo, ainda vai pegar um dos cordéis com algumas das ilustrações e textinhos meus.

São 22 gravuras, mas olha aí duas amostras pra você ver se gosta.










Direto na têmpora: Ordinary Song - The Little Ones

segunda-feira, maio 25, 2009

Dia do Orgulho Nerd

Hoje é o Dia do Orgulho Nerd. Eu fiz o teste e descobri que eu sou um Hip Nerd. Faça o teste você também, bata no peito sem estragar as canetas do seu bolso e sem iniciar um ataque de asma e diga: "Eu sou um nerd com orgulho!".



Nerd Quiz
Nerd Quiz from Dumb Spot!
Dumb Quizzes | MySpace Quizzes & Quotes | Make a Quiz


Hip Nerd
You're a nerd alright, though your interest in random bits of obscure pop culture from music to movies might throw people off. And your appearance only has a touch of "nerd" appeal, but you're definitely a nerd. Anyone who can retain super detailed information about music or movies-i.e. quote them by heart, recall specific dates, etc. is a nerd. A hip nerd.




Direto na têmpora: Mind your step! - Snail Ramp

Meu amigo octagenário

O Mercado Central está fazendo 80 anos. Não o conheço há tanto tempo, mas é quase como se fosse.

Houve um tempo em que eu ia tanto ao Mercado Central que um dos atendentes do Bar da Tia me convidou para o seu casamento. Aliás, o Bar da Tia está no Incultos e é meu santuário por ali. Faz pelo menos 20 anos que não vou a outro bar ali dentro, principalmente se for para me sentar, o que contraria o espírito do Mercadão em sua essência.

Mas o caso de amor com o Mercado Central não é apenas uma questão do pão com linguiça, das porções deliciosas e da cerveja gelada. Tem a ver com os corredores labirínticos, com as frutas e vegetais frescos, com a intimidade e a cortesia em cada rosto, com o artesanato muitas vezes tosco, com a possibilidade da feijoada nas lojas de carne, com os doces e biscoitos e mesmo com a triste área dos animais.

O Mercado Central é um amigo de 80 anos e, por supuesto, tem sua parcela de manias e defeitos. Mas é ainda assim encantador.

Ontem mesmo estive por ali com a Sophia e ela tapou os ouvidos por causa da barulheira do Bar da Tia (que para mim é música). Depois, como já fizemos outras vezes, passeamos pelo lugar, ela encantada com os queijos e com as frutas e eu satisfeito por estar perto de um amigo íntimo.

Sophia ainda não ama o Mercado como eu e talvez nunca chegue perto disso. Pode ser, mas nunca se sabe. O Mercado tem pela frente pelo menos mais 80 anos (Deus queira) e a Sophia terá ainda muitas oportunidades para conhecê-lo melhor.

Quem sabe um dia seja ela a me levar para uma tarde no Bar da Tia, uma cerveja gelada ou um refrigerante, alguma porção saborosa e na volta as sacolas cheias de queijos e doces para os netos que um dia também estarão ali, fascinados como eu ou não.




Direto na têmpora: Last of Days - A Fine Frenzy

sexta-feira, maio 22, 2009

Zé Rodrix

Zé Rodrix morreu. Músico talentoso, jingleiro fenomenal.

Quando criança, adorava "Mestre Jonas", "Soy Latino Americano" e muito mais. E, como publicitário, sempre admirei seus trabalhos como o jingle da GM e este da Pepsi, que é o retrato fiel de uma época.

Compadre meu (pelo menos em espírito), vá em paz.




Só tem amor quem tem amor pra dar.



"Eu vou te encontrar,
Nos muros cobertos de folhas,
Lugares adormecidos pelo tempo,
Eu vou te encontrar,
Em outras passagens dessa vida,
Quando tiver mais coisa pra dizer,
Eu vou te encontrar nas torres de 130 andares,
Por trás das malhas de vidro,
Caindo no esquecimento,
No futuro que eu não sei se haverá,
Vou te escutar,
Nas finas antenas de metal,
Vou ver teus desenhos no jornal,
Um rosto distante se apagando
No meio da multidão."

(Sá, Rodrix e Guarabyra)




Direto na têmpora: Desenhos no jornal - Sá, Rodrix e Guarabyra

Tá duro

Tô na maior dificuldade de escrever nestes últimos dias. Muito trabalho, acabando de ler "Por quem os Sinos Dobram", não importa o motivo. A real é que eu tô em dívida com quem lê isso aqui.

Ontem o Tom Waits me salvou e o vídeo que postei hoje é realmente muito bacana, mas precisava escrever algo.

Como a inspiração teima em não chegar, vai aí um texto que da época dos Incultos.


ODE AO FLANELINHA

Ó guardião das vagas urbanas
Soberano dos estacionamentos
Que tanto desprezo emanas
Quando sorris dos meus tormentos

Responsável pela privatização
Do que antes era espaço público
Reinas desprovido de qualquer razão
E me fazes subir o ácido úrico

No desespero da busca me pedes
“Um real, doutor, um realzinho”
E com esta frase não medes
Que me fazes morrer um pouquinho

Acenas teu pano como um estandarte
Indicas o local, sempre gentil, sorrindo
Mas ao receberes o dinheiro parte
Sem que ninguém te veja partindo

Ó criatura cruel e imprevisível
A quem os olhos da lei não podem ver,
Vês em mim uma vítima risível
Cujo bolso e o saco fazes doer

Surge então em mim a ira
Vocifero revolto, febril, transtornado
Indigno-me contra tudo que conspira
Mas ao fim me calo, temendo o carro arranhado.





Direto na têmpora: Start with - Seaweed

Sabe pra que serve a internet?

O pessoal do espetáculo Avenue Q, uma "sátira" da Vila Sésamo, mostrou a todos o verdadeiro significado da internet. É antiguinho, mas é sensacional e vale a pena ver se você entende inglês.

The internet is for porn!



What's the internet for? Porn!




Direto na têmpora: Donuts & bacon - James William Roy

quinta-feira, maio 21, 2009

Tom, the man

Tom Waits é foda e uma das músicas mais fodas dele é "Christmas Card From A Hooker In Minneapolis". Não vou traduzir a letra de jeito nenhum, mas vou deixar aí pra quem quiser sacar como o velho voz de ferrugem arrebenta na poesia.



hey Charley I'm pregnant
and living on 9-th street
right above a dirty bookstore
off cuclid avenue
and I stopped taking dope
and I quit drinking whiskey
and my old man plays the trombone
and works out at the track.

and he says that he loves me
even though its not his baby
and he says that he'll raise him up
like he would his own son
and he gave me a ring
that was worn by his mother
and he takes me out dancin
every saturday nite.

and hey Charley I think about you
everytime I pass a fillin' station
on account of all the grease
you used to wear in your hair
and I still have that record
of little anthony & the imperials
but someone stole my record player
how do you like that?

hey Charley I almost went crazy
after mario got busted
so I went back to omaha to
live with my folks
but everyone I used to know
was either dead or in prison
so I came back in minneapolis
this time I think I'm gonna stay.

hey Charley I think I'm happy
for the first time since my accident
and I wish I had all the money
that we used to spend on dope
I'd buy me a used car lot
and I wouldn't sell any of em
I'd just drive a different car
every day dependin on how
I feel.

hey Charley
for chrissakes
do you want to know
the truth of it?
I don't have a husband
he don't play the trombone
and I need to borrow money
to pay this lawyer
and Charley, hey
I'll be eligible for parole
come valentines day.





Direto na têmpora: Come Down Where You Ought To Be - Chopped Liver Meat God

quarta-feira, maio 20, 2009

O momento exato

Um amigo meu coletou peças de chumbo de rodas de carros, fundiu-as e fez uma bola de, digamos, uns 9cm de diâmetro de metal sólido.

Mirando da janela do seu apartamento, no oitavo andar, ele então soltou o projétil que atingiu em cheio o teto de um carro estacionado, atravessando-o com espantosa facilidade.

Enquanto meu amigo ria da janela, pôde perceber o senhor de face rubra que contava os andares do prédio até descobrir onde meu amigo morava.

Outro amigo foi abordado sobre os danos causados em uma festa que incluíam quebra de copos, pratos e a depredação de um sofá.

Negou veementemente até que o acusador convidou-o a assistir o filme amador que documentava tudo.

As duas historietas servem para ilustrar não apenas a minha péssima "linhagem" de amigos, mas também a importância do momento certo para fazer as coisas.

Foram atos descobertos por questão de minutos. Dois minutos depois e o dono do carro não estaria ali. Dois minutos depois e o tiozinho com a filmadora estaria do lado do salão.

Daí que o gênio aqui percebeu uma coisa que qualquer ser humano já sabe instintivamente: às vezes não é o que você faz, é quando você faz.




Direto na têmpora: Instant Karma - Of Montreal

Inimizades

Eu nunca seria um bom ditador pelo simples fato de que eu sou um otário. Eu dificilmente guardo raiva, mas quando guardo, não faço nada contra a pessoa. Ou seja, não ia rolar "paredão" na minha ditadura.

Só para exemplificar, não sei qual é a visão das pessoas sobre mim no mercado, mas até hoje fiz pouquíssimas inimizades, graças a Deus. Pois um desses desafetos, eu fiquei sabendo, andava muito mal das pernas faz um tempinho. Ao invés de pisotear o homúnculo e saborear a vingança em cada detalhe, o que o imbecildo fez? Indicou o garoto para um emprego.

Não foi por bom coração, nem porque eu tenha a mínima capacidade de perdoar, foi apenas por medo de que eu possa precisar amanhã. Na verdade, nem sei se rolou o lance do emprego, mas foi mais uma chance desperdiçada de ser o pior que eu poderia ser.




Direto na têmpora: Liza - Wrinkle Neck Mules

terça-feira, maio 19, 2009

A profissão dos sonhos

Muito bacana esse vídeo para quem, ainda criança "sonha em ser publicitário"




Eu queria ser astronauta, mas não rolou.




Direto na têmpora: Only As The Day Is Long - Sera Cahoone

Gênios da raça


Para aí mesmo, filha, a gente que se exploda.



Fazer compras na hora do almoço já não é algo tão bacana. Chegar ao Verdemar e encontrar um carro que ocupa duas vagas sem nenhum motivo aparente é a cereja no bolo.

A mulher que parou esse carro assim (e digo mulher não por preconceito, mas porque um dos funcionários viu a madame estacionando o veículo) deve ser daquelas que para em vaga para deficientes, que joga lixo no andar de baixo (como alguns vizinhos meus fazem) e que acha que o mundo como um todo existe para servi-la.

Uma pessoa assim é o tipo de estúpido com o qual somos obrigados a conviver em espaços públicos e que traduz como poucos a expressão "o foda-se é seu". É esse tipo de gente que, como diz um amigo meu, "estravanca o pogresso".

Mas você pode ficar tranquilo e certo de uma coisa: esses fdps estão em todo lugar, mas sempre que podem preferem ficar perto de mim. Ou isso, ou então ela tá certa e eu sou apenas um velho resmungão.




Direto na têmpora: Born to love you - The Sensations

segunda-feira, maio 18, 2009

Duplas

Bud Spencer & Terence Hill

Michael Jordan & Scottie Pippen

Kirk & Spock

Butch Cassidy & Sundance Kid

Vinicius & Toquinho

Mickey & Donald

Lennon & McCartney

Pelé & Coutinho

Thelma & Louise

Didi & Dedé

Han Solo & Luke Skywalker

Sully & Wazowski

Hardy & Laurel

Cada vez mais eu acho que os opostos funcionam bem juntos. Cada vez mais eu acredito que diferenças somam. Cada vez mais eu percebo que misturar é melhorar.

Enquanto isso, tem um monte de gente se unindo com iguais, reaprendendo o que já sabem, refazendo o que já fazem, revivendo o que já vivem.

Se você discorda, ótimo, sinal que somos diferentes.




Direto na têmpora: With you - Stars of Track and Field

Para que servem as coisas?

Eu não conheço o Deputado Federal Antonio Roberto pessoalmente. Eu já ouvi o antigo programa de rádio dele, mas nunca votei nele e não tenho nada especificamente contra ou a favor dele como representante eleito do povo mineiro.

O Deputado Federal Antonio Roberto começou, há algum tempo, a me seguir no twitter. Eu pensei que fosse um fake e comecei a seguir o deputado também.

Nunca interpelei Antonio Roberto sobre política até o dia em que ele mencionou seu "coração apertado" em relação ao assunto das passagens aéreas gratuitas para a classe. Perguntei qual a opinião dele sobre o assunto.

O deputado então ficou na defensiva e disse que o caso pedia estudo. Insisti e pedi a opinião dele sobre o assunto: quantas passagens, só Brasil ou exterior, extensivas à família ou não?

Mais uma vez ele saiu pela tangente e disse estar mais preocupado com o Estatuto do Detento. Argumentei que, como contribuinte, ambos os temas eram de meu interesse.

Ele então explicou da necessidade das passagens para visitar as bases. Concordei e perguntei então qual seria o limite pra ele, quando seria abuso, o que pode e o que não pode.

O Deputado Antonio Roberto então calou-se e não deu prosseguimento ao diálogo. Disse a ele que havia perdido uma excelente oportunidade de utilizar uma mídia social para esclarecer o eleitorado sobre suas posturas como representante do povo. Nunca mais o diálogo foi retomado.

Como já disse, minha visão sobre Antonio Roberto como político é nula. O fato de ele usar o Twitter me pareceu interessante, sinal de avanço e preocupação com as formas de relacionamento com o público. Não foi o que se demonstrou.

Assim como Antonio Roberto, centenas de empresas ainda não aprenderam a usar as mídias sociais. Problema deles? Sem dúvida, mas no caso dos políticos dá pena ver que as ferramentas viram moda, mas que a gente fica aqui, esperando um pouco mais de transparência, de inteligência e de democracia, mas só recebe mais do mesmo.

Sem querer faltar ao respeito com o ilustre Deputado Federal Antonio Roberto e com os seus eleitores, meu voto ele perdeu definitivamente com essa.


PS - Depois do post fui informado de que o perfil do Antonio Roberto é fake mesmo. Aí quem perdeu a oportunidade de fazer humor foi o faker, mas peço desculpas ao deputado.




Direto na têmpora: Chi Chi Rodriguez - Grumpy Bear

Xixi na pia

Está circulando faz um tempinho a campanha Xixi no Banho, que mostra as vantagens de se fazer xixi no banho para economizar água e salvar o planeta. Se você ainda não conhece mais esse trabalho bacana da Fundação SOS Mata Atlântica, clique aqui.

Na esteira da iniciativa, fizeram também o divertidíssimo blog do Cocô no Banho. Vale conferir.

Daí que eu me pus a pensar e lembrei de um amigo que, em nossos encontros semanais na Parrilla do Mercado, adquiriu o hábito de fazer xixi na pia. Era uma tradição daqueles encontros que ele levava muito a sério, mas que não passava de molecagem de quem não tem nada na cabeça.

Isso, é claro, naquela época, porque se fosse hoje ele estaria politicamente corretíssimo. Banho é só uma ou duas vezes por dia, enquanto que as idas ao banheiro são várias. Pra que gastar água dando descarga e depois lavando as mãos se você pode tranquilamente urinar na pia e abrir a torneira uma única vez?

Eu sei que para as mulheres seria mais difícil, mas pra nós homens não tem desculpa: em nome do planeta, urinemos todos nas pias de nossos escritórios, lares e locais favoritos. O grande lance é tomar cuidado pra direcionar o jato apenas para a louça, afinal, não somos bárbaros.

Ninguém vai poder dizer que somos nojentos, apenas que amamos e respeitamos muito a natureza. E se a SOS Mata Atlântica encampar essa iniciativa, quem sabe rola até um sitezinho campeão pra levar a gente a uma disputa de leão em Cannes?




Direto na têmpora: I still remember - Bloc Party

sexta-feira, maio 15, 2009

Baraka

Outro dia na Pós um dos professores mencionou Baraka. Acho que esse filme é um dos mais bacanas que já vi. Um tapa na cara muito bem dado, inclusive com cenas do Brasil. Sem mais, um trecho de Baraka.



Um dos meus dvds favoritos.




Direto na têmpora: Falling in love at a coffee shop - Landon Pigg

São Paulo via Guarulhos

Eu sou razoavelmente bom com direções, mas para compensar eu sou incrivelmente burro. Da última vez que fui a São Paulo com a Fernanda, para o show do Radiohead, a viagem corria muito bem e eu contava com o GPS para me ajudar dentro da cidade até chegar à casa do tio da Tetê.

Realmente, dentro da cidade fomos até bem com o GPS, mas no meio do caminho, sabe-se lá porque, eu encasquetei que o bichinho indicava para sair da Fernão Dias antes da chegada em São Paulo. Do fundo da minha estupidez, acreditava que a casa do tio da Tetê poderia ficar em alguma região de São Paulo onde ficaria mais fácil chegar por ali.

Peguei a saída e me vi perdido em estradas vicinais mal sinalizadas, cidades estranhas e lugares com toda a panca de serem pontos de desova de presuntos.

Fernanda puta da vida (com razão), eu tentando descobrir alguma saída e como que por milagre surge uma placa para o Aeroporto de Guarulhos. Dali pra frente foi sopinha. Com quase duas horas de atraso chegamos ao nosso destino, a Fernanda ainda puta e eu francamente aliviado.




Direto na têmpora: Choking Tara - Guided by Voices

quinta-feira, maio 14, 2009

Medinho

Eu morro de medo de fantasmas. Se você é meu amigo e acabar morrendo (Deus nos livre), nem venha me contar das coisas do além porque eu não quero saber de jeito nenhum. Fique lá do outro lado, quietinho e bem na sua.

Esse medo do sobrenatural não quer dizer, no entanto, que eu não goste de filmes de terror / suspense. Eu amo O Iluminado, por exemplo, e curto bastante um sustinho bem dado.

Isso tem, por outro lado, um aspecto ruim. A primeira vez que eu assisti ao filme A Profecia, morava em Ipatinga ainda e tinha meus 13 ou 14 anos. Passou em alguma Sessão Coruja e eu ali na sala, todo encolhido e me borrando de medo.

Acabou o filme, eu me levantei do sofá e olhei pro corredor que separava a sala do meu quarto. Não eram mais de 5 metros, mas quanto mais eu olhava, mais tinha certeza de que seria atacado pelo Tinhoso no meio do caminho.

Resultado? Dormi na sala mesmo, encolhido e com a luz acesa. A minha Sophia é bem mais corajosa do que eu, e se tudo der certo, ainda vai me tirar da sala e me levar pra cama depois de alguma Sessão Coruja, eu ali, encontrando coragem nos bracinhos dela e tendo a certeza de que ela veio ao mundo mesmo foi pra me proteger e cuidar de mim.




Direto na têmpora: 1, 2, 3, 4 - Feist

quarta-feira, maio 13, 2009

10 coisas que todo homem que se preza já teve

Eu não acredito em metrossexuais. Eu não acredito em moda masculina. Diabos, eu praticamente não acredito em higiene masculina.

Sendo assim, segue aqui uma lista para que vocês mulheres possam descobrir do que é feito um homem à moda antiga. É desestimulante, eu sei, mas a vida é assim.


10 coisas que todo homem que se preza já teve.

1) Frieira - enxugar o pé com afinco após o banho ou a piscina não faz parte do método masculino. Portanto, todo homem que se preza já teve frieira e, de preferência, já curou com álcool.

2) Queimadura de sol - você chega na praia, aquele marzão ali na frente, cerveja gelada, biquinis por todos os lados e sua principal preocupação é passar protetor FPS 80? Desculpe, mas você não é um homem que se preza.

3) Joelho ralado - mesmo o mais criado com vó dos homens precisa ter ralado o joelho pelo menos uma vez. É quase tão importante para a identidade masculina quanto o pênis.

4) Vontade de pegar a professora - não confundam com paixão. Ao longo da trajetória estudantil de qualquer homem existe pelo menos uma professora, quase nunca bonita, com a qual ele teve vontade de fazer sexo. Alguns inclusivem fazem.

5) Cascão - homem que nunca se sujou a ponto de criar um cascão que só saia com bucha e creolina nunca vai ter o respeito de seus cogêneres.

6)Briga por causa de esporte - nem precisa ter sido porrada e também não precisa necessariamente ter sido causada por futebol, mas todo homem que se preza já quase saiu na mão por algo relacionado a esporte. Seja como torcedor, jogador ou bicão.

7) Uma ressaca tão grande que jurou nunca mais beber - ou vai me dizer que homem que se preza toma dois St. Rémy e decide que é melhor ir pra casa?

8) Verruga/furúnculo/escoriações nojentas - homem que se preza tem esses lances e se orgulha. Mostra pros amigos, pros colegas de trabalho e pra família da namorada, preferencialmente nas ocasiões mais impróprias.

9) Revista de mulher pelada - precisa mesmo explicar?

10) Uma viagem em que ele dormiu mal, comeu mal, passou raiva e que mesmo assim foi a melhor da vida dele - é sério. Homem adora essas bagaças de mesclar viagem com furada e um monte de histórias. Muito melhor do que um hotelzinho charmoso em alguma cidadezinha aconchegante é aquele acampamento em Guarapari, comendo apresuntada, queijo provolone e tomando cerveja morna o dia inteiro.




Direto na têmpora: Go to the mirror - The Who

O Batatão sou eu

No aniversário da Sophia algumas coleguinhas estavam dentro de uma casinha de brinquedo, comendo batatinhas fritas, quando eu cheguei da janela e gritei: "Ah, suas batatinhas, o Batatão veio pegar vocês!". Elas saíram correndo e eu atrás durante boa parte da festa.

O que foi uma brincadeira inocente, virou um monstro. Hoje eu sou o Batatão. Chego no Clic para buscar a minha Sophia e a meninada, mesmo os que não são da turma dela, começa a gritar "Batatão! Batatão!".

Um deles veio me confessar, com cara de muito sapeca, que chegou a chamar o pai de Batatão.

As educadoras me informaram que a frase "o pai da Sophia é o Batatão" é recorrente na turma.

E hoje pela manhã, a Adriana, mãe da Julinha Bernardi, veio me dizer que a filha passou a chamar todos os adultos de Batatão.

Ou seja, enquanto muitas pessoas querem ser grandes profissionais, empresários de sucesso ou personalidades famosas, eu ando cada vez mais perto de me tornar uma lenda urbana infantil.




Direto na têmpora: Eternally Lonely - Jesus Licks

terça-feira, maio 12, 2009

Uh, tempo bom.

O verdureiro gritava "olha a banaaaaaaana prata, banana caturra e outras verduras".

Yakult vinha uma vez por semana em um carrinho no estilo daqueles de sorvete. Aliás, picolés Yopa só se encontravam assim também.

A Fanta Limão ainda existia e as Mastiguinhas eram motivo de briga porque a mãe dizia que só podíamos comer uma por dia (mesmo assim, descobríamos o esconderijo e roubávamos algumas).

O maior tamanho de Coca Cola era 1 litro, em garrafa de vidro, e durava o final de semana inteiro. E tinha o horrendo Guaraná Skol.

Fora isso, não era difícil encontrar quebra-queixo e chup-chup (de água suja) na porta da escola.

Tínhamos 3, no máximo 4 canais de tv. Não usávamos cinto de segurança e a porta do quintal ficava aberta (não destrancada, aberta mesmo) e nunca fomos roubados.

Íamos de bicicleta até lagoas infestadas de xistose e nadávamos a tarde toda. Colocávamos pedras no trilho de trem, caçávamos teiús (sem matar) e construíamos carrinhos de rolimã.

Agora, o Clic (escola da minha Sophia) propõe o I Festival Clic! de Brincadeiras na Rua, para relembrar brincadeiras como queimada, bolinha de gude, garrafão, salada de fruta, pular corda, bente altas, rouba bandeira, papagaio, pique-esconde, pique-cola e muito mais.

Não sei se ela vai gostar como eu gostava, mas queria agradecer aqui a chance de dividir com ela esse pedacinho do que a gente vivia e amava. Parabéns e obrigado, Clic.




Direto na têmpora: No Panties - Trina

segunda-feira, maio 11, 2009

O lance da foto

Meu caro amigo Rogério Fernandes falou pra eu tirar a foto de bebê daí do lado e colocar uma mais atual. Movido pela estupidez que é a minha grande marca, obedeci.

Agora, toda vez que eu entro na página inicial do Pastelzinho, dou de cara com um caboclo esquisito me olhando. O bebezinho era tão mais simpático e acolhedor.

Acho que eu tenho uma dificuldade enorme de aceitar que cresci, que posso ser milhares de coisas no futuro, mas nunca mais serei aquele bebezinho sorridente em preto e branco.

Não posso me queixar da minha vida, da minha família, do que conquistei, mas é que o passado está irremediavelmente perdido.

E por mais que a gente tente olhar pra frente, sempre tem alguém que já fomos a acompanhar o que somos hoje e a observar silenciosamente, trazendo consigo todas as outras pessoas que poderíamos ter sido.

Ou isso ou eu simplesmente acho que era muito mais bonitinho n aquela foto.




Direto na têmpora: Forgive me - Ida Maria

Cáries

Minha Sophia detesta cáries, formigas e pernilongos. São as três representações do mal que povoam a mente da criança. Jaffar, Malévola e o Capitão Gancho perderiam feio numa briga de turma com cárie, pernilongo e formiga.

Não é que ela dê chilique, suba na mesa ou qualquer coisa assim, mas ela realmente tem horror ao trio.

Pois bem, ontem eu estava escovando os dentes da pequena na casa dos meus pais e um bichinho miudinho qualquer passou bem na frente dela, perto do espelho. Minha Sophia então aponta e dá o alerta:

- Olha, papai, uma cárie na parede! Mata ela!

Nem me animei a explicar que não era uma cárie. Simplesmente matei e fiquei ali, fazendo pose de herói sob o olhar agradecido da princesa. Daqui a pouco ela perde o encanto comigo, pô, tenho que aproveitar.




Direto na têmpora: Little Man - The O.C. Supertones

sábado, maio 09, 2009

Face concert

Sensacional. Dica do Werner.



Paganini faces




Direto na têmpora: Magnificent - U2

sexta-feira, maio 08, 2009

Adrenalina é o escambau

Acabei de ver uma peça do Uni-BH com o seguinte texto: "Adrenalina é meu lema. Minha profissão: publicitário."

Não vou aqui criticar a peça, até porque não sei quem fez e em quais circunstâncias, mas posso dizer que tive uma epifania ao vê-la: eu realmente não sou publicitário. E não é só porque adrenalina não é, absolutamente, meu lema, mas principalmente porque na minha opinião este é um estereótipo que perpetua um problema.

Preferiria mil vezes encontrar a mensagem "criatividade é meu lema", "inovação é meu lema", "agilidade é meu lema" e até mesmo "eu e o meu ego gigante somos o meu lema" do que ver esse lance da adrenalina.

Se eu gostasse de adrenalina, ia fazer rappel, mergulhar com tubarões ou usar a camisa do Palmeiras na torcida do Corinthians. Eu gostoi mesmo é de fazer uym trabalho bem feito, de ir além do breefing, de fazer o cliente entender que publicidade é muito mais que anúncio. Nem sempre (quase nunca) eu consigo, mas continuo tentando. Isso pra mim não tem absolutamente nada a ver com adrenalina. Meu lema é ir além seria um título melhor no meu ponto de vista.

Se ser publicitário é achar do caralho virar noites, fazer tudo com prazos diminutos e inadequados e vibrar com isso, eu definitivamente sou um outro tipo de profissional que nada tem a ver com publicitários. Faço o que é preciso fazer, obviamente, mas sempre sou a favor de ter tempo e calma para fazê-lo, sem desespero, sem adrenalina.

É esse tipo de pensamento que perpetua máximas como "publicitário não tem horário" e outras mais. Falácias que acabam virando uma verdade muito conveniente para alguns.

Trabalhar nessa pilha acontece, mas não deveria ser a norma ou o estímulo. Não é o meu lema definitivamente, mas provavelmente o errado sou eu. Afinal, já ouvi um atendimento dizer, enquanto eu e o diretor de arte criávamos a campanha, lá pelas tantas da noite que adorava "trabalhar" nessa adrenalina. Outro, dono de agência, veio afirmar alegremente que o trabalho só rende mesmo se for de última hora, com prazo apertado.

Devo ser uma ave rara nesse meio, porque prefiro mil vezes entregar uma campanha bem pensada, planejada e desenvolvida (como acho que consegui ontem junto com o Andrés) do que fazer coisas tocadas, na maior adrenalina. Acontece de ser assim por motivos vários? Claro. É o ideal? Para mim, não.

Sendo assim, vai aqui a dica de um velho resmungão para os novos publicitários, sejam do Uni-BH ou de qualquer ou centro educacional: se você um dia trabalhar com alguém que gosta de ir pra casa às 19h e curtir a mulher e a filha (ou fazer qualquer outra coisa), que não se importa em chegar cedo e que não curte tanto a "adrenalina" da propaganda como você, tenha paciência. Perdoe-o. Ele provavelmente trabalha na área, mas não é publicitário de corpo e alma.




Direto na têmpora: Do You Remember The First Time? - Pulp

No prato

Eu sou muito chato pra comer. Eu não como feijão, ovo, frango e nada do mar. além de não ser fã de bife de fígado e ter uma séria resistência a alguns vegetais.

Por outro lado, eu não sou nada chato pra comer. Já me delicei com a almôndega do Kaol da Vovó, que vinha com o molho solidificado grudado na pelota. Em Copacabana, Bolívia, comi um pão com um presunto de cor esverdeada e duro nas pontas. Já experimentei porquinho da índia, canguru, tanajura e outras delícias exóticas.

Ou seja, eu sou bom mesmo é pra comer porcaria.

Daí que me lembrei de uma jornada gastronômica da qual participei com meu grande amigo BC. Iniciamos os trabalhos no Mercado Central ainda pela manhã, consumindo pão com linguiça, porções de lombo e muita cerveja. Satisfeitos, compramos uma geléia de mocotó e saímos.

Alguns metros à frente, chegamos ao Comi a Kilo, na Augusto de Lima. Tomamos mais algumas cervejas e, lá pelas tantas, começamos a pegar os restos de comida da mesa dos outros enquanto degustávamos a geléia de mocotó.

Não satisfeitos, pedimos mais uma porção de linguiça, um prato feito para cada um e recebemos a carinhosa saudação do dono do bar, Tim Maia, à nossa saída: “Deus conserve o apetite de vocês”.

E foi justamente por ter conservado, que Deus me encontra hoje aqui, com mais de 100 kg e a eterna vontade de comer porcaria. Mesmo depois do almoço.




Direto na têmpora: Armadilha – Finis Africae

quarta-feira, maio 06, 2009

Viral

Eu não ia colocar aqui porque o vídeo tem mais de 3 minutos e é antiguinho, mas quanto mais eu vejo Charlie, the Unicorn, mais eu racho. Aí não resisti. Tá postado.



"Chaaaaaarlieeeee"




Direto na têmpora: True love will find you in the end - Beck

Semelhança

A minha Sophia se parece muito pouco comigo, o que na verdade é uma bênção. Ela é magra, esguia e tem o rosto da mãe. Em alguns detalhes lembra a avó materna, mas de meu mesmo tem pouco.

Talvez seja por isso que eu aprecie tanto as pequenas coisas em que ela se assemelha a mim. As mãozinhas largas de dedos grossos; as orelhas "de gente preguiçosa", como diz a Fernanda; a impaciência incontrolável e o bom humor (quase) inabalável; a paixão pelos desenhos animados clássicos, por Tom Waits e por um bom livro; o amor incondicional por doce de leite e coisinhas assim.

Pequenos detalhes, traços mínimos que me fazem sentir que ela tem mesmo algo de mim. E se não contribuí com beleza, inteligência ou talento, foi apenas porque não pude.

Hoje, logo na saída, Sophia revelou mais um traço materno e uma incapacidade minha. Ao nos despedirmos dela, Lílian ainda estava se arrumando e a baixinha, ao ficar sozinha na sala, caiu as prantos diante da porta enquanto gritava "eu não quero ser sozinha!".

Nunca tive muito medo da solidão e companhia demais às vezes até me incomoda. Esse é um traço mais da Fernanda, que eu nem sempre soube compreender, uma necessidade dela que eu atrapalhadamente quase nunca soube suprir.

Pode ter sido um sinal, uma dica da Sophia de que não somos apenas aquilo com que nascemos, mas principalmente no que nos tranformamos. Um choro que se expõe para me mostrar que aprendendo a ser pai, posso também descobrir como ser um bom marido enfim.








Direto na têmpora: This woman's work - Maxwell

terça-feira, maio 05, 2009

Terroristas usam foundphotos para aterrorizar vila no interior da Albânia


Maestro Zezinho, um ídolo que conseguiu manter sua identidade em sigilo desde a mais tenra idade.




Depois do fim de sua carreira como atriz, Vandinha "Wednesday" Addams mudou-se para Dresden e passou a dedicar-se ao estudo da língua alemã.




"Posso ficar com o coelhinho, mamãe?" "Claro, filhinha, o nome dele vai ser Jantar."




Direto na têmpora: Let me see the Colts - Smog

Boa noite

Eu preciso de espaço para dormir. Sou estabanado, me espalho, mexo e rolo a noite inteira. Além disso, só consigo dormir com os pés pra fora do lençol, não importa a temperatura.

Três consequências desse estilo de sono são: a Fernanda penou no primeiro mês de casamento, eu prefiro dormir no chão a me espremer com alguém em uma cama e eu nunca fui muito fã de acampar.

É claro que eu já acampei, mas ficar naquela barraca abafada, com saco de dormir fazia com que eu dormisse às 4 da madruga e acordasse às 6 da matina. Sorte minha que a falta de sono me incomoda pouco.

Aí me lembrei de um caso na viagem que fiz pela Bolívia, Peru e Chile. Foram 33 dias sozinho, com um itinerário semidefinido e que me levaram à fronteira entre Peru e Chile algumas horas antes da abertura da alfândega.

Impossibilitado de seguir viagem, pedi ao motorista pra cochilar dentro do ônibus. Ele negou, alegando o risco de fiscais, mas me ofereceu outra solução: poderia dormir no compartimento de bagagens, vazio naquele momento.

Entrei, ele fechou a porta e, com a cabeça sobre a mochila, passei duas horas de um sono repousante e tranquilo nas entranhas do busão. Ninguém me incomodando, os pés livres e mais uma manhã cheia de coisas novas pela frente.

Teve bão.




Direto na têmpora: Frustration - Sugar

segunda-feira, maio 04, 2009

O melhor/pior pai do mundo

Neste feriado disseram que sou um bom pai. Não sei se sou, mas agradeci. O fato é que sou egoísta e contraditório na paternidade.

O que alguns enxergam como carinho, por exemplo, é uma forma de satisfazer esta necessidade absurda de contato com o meu docinho.

O que pensam ser atenção, não passa de um infinito medo de perder a minha Sophia por 15 minutos que sejam.

Não crio minha filha para o mundo. Crio-a para mim, cega e obstinadamente. Que se exploda o mundo.

Se depender deste velho pai egoísta, não haverá outro pouso para a minha Sophia que não sejam os meus braços.

E no entanto é tão lindo vê-la aprendendo a voar.




Direto na têmpora: Born to be alive – Patrick Hernandez