Um dia, muito antes de você nascer, fez-se a chuva, Sophia.
E então o homem descobriu a chuva escorrendo em seu rosto e viu que era bom.
E vieram as poças no chão quase virgem, o cheiro de terra molhada, a planta que crescia mais verde, a pele se arrepiando.
E o homem pisou as poças, cheirou a terra, colheu a planta e se arrepiou de gosto.
E mesmo antes de você nascer a chuva já caía em dezembro, Sophia, e a gente já sabia a chuva como já adivinhava você.
E foi por isso que eu não estranhei, na hora exata que você nasceu, que eu me sentisse um pouco eu mesmo chuva. E de te olhar pequenina e de te querer tanto, meus olhos molharam um mundo e eu quis sair correndo para pisar as poças e cheirar a terra e colher a planta e sentir um arrepio que não tem tamanho.
E esse amor que choveu em mim e essa chuva que eu fui um pouco ainda estão aqui, com a sensação de um 29 de dezembro que vai ser sempre nosso. Minha Sophia.
PS - Foi a Sophia quem pediu que eu escrevesse sobre ela e o vento, ela e as borboletas, ela e a chuva. Acabou-se a série, mas fica muita vontade de escrever mais.
Direto na têmpora: Heartbreak Stroll - The Raveonettes
sexta-feira, outubro 30, 2009
quinta-feira, outubro 29, 2009
Think before you post
Surgiu hoje uma conversa aqui na TOM que me fez lembrar de uma campanha que não é necessariamente nova, mas que ainda é muito válida.
É fundamental que as crianças percebam que a internet é uma puta evolução, mas que precisa ser bem usada, principalmente no que tange a redes sociais e a publicação de conteúdo.
Seguem dois filmes do Ad Council que deveriam servir como exemplo de alerta para os jovens. Além de uma bela campanha, uma referência de possíveis ações para as autoridades brasileiras, insituições de ensino e grupos de pais.
Everyone Knows Your Name
Once posted you lose it
Direto na têmpora: Oh Lately Its So Quiet - Ok Go
É fundamental que as crianças percebam que a internet é uma puta evolução, mas que precisa ser bem usada, principalmente no que tange a redes sociais e a publicação de conteúdo.
Seguem dois filmes do Ad Council que deveriam servir como exemplo de alerta para os jovens. Além de uma bela campanha, uma referência de possíveis ações para as autoridades brasileiras, insituições de ensino e grupos de pais.
Everyone Knows Your Name
Once posted you lose it
Direto na têmpora: Oh Lately Its So Quiet - Ok Go
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quarta-feira, outubro 28, 2009
Culpa
As pessoas tendem a simplicar as situações. É como se tudo precisasse ter apenas uma única e bem definida causa, sabe-se lá porque. E todos sabem muito bem que quase nunca é assim.
É absurdo achar que uma equipe de futebol perde um título apenas por um gol desperdiçado em uma partida.
É absurdo imaginar que um casamento termine por um fato isolado.
É absurdo considerar que um candidato a prefeito foi derrotado porque o jingle não era bom.
E no entanto as pessoas continuam usando o argumento da causa única para mascarar sua incapacidade de analisar a conjuntura de forma mais ampla. Isso sem falar que uma explicação simples assim deixa mais fácil encontrar uma solução (por mais ineficiente que ela seja) e se extrair lições (não necessariamente mais corretas).
É por isso que eu acredito piamente que, nas maiores cagadas, os grandes culpados costumam ser os mais inocentes e os grandes acusadores costumam ter enormes parcelas de responsabilidade. É só olhar com cuidado.
Direto na têmpora: Gotta Have You - The Weepies
É absurdo achar que uma equipe de futebol perde um título apenas por um gol desperdiçado em uma partida.
É absurdo imaginar que um casamento termine por um fato isolado.
É absurdo considerar que um candidato a prefeito foi derrotado porque o jingle não era bom.
E no entanto as pessoas continuam usando o argumento da causa única para mascarar sua incapacidade de analisar a conjuntura de forma mais ampla. Isso sem falar que uma explicação simples assim deixa mais fácil encontrar uma solução (por mais ineficiente que ela seja) e se extrair lições (não necessariamente mais corretas).
É por isso que eu acredito piamente que, nas maiores cagadas, os grandes culpados costumam ser os mais inocentes e os grandes acusadores costumam ter enormes parcelas de responsabilidade. É só olhar com cuidado.
Direto na têmpora: Gotta Have You - The Weepies
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opinião
Cabelos
Pois bem, minha Sophia anda fascinada com o fato de eu estar ficando careca. Ontem de manhã, por exemplo, rolou o seguinte diálogo.
- Papai, você vem almoçar?
- Não, Sophia, eu vou cortar cabelo na hora do almoço.
- Ah, não, eu não quero!
- Mas não quer por quê?
- Porque você vai ficar careca.
- Não, filha, o papai vai ficar careca de qualquer jeito, tá vendo? Esses cabelinhos que caíram aqui na frente não vão crescer mais.
- E atrás?
- Atrás cresce normal.
- E eu vou ficar careca?
- Não, Sophia, só meninos ficam carecas e mesmo assim não são todos. Fica tranquila, tá?
- Tá.
Chegando a noite, fui buscar a pequena na escola.
- Sophia, você é linda demais. Será que você é linda assim porque você parece só com a mamãe?
- É.
- Você não parece nada comigo, né?
- Não. Olha só, o seu pé é grande e o meu é pequeninho. Eu tenho botinha e você não tem. Meu cabelo tem cachinhos, o cabelo da mamãe é curto e você tá ficando careca.
E depois da pequena pausa o arremate fatal.
- Mas só na frente, viu?
Direto na têmpora: Bell Bottom Blues - Derek and the Dominos
- Papai, você vem almoçar?
- Não, Sophia, eu vou cortar cabelo na hora do almoço.
- Ah, não, eu não quero!
- Mas não quer por quê?
- Porque você vai ficar careca.
- Não, filha, o papai vai ficar careca de qualquer jeito, tá vendo? Esses cabelinhos que caíram aqui na frente não vão crescer mais.
- E atrás?
- Atrás cresce normal.
- E eu vou ficar careca?
- Não, Sophia, só meninos ficam carecas e mesmo assim não são todos. Fica tranquila, tá?
- Tá.
Chegando a noite, fui buscar a pequena na escola.
- Sophia, você é linda demais. Será que você é linda assim porque você parece só com a mamãe?
- É.
- Você não parece nada comigo, né?
- Não. Olha só, o seu pé é grande e o meu é pequeninho. Eu tenho botinha e você não tem. Meu cabelo tem cachinhos, o cabelo da mamãe é curto e você tá ficando careca.
E depois da pequena pausa o arremate fatal.
- Mas só na frente, viu?
Direto na têmpora: Bell Bottom Blues - Derek and the Dominos
terça-feira, outubro 27, 2009
10 coisas para se sentir vivo
Para quando a vida estiver deixando preguiçoso, satisfeito, mole demais. Parece auto-ajuda barata e pode até ser. Ou não.
1) Compre uma briga: não importa com quem, não importa em que lugar, não importa em que momento. Se o assunto lhe é caro, banque seu ponto-de-vista e, pelo menos dessa vez, não abaixe a cabeça e aceite o que diz o seu superior, o seu melhor amigo ou um completo estranho. Argumente, dialogue, empolgue-se, sinta o sangue subir pro rosto. Faz muito bem, acredite.
2) Questione suas certezas: se você acredita em OVNIs, na legitimidade da eutanásia ou na vida após a morte, por exemplo, ouça atentamente a opinião de quem não acredita. Vá de mente aberta e esteja preparado para receber toda a informação que você nunca se permitiu ouvir. Leia textos, análises de especialistas, dê a você mesmo a chance de ser imparcial por um momento.
3) Descreva quem você realmente é: encha a tela do que você sabe sobre você e que ninguém mais conhece. Descreva seus medos ridículos, liste suas grandes paixões, cite os pecados mais vergonhosos e os atos mais horríveis que você já cometeu e pelos quais nunca pagou. Saiba quem você é de verdade, e não a pessoa que você mostra pros outros. Guarde o que você escreveu e leia de vez em quando.
4) Abra mão de algo que você curte muito: dê um livro que você adora, a sua melhor blusa, a bola autografada pelo Garrincha. Passe para frente, desapegue-se, seja próximo da perda.
5) Procure alguém com quem você não tem mais contato: mais do que procurar, encontre, converse, aproxime-se. E não fale só de quem vocês eram, mas de quem vocês são e de quem querem ser. O passado tende a parecer estático, mas é parte de um movimento. Além do mais, é bom ter a lição de humildade de ver que outras vidas continuam acontecendo mesmo sem que estejamos por perto.
6) Faça algo que você não sabe fazer: inicie uma atividade para a qual você não tem o menor talento aparente, seja jogar tênis, aprender russo ou tocar clarineta. Ao invés de investir no que você já faz bem, de polir um talento, desenvolva uma área na qual você seja horrível. Mesmo que o resultado seja apenas tornar-se um pouco menos horrível.
7) Faça algo completamente sem objetivo prático: ande na roda gigante depois do trabalho, jogue futebol de botão com um amigo na hora do almoço, releia todas as cartas que você já recebeu. O objetivo? Não precisa.
8) Faça uma puta declaração de amor: ajoelhe-se na porta do trabalho dela enquanto espera ela sair, escreva um poema e mande para toda a sua lista de emails, monte um painel com as fotos do dois, sei lá eu. Não tenha medo de ser ridículo.
9) Aconselhe-se com uma criança: tente passar um dia tomando decisões guiado por alguém que é instinto puro. Não questione o que ela disser, apenas obedeça.
10) Invista em um projeto pessoal: não interessa se é um livro, um regime, uma coleção de orquídeas. Separe um tempo para isso, cuide do projeto e dê-se o prazer de ver que ele deu em algo para você e não para a sua empresa.
É, pensando bem, pode ser auto-ajuda mesmo.
Direto na têmpora: Zombie Zoo - Tom Petty
1) Compre uma briga: não importa com quem, não importa em que lugar, não importa em que momento. Se o assunto lhe é caro, banque seu ponto-de-vista e, pelo menos dessa vez, não abaixe a cabeça e aceite o que diz o seu superior, o seu melhor amigo ou um completo estranho. Argumente, dialogue, empolgue-se, sinta o sangue subir pro rosto. Faz muito bem, acredite.
2) Questione suas certezas: se você acredita em OVNIs, na legitimidade da eutanásia ou na vida após a morte, por exemplo, ouça atentamente a opinião de quem não acredita. Vá de mente aberta e esteja preparado para receber toda a informação que você nunca se permitiu ouvir. Leia textos, análises de especialistas, dê a você mesmo a chance de ser imparcial por um momento.
3) Descreva quem você realmente é: encha a tela do que você sabe sobre você e que ninguém mais conhece. Descreva seus medos ridículos, liste suas grandes paixões, cite os pecados mais vergonhosos e os atos mais horríveis que você já cometeu e pelos quais nunca pagou. Saiba quem você é de verdade, e não a pessoa que você mostra pros outros. Guarde o que você escreveu e leia de vez em quando.
4) Abra mão de algo que você curte muito: dê um livro que você adora, a sua melhor blusa, a bola autografada pelo Garrincha. Passe para frente, desapegue-se, seja próximo da perda.
5) Procure alguém com quem você não tem mais contato: mais do que procurar, encontre, converse, aproxime-se. E não fale só de quem vocês eram, mas de quem vocês são e de quem querem ser. O passado tende a parecer estático, mas é parte de um movimento. Além do mais, é bom ter a lição de humildade de ver que outras vidas continuam acontecendo mesmo sem que estejamos por perto.
6) Faça algo que você não sabe fazer: inicie uma atividade para a qual você não tem o menor talento aparente, seja jogar tênis, aprender russo ou tocar clarineta. Ao invés de investir no que você já faz bem, de polir um talento, desenvolva uma área na qual você seja horrível. Mesmo que o resultado seja apenas tornar-se um pouco menos horrível.
7) Faça algo completamente sem objetivo prático: ande na roda gigante depois do trabalho, jogue futebol de botão com um amigo na hora do almoço, releia todas as cartas que você já recebeu. O objetivo? Não precisa.
8) Faça uma puta declaração de amor: ajoelhe-se na porta do trabalho dela enquanto espera ela sair, escreva um poema e mande para toda a sua lista de emails, monte um painel com as fotos do dois, sei lá eu. Não tenha medo de ser ridículo.
9) Aconselhe-se com uma criança: tente passar um dia tomando decisões guiado por alguém que é instinto puro. Não questione o que ela disser, apenas obedeça.
10) Invista em um projeto pessoal: não interessa se é um livro, um regime, uma coleção de orquídeas. Separe um tempo para isso, cuide do projeto e dê-se o prazer de ver que ele deu em algo para você e não para a sua empresa.
É, pensando bem, pode ser auto-ajuda mesmo.
Direto na têmpora: Zombie Zoo - Tom Petty
Elvis
Minha Sophia tem um livrinho lindo chamado "Mas por quê??! A história de Elvis", que conta a caminhada de uma menininha pelo parque enquanto vai enterrar um passarinho morto.
Ontem Fernanda estava lendo para ela e, enquanto explicava que estavam enterrando o passarinho porque ele tinha morrido, Sophia perguntou:
- E ele ficou cantando debaixo da terra?
E depois ainda emendou:
- Como é que ele foi pro céu se colocaram ele debaixo da terra?
Ainda bem que eu estava em aula e foi a Fernanda quem teve que explicar.
Direto na têmpora: If i didn't love you - The Specials
Ontem Fernanda estava lendo para ela e, enquanto explicava que estavam enterrando o passarinho porque ele tinha morrido, Sophia perguntou:
- E ele ficou cantando debaixo da terra?
E depois ainda emendou:
- Como é que ele foi pro céu se colocaram ele debaixo da terra?
Ainda bem que eu estava em aula e foi a Fernanda quem teve que explicar.
Direto na têmpora: If i didn't love you - The Specials
segunda-feira, outubro 26, 2009
Borboleta para a Sophia
Borboleta é um bichinho que é feito de vento, Sophia, com um pouquinho de tinta em cima.
Borboleta é raiozinho de sol, Sophia, na hora que aprende a brincar.
Borboleta é uma flor que se apaixonou pelo beija-flor e não quis mais saber do chão, Sophia.
Borboleta é um sonhozinho que escapa da nossa cabeça quando a gente acorda feliz, Sophia.
Borboleta é a lagarta, Sophia, quando descobre o que é mágica.
Borboleta, Sophia, é um arco-íris que gosta de flores.
Borboleta é uma paixãozinha bem leve que acaba ganhando asas, Sophia.
Borboleta, Sophia, é uma coisinha feita de todas as cores do "sim".
Borboleta é o que leva a gente, Sophia, quase sem peso, quase só cores, pra onde o nosso "querer" mandar.
Borboleta, Sophia, é o milagre da metamorfose, é o efeito do vento, é um pouco jardim, é um presente que veio do seu pedido, um bichinho que vi de outro jeito com esses olhos que você empresta pra mim.
Direto na têmpora: Graceful Retreat - Clap Your Hands Say Yeah
Borboleta é raiozinho de sol, Sophia, na hora que aprende a brincar.
Borboleta é uma flor que se apaixonou pelo beija-flor e não quis mais saber do chão, Sophia.
Borboleta é um sonhozinho que escapa da nossa cabeça quando a gente acorda feliz, Sophia.
Borboleta é a lagarta, Sophia, quando descobre o que é mágica.
Borboleta, Sophia, é um arco-íris que gosta de flores.
Borboleta é uma paixãozinha bem leve que acaba ganhando asas, Sophia.
Borboleta, Sophia, é uma coisinha feita de todas as cores do "sim".
Borboleta é o que leva a gente, Sophia, quase sem peso, quase só cores, pra onde o nosso "querer" mandar.
Borboleta, Sophia, é o milagre da metamorfose, é o efeito do vento, é um pouco jardim, é um presente que veio do seu pedido, um bichinho que vi de outro jeito com esses olhos que você empresta pra mim.
Direto na têmpora: Graceful Retreat - Clap Your Hands Say Yeah
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sábado, outubro 24, 2009
Desobediência civil
Já escrevi aqui sobre como acho absurda a troca de nomes da Avenida (Nossa) Senhora do Carmo.
Considero uma "arbitrariedade-pseudo-histórica" que usa como desculpa a recuperação do nome original da via, mas que desconsidera todo histórico afetivo e prático da nomenclatura adotada pela comunidade.
Pois bem, parece que o jornal Estado de Minas concorda comigo. Na edição de hoje, sábado, 24 de outubro de 2009, o jornal ignora a denominação recém-imposta e vai no popular "Av. Nossa Senhora do Carmo".
Fiquei feliz igual pinto no lixo ao ver um jornal de grande porte usando o nome que a cidade abraçou. Tão feliz que tirei até foto. Olha só.
No Estado de Minas ela ainda é nossa. Ainda bem.
Infelizmente, eu não passo de um velho resmungão, alguém muito mais propenso a criticar e reclamar do que a agir. Fosse eu uma pessoa mais disposta e encamparia uma cruzada junto aos meios de comunicação para ignorar o Lacerdinha e a PBH, na forma de seu braço mais incompetente que é a BHTrans, para adotar de vez o consagrado nome Nossa Senhora do Carmo.
Na verdade, fosse eu alguém com influência, grana, tempo e capacidade, essa cruzada não pararia por aí. Iria aos representantes públicos, aos comerciantes e moradores da via, a cada um que mora em BH e que gosta da cidade.
Não sou essa pessoa, mas lanço aqui esse pedacinho de idéia para uma desobediência civil organizada. Vamos retomar como "nossa" a Senhora do Carmo. Dane-se o que digam as placas, dane-se o que alegue a Prefeitura.
Se você é alguém mais capaz, mais motivado e mais influente que eu, passe para frente essa idéia. Se você trabalha em um veículo de comunicação, use sempre o "Nossa Senhora do Carmo". Se você tem imóvel na via, ignore a mudança imbecil que nos foi imposta e mantenha nos seus cartões e materiais de divulgação o nome de coração dessa avenida.
Provavelmente não vai adiantar de nada, mas pelo menos vamos mostrar que a força de choque pode ter sido bastante para vencer uma eleição, mas não para impor uma vontadezinha besta qualquer a uma cidade.
Direto na têmpora: Divine Hammer - The Breeders
Considero uma "arbitrariedade-pseudo-histórica" que usa como desculpa a recuperação do nome original da via, mas que desconsidera todo histórico afetivo e prático da nomenclatura adotada pela comunidade.
Pois bem, parece que o jornal Estado de Minas concorda comigo. Na edição de hoje, sábado, 24 de outubro de 2009, o jornal ignora a denominação recém-imposta e vai no popular "Av. Nossa Senhora do Carmo".
Fiquei feliz igual pinto no lixo ao ver um jornal de grande porte usando o nome que a cidade abraçou. Tão feliz que tirei até foto. Olha só.
No Estado de Minas ela ainda é nossa. Ainda bem.
Infelizmente, eu não passo de um velho resmungão, alguém muito mais propenso a criticar e reclamar do que a agir. Fosse eu uma pessoa mais disposta e encamparia uma cruzada junto aos meios de comunicação para ignorar o Lacerdinha e a PBH, na forma de seu braço mais incompetente que é a BHTrans, para adotar de vez o consagrado nome Nossa Senhora do Carmo.
Na verdade, fosse eu alguém com influência, grana, tempo e capacidade, essa cruzada não pararia por aí. Iria aos representantes públicos, aos comerciantes e moradores da via, a cada um que mora em BH e que gosta da cidade.
Não sou essa pessoa, mas lanço aqui esse pedacinho de idéia para uma desobediência civil organizada. Vamos retomar como "nossa" a Senhora do Carmo. Dane-se o que digam as placas, dane-se o que alegue a Prefeitura.
Se você é alguém mais capaz, mais motivado e mais influente que eu, passe para frente essa idéia. Se você trabalha em um veículo de comunicação, use sempre o "Nossa Senhora do Carmo". Se você tem imóvel na via, ignore a mudança imbecil que nos foi imposta e mantenha nos seus cartões e materiais de divulgação o nome de coração dessa avenida.
Provavelmente não vai adiantar de nada, mas pelo menos vamos mostrar que a força de choque pode ter sido bastante para vencer uma eleição, mas não para impor uma vontadezinha besta qualquer a uma cidade.
Direto na têmpora: Divine Hammer - The Breeders
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sexta-feira, outubro 23, 2009
Alfabetizado
Acabo de ler No Coração das Trevas, do Joseph Conrad. Um senhor livro que, confesso minha ignorância, eu comecei a ler sem fazer a mínima idéia de que era a inspiração para Apocalypse Now.
É um livro bem escrito e que, apesar de ser claramente a base do filme (como eu descobri durante a leitura), é ainda sim completamente diferente. Uma bela obra.
Imediatamente antes dele, li O Aleph, do Borges. O presente de aniversário da Micho foi o terceiro livro do argentino que li, e mostra que o cara é consistente pra cacete. Além disso, o conto "O Aleph", que fecha o livro, beira a perfeição.
O Retrato de Dorian Grey é outro puta livro. Já conhecia a história, já sabia do final, mas ainda assim é sempre bom ler nas palavras de Wilde e conhecer a obra original (quer dizer, original não, traduzida para o português pelo João do Rio).
Para finalizar, outro presente de aniversário, este do Gastão, foi o Contos Fabulosos, do Millôr. A melhor definição, e que deveria um dia ser adotada pelo Aurélio é que é um livro absolutamente "milloresco".
E assim vamos, lendo um cadiquinho aqui e outr ali pra ver se desemburrece um pouco.
Direto na têmpora: Come On Everybody - US3
É um livro bem escrito e que, apesar de ser claramente a base do filme (como eu descobri durante a leitura), é ainda sim completamente diferente. Uma bela obra.
Imediatamente antes dele, li O Aleph, do Borges. O presente de aniversário da Micho foi o terceiro livro do argentino que li, e mostra que o cara é consistente pra cacete. Além disso, o conto "O Aleph", que fecha o livro, beira a perfeição.
O Retrato de Dorian Grey é outro puta livro. Já conhecia a história, já sabia do final, mas ainda assim é sempre bom ler nas palavras de Wilde e conhecer a obra original (quer dizer, original não, traduzida para o português pelo João do Rio).
Para finalizar, outro presente de aniversário, este do Gastão, foi o Contos Fabulosos, do Millôr. A melhor definição, e que deveria um dia ser adotada pelo Aurélio é que é um livro absolutamente "milloresco".
E assim vamos, lendo um cadiquinho aqui e outr ali pra ver se desemburrece um pouco.
Direto na têmpora: Come On Everybody - US3
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opinião
O lanchinho do papai
- Lílian, eu vou picar essa pera pro papai comer amanhã, tá?
- Não, Sophia, você não pode mexer com faca.
- Mas não é com faca, não.
E pegando a escova de uma de suas bonecas, preparou pra mim uma deliciosa pera que ela pediu pra deixar na geladeira e ver na manhã seguinte como ia ficar.
Ficou assim, ó.
Direto na têmpora: I'll Love You Until My Veins Explode - The Paper Cranes
- Não, Sophia, você não pode mexer com faca.
- Mas não é com faca, não.
E pegando a escova de uma de suas bonecas, preparou pra mim uma deliciosa pera que ela pediu pra deixar na geladeira e ver na manhã seguinte como ia ficar.
Ficou assim, ó.
Direto na têmpora: I'll Love You Until My Veins Explode - The Paper Cranes
quinta-feira, outubro 22, 2009
Sophia e o calango pintado
Semana passada a minha Sophia esteve na Orenoco, dos "tios" Marcus Barão e Rogério Fernandes. Logo de cara ela ganhou a bela gravura "O anjo e a sereia", que em breve será emoldurada e estará no quarto da baixinha.
Sophia, o anjo, a sereia e o cavalo.
Pouco depois, encantada com o quadro "A Salamandra", da série "Os Seres Imaginários", baseada no livro de Jorge Luis Borges, Sophia exclamou.
- Papai, tira uma foto minha com o calango?
E olha que ela nem nasceu em Ipatinga.
Sophia e o quadro da salamandra, digo, do calango.
Direto na têmpora: Zoom - Super Furry Animals
Sophia, o anjo, a sereia e o cavalo.
Pouco depois, encantada com o quadro "A Salamandra", da série "Os Seres Imaginários", baseada no livro de Jorge Luis Borges, Sophia exclamou.
- Papai, tira uma foto minha com o calango?
E olha que ela nem nasceu em Ipatinga.
Sophia e o quadro da salamandra, digo, do calango.
Direto na têmpora: Zoom - Super Furry Animals
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Rogério Fernandes,
Sophia
quarta-feira, outubro 21, 2009
Twitter. Lado A, lado B.
10 coisas boas e 10 coisas ruins sobre o Twitter que você provavelmente já sabe e que se não sabe, não vai aprender aqui.
Os prós
1) Você pode seguir celebridades, fontes de informação sobre temas de seu interesse e todo tipo de gente que tenha alguma afinidade com você. Se você for atleticano, tiver 17 anos e curtir sacanagem você pode seguir, por exemplo, o @alexandrekalil, o @programapanico e a @evaangelinaxxx. Eu não sigo nenhum dos três, mas fica aí a dica.
2) É difícil ser muito chato usando apenas 140 caracteres.
3) O Twitter é perfeito para soltar frases misteriosas que podem te fazer parecer interessante mesmo que você não tenha nada importante a dizer. Após uma longa prisão de ventre você pode, por exemplo, twittar direto do seu banheiro algo como "Boa! Enfim as coisas começam a fluir" e passar a impressão de que está com grandes projetos profissionais acontecendo. Além disso, é ótimo para ofensas pega-carapuça, tipo "Publicitário mau caráter é foda". Sem ofender ninguém pessoalmente, você vai atingir um monte de gente que merece. É o mirar na jaca e acertar na uva.
4) As notícias sempre chegam primeiro ao Twitter. Tá certo que chegam como rumores, mas se você seguir as pessoas certas, é batata.
5) O Twitter é uma excelente ferramenta para divulgação pessoal / profissional. Sabendo usar você pode ser visto como um profissional bacana, produtivo e conectado ou pelo menos como um carinha descolado, o que for melhor pra você.
6) É difícil se perder em um raciocínio usando apenas 140 caracteres.
7) O unfollow é uma das melhores coisas do Twitter. Neguinho ficou chato, dá unfollow. Perdeu interesse no assunto, dá unfollow. Quer dar um tempo daquela linha de assunto, dá unfollow.
8) A aparência importa muito pouco no twitter. A não ser no caso da @evaangelinaxxx e suas colegas, é claro.
9) O Twitter aproxima e distancia ao mesmo tempo. Você sente como se estivesse falando com dezenas de outras pessoas a cada twittada, mas não se sente tímido por isso. É mais fácil dizer o que você realmente sente ou deseja nesse caso.
10) Para as empresas, o Twitter ainda é um mundo a ser descoberto, explorado e bem utilizado, o que significa grandes oportunidades para todo mundo que trabalha com marketing e comunicação, dentro ou fora destas próprias empresas.
Os contras
1) O Twitter costuma ser uma forma muito rápida de expressão, o que leva as pessoas a incorrerem no famoso "twittar sem pensar", o que pode levar desde briguinhas com coleguinhas virtuais até coisas mais sérias como processos, fim do casamento ou demissão (é sério).
2) Algumas pessoas conseguem ser incrivelmente chatas usando apenas 140 caracteres.
3) É difícil construir raciocínios muito elaborados com apenas 140 caracteres, até porque este não é o objetivo do Twitter. Se quiser discorrer sobre um tema mais dificultoso, podem rolar problemas de compreensão e você corre o risco de passar por idiota ou chato.
4) Escolher quem seguir no Twitter é metade da batalha. Se você não segue bem, vai achar que aquilo ali é apenas um bando de loucos falando ao vento sem fazer sentido e vai perder toda a diversão e a potencialidade da coisa.
5) O Twitter é uma sala aberta e você pode ser lido por pessoas que você nem imagina e que podem significar algo para você amanhã. Talvez seja melhor não abordar alguns assuntos, não destilar alguns venenos e nem fazer algumas críticas sem pensar muito bem.
6) Ao mandar um desabafo ou reclamação sem endereço certo você pode atingir quem não queria. E isso, principalmente no meio profissional, pode causar problemas.
7) Magoazinha de unfollow é um dos grandes males do twitter. Antes de mais nada, só porque você segue alguém, ele não tem a menor obrigação de seguir você. Principalmente se ele não te conhece. O grande lance do twitter é seguir quem você acha legal e se alguém te deu unfollow é porque você não está sendo bacana pra ele. Pode té ser um saco, mas é a vida.
8) Intimidade é uma merda. Se você é uma celebridade, vai ter que aguentar um monte de gente bancando o amigão, criticando ou dando palpite na sua vida. Se você é um figurão do mercado, vai ter que aguentar pedidos de emprego e muito puxasaquismo. Se você é um twitteiro qualquer, vai ter que aguentar piadinhas sobre futebol ou qualquer coisa assim de gente que você mal conhece, mas que acha que te conhece bem pra cacete.
9) O sobrenome do Twitter deveria ser "Too Much Information".
10) Para as empresas, o Twitter ainda é um mundo a ser descoberto, explorado e bem utilizado, o que significa um grande número de picaretas oferecendo soluções mágicas, gratuitas e perfeitas, além de um monte de empresas metendo os pés pelas mãos, usando mal a ferramenta e fazendo bobagem com a marca.
Direto na têmpora: We are golden - Mika
Os prós
1) Você pode seguir celebridades, fontes de informação sobre temas de seu interesse e todo tipo de gente que tenha alguma afinidade com você. Se você for atleticano, tiver 17 anos e curtir sacanagem você pode seguir, por exemplo, o @alexandrekalil, o @programapanico e a @evaangelinaxxx. Eu não sigo nenhum dos três, mas fica aí a dica.
2) É difícil ser muito chato usando apenas 140 caracteres.
3) O Twitter é perfeito para soltar frases misteriosas que podem te fazer parecer interessante mesmo que você não tenha nada importante a dizer. Após uma longa prisão de ventre você pode, por exemplo, twittar direto do seu banheiro algo como "Boa! Enfim as coisas começam a fluir" e passar a impressão de que está com grandes projetos profissionais acontecendo. Além disso, é ótimo para ofensas pega-carapuça, tipo "Publicitário mau caráter é foda". Sem ofender ninguém pessoalmente, você vai atingir um monte de gente que merece. É o mirar na jaca e acertar na uva.
4) As notícias sempre chegam primeiro ao Twitter. Tá certo que chegam como rumores, mas se você seguir as pessoas certas, é batata.
5) O Twitter é uma excelente ferramenta para divulgação pessoal / profissional. Sabendo usar você pode ser visto como um profissional bacana, produtivo e conectado ou pelo menos como um carinha descolado, o que for melhor pra você.
6) É difícil se perder em um raciocínio usando apenas 140 caracteres.
7) O unfollow é uma das melhores coisas do Twitter. Neguinho ficou chato, dá unfollow. Perdeu interesse no assunto, dá unfollow. Quer dar um tempo daquela linha de assunto, dá unfollow.
8) A aparência importa muito pouco no twitter. A não ser no caso da @evaangelinaxxx e suas colegas, é claro.
9) O Twitter aproxima e distancia ao mesmo tempo. Você sente como se estivesse falando com dezenas de outras pessoas a cada twittada, mas não se sente tímido por isso. É mais fácil dizer o que você realmente sente ou deseja nesse caso.
10) Para as empresas, o Twitter ainda é um mundo a ser descoberto, explorado e bem utilizado, o que significa grandes oportunidades para todo mundo que trabalha com marketing e comunicação, dentro ou fora destas próprias empresas.
Os contras
1) O Twitter costuma ser uma forma muito rápida de expressão, o que leva as pessoas a incorrerem no famoso "twittar sem pensar", o que pode levar desde briguinhas com coleguinhas virtuais até coisas mais sérias como processos, fim do casamento ou demissão (é sério).
2) Algumas pessoas conseguem ser incrivelmente chatas usando apenas 140 caracteres.
3) É difícil construir raciocínios muito elaborados com apenas 140 caracteres, até porque este não é o objetivo do Twitter. Se quiser discorrer sobre um tema mais dificultoso, podem rolar problemas de compreensão e você corre o risco de passar por idiota ou chato.
4) Escolher quem seguir no Twitter é metade da batalha. Se você não segue bem, vai achar que aquilo ali é apenas um bando de loucos falando ao vento sem fazer sentido e vai perder toda a diversão e a potencialidade da coisa.
5) O Twitter é uma sala aberta e você pode ser lido por pessoas que você nem imagina e que podem significar algo para você amanhã. Talvez seja melhor não abordar alguns assuntos, não destilar alguns venenos e nem fazer algumas críticas sem pensar muito bem.
6) Ao mandar um desabafo ou reclamação sem endereço certo você pode atingir quem não queria. E isso, principalmente no meio profissional, pode causar problemas.
7) Magoazinha de unfollow é um dos grandes males do twitter. Antes de mais nada, só porque você segue alguém, ele não tem a menor obrigação de seguir você. Principalmente se ele não te conhece. O grande lance do twitter é seguir quem você acha legal e se alguém te deu unfollow é porque você não está sendo bacana pra ele. Pode té ser um saco, mas é a vida.
8) Intimidade é uma merda. Se você é uma celebridade, vai ter que aguentar um monte de gente bancando o amigão, criticando ou dando palpite na sua vida. Se você é um figurão do mercado, vai ter que aguentar pedidos de emprego e muito puxasaquismo. Se você é um twitteiro qualquer, vai ter que aguentar piadinhas sobre futebol ou qualquer coisa assim de gente que você mal conhece, mas que acha que te conhece bem pra cacete.
9) O sobrenome do Twitter deveria ser "Too Much Information".
10) Para as empresas, o Twitter ainda é um mundo a ser descoberto, explorado e bem utilizado, o que significa um grande número de picaretas oferecendo soluções mágicas, gratuitas e perfeitas, além de um monte de empresas metendo os pés pelas mãos, usando mal a ferramenta e fazendo bobagem com a marca.
Direto na têmpora: We are golden - Mika
No supermercado
Os caras do Improv Everywhere se superaram outra vez. Depois do bom e velho Food Court Musical, eles agora mandaram muito bem no Grocery Store Musical. Confere aí. É bem divertido.
Direto na têmpora: Remedy - The Black Crowes
Direto na têmpora: Remedy - The Black Crowes
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terça-feira, outubro 20, 2009
BH, lugar de Rapazolla
O show do Living Colour não foi perfeito, mas foi excelente. Só de ver Vernon Reid e Will Calhoun arrebentando ao vivo já valeu a ida, mesmo totalmente perrengado de gripe.
Tava vazio, mas tava bom.
O problema, como sempre, foi o público, ou melhor, a ausência de público. A verdade é que trazer esses shows para BH é um misto de heroísmo e burrice. BH não gosta de rock. Ponto. Se trouxerem, vai ser cancelado pela pouca venda de ingressos (vide Echo and the Bunnymen, Charlie Watts, Soulfly e The Cult) ou quem for assistir vai passar vergonha pelo pouco público (vide Elvis Costello e Living Colour).
Vernon Reid, um dos melhores guitarristas de todos os tempos e seus 100 fãs em BH.
A verdade é que à exceção do heavy metal, que tem um público fiel aqui, BH gosta mesmo é de axé e de sertanejo. BH troca Elvis Costello por Rapazolla de olhos fechados e ainda assim levantando as mãozinhas tchá, tchá, tchá.É uma característica da cidade e eu não sei porque ainda tentam lutar contra isso.
Por isso, meus caros produtores de shows, sigam o meu conselho. Parem de dar murro em ponta de faca. Invistam em Calcinha Preta, Calipso, Edson e Hudson, Victor e Léo. Ou isso, ou vocês podem montar empresas de turismo pra levar quem gosta de rock pra assistir aos shows em São Paulo, Rio ou Curitiba.
Gosto é gosto e a verdade, repito, é que BH não gosta de rock. E a gente vem tristemente aprendendo isso ano após ano.
Foi mal aí, Will. Desculpa nóis, Vernon.
Direto na têmpora: Fruit Machine - The Ting Tings
Tava vazio, mas tava bom.
O problema, como sempre, foi o público, ou melhor, a ausência de público. A verdade é que trazer esses shows para BH é um misto de heroísmo e burrice. BH não gosta de rock. Ponto. Se trouxerem, vai ser cancelado pela pouca venda de ingressos (vide Echo and the Bunnymen, Charlie Watts, Soulfly e The Cult) ou quem for assistir vai passar vergonha pelo pouco público (vide Elvis Costello e Living Colour).
Vernon Reid, um dos melhores guitarristas de todos os tempos e seus 100 fãs em BH.
A verdade é que à exceção do heavy metal, que tem um público fiel aqui, BH gosta mesmo é de axé e de sertanejo. BH troca Elvis Costello por Rapazolla de olhos fechados e ainda assim levantando as mãozinhas tchá, tchá, tchá.É uma característica da cidade e eu não sei porque ainda tentam lutar contra isso.
Por isso, meus caros produtores de shows, sigam o meu conselho. Parem de dar murro em ponta de faca. Invistam em Calcinha Preta, Calipso, Edson e Hudson, Victor e Léo. Ou isso, ou vocês podem montar empresas de turismo pra levar quem gosta de rock pra assistir aos shows em São Paulo, Rio ou Curitiba.
Gosto é gosto e a verdade, repito, é que BH não gosta de rock. E a gente vem tristemente aprendendo isso ano após ano.
Foi mal aí, Will. Desculpa nóis, Vernon.
Direto na têmpora: Fruit Machine - The Ting Tings
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Feeding the Monster
O mercado publicitário já foi um lugar onde se ganhava muito dinheiro, mas muito mesmo, tipo de-com-força-pra-caraio.
Como a grana era muita e tinha muita gente querendo, algumas agências arranjaram uma forma "inteligente" de passar por bonzinhos com seus clientes e continuar faturando horrores.
A idéia básica era dizer pros caras "olha, sua marca é tão fodástica e a gente quer tanto trablhar com vocês que eu nem vou cobrar criação, vou ganhar só na comissão de mídia, beleza?"
E assim ficou, tudo beleza pra todo mundo durante um bom tempo até que chegou a tal da internet.
Os custos de mídia caíram, a própria necessidade de mídia passou a ser questionada em muitos casos, o consumidor passou a escolher o que quer ver, interrupção virou um pecado mortal e as agências passaram a viver um dilema: "como é que eu vou faturar se a mídia já não é mais aquela?"
Cobrar pela inteligência das soluções poderia ser um caminho, mas não foram as próprias agências que falaram pro cliente que essas soluções eram custo zero? Como fazer o cliente entender que ele nunca pagou por criação, mas que agora ela passou a valer muito?
O fato é que algumas agências criaram um monstro e agora todos vão passar aperto para alimentá-lo. Aqueles que pensam à frente já estão buscando soluções para essa questão, outros ainda vivem sonhando com a época das vacas gordas e torcendo pra esse negócio de internet não pegar.
O fato é que a grana está rara, a vida está cara e um novo modelo precisa ser pensado. E quanto mais rápido um consenso ou um vislumbre de caminho for encontrado, melhor para todos nós.
Direto na têmpora: Living Room - Tegan and Sarah
Como a grana era muita e tinha muita gente querendo, algumas agências arranjaram uma forma "inteligente" de passar por bonzinhos com seus clientes e continuar faturando horrores.
A idéia básica era dizer pros caras "olha, sua marca é tão fodástica e a gente quer tanto trablhar com vocês que eu nem vou cobrar criação, vou ganhar só na comissão de mídia, beleza?"
E assim ficou, tudo beleza pra todo mundo durante um bom tempo até que chegou a tal da internet.
Os custos de mídia caíram, a própria necessidade de mídia passou a ser questionada em muitos casos, o consumidor passou a escolher o que quer ver, interrupção virou um pecado mortal e as agências passaram a viver um dilema: "como é que eu vou faturar se a mídia já não é mais aquela?"
Cobrar pela inteligência das soluções poderia ser um caminho, mas não foram as próprias agências que falaram pro cliente que essas soluções eram custo zero? Como fazer o cliente entender que ele nunca pagou por criação, mas que agora ela passou a valer muito?
O fato é que algumas agências criaram um monstro e agora todos vão passar aperto para alimentá-lo. Aqueles que pensam à frente já estão buscando soluções para essa questão, outros ainda vivem sonhando com a época das vacas gordas e torcendo pra esse negócio de internet não pegar.
O fato é que a grana está rara, a vida está cara e um novo modelo precisa ser pensado. E quanto mais rápido um consenso ou um vislumbre de caminho for encontrado, melhor para todos nós.
Direto na têmpora: Living Room - Tegan and Sarah
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segunda-feira, outubro 19, 2009
Luciana, Juquinha e Henrique
Eu poderia ter dito ao meu amigo Juquinha que tudo vai ficar bem, que a dor passa logo, que amanhã é um novo dia.
Eu poderia ter dito ao meu amigo Juquinha que a Luciana está melhor agora, que cada um tem a sua hora, que a vida tem dessas coisas e que não cabe a nós julgar.
Eu poderia ter dito ao meu amigo Juquinha para seguir em frente, para pensar no Henrique, para lembrar que tem amigos, para agradecer o tempo que passou com a Luciana, que ele ainda é muito jovem, que a vida continua, que o tempo cura tudo.
Eu poderia ter dito milhões de coisas ao meu amigo Juquinha, mas a verdade é que eu sou incapaz de compreender o tamanho da dor que ele está sentindo e o imenso do amor sem lugar com o qual ele vai ter que lidar agora.
O que eu disse ao meu amigo Juquinha foi que estou aqui para ajudar no que ele precisar, mesmo que eu não faça a menor idéia de como eu possa ajudar numa hora dessas.
Eu sei que você lê o pastelzinho de vez em quando, por isso saiba que estou aqui de verdade, Juquinha, e você pode contar comigo.
PS - Esse texto é uma homenagem ao meu amigo Bernardo José Clementino e a seu filho, Henrique e à Luciana, a mulher e mnae que eles perderam.
Direto na têmpora: Secret Meeting - The National
Eu poderia ter dito ao meu amigo Juquinha que a Luciana está melhor agora, que cada um tem a sua hora, que a vida tem dessas coisas e que não cabe a nós julgar.
Eu poderia ter dito ao meu amigo Juquinha para seguir em frente, para pensar no Henrique, para lembrar que tem amigos, para agradecer o tempo que passou com a Luciana, que ele ainda é muito jovem, que a vida continua, que o tempo cura tudo.
Eu poderia ter dito milhões de coisas ao meu amigo Juquinha, mas a verdade é que eu sou incapaz de compreender o tamanho da dor que ele está sentindo e o imenso do amor sem lugar com o qual ele vai ter que lidar agora.
O que eu disse ao meu amigo Juquinha foi que estou aqui para ajudar no que ele precisar, mesmo que eu não faça a menor idéia de como eu possa ajudar numa hora dessas.
Eu sei que você lê o pastelzinho de vez em quando, por isso saiba que estou aqui de verdade, Juquinha, e você pode contar comigo.
PS - Esse texto é uma homenagem ao meu amigo Bernardo José Clementino e a seu filho, Henrique e à Luciana, a mulher e mnae que eles perderam.
Direto na têmpora: Secret Meeting - The National
sexta-feira, outubro 16, 2009
A bela e o brownie
Marcelinho Miranda, o mago que produz os brownies mais perfeitos do planeta, vai se casar amanhã.
Já dei o presente, mas não fiz o cartão. Prometi entregar amanhã, mas vou fazer melhor (ou pior, sei lá), vou deixar minha mensagem para ele e para a sua Luciana aqui.
Gosto demais mesmo do Marcelinho, demais e de graça. E fico felicíssimo que ele resolva se casar.
Aliás, o ato do casamento para mim é sempre bacana. A decisão de juntar a sua vida a outra, desde que seja embuída do desejo verdadeiro de que dure para sempre, nunca cessa de me emocionar.
Obviamente não é o ato do casamento civil ou religioso que me comove (embora eu goste muito da cerimônia), mas a intenção que faz duas pessoas resolverem que são definitivamente melhores e mais felizes juntas.
O Marcelinho e a Luciana decidiram isso. Chegaram à conclusão de que dois é um número muito maior do que a soma das unidades. E quem sou eu para não me emocionar, ficar feliz e torcer muito para que dê certo?
Felicidades para os dois e vai aí o clipe de Monster Love, do Goldfrapp, para vocês entrarem no clima para a festa de amanhã. Parabéns!
Direto na têmpora: You'll never walk alone - Johnny Cash
Já dei o presente, mas não fiz o cartão. Prometi entregar amanhã, mas vou fazer melhor (ou pior, sei lá), vou deixar minha mensagem para ele e para a sua Luciana aqui.
Gosto demais mesmo do Marcelinho, demais e de graça. E fico felicíssimo que ele resolva se casar.
Aliás, o ato do casamento para mim é sempre bacana. A decisão de juntar a sua vida a outra, desde que seja embuída do desejo verdadeiro de que dure para sempre, nunca cessa de me emocionar.
Obviamente não é o ato do casamento civil ou religioso que me comove (embora eu goste muito da cerimônia), mas a intenção que faz duas pessoas resolverem que são definitivamente melhores e mais felizes juntas.
O Marcelinho e a Luciana decidiram isso. Chegaram à conclusão de que dois é um número muito maior do que a soma das unidades. E quem sou eu para não me emocionar, ficar feliz e torcer muito para que dê certo?
Felicidades para os dois e vai aí o clipe de Monster Love, do Goldfrapp, para vocês entrarem no clima para a festa de amanhã. Parabéns!
Direto na têmpora: You'll never walk alone - Johnny Cash
Homens e pais
São homens e também são pais e não carregam no ventre o fruto que é seu e não amamentam no peito o fruto que é seu e não parem das entranhas o fruto que é seu.
São homens e também são pais e se perdem e extraviam de amor enquanto descobrem o mistério de palavras como "zelar", "velar" e "doar-se".
São homens e também são pais e erram com uma fúria e um cuidado que faz-se impossível não o notar.
São homens e também são pais e têm nos olhos todas as dúvidas do mundo a se recairem sobre o próximo passo, o próximo gesto, a próxima palavra.
São homens e também são pais e inadvertida e desastradamente também são, por vezes, deuses.
São homens e também são pais e a cada novo dia e a cada insone noite ousam inventar como sê-lo.
Direto na têmpora: Never mind me - The Mighty Mighty Bosstones
São homens e também são pais e se perdem e extraviam de amor enquanto descobrem o mistério de palavras como "zelar", "velar" e "doar-se".
São homens e também são pais e erram com uma fúria e um cuidado que faz-se impossível não o notar.
São homens e também são pais e têm nos olhos todas as dúvidas do mundo a se recairem sobre o próximo passo, o próximo gesto, a próxima palavra.
São homens e também são pais e inadvertida e desastradamente também são, por vezes, deuses.
São homens e também são pais e a cada novo dia e a cada insone noite ousam inventar como sê-lo.
Direto na têmpora: Never mind me - The Mighty Mighty Bosstones
quinta-feira, outubro 15, 2009
A água e o mundo
Toda noite antes de dormir eu e a Fernanda colocamos a minha Sophia para fazer xixi.
- Faz xixizinho, Sophia.
- Tá duro, papai.
Para ajudá-la, ligo a torneira na esperança de que o som da água corrente motive a petiz a executar a importantíssima função pré-cama. Mal saí de perto da torneira e lá me veio ela com a réplica típica de um membro do Green Peace.
- Tá desperdiçaaaaaaandooooo. A água do mundo tá acabaaaaaaaandoooooo.
Ó Deus, estarei eu, o velho resmungão, o tosco-man, o molambo-chique fadado a criar uma ecochatinha?
Direto na têmpora: El día que me quieras - Carlos Gardel
- Faz xixizinho, Sophia.
- Tá duro, papai.
Para ajudá-la, ligo a torneira na esperança de que o som da água corrente motive a petiz a executar a importantíssima função pré-cama. Mal saí de perto da torneira e lá me veio ela com a réplica típica de um membro do Green Peace.
- Tá desperdiçaaaaaaandooooo. A água do mundo tá acabaaaaaaaandoooooo.
Ó Deus, estarei eu, o velho resmungão, o tosco-man, o molambo-chique fadado a criar uma ecochatinha?
Direto na têmpora: El día que me quieras - Carlos Gardel
quarta-feira, outubro 14, 2009
Passei a noite licitando tu
Eu não tenho uma posição clara sobre a licitação de agências de publicidade para atenderem a contas públicas.
Para mim, o processo licitatório é importantíssimo para qualificar os prestadores de serviço que são pagos com o dinheiro público. Até aí não há discussão. No entanto, a coisa se complica por três questões:
- não são raras as vezes em que processos licitatórios se transvestem de transparentes quando, na verdade servem a interesses diversos;
- a avaliação de uma proposta técnica ou de um portifólio de propaganda é essencialmente subjetiva;
- a comunicação de um projeto político ou administração pública tem o seu quê de atividade de confiança, o que poderia justificar a possibilidade de uma indicação, por exemplo.
Por exemplo, a prefeitura de BH acaba de escolher para atendê-la a Perfil, a Espontânea/MPM (que agora é Populus) e a 18. Não questiono de forma alguma o resultado da licitação e parabenizo as três empresas. São agências que, junto com a TOM, ASA, Lápis Raro e tantas outras já se mostraram eficientes na comunicação de contas públicas.
O resultado se justifica ainda mais se levarmos em conta que, quando a coisa começou a desandar durante as eleições, a Perfil entrou no processo e fez um trabalho altamente elogiável.
Meu ponto é: por que não indicar as agências que já se mostraram da confiança do prefeito, capazes de compreender sua visão e competentes em suas funções para os postos licitados? Por que não dar ao governante o direito de indicar pelo menos uma das agências e licitar as outras contas?
Obviamente a fiscalização do uso das verbas públicas deveria ser correta (aliás, com sempre deveria ser), mas não seria mais justo agir assim do que esperar a coincidência de um processo licitatório com o que já é uma preferência declarada da administração?
É óbvio que essa linha de raciocínio pode levar também à indicação de empresas que venham a favorecer superfaturamento, desvio de verbas ou mesmo pagamentos mensais a certas pessoas. Mas, sejamos sinceros, nos processos licitatórios que existem hoje, não é o que acaba acontecendo em muitos casos?
De qualquer forma, licitações à parte, parabéns mais uma vez à Perfil, à Populus e à 18. Que a confiança da prefeitura seja merecida como eu acho que é e que façam todas um bom trabalho.
PS - Meu amigo Anderson me corrigiu a tempo: quem ganhou a segunda conta da Prefeitura foi a BIG, não a Populus. Sendo assim, parabéns à BIG e me desculpem pela confusão.
Direto na têmpora: Razzmatazz - Pulp
Para mim, o processo licitatório é importantíssimo para qualificar os prestadores de serviço que são pagos com o dinheiro público. Até aí não há discussão. No entanto, a coisa se complica por três questões:
- não são raras as vezes em que processos licitatórios se transvestem de transparentes quando, na verdade servem a interesses diversos;
- a avaliação de uma proposta técnica ou de um portifólio de propaganda é essencialmente subjetiva;
- a comunicação de um projeto político ou administração pública tem o seu quê de atividade de confiança, o que poderia justificar a possibilidade de uma indicação, por exemplo.
Por exemplo, a prefeitura de BH acaba de escolher para atendê-la a Perfil, a Espontânea/MPM (que agora é Populus) e a 18. Não questiono de forma alguma o resultado da licitação e parabenizo as três empresas. São agências que, junto com a TOM, ASA, Lápis Raro e tantas outras já se mostraram eficientes na comunicação de contas públicas.
O resultado se justifica ainda mais se levarmos em conta que, quando a coisa começou a desandar durante as eleições, a Perfil entrou no processo e fez um trabalho altamente elogiável.
Meu ponto é: por que não indicar as agências que já se mostraram da confiança do prefeito, capazes de compreender sua visão e competentes em suas funções para os postos licitados? Por que não dar ao governante o direito de indicar pelo menos uma das agências e licitar as outras contas?
Obviamente a fiscalização do uso das verbas públicas deveria ser correta (aliás, com sempre deveria ser), mas não seria mais justo agir assim do que esperar a coincidência de um processo licitatório com o que já é uma preferência declarada da administração?
É óbvio que essa linha de raciocínio pode levar também à indicação de empresas que venham a favorecer superfaturamento, desvio de verbas ou mesmo pagamentos mensais a certas pessoas. Mas, sejamos sinceros, nos processos licitatórios que existem hoje, não é o que acaba acontecendo em muitos casos?
De qualquer forma, licitações à parte, parabéns mais uma vez à Perfil, à Populus e à 18. Que a confiança da prefeitura seja merecida como eu acho que é e que façam todas um bom trabalho.
PS - Meu amigo Anderson me corrigiu a tempo: quem ganhou a segunda conta da Prefeitura foi a BIG, não a Populus. Sendo assim, parabéns à BIG e me desculpem pela confusão.
Direto na têmpora: Razzmatazz - Pulp
terça-feira, outubro 13, 2009
Mais um suicídio das sereias
Segue a imagem 2 da série "O Suicídio das Sereias".
Direto na têmpora: A Face In The Crowd - Tom Petty
Direto na têmpora: A Face In The Crowd - Tom Petty
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literatura,
Rogério Fernandes,
suicídio das sereias
Muitas formas de ócio
Se trabalho fosse bom, a gente é que pagaria pra fazer. Claro que é possível (e desejável e bacana) ter satisfação no trabalho, mas uma certeza ninguém me tira: se me pagassem X reais para usar meu tempo como bem entendesse ou 2X reais para trabalhar, eu escolheria sempre a opção X reais.
Tá certo, eu sou um velho resmungão e isso vai se refletir em qualquer tipo de vida que eu leve, imagino eu, mas só de pensar em um dia que contenha a leitura de "No Coração das Trevas" (que comecei ontem), uma ida ao cinema, um momento na piscina com a Sophia, um tempinho só pra mim e pra Fernanda e ainda a possibildiade de escrever alguma coisinha para crianças ou mesmo uma bobagem qualquer sobre qualquer coisa eu fico feliz.
Pode ser que eu sentisse falta de uma rotina ou mesmo de conviver em um ambiente profissional. Pode ser que um dia eu fosse chegar à conclusão de que X reais já não eram suficientes e me arrependeria. Pode ser, mas sinceramente, eu acho difícil pra caramba.
Direto na têmpora: The Emperor's New Clothes - Sinead O'Connor
Tá certo, eu sou um velho resmungão e isso vai se refletir em qualquer tipo de vida que eu leve, imagino eu, mas só de pensar em um dia que contenha a leitura de "No Coração das Trevas" (que comecei ontem), uma ida ao cinema, um momento na piscina com a Sophia, um tempinho só pra mim e pra Fernanda e ainda a possibildiade de escrever alguma coisinha para crianças ou mesmo uma bobagem qualquer sobre qualquer coisa eu fico feliz.
Pode ser que eu sentisse falta de uma rotina ou mesmo de conviver em um ambiente profissional. Pode ser que um dia eu fosse chegar à conclusão de que X reais já não eram suficientes e me arrependeria. Pode ser, mas sinceramente, eu acho difícil pra caramba.
Direto na têmpora: The Emperor's New Clothes - Sinead O'Connor
sexta-feira, outubro 09, 2009
Geração TV
Se você ama tv, filmes e séries como eu, vai ser impossível não pirar com este vídeo. Bom feriado, amiguinhos.
Direto na têmpora: Porto Solidão - Jessé
Direto na têmpora: Porto Solidão - Jessé
O suicídio das sereias
Eu e Rogério Fernandes temos uma série temática que surgiu de uma idéia dele sobre sereias que se suicidam.
O que ele estava pensando quando chegou nessa proposta eu não sei, mas compartilho com vocês a primeira peça da série que já tem três "episódios". Como sempre, texto meu e ilustração do Rogério.
Direto na têmpora: Departure - Crystal Stilts
O que ele estava pensando quando chegou nessa proposta eu não sei, mas compartilho com vocês a primeira peça da série que já tem três "episódios". Como sempre, texto meu e ilustração do Rogério.
Direto na têmpora: Departure - Crystal Stilts
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Rogério Fernandes,
suicídio das sereias
Falta de tempo
Antes a gente reclamava que não tinha tempo de fazer tudo o que gostava.
Depois, passamos a reclamar por não ter tempo para fazer pelo menos algumas das coisas de que gostávamos.
A sequência foi reclamar de que faltava tempo para fazer o que precisávamos.
Ou nós estamos inventando coisas demais para fazer ou o dia deve estar com no máximo 16 horas faz tempo.
Bom feriado e bom proveito. Se der tempo, faça as pazes com o tempo e volte a fazer o que gosta pelo menos um dia inteiro.
Esse negócio de alma é muito sério para se encher só com deveres.
Direto na têmpora: Unity - Reel Big Fish
Depois, passamos a reclamar por não ter tempo para fazer pelo menos algumas das coisas de que gostávamos.
A sequência foi reclamar de que faltava tempo para fazer o que precisávamos.
Ou nós estamos inventando coisas demais para fazer ou o dia deve estar com no máximo 16 horas faz tempo.
Bom feriado e bom proveito. Se der tempo, faça as pazes com o tempo e volte a fazer o que gosta pelo menos um dia inteiro.
Esse negócio de alma é muito sério para se encher só com deveres.
Direto na têmpora: Unity - Reel Big Fish
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quinta-feira, outubro 08, 2009
Derretendo todo
Indo pro Clic eu resolvi imitar uma bruxa para entreter a Sophia:
- Hihihihihi... eu vou fazer um feitiço terrível e você vai ter que me amar pra sempre... hahahahahaha!
- Não pode, papai!
Eu, ainda fazendo voz de bruxa aterrorizante, perguntei ameaçadoramente.
- Por que não pode?
- Porque eu já amo.
E lá vim eu, todo derretido pro trabalho.
Direto na têmpora: Big Country - Bela Fleck and the Flecktones
- Hihihihihi... eu vou fazer um feitiço terrível e você vai ter que me amar pra sempre... hahahahahaha!
- Não pode, papai!
Eu, ainda fazendo voz de bruxa aterrorizante, perguntei ameaçadoramente.
- Por que não pode?
- Porque eu já amo.
E lá vim eu, todo derretido pro trabalho.
Direto na têmpora: Big Country - Bela Fleck and the Flecktones
Posso ajudar?
- Bom dia, Seu Otávio.
- Bom dia, dona Neuza, tudo jóia?
- Tudo bom. Quer dizer, tem um probleminha que eu queria ver com o senhor.
- Claro, pode falar, Dona Neuza.
- É que outro dia eu comprei um sabão em pó aqui no seu mercadinho e não deu muito certo.
- O que foi que aconteceu?
- É que na propaganda eles falam que esse sabão lava mais branco e eu lavei todas as roupas lá de casa com ele, fiz tudo direitinho, mas a roupa não ficou nem um pouquinho mais branca do que já era com o outro sabão. Olha e eu perguntei pra todo mundo lá de casa e ninguém achou mais branco, não fui só eu não.
- É que isso é propaganda, Dona Neuza, não é assim, verdade, verdade mesmo, entendeu?
- Olha, Seu Otávio, pra mim "mais branco" é "mais branco", mas o que eu queria ver com o senhor era se eu posso trocar pelo antigo mesmo, sabe? Ele é mais barato e faz a mesma coisa, então não vale a pena eu ficar com esse.
- Mas a senhora já não abriu o pacote, Dona Neuza?
- Abri.
E aí o Seu Otávio lembrou do que pai sempre lhe disse sobre atender com gentileza, olhou para a cliente tão antiga na sua frente, sorriu e respondeu.
- Tá certo, Dona Neuza, esse eu não posso trocar, mas vou fazer o seguinte: na próxima compra eu dou a diferença do preço dos dois de desconto pra senhora, tá bom?
E manteve a cliente. Ser publicitário às vezes é osso.
Direto na têmpora: Can I Stay - Ray LaMontagne
- Bom dia, dona Neuza, tudo jóia?
- Tudo bom. Quer dizer, tem um probleminha que eu queria ver com o senhor.
- Claro, pode falar, Dona Neuza.
- É que outro dia eu comprei um sabão em pó aqui no seu mercadinho e não deu muito certo.
- O que foi que aconteceu?
- É que na propaganda eles falam que esse sabão lava mais branco e eu lavei todas as roupas lá de casa com ele, fiz tudo direitinho, mas a roupa não ficou nem um pouquinho mais branca do que já era com o outro sabão. Olha e eu perguntei pra todo mundo lá de casa e ninguém achou mais branco, não fui só eu não.
- É que isso é propaganda, Dona Neuza, não é assim, verdade, verdade mesmo, entendeu?
- Olha, Seu Otávio, pra mim "mais branco" é "mais branco", mas o que eu queria ver com o senhor era se eu posso trocar pelo antigo mesmo, sabe? Ele é mais barato e faz a mesma coisa, então não vale a pena eu ficar com esse.
- Mas a senhora já não abriu o pacote, Dona Neuza?
- Abri.
E aí o Seu Otávio lembrou do que pai sempre lhe disse sobre atender com gentileza, olhou para a cliente tão antiga na sua frente, sorriu e respondeu.
- Tá certo, Dona Neuza, esse eu não posso trocar, mas vou fazer o seguinte: na próxima compra eu dou a diferença do preço dos dois de desconto pra senhora, tá bom?
E manteve a cliente. Ser publicitário às vezes é osso.
Direto na têmpora: Can I Stay - Ray LaMontagne
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casos
quarta-feira, outubro 07, 2009
Para a minha Sophia, que adora o vento nos cabelos e no rosto
Opa, chegou o vento, Sophia
Deixa esse vento entrar
Deixa brincar nos cabelos, menina
Deixa ele te ventar
O vento é nosso amigo, Sophia
E quanto te vê, sorri
E se ocê sorrir pro vento, menina
Ele nunca mais sai daqui
Se o vento não existisse, Sophia
Pra nos seus cabelos soprar
Eu ia falar com Deus, ó menina
Pra Ele o vento inventar
Direto na têmpora: It could be sweet - Portishead
Deixa esse vento entrar
Deixa brincar nos cabelos, menina
Deixa ele te ventar
O vento é nosso amigo, Sophia
E quanto te vê, sorri
E se ocê sorrir pro vento, menina
Ele nunca mais sai daqui
Se o vento não existisse, Sophia
Pra nos seus cabelos soprar
Eu ia falar com Deus, ó menina
Pra Ele o vento inventar
Direto na têmpora: It could be sweet - Portishead
Flanelinhas na mira
Eu sou um velho resmungão e eu odeio flanelinhas. Quando um flanelinha argumenta que está trabalhando e tentando ganhar seu dinheiro honestamente ele esquece que "extorsão" não é exatamente uma prática recoberta de lisura.
Flanelinhas utilizam a ameaça velada (e às vezes nem tão velada assim) para ganhar o seu dinheiro e, para mim, qualquer um que utilize o medo do outro a seu favor não merece crédito ou respeito.
Existem flanelinhas gente boa? Sim, da mesma forma que não é raro ver sequestrados elogiando o sequestrador gente boa. Colocando o crime e a violência de lado, a vítima pode até mesmo chegar a considerá-los como amigos.
Isso é resultado do excesso de carros, da ausência de estacionamentos, do Faixa Azul, do desemprego, do mau planejamento da cidade? Não sei, só sei que a coisa saiu de controle e piora a cada dia.
Agora, lendo a manchete no jornal que diz que a PM está combatendo os flanelinhas, não consigo acreditar que algo vá mudar (eu sou um velho resmungão, não se esqueça). Talvez os flanelinhas tenham vindo para ficar, assim como os despachantes de passaporte, que também utilizam a ineficiência ou precariedade de uma situação para "arranjar as coisas mais rapidinho".
Enfim, eu torço por um mundo sem flanelinhas, assim como eu torço por um mundo sem exame de próstata, mas acho sinceramente que nenhum dos dois vai se tornar realidade. Pelo menos não enquanto eu estiver vivo.
Direto na têmpora: She Don't Use Jelly - The Flaming Lips
Flanelinhas utilizam a ameaça velada (e às vezes nem tão velada assim) para ganhar o seu dinheiro e, para mim, qualquer um que utilize o medo do outro a seu favor não merece crédito ou respeito.
Existem flanelinhas gente boa? Sim, da mesma forma que não é raro ver sequestrados elogiando o sequestrador gente boa. Colocando o crime e a violência de lado, a vítima pode até mesmo chegar a considerá-los como amigos.
Isso é resultado do excesso de carros, da ausência de estacionamentos, do Faixa Azul, do desemprego, do mau planejamento da cidade? Não sei, só sei que a coisa saiu de controle e piora a cada dia.
Agora, lendo a manchete no jornal que diz que a PM está combatendo os flanelinhas, não consigo acreditar que algo vá mudar (eu sou um velho resmungão, não se esqueça). Talvez os flanelinhas tenham vindo para ficar, assim como os despachantes de passaporte, que também utilizam a ineficiência ou precariedade de uma situação para "arranjar as coisas mais rapidinho".
Enfim, eu torço por um mundo sem flanelinhas, assim como eu torço por um mundo sem exame de próstata, mas acho sinceramente que nenhum dos dois vai se tornar realidade. Pelo menos não enquanto eu estiver vivo.
Direto na têmpora: She Don't Use Jelly - The Flaming Lips
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terça-feira, outubro 06, 2009
The man who wasn't there
Há um poema de Hughes Mearns chamado Antigonish (1899), que é pra mim a tradução mais perfeita da paranóia.
As I was going up the stair
I met a man who wasn't there!
He wasn't there again today!
I wish, I wish he'd stay away!
Não é raro a gente deixar de fazer as coisas por um problema que não existe; se esconder atrás da cômoda por um medo que não tem fundamento (poucos têm); se afastar de pessoas que, imaginamos, sentem por nós algo diferente do que gostaríamos que elas sentissem.
Amamos termos como "prevenido", "cauteloso" e "precavido" e colocamos "caótico" ou "imprevisível" na lista dos palavrões.
Já não subimos a escada por pavor do homem que não está lá. E ficamos aqui, na quietude da velha sala de estar, só esperando que ele vá embora.
Diabos, como nós somos cagões.
Direto na têmpora: Destination Unknown - Missing Persons
As I was going up the stair
I met a man who wasn't there!
He wasn't there again today!
I wish, I wish he'd stay away!
Não é raro a gente deixar de fazer as coisas por um problema que não existe; se esconder atrás da cômoda por um medo que não tem fundamento (poucos têm); se afastar de pessoas que, imaginamos, sentem por nós algo diferente do que gostaríamos que elas sentissem.
Amamos termos como "prevenido", "cauteloso" e "precavido" e colocamos "caótico" ou "imprevisível" na lista dos palavrões.
Já não subimos a escada por pavor do homem que não está lá. E ficamos aqui, na quietude da velha sala de estar, só esperando que ele vá embora.
Diabos, como nós somos cagões.
Direto na têmpora: Destination Unknown - Missing Persons
segunda-feira, outubro 05, 2009
Pizza e brigadeiro
Mais um trabalho meu e do Rogério Fernandes que não saiu. Mas, quem sabe, ainda pode sair, uai.
Brigadeiro de Colher
O que é que tem nesse tal brigadeiro
Que deixa a gente feliz só com o cheiro?
Será que é algo que vem no confeito
Que faz esse doce ficar tão perfeito
Que se a gente quer parar de comer não tem jeito?
Não sei o que tem nesse tal brigadeiro
Que só de olhar fico bobo inteiro
Mas sei que pra mim, de janeiro a janeiro
Esse docinho está sempre em primeiro
Minipizza
Entre todas as comidas, tem uma sem nenhum preconceito
Que aceita quase tudo e que se faz de todo jeito
Pode ter azeitona, pode ter ovo, pode ter presunto
Tudo isso separado ou até mesmo tudo junto
Pode ter aliche, pode ter rúcula, pode ter calabresa
E se tiver bastante queijo, fica mesmo uma beleza
Pode ter milho verde, tomate e catupiry
Pode ter lombinho, cebola ou abacaxi
Pode ser do jeito que você imaginar
No forno de pedra, no de lenha ou no de casa, é só colocar pra assar
Quem quiser, usa o garfo, quem preferir usa a mão
Mas se você não gosta de pizza, não é bom da cabeça, não
Direto na têmpora: Consequence Free - Great Big Sea
Brigadeiro de Colher
O que é que tem nesse tal brigadeiro
Que deixa a gente feliz só com o cheiro?
Será que é algo que vem no confeito
Que faz esse doce ficar tão perfeito
Que se a gente quer parar de comer não tem jeito?
Não sei o que tem nesse tal brigadeiro
Que só de olhar fico bobo inteiro
Mas sei que pra mim, de janeiro a janeiro
Esse docinho está sempre em primeiro
Minipizza
Entre todas as comidas, tem uma sem nenhum preconceito
Que aceita quase tudo e que se faz de todo jeito
Pode ter azeitona, pode ter ovo, pode ter presunto
Tudo isso separado ou até mesmo tudo junto
Pode ter aliche, pode ter rúcula, pode ter calabresa
E se tiver bastante queijo, fica mesmo uma beleza
Pode ter milho verde, tomate e catupiry
Pode ter lombinho, cebola ou abacaxi
Pode ser do jeito que você imaginar
No forno de pedra, no de lenha ou no de casa, é só colocar pra assar
Quem quiser, usa o garfo, quem preferir usa a mão
Mas se você não gosta de pizza, não é bom da cabeça, não
Direto na têmpora: Consequence Free - Great Big Sea
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Rogério Fernandes
Dose dupla de Sophia
- Quer ir com a gente assistir a orquestra na Praça JK, Severiano?
- Vai ser a Sinfônica?
- Não, a Filarmônica.
E Sophia, toda curiosa:
- E Turma da Mônica?
-//-
- Sophia, você sabe que a Aurora vai ser afilhadinha do papai?
E ela, fazendo cara de magoada.
- Não, só eu que sou sua filhotinha.
Sophia, Valentina, Imila e Luana Jacques em sábado descontraído. Eita.
Direto na têmpora: TNT - AC/DC
- Vai ser a Sinfônica?
- Não, a Filarmônica.
E Sophia, toda curiosa:
- E Turma da Mônica?
-//-
- Sophia, você sabe que a Aurora vai ser afilhadinha do papai?
E ela, fazendo cara de magoada.
- Não, só eu que sou sua filhotinha.
Sophia, Valentina, Imila e Luana Jacques em sábado descontraído. Eita.
Direto na têmpora: TNT - AC/DC
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sexta-feira, outubro 02, 2009
Compadrito
Faz uma semana que meu amigo Rogério Fernandes e sua querida Tetê me convidaram para ser padrinho da Aurora.
Fiquei emocionado e não sei como agradecer aos dois. Sendo assim, coloco uma foto da minha nova afilhadinha e peço que Deus dê saúde e muita alegria aos meus compadres e sua família.
E se sobrar um pouco de sabedoria pra que eu seja um bom padrinho, pode mandar também.
Direto na têmpora: Hope for the Hopeless - A Fine Frenzy
Fiquei emocionado e não sei como agradecer aos dois. Sendo assim, coloco uma foto da minha nova afilhadinha e peço que Deus dê saúde e muita alegria aos meus compadres e sua família.
E se sobrar um pouco de sabedoria pra que eu seja um bom padrinho, pode mandar também.
Direto na têmpora: Hope for the Hopeless - A Fine Frenzy
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amigos,
Rogério Fernandes
quinta-feira, outubro 01, 2009
Complexo de Jô
Hoje eu comentei no twitter sobre o Complexo de Jô, em que não importa qual seja o convidado, a entrevista é sempre sobre o apresentador.
Pois bem, o Complexo de Jô chegou nas redes sociais e parece que não vai sair tão cedo. Na verdade este é um efeito colateral do meio, que amplifica a voz de todos, mas principalmente daqueles que adoram ouvir a própria voz.
Eu não posso negar que seja um caso de Complexo de Jô, mas procuro sempre falar de outras coisas, repassar opiniões alheias, matérias interessantes que nada tenham a ver comigo. Não sei se consigo sempre, mas tento.
Acho que quando as pessoas reclamam desse grande palco de autoassunto que podem ser as redes sociais, não perceberam que eles não criam personalidades. Podem até revelar o que estava escondido (ou enrustido), mas não transformam água em vinho.
E pra falar a verdade, se estamos na era da afinidade, é dizendo o que gostamos e ouvindo do que os outros gostam que vamos criando relações e ampliando horizontes e conexões.
Resumindo, tá tudo certo. Mas que o Jô é chato, é.
Direto na têmpora: Walkin' On The Sun - Smash Mouth
Pois bem, o Complexo de Jô chegou nas redes sociais e parece que não vai sair tão cedo. Na verdade este é um efeito colateral do meio, que amplifica a voz de todos, mas principalmente daqueles que adoram ouvir a própria voz.
Eu não posso negar que seja um caso de Complexo de Jô, mas procuro sempre falar de outras coisas, repassar opiniões alheias, matérias interessantes que nada tenham a ver comigo. Não sei se consigo sempre, mas tento.
Acho que quando as pessoas reclamam desse grande palco de autoassunto que podem ser as redes sociais, não perceberam que eles não criam personalidades. Podem até revelar o que estava escondido (ou enrustido), mas não transformam água em vinho.
E pra falar a verdade, se estamos na era da afinidade, é dizendo o que gostamos e ouvindo do que os outros gostam que vamos criando relações e ampliando horizontes e conexões.
Resumindo, tá tudo certo. Mas que o Jô é chato, é.
Direto na têmpora: Walkin' On The Sun - Smash Mouth
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