sexta-feira, julho 31, 2009

Preferido

Fernanda e Sophia ontem à noite.

- Sophia, vamos tomar banho com a mamãe?

- Não, eu quero tomar com o papai porque ele é o meu preferido.

- Ah, é? Então quando você me chamar de noite eu não vou não, viu?

- Não, mamãe, eu gosto muito de você também, tá?

Enquanto isso, o "Preferido" fica quietinho, só olhando e torcendo pra não sobrar pra ele.




Direto na têmpora: Why can't we be friends - Smash Mouth

Isso é que é presente

Outro dia ouvi um spot da Dadalto bem cuidadinho, corretinho, que começa mais ou menos assim:

"Eu adoro o Dia dos Pais. Ano passado eu ganhei uma cueca, um par de meias e uma gravata. No ano anterior também. Poxa, será que eles acham que eu coleciono esses coisas?"

Até aí tudo bem, não é genial, mas também não expõe ao ridículo. O problema é que, após criar na gente a expectativa de um puta presente para os pais, entra a oferta:

"Piso em cerâmica por apenas xxxx o metro quadrado. E você ainda ganha a argamassa."

Com todo o respeito à agência e ao cliente, acredito que em 99,9% dos casos o seu pai vai preferir uma cueca do que alguns metros de piso em cerâmica e argamassa.

Mas, é claro, esse sou eu. E eu venho de uma família muito tradicionalista.




Direto na têmpora: I'm a Broken Heart - The Bird & The Bee

quinta-feira, julho 30, 2009

Genética

É óbvio que eu amo a Fernanda, mas confesso que, ao casar com ela, eu tinha segundas intenções.

Sabendo que qualquer filho meu poderia ser horroroso se dependesse de mim, busquei logo uma mulher que pudesse evitar a catástrofe genética que fatalmente aguardaria qualquer rebento meu.

Foi batata, Sophia nasceu linda e a cara da mãe. Se vocês acham que apenas eu faço isso, precisam conhecer as filhas de alguns ídolos da música.


Cliff Williams do AC/DC e sua filha.



Rod Stewart e sua filha.



Keith Richards e sua filha.



Bob Geldof e sua filha.



Phil Collins e sua filha.




Direto na têmpora: Donald in the bushes with a bag of glue - Ballboy

Maravilhas gastronômicas de Sophia

- Papai, mamãe, eu vou fazer o jantar pra vocês, tá?

- Oba, o que é que vai ter, Sophia?

- Ó, o que é que vocês não querem no prato? Tem arroz, feijão, carninha, cenoura, macarrão, abóbora, peixinho e catarro.

- Catarro? Tá doida, Sophia? Eu não quero catarro no prato, não.

- Então tá bom, eu vou misturar direitinho pra vocês não verem que tem, tá?

Lembrem-me de nunca, em hipótese nenhuma, deixar a Sophia preparar qualquer tipo de alimento pra mim, ok?




Direto na têmpora: Fell in love with a girl - The White Stripes

quarta-feira, julho 29, 2009

Arrependimento

Eu me arrependo de muito do que fiz e de mais coisas ainda que não fiz na minha vida.

Eu me arrependo de ter perdido a paciência com a minha Sophia tantas vezes.

Eu me arrependo de não ter comprado um lote em Nova Lima quando tive dinheiro.

Eu me arrependo de 99% das discussões que tive com amigos.

Eu me arrependo de ter ficado de mau humor em Paris com a Fernanda na minha única viagem para a Europa.

Eu me arrependo de não ter ido ao enterro do meu Tio João.

Eu me arrependo de não ter jogado squash com o Gui antes de ele morrer.

Eu me arrependo de não ligar para meus amigos tanto quanto gostaria.

Eu me arrependo de não ter dado o máximo de mim em alguns lugares que trabalhei.

Eu me arrependo de ter me esforçado demais em outros lugares que trabalhei.

Eu me arrependo de ter estado interessado pelas coisas erradas por tanto tempo.

Eu me arrependo de ficar muito tempo sem ver minha avó e de ter ido só três vezes à Venezuela quando meus pais moravam lá.

Eu me arrependo de muitas palavras, de milhares de gestos, de centenas de decisões e das infinitas vezes em que tratei as pessoas com menos atenção do que elas mereciam.

O engraçado, ao final de tudo, é que olho para onde estou hoje, com família, amigos e trabalho que me dão muito mais do que eu mereço e vejo que mesmo me arrependendo de tantas coisas, ainda assim tudo deu certo.

E se deu certo, que o arrependimento sirva como guia para o que vem, mas nunca como peso sobre o que houve.

Mesmo com tanto para mudar, não mudaria nada.




Direto na têmpora: Five String Serenade - Mazzy Star

terça-feira, julho 28, 2009

Dois coelhos com uma cajadada

Hora do lanche, Revisor e Redator travam um curto diálogo:

- Redator, desculpe perguntar, mas quantos anos você tem?

- 37.

- Mesmo? Achei que você tinha mais.

- ...

- Não, não é porque você aparenta não, mas como você já trabalhou com a Diretora de Arte, aí eu achei que você fosse bem mais velho.

Em tempo, o anonimato dos personagens deste caso verídico foi solicitado por um dos três envolvidos, adivinha qual?




Direto na têmpora: Psycho Killer - Cage the Elephant

Conto de fadas a la Sophia

Minha Sophia é apaixonada por um coleguinha de sala chamado Tomás. Aliás, só ela não. Uma de suas melhores amigas, a Luana Jacques, também tem uma queda pelo Don Tomasino.

Até aí tudo bem, mas um dia desses a minha Sophia pediu uma historinha pra dormir e eu, com preguiça de ler algum livrinho, inventei uma história da Princesa dos Cachinhos e contei pra ela. Ela gostou, achou legal e pediu:

- Papai, conta outra história da Princesa dos Cachinhos? Mas tem que ter um príncipe chamado Tomás e uma bruxa chamada Luana Jacques, tá bom?

É, tenho pena de quem for namorar essa Sophia aí.


Da esq. para a dir.: Luana Jacques, o galã Tomás e a possessiva Sophia.




Direto na têmpora: Waiting room - Fugazi

Pequeno Tratado sobre o Preconceito

10 tipos de pessoa que eu odeio completamente sem ao menos conhecer:

1) Gente que tem adesivo "Sou Chicleteiro" no carro.

2) Mulheres que usam bota branca de cano alto (via Dri Machado).

3) Donos de carro com pintura fosca (adesivo, plotter, sei lá que porra é aquela).

4) Qualquer um que diga Harebaba mais de uma vez por dia.

5) Fãs radicais de Caetano Veloso, Los Hermanos e Raul Seixas.

6) Pessoas com mais de 13 anos que digam "doidimais, véi".

7) Manifestantes que ocupam a Praça Sete / Praça da Liberdade, independente da causa.

8) Indivíduos que pronunciam o número 12 como "douze".

9) Criaturas que fazem aspas com os dedinhos.

10) "Amigões" que cospem ao falar e cumprimentam com tapões na linha de cintura.




Direto na têmpora: Black burning heart - Keane

segunda-feira, julho 27, 2009

Turma do Porquinho na versão sênior

Eu adoro o fato da minha Sophia estudar no Clic. É uma indicação que faço para quaisquer pais de crianças pequenas, sem medo de errar.

Só que ao longo desse ano, o Clic vem me proporcionando uma coisa que vai além da alegria de ter uma filha estudando ali: novos amigos.

Cinemas, teatrinhos, visitas à casa dos coleguinhas, parques de diversão e viagens em família aproximaram os pais da Turma do Porquinho a um ponto em que levar as crianças para brincarem juntas vira apenas um pretexto para que a gente se veja.

Neste último final de semana, fomos 8 famílias que se conheceram através do Clic para um sítio em Lagoa Santa e só posso dizer que se eu pudesse, voltaria pra lá sexta que vem. A Marli e a Silmara cuidaram da gente como se fôssemos realeza e isso foi só o começo.

Foram muitas risadas, muita conversa fiada, muita carne e muita cerveja, tudo isso regado ao prazer de ver Sophia, Luana Jacques, Juju Bernardi, Aninha (e Felipe), Imila, Lelê (e Luiza), Tomás e Valentina brincando o tempo todo com pouquíssimas discussões, birras ou contusões.

Fora isso, é sensacional conversar com o Alexandre que, apesar do título de Garota Piscina Mackenzie em 95 e de levantar 200 kg de supino, continua um cara de coração enorme e de um bom humor a toda prova.

O Toninho, com quem retomei um contato que se iniciou há mais de 10 anos e que continua o mal humorado mais divertido do planeta, além de ter medo de apenas 3 coisas: exame de próstata, Latino e soluço.

O Renatinho que, além de ter nos apresentado o sítio, compensa o fato de ser cruzeirense com uma simpatia e uma capacidade de receber bem que superam qualquer expectativa e tornam impossível não gostar dele. Além de ser mestre churrasqueiro, é claro.

O Martín, que consegue reverter qualquer preconceito que se possa ter contra os argentinos, que é capaz de fazer o melhor Chimichurri do mundo, que arrebenta no churrasco e que é papo bom sóbrio ou tonto, de manhã ou de noite.

O Ronnie, de quem eu já vi show na época do Ataque Epilético mas não sabia que era ele, que inventou o melhor apelido que uma esposa pode ter e que consegue rir e fazer rir de qualquer tema, sempre sendo ácido, mas nunca com mau gosto.

O Tiago, que chegou depois, entrou mudo e quase saiu calado (mas quando falou, falou bem) e disputou cabeça a cabeça o Troféu "Bunda na Cadeira" com o Alexandre e o Ronnie.

Além deles, as meninas adultas arrebentaram. A monitora de aventuras noturnas Adriana e seu "uniforme" de porquinho; a Juliana que levou e fez arte com a meninada (no melhor sentido); a Renata Jacques que fez o possível e o impossível para defender o indefensável (o marido, claro); a Renata Lazzeri que usou pijama de caveira e abalou na festinha; a Lu que está sempre rindo e que mostra que os humores opostos se atraem; a Marta que consegue a façanha de ser uma presença sempre constante e nunca impositiva; a Luana que coloca o sorriso em primeiro lugar mesmo quando fala muito sério. Iso sem falar, é claro, na minha Fer que vai direto pro céu, tadinha.

Lógico que faltaram muitos pais e muitos filhos, mas aí é questão de espaço e infelizmente não cabe todo mundo. Resumindo, foi um senhor final de semana. E que não tenha sido o último.




Direto na têmpora: We Could Send Letters - Aztec Camera

Para publicitários

Se você é publicitário, vai aí uma boa dica de curso com a Guega Rocha sobre Brief Criativo. Se você é atendimento ou planejamento, não é uma dica, é quase uma convocação.






Direto na têmpora: Dive - Bauhaus

sexta-feira, julho 24, 2009

Rave wedding

Ok, essa é a única maneira de me convencerem a deixar que a Sophia se case antes dos 42 anos. Mesmo assim, a música tem que ser "Papa's got a brand new bag" e eu entro dançando na frente.



É um pouco mais animado que a Marcha Nupcial, né?


PS - Eu coloquei esse filme no twitter ontem, mas se você ainda não viu, vale a pena mesmo.




Direto na têmpora: Solid Gone - Madness

quinta-feira, julho 23, 2009

O muro

Chega sempre a hora em que o homem comum percebe que não vai ser o melhor do mundo em nada. Na verdade, é mais ou menos a mesma hora em que ele percebe que não vai ser sequer o melhor do seu próprio emprego.

Chega sempre essa hora em que o homem percebe que não está emagrecendo, que não está ficando mais novo, que não vai ganhar músculos, conquistar montanhas ou quebrar barreiras.

Não existe hora mais frágil do que o momento de perceber-se incompleto em sua missão (e há alguma missão nessa vida?) e ainda assim saber que há um longo caminho a seguir.

Nessa exata e já dita hora acontecem dois tipos de homem. Os que se resumem em concha e já não vivem, apenas seguem contando os dias e esperando o encontro terrível que nos aguarda a todos.

Há no entanto um outro tipo de homem que, diante dessa consciência recém-adquirida de que irremediavelmente falhou, escolhe reinventar-se. É seu direito e sua nova empreitada para os dias que lhe restam.

Vai aprender uma língua ou ensinar um ofício, reavivar antigos amigos ou dizer velhas verdades na cara, vai desfazer-se do que não usa e redescobrir sua família.

Somente diante do muro reconhecemos que homens somos. O muro é na verdade um espelho.




Direto na têmpora: Pour some sugar on me - Def Leppard

Cuti-cuti ti toisinha maizilinda, zenti

Ok, eu sou fã de cães. Ok, eu curto lobos (vide minha paixão por Mogli e O Livro das Selvas). Ok, esse vídeo é a coisinha mais fofa.



Vou comprar um filhotinho de lobo pra Sophia e pronto.




Direto na têmpora: Such Great Heights - The Postal Service

quarta-feira, julho 22, 2009

Sua senhora? Senhora deles?

Quem vive, já viveu ou já passeou por Belo Horizonte provavelmente já passou pela Avenida Nossa Senhora do Carmo. Agora, isso não vai mais se repetir, porque a Avenida Nossa Senhora do Carmo como a conhecíamos deixou de existir.

Por algum motivo que minha mente simplória não compreende completamente, a avenida agora é denominada Senhora do Carmo. Tiraram o Nossa. Bom, eu não sou um católico fervoroso, mas imagino que isso vá desagradar alguns mais religiosos.

Na verdade, além do simples fato de eu ser um velho resmungão, o que me incomoda é a forma como a mudança foi feita. Ninguém avisou. Não houve uma campanha pra dizer: "A avenida Nossa Senhora do Carmo agora é Senhora do Carmo. Ficou mais curto e melhor pra você."

Não, nada disso, começaram a fazer uma obra por ali, trocaram as placas de sinalização e fizeram toda a campanha dizendo que a Senhora do Carmo está mudando e tal. O imbecil aqui ficou tentando descobrir onde ficava essa avenida até que vi as placas e entendi que o nome mudou.

As dúvidas que ficam para mim são muitas: a Nossa Senhora de Fátima vai virar Senhora de Fátima também? A Consul Antônio Caddar vai virar Antônio Caddar? O motivo é só ficar mais curto ou tem alguma outra razão mais lógica?

Só sei que a mudança me irritou. Até porque, toda vez que ouço avenida Senhora do Carmo, só consigo pensar na Senhora do Destino. Diabos.




Direto na têmpora: May the living be dead - Flogging Molly

terça-feira, julho 21, 2009

Calva

Festa pra comemorar os 39 anos de casados dos meus pais, apenas família mesmo e uma amiga da minha mãe que não me via há algum tempo pergunta:

- Maurilo, você tá ficando careca?

- Pois é, Michelle, na verdade tô até resistindo bastante, viu? Mas não duro muito não.


Sophia ficou olhando aquilo e, logo depois, veio se chegando pro meu lado, subiu no meu colo, passou a mão nos meus cabelos e disse toda carinhosa:

- Meu carequinha lindo!





Direto na têmpora: Tous les garçons et les filles - Dresden Dolls

CEP errado

Eu amava Ipatinga, eu curti Curitiba, eu adoro Belo Horizonte. Três lugares em que eu vivi (Curitiba muito rapidamente) e que me fazem sentir privilegiado pelas experiências que tive e pelas pessoas que conheci.

Só tem uma coisinha. Quando eu entro no Clic e vejo as berinjelas começando a nascer, o pé de tomates carregado e as cenourinhas coroando a terra de alaranjado, eu acho que ainda não achei meu CEP.

Acho mesmo que nasci pra viver na roça. Ok, talvez viver na roça seja muito pra mim que curto uma tecnologiazinha, mas morrer na roça, sim, quanto a isso não há dúvidas. Enrugado e careca despertar antes das 6h, alimentar os porcos, regar a horta e voltar a tempo de comer a broa quente e o suco feito na hora.

Jogar conversa fora e armar a viagem pra ver os netos só pra depois voltar reclamando da cidade e ter certeza de que sair dali foi a decisão certa.

É sim, um pouco de romantismo e um monte de idealização, mas é um sonho bom. E se tem uma coisa da qual não ando abrindo mão nesse mundo escroto é de ter sonhos bons para sonhar.




Direto na têmpora: Prince Caspian - Phish

segunda-feira, julho 20, 2009

Pitacando sobre o planejamento

Fui convidado pelo Carlos, do CHMKT, para escrever sobre minha visão do planejamento como redator. Aí eu, que não perco a chance de escrever minhas bobagens por aí, mandei o texto que segue.


Cercas e lanternas


A série de tv Madmen mostra, em um de seus episódios, um típico departamento de criação dos anos 60 ridicularizando um profissional que apresenta uma pesquisa e tenta uma abordagem um pouco mais antropo-mercadológica para o desenvolvimento de determinada campanha.

Naquela época, qualquer raciocínio com uma base “científica” era considerado uma cerca, um limite para a criatividade que era, sem dúvidas, a resposta para todo e qualquer problema dos clientes.

Em 1993, quando me formei, não havia a matéria “Planejamento Estratégico” no curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, da UFMG. Na verdade tínhamos, se não me engano, Mercadologia e tudo aquilo nos parecia uma tentativa tola de explicar a mágica da propaganda.

Hoje, o que parecia “cerca” virou uma “lanterna” (em alguns casos, quase um sol). Me parece impossível extrair o máximo de qualquer trabalho sem levar em conta uma visão mais ampla do que aquela que se extrai da primeira leitura de um briefing.

Não me entendam mal, ainda considero a criatividade como a característica mais importante da nossa profissão.

Na verdade, acho que o planejamento vem ampliar a idéia que tínhamos de criatividade. Com a proximidade do planejamento, o criativo consegue que a existência da criatividade não se reduza apenas à idéia bacaninha, ao título legalzinho, ao roteiro bem sacado ou ao leiaute bonitinho.

Para finalizar, acredito que nosso mercado será melhor e mais ativo na exata medida em que tenhamos um número cada vez maior de criativos capazes de evoluir em seu próprio ofício. Profissionais de criação sim (sempre), mas que saibam trocar as cercas por lanternas.



E aí, gostou?




Direto na têmpora: Cats in the cradle - Johnny Cash

Para os amigos tudo, menos originalidade

Hoje é o Dia do Amigo e eu, mantendo minha tradição de ser pouco original até a medula, escrevo um post sobre o quê? Adivinhou, sobre a porcaria do tal do amigo.

Sobre o assunto eu tenho três coisas a dizer.

1) O melhor (ou um dos melhores) nome de cachorro que eu já ouvi quem deu foi o Ayres. O cachorro dele chamava justamente "Amigo".

2) Existem dezenas pessoas na minha vida com as quais eu vivi situações de amizade extrema por períodos curtos e, tempos depois quando nos reencontramos, já não havia a cumplicidade antiga. Eles nunca foram meus amigos? Aquilo que aconteceu foi o quê? A amizade acaba e se perde todo o vivido? Não sei. Eu tenho grandes amigos hoje, mas sempre fico com a sensação de que tive outros grandes amigos que simplesmente se perderam ao longo de nossas trajetórias, e aí fico extremamente na dúvida se digo que eles foram meus amigos (como se eles tivessem morrido ou tivéssemos brigado) ou que eles são meus amigos, ainda que não nos falemos, não consigamos conviver ou sequer nos gostemos tanto mais.

3) Para os amigos que ainda são e estão, queria dizer que eu ainda estou aqui e que ainda sou aquilo tudo de ruim e de bom. Gostaria dizer que, sim, eu me lembro e que mil vezes sim, você pode contar comigo. Queria dizer que seu segredo está seguro, que seu medo está bem cuidado, que seus sonho tem um braço com que contar. Queria dizer, amigo, que não sou original e que ofereço pouco. Mas o que ofereço, pode estar certo, é seu.




Direto na têmpora: Personality Crisis - Toy Dolls

sexta-feira, julho 17, 2009

Sem fantasia

Para os fãs de Star Wars (como eu). Achei no Buzzfeed.



Han Solo, Darth Vader, Chewbacca, Princesa Leia, Luke Skywalker e R2D2.




Direto na têmpora: Kernel - Urusei Yatsura

Maranhão, Maranhão

Eu nunca fui ao Maranhão, mas tenho amigos que são de lá e, Sarneys à parte, me parece ser um lugar bem bacana de se visitar. Aliás, todo mundo que eu conheço que passou por ali, gostou.

Se você pensa que isso é alguma forma de puxação de saco, enganou-se. O Google Analytics mostra que eu tenho, se tanto, um leitor maranhense fiel de São Luís e nada mais.

O motivo deste post é outro, um presente que ganhei ontem da Fernanda e que veio diretamente do Maranhão, onde a empresa que ela trabalha tem uma usina: Guaraná Jesus.

Apesar da fama nacional, nunca havia provado o supracitado refrigerante. Confesso, foi uma experiência decepcionante.

Antes de mais nada, o nome já é meio místico. Eu fiquei esperando algo como um Daime, com visões e experiências extracorpóreas, mas obtive apenas um gosto extremamente adocicado e com retrogosto estranhamente amargo, sem falar na quantidade de gás muitíssimo superior ao recomendado por qualquer instituto de saúde.

Depois, foi a cor. Beber algo rosa pressupõe a vontade de vivenciar uma experiência química em seus limites mais extremos. No entanto, mesmo com 12 horas passadas da ingestão da beberagem, nenhum sinal de descamaçã da pele, queda de dentes ou alterações na visão.

Para finalizar, a garrafa é muito pequena. O primeiro contato com algo exótico sempre requer dosagens elevadas. CAutela é para os fracos! Cadê o Guaraná Jesus 600 ml? Cadie o litrão de 2? Cadê o litraço de 4 (ops)?

Enfim, o Guaraná Jesus é bonzinho, mas não é lá essas coca-colas não.



Ou o meu Guaraná Jesus tava malhado ou não é realmente o que eu esperava.




Direto da têmpora: Plenty is never enough - The Shins

Uma leve mudança de briefing

Esse caso já passou pelo Piores Briefings do Mundo, mas como ontem eu contei aqui na agência e todo mundo ficou chocado, resolvi postar no Pastelzinho também.

Eu atendia uma certa empresa que sempre rendia boas histórias. Pois bem, um dia recebemos a notícia de que um dos produtos do nosso cliente havia recebido vários prêmios em sua categoria. Foram muitas as conquistas e por isso foi solicitada uma campanha para divulgar o status de "melhor do ano".

Fizemos uma campanha direta que era baseada em idéias que exaltavam o produto como "O melhor do ano" e no layout a série de prêmios para comprovar. Nada genial, tudo caretinha, mas adequado e bem feitinho.

Aos poucos o cliente foi solicitando para acrescentar informações: "coloque aí as principais características do produto", "precisamos de diversas fotos de detalhes" "e as revendas? Tem que entrar os endereços e telefones das revendas".

A peça foi inchando, inchando, até que demos um basta e falamos pro atendimento que assim não dava. Estava praticamente ilegível, não vendia mais o conceito de "melhor do ano", enfim, estava completamente descaracterizado e sem propósito.

O atendimento concordou, ligou pro cliente e logo, logo voltou com o retorno.

- "O cliente também está achando as peças muito poluídas. Vamos tirar as menções aos prêmios e deixar o resto do conteúdo."

Juro, às vezes eu queria que essas histórias fossem todas de ficção.




Direto na têmpora: Borracho - Infectious Grooves

quinta-feira, julho 16, 2009

Beijo na boca

Fui buscar Sophia hoje na casa dos meus sogros e ela me recebeu com o dedinho em frente aos lábios em sinal de silêncio.

- Fala baixo, papai, que o vovô tá dormindo.

- Tá bom, filhinha.

Em seguida Fernanda chegou e, quando nos beijamos, só vi a baixinha me cutucando e sussurrando com mal disfarçado ciúme.

- Não pode beijar também, tá? Se não acorda o vovô.

É, Sophia realmente puxou a mãe.




Direto na têmpora: Underwater (you and me) - Clap Your Hands Say Yeah

Torcedor é torcedor

Eu sou suspeito pra falar, porque o Deo (@deoliveira) é um grande amigo meu, mas acho que ele deveria ser um exemplo para quem gosta de futebol. O Deo é cruzeirense apaixonado e de pavio curtíssimo, sendo assim o que ele faz? Não enche o saco de ninguém pra que ninguém encha o seu saco.

O Rafinha (@rafaelcorreia) é outro cruzeirense que dá bom exemplo e brinca com os outros, mas sabe aguentar brincadeira. Mais uma vez posso estar sendo influenciado pelo fato de que ele é um grande amigo.

Agora, o que me enche as medidas é o povo que passa o dia inteiro enchendo a paciência quando acha que está por cima e depois não aguenta a brincadeira quando perde.

O Twitter tem mostrado isso claramente e é, confesso, um dos motivos que me fez perder o tesão pelo futebol: a "paixão" ficou séria demais.

Eu gostava de futebol era justamente quando a gente sentava num boteco pra ver o jogo e enchia o saco de quem perdia ou aguentava a gozação quando era derrotado. Depois, ficávamos horas por ali, tomando cerveja e mantendo a esportiva e o bom humor sempre.

Sim, torcedor é torcedor. Sim, eu sou um velho resmungão. Mas na minha opinião, paixão é algo muito diferente de fanatismo.




Direto na têmpora: Venus - Shocking Blue

quarta-feira, julho 15, 2009

Apresentação de dança na escola

A alegria da fila do gargarejo entrega tudo. O amor pela dança está no brilho do olhar, no sorriso largo, na vibração de cada um.

O jovem brasileiro é realmente um apaixonado pela cultura.



Nunca teve show assim no CSFX, em Ipatinga.




Direto na têmpora: Half Blast - Throwing Muses

Lulla

No primeiro turno das eleições presidenciais de 2002 votei em Ciro Gomes. No segundo turno fui de Lula, acreditando em um candidato que trazia pelo menos um histórico de honestidade.

No primeiro turno das eleições presidenciais de 2006 votei em Cristovam Buarque e, entre Alckmin e Lula, optei pelo segundo, mas apenas pelos números sociais e já sem nenhuma ilusão diante de sua postura ética.

Ano passado, no segundo turno das eleições municipais de Belo Horizonte, anulei o primeiro voto da minha história como eleitor. A cada dia mais me arrependo por não tê-lo feito quando tive a chance entre Lula e Alckmin.

Mais do que vergonha, tenho nojo deste Lula apegado a um projeto de poder que prescinde da ética, da moral e, cada vez mais, da memória.

Lula hoje é Sarney, é Renan Calheiros, é Fernando Collor. Lula é quem for preciso para continuar lá em cima com o seu PT. Lula desrespeita sua própria história e desdenha do povo brasileiro.

O grande lance é que nem Lula está se fodendo para a sua história e nem o povo está se lixando pra coisa alguma. Somos um país de zé povinho, que engole qualquer coisa, que aceita tudo e que se satisfaz com migalhas. A ética e o respeito aqui estão em vigésimo plano.

A verdade, caríssimos, é que nós temos mesmo é que tomar ferro. Nós, como povo, não funcionamos e nem funcionaremos em uma sociedade minimamente moral onde as regras se cumpram e a punição se aplique. Não é do nosso feitio.

Nós (inclusive eu) gostamos mesmo é de sonegar, de dirigir usando o celular, de falsificar carteirinha de estudantes, de passar o outro pra trás e dizer que político não presta.

Nós gostamos mesmo é de bandalheira, de tudo debaixo dos panos. Nós queremos pão, circo e propina. Nós não somos, a exemplo do nosso presidente, um povo sério.




Unidos em prol do Brasil.




Direto na têmpora: We used to vacation - Cold War Kids

terça-feira, julho 14, 2009

Aurora

Roger e Tetê tiveram uma filha: Aurora, a irmã do Benjamin.

Rogério Fernandes é meu colega de trabalho, meu parceiro, meu amigo e meu irmão. Uma pessoa de um talento único, de uma capacidade inesgotável para a bondade e de uma sensabilidade extrema (tudo isso escondido atrás de um grande estereótipo machista, é claro).

Acho que a vida vem oferecendo ao Rogério tudo o que uma pessoa como ele merece e agora, com esse novo presente que é a Aurora, acredito que ele esteja vivendo um de seus melhores momentos.

É um orgulho para mim presenciar essa caminhada e tenho certeza de que, por muitos anos ainda, terei a grande alegria de acompanhar Benji e Aurora tornarem-se adultos incríveis como os seus pais.

Rogério e Tetê, que a vida continue abençoando vocês quatro, e que o futuro seja pleno de coração como vocês são.

Parabéns e um grande beijo.





Essa é Aurora. Seja bem vinda, querida.




Direto na têmpora: More than a feeling - Trumpet Boredom

Verdades da PP

Durante algum tempo eu fiz no Twitter a série Verdades da PP, com observações e comentários sobre o dia a dia do mundinho publicitário.

Alguns reclamaram quando a série acabou e agora, meses depois, eu coloco algumas das pérolas aqui. Com vocês, Verdades da PP.


- Quanto mais o cliente mexe no trabalho, mais ele reclama do resultado.

- Sair no horário não é direito, é privilégio. Chegar na hora nao é dever, é excentricidade.

- Prazos são, em 95% dos casos, uma determinação aleatória de quem nunca criou um cartão de visitas na vida.

- Se você demorou 3 horas para criar algo, vai demorar pelo menos mais 3 pra fazer "só uma mudançazinha".

- Publicidade nunca foi uma ciência exata. E está ficando cada vez menos humana.

- Quanto mais importante é o trabalho, mais porcalhão é o briefing.

- Só porque você gostou, seu dupla gostou, a equipe gostou e o Diretor de Criação gostou, não quer dizer que a peça é boa.

- Se o cara fala como picareta, age como picareta e é tido como picareta pelo mercado, ele muito provavelmente é picareta.

- Tudo é muito simples de se fazer desde que outra pessoa seja responsável por fazê-lo.

- Quem pensa diferente é sempre o mais elogiado. E o mais reprovado também.

- Toda agência com mais de 3 funcionários tem pelo menos 1 mula, 1 estrela e 1 fdp.

- O fim da propaganda aconteceu quando os clientes aprenderam os termos "clean", "photoshop" e "mais opções".

- A publicidade está para a arte como a Cecizinha da sua sobrinha está para uma Ferrari.

- O mundo tá cheio de gente melhor do que você. Teve uma idéia boa? Põe no ar, senão outro vem e sai na sua frente.

- O fato do cliente ser burro e você um gênio, ou vice-versa, não altera o prazo e nem o seu salário.

- Um bom briefing pode ser escrito com 20 ou 30 palavras. Normalmente são as 20 ou 30 palavras que faltam no briefing que você recebeu.

- Os prazos mais curtos de criação correspondem aos prazos mais longos de aprovação.

- Seu trabalho sempre vai passar por 10 pessoas que só podem dizer não antes de chegar à única que pode dizer sim.

- Esperar sanidade mental, coerência e clareza dos outros é a última coisa que um publicitário deve fazer.




Direto na têmpora: Sour Cherry - The Kills

segunda-feira, julho 13, 2009

Sky

Ricardo, o @MrSamamba, foi redator aqui em BH, na falecida DNA. Em 2007 ele foi vítima da desorganização, da falta de respeito e da crueldade psicológica da Sky ao tentar cancelar os serviços da empresa.

Há alguns meses, Ricardo colocou no youtube as filmagens do atendimento a que foi submetido em 2007. Atendimento tão catastrófico que gerou uma dívida inexistente que persistiu por anos.

Agora, a Sky reage aos vídeos da maneira esperada por uma empresa que não tem o menor respeito pelo público: processa, aterroriza e ameaça tirar os vídeos do ar como se eles não correspondessem à verdade.

A Sky mostrou-se confortável com o serviço porco que ofereceu a Ricardo e aposta claramente na possibilidade de criar uma imagem artificial, sustentada pela publicidade e não pelos bons serviços.

Assista aos 5 filmes aqui, forme a sua opinião e, se concordar comigo, manifeste-se contra este absurdo que é a atitude da Sky postando os filmes em seu blog e usando a tag #freesamamba no twitter.

O primeiro filme da batalha está logo abaixo.







Direto na têmpora: Oedipus - Regina Spektor

Claro que é fumo

Mês passado eu perdi a conta da Claro para o modem do meu notebook. A segunda via chegou algum tempo depois, avisando que caso o pagamento não fosse efetuado o serviço seria bloqueado.

Achei justíssimo o aviso e na manhã seguinte paguei a conta. Assunto resolvido, vida que segue.

Ou assim eu pensava. Dois dias depois fui acessar o note e nem sinal de conexão. Liguei para saber o motivo e me informaram que o serviço havia sido bloqueado.

- Peraí, vocês mandaram o aviso, eu paguei no dia seguinte e ainda assim o serviço foi bloqueado?

- Ah, já está quitado mesmo, nós vamos desbloquear.

- Olha, nem precisa, me passa pro cancelamento.


20 minutos depois me atende o fulano.

- Em que posso estar ajudando, senhor?

- Quero cancelar meu modem.


Expliquei a situação e o rapaz ainda tentou contra-argumentar.

- Mas não foi a Claro que fez isto, senhor, foi o sistema.

- Certo, o sistema da Vivo? Da Tim? Da Oi? Pois é, meu amigo, do mesmo jeito que você é a Claro quando fala comigo, o sistema também é a Claro quando me trata como vagabundo.

Passada a encheção de saco normal, cancelei. No dia seguinte fui trocar o chip do meu modem e, ao chegar em outra operadora, me avisaram que estava bloqueado. Voltei a procurar a Claro e eles me explicaram um processo com cerca de 10 dias de duração para desbloquear.

Puto da vida, fechei com outra operadora que me deu um modem novo, destruí o modem antigo e passei na loja da Claro, todo feliz, para devolver o modem antigo devidamente eviscerado.

- Moço, não precisava destruir o modem... por que você não deu pra alguém?

- Minha filha, infelizmente não tem ninguém de quem eu goste tão pouco.


E hoje estamos aí, conectados via modem Tim e felizes para sempre até que o primeiro problema apareça.




Direto na têmpora: Roots Radicals - Rancid

Bolo

Eu queria ter foto pra colocar nesse post, mas vou ficar devendo. O fato é que a Turma do Porquinho (a turma da Sophia no Clic) criou uma prática que vem revolucionando os aniversários infantis.

Acho que foi no aniversário da Juju Bernardi (se não foi, me perdoem) que aconteceu pela primeira vez de colocarem, além do bolo da festa, um bolinho menor pra que a criançada pudesse avançar, enfiar as mão, se lambuzar, enfim, comer como um bolo de aniversário deve ser comido, sem pratinhos, sem faquinhas, sem frescura.

O negócio foi um sucesso tão grande que virou tradição na turma. A molecada adora, os pais se divertem e o "bolo principal" fica intacto.

O pior mesmo é quando algum avô, tio ou mesmo pai desavisado vê a cena e, sem entender nada, começa a tentar conter a meninada.

- Não gente, vocês estão destruindo o bolo, para, gente paaaaaraaaaaaaa!!!

- Calma, tia Eunice, é assim mesmo.

- Assim mesmo? Eles estão destruindo o bolo, minha filha.

- Eu sei, tia, mas o bolo é pra eles fazerem isso mesmo.

- ...

- A meninada gosta, sabe?




Direto na têmpora: Down In The Tube Station At Midnight - The Jam

sexta-feira, julho 10, 2009

Racismo no clube

Li nessa matéria que um clube americano, pertinho de Pensilvânia, proibiu crianças negras e latinas de utilizarem a piscina.

As crianças faziam parte de um daqueles "Camps" americanos e a mensalidade para o grupo vinha sendo paga há um bom tempo.

A notícia é, em si, absurda e mostra de que o mundo pode ser mesmo mesmo apenas mais um dos círculos do inferno, mas o que me chocou de verdade foi o garotinho de 7 anos que perguntou a uma das responsáveis pela turma:

- "Eu sou negro demais pra entrar na piscina?"




Direto na têmpora: I was born (a unicorn) - The Unicorns

quinta-feira, julho 09, 2009

10 "tecnologias" do passado que eu queria de volta na minha vida (só um pouquinho)

1) Máquina Polaroid

2) Fita k7

3) Projetor de slides

4) Galinho que mudava de cor pra mostrar se ia chover

5) A máquina de iogurte que minha mãe usava

6) Descascador de laranja com manivela que meu pai usava no quintal

7) Mimeógrafo (impressão com cheirinho de álcool)

8) Telejogo

9) Orelhão com ficha

10) Vitrola




Direto na têmpora: Sooner or later - The Feelies

quarta-feira, julho 08, 2009

Não olhe agora, mas tem um Foundphotos te seguindo.


"Quer saber, eu não vou tomar essa pílula que a Dona Mirtes deu pro Bob nem fodendo."




Timmy e Tommy ganharam as espingardas novas, mas prometeram nunca mais usar os shorts abaixo da linha do peito.




"Ah, depois que a gente deixou o Rex encoxar o boneco de neve ele nunca mais incomodou a tia Mammy."




Direto na têmpora: I don't feel like dancing - Hayseed Dixie

Corujão

Certos publicitários adoram a noite. Alguns porque são mais criativos e rendem mais nesse período e outros porque na calada da noite fica mais fácil fazer coisas escrotas que de dia todo mundo veria.

Eu já ouvi histórias de um certo funcionário (não da Criação) de uma certa agência, que esperava as equipes sairem pra mudar as campanhas nos computadores das pessoas durante a noite.

Era muito mais fácil, porque assim a criatura não precisava ouvir opiniões, discutir possibilidades ou encontrar quem discordasse do seu "raciocínio".

Obviamente que isso não passou despercebido. Alguém confrontou o corujão sobre a prática e ele, candidamente, explicou o motivo por trás dos atos:

"Uai, mas se eu sempre tenho idéias melhores que as dos outros, o que é que eu posso fazer?"

Ah, os gênios noturnos da propaganda.




Direto na têmpora: O Puxa-Saco - Jackson do Pandeiro

Oriental

Sophia levou uma picada de pernilongo debaixo de cada olho. Como ela tem uma alergia violenta, a coisa ficou feia e os olhos incharam demais, quase fecharam mesmo.

De repente, eu, todo preocupado, vejo a Sophia se olhar no espelho e sair gritando com um sorrisão, toda feliz:

- "Olha, papai, eu tô japonesinha!"







Direto na têmpora: A deeper shade of soul - Urban Dance Squad

terça-feira, julho 07, 2009

Uvinha

Existe uma expressão que diz "mirei na jaca, acertei na uva". Tudo bem, talvez eu tenha inventado agora, mas você entende o que eu quero dizer.

O fato é que eu adoro quando falo sobre algo amplo e atinjo um ponto muitíssimo localizado. Por exemplo, é ótimo criticar (com razão) algum time e descobrir que um jogador específico se ofendeu muitíssimo com o comentário.

Esse é o tipo de coisa que diz mais sobre o jogador do que sobre o time, mas que faz a gente ter certeza de que a crítica tinha fundamento.

É claro que, na grande maioria das vezes, nem jaca e nem uva percebem que foram alvejadas, principalmente porque o Pastelzinho é lido por não mais de 300 pessoas diariamente.

Eu adoraria ter recebido, por exemplo, uma reação do Acyr Antão quando critiquei a presença do Pimentel em seu programa de rádio um dia após o fim da propaganda eleitoral e um dia antes das eleições. Diria muito sobre a sua posição e menos sobre a deficiência do sistema que conduz o pleito no Brasil.

Talvez por isso eu goste tanto quando vejo que acertei na uvinha. É raro, mas é bem bom.




Direto na têmpora: False Alarm - The Wooden Bird

Outra, por favor

Segundo Alexandre Garcia, o Senado agora se dá o direito de receber apenas perguntas por escrito e com cinco dias para responder.

A tramóia é engenhosa, pois permite que os acusados arrumem álibis, alinhem o discurso e se safem com ainda mais facilidade do que já se safam hoje.

Essa lei deveria ser extendida ao flagrante dado em criminosos comuns (que não são eleitos, eu quero dizer). O aviso da "batida" chega por escrito e eles têm cinco dias de prazo pra esconder o corpo, viajar pro exterior ou distribuir o resto da droga que estava estocada.

Isso sim, é democracia, afinal a quem interessa pegar vagabundos em situação de desvantagem? A quem interessa uma resposta honesta e imediata sobre os desmandos do país? A quem interessa que se observe o descaso escancarado com que o povo é tratado naquela Casa?

Senadores do meu Brasil, vocês são foda! Não têm um pingo de moral ou de caráter, mas são foda.


PS - Só pra complementar o comentário, saca essa notícia de 86 sobre a Roseana Sarney trabalhando sem concurso e recebendo como efetiva adivinha onde? Sarney e o senado brasileiro: décadas da mesma merda.




PS2 - A dica da notícia foi do Gustavo Rolla via Edward.




Direto na têmpora: Sowing Seeds - The Jesus and Mary Chain

segunda-feira, julho 06, 2009

Mega campanhas

Não acontece com poucos, não é privilégio de um único cliente, mas ainda assim essa campanha merece que eu passe o histórico.

Primeira parte: mega campanha; reunião com dezenas (sério, mais de 30) pessoas, incluindo representantes de outros países; lançamento de produto; verba enorme e expectativas gigantes.

Segunda parte: trapalhadas para resolver o nome do produto; briefing confuso e em constante mutação; cooperação internacional e noites viradas.

Terceira parte: conceito aclamado; estratégia é elogiada e ampliada; verba nas alturas; prêmios e reconhecimento mundial povoam as mentes da agência e do cliente.

Quarta parte: Pitacos a torto e a direito; idéia mutilada, porém viva; verba dilacerada; lançamento adiado seguidas vezes.

Quinta parte: aos trancos e barrancos saem as primeiras peças; a mídia é risível; o conceito só pode ser visto se buscado com microscópio.

Sexta e última parte. Quase dois anos depois do início da peleja uma reunião é feita para começar o trabalho do zero, com um novo briefing que ignora tudo o que já foi feito.

Senhoras e senhores, o maravilhoso mundo da propaganda!


PS - Não, não foi (graças a Deus) na ProBrasil.




Direto na têmpora: When it comes to you - Ida Maria

O jeca mais feliz do mundo

Sim, a sobrancelha foi artificialmente emendada e a gravata vermelha curtíssima quase não se vê, mas não existe nesse universo junino outro jeca tão feliz quanto este.



Óia bem se num é o Nhô Shuêra e suas menina.




Direto na têmpora: Society - Eddie Veder

sexta-feira, julho 03, 2009

10 coisas que eu já fiz, sabia que eram erradas e não contei pra ninguém.

1) Mastiguei hóstia.

2) Quebrei brinquedo dos irmãos

3) Falei que ia indicar alguém pra um trampo e não fiz porque a pessoa era muito ruim.

4) Inventei uma história sobre ter ficado com alguma menina que nunca me deu bola.

5) Roubei bala nas Lojas Americanas.

6) Cantei bola fora quando ela foi dentro no jogo de tênis.

7) Fingi que era muito amigo de alguém que eu mal conhecia só pra conseguir simpatia.

8) Deixei cair comida no chão e joguei pra debaixo do sofá.

9) Neguei um favor que eu podia fazer porque estava com preguiça.

10) Bebi leite com manga (e fiquei morrendo de medo depois).




Direto na têmpora: Sleep on the left side - Cornershop

quinta-feira, julho 02, 2009

Campanha de utilidade pública

Está rolando em algumas ruas do Funcionários uma campanha contra a porcalhice de alguns donos de cachorros.

Não sei se vai funcionar, mas que deveria dar vergonha nesse povo que é menos educado do que o próprio cão, deveria.






Direto na têmpora: That's Not My Name - The Ting Tings

quarta-feira, julho 01, 2009

Entrevista

Desculpem, mas não aguentei esperar até amanhã pra colocar essa história aqui.

Entrevista de emprego entre um redator e o dono de uma grande agência de Belo Horizonte. O criativo apresenta a pasta, os dois falam um pouco sobre o mercado, os interesses de cada parte e todo aquele papo furado de entrevistas de emprego.

De repente o dono da agência mede com o olhar os 1,60m bem medidos do entrevistado e pergunta:

"Aqui, você não é muito pequeno pra ser redator não?"




Direto na têmpora: Gimme, gimme, gimme - Black Flag

10 coisas que ninguém deveria ter que fazer

10 coisas que ninguém deveria ser obrigado a fazer:


1) Segurar a(o) filha(o) para tomar injeção.

2) Ser proibido de ingerir açúcar.

3) Trabalhar de terno e gravata.

4) Torcer pelo América-MG.

5) Estudar qualquer instrumento musical pelo qual não sinta paixão (música é coisa séria).

6) Ser a “árvore” ou a “pedra” no teatrinho da escola.

7) Decorar a tabela periódica.

8) Desfilar no “carnaval” de Belo Horizonte.

9) Beber chá de losna.

10) Ver o Edmar Moreira ser absolvido pelo Conselho de Ética.




Direto na têmpora: Cocaine Socialism - Pulp