José Roberto Arruda foi acusado de participar do escândalo da violação do painel do senado. Negou tudo, chorou, foi comprovado culpado, assumiu que havia mentido e renunciou para não ser cassado.
8 anos depois, agora com o cargo de Governador do DF com o qual foi presenteado pela população de Brasília, José Roberto Arruda está envolvido em um dos mais grotescos escândalos de corrupção dos últimos anos.
Essa história do Arruda comprova para mim que o ser humano detesta aprender. A gente gosta de acreditar que as coisas vão mudar por si mesmas e que basta ficar na boa, olhando sem se mover, para que tudo dê certo.
E o pior, mas o pior mesmo, é a surpresa com que as pessoas fingem receber a notícia. Na verdade, acho que a palavra "escândalo" é menos adequada para o fato do que "aguardada". Pensem comigo, o que soa mais coerente "o escândalo de corrupção do Arruda" ou "a já aguardada corrupção do Arruda".
Mas essa não é uma característica candanga, o Brasil inteiro é assim. A gente achava que o Edmundo ia parar de fazer burrices em campo, que o Zina ia virar estrela do Pânico e lidar muito bem com a fama, que político nenhum ia mais fazer caixa dois e que o Arruda dessa vez ia aprender e ser bem honesto.
Por isso, já que a gente gosta mesmo é de se fingir de trouxa, treine bem diante do espelho e prepare a sua carinha de surpresa mais espantadinha para o próximo "escândalo".
Direto na têmpora: Safe from harm - Massive Attack
segunda-feira, novembro 30, 2009
sexta-feira, novembro 27, 2009
Caras e bundas
O que a Playboy tem a ver com a revista Caras? Bom, teoricamente muito pouco. Idealmente a Playboy é um lugar onde os homens podem encontrar, completamente nuas, mulheres maravilhosas com as quais o macho médio nunca teria a mínima chance de, digamos, confabular.
A Caras, por outro lado, sempre teve por objetivo desnudar os ricos e famosos, mas de outra forma: exaltando luxos, carros,casas e roupas ao invés de eliminá-las.
O critério para aparecer na Playboy era "deliciosidade feminina" e na Caras, status.
As coelhinhas da Playboy representavam um ideal, o inatingível, a epítome da beleza feminina. Machista? Sem dúvida, mas esse era o propósito da revista, sem máscaras e sem desculpas.
No entanto, parece que algo se perdeu ao longo do caminho. A Playboy hoje se aproximou bastante da Caras e escolhe, para o seu plantel de musas, criaturas que sequer se aproximam do critério original de "deliciosidade feminina".
A Playboy vem trocando, faz tempo, o belo pelo famoso.
Sai Magda Cotrofe, entra Hortênsia.
Sai Scheila Carvalho, entra Mulher Melancia.
Sai Ellen Roche, entra Fernanda Young.
E agora, quem deixará de ser capa da Playboy para que a Geisy possa desfilar por ali (e não duvide que a Playboy encare essa)?
A verdade é que faz décadas que eu não compro a Playboy, mas ela me parece mesmo cada vez mais próxima da Caras nos seus critérios de escolha.
A diferença é que na Playboy as escolhidas aparecem nuas. E isso não é necessariamente uma coisa boa.
Direto na têmpora: Absolutely Cuckoo - The Magnetic Fields
A Caras, por outro lado, sempre teve por objetivo desnudar os ricos e famosos, mas de outra forma: exaltando luxos, carros,casas e roupas ao invés de eliminá-las.
O critério para aparecer na Playboy era "deliciosidade feminina" e na Caras, status.
As coelhinhas da Playboy representavam um ideal, o inatingível, a epítome da beleza feminina. Machista? Sem dúvida, mas esse era o propósito da revista, sem máscaras e sem desculpas.
No entanto, parece que algo se perdeu ao longo do caminho. A Playboy hoje se aproximou bastante da Caras e escolhe, para o seu plantel de musas, criaturas que sequer se aproximam do critério original de "deliciosidade feminina".
A Playboy vem trocando, faz tempo, o belo pelo famoso.
Sai Magda Cotrofe, entra Hortênsia.
Sai Scheila Carvalho, entra Mulher Melancia.
Sai Ellen Roche, entra Fernanda Young.
E agora, quem deixará de ser capa da Playboy para que a Geisy possa desfilar por ali (e não duvide que a Playboy encare essa)?
A verdade é que faz décadas que eu não compro a Playboy, mas ela me parece mesmo cada vez mais próxima da Caras nos seus critérios de escolha.
A diferença é que na Playboy as escolhidas aparecem nuas. E isso não é necessariamente uma coisa boa.
Direto na têmpora: Absolutely Cuckoo - The Magnetic Fields
Menina de giz
Nasceu de verdade uma menina de giz
Contorno bem feito e colorido belo
Da sola do pé à ponta do nariz
Ela sempre soltava um pó amarelo
Completando um ano foi grande o carinho
E os pais fizeram uma festa inesquecível
Ganhou tanto abraço e tanto beijinho
Que se apagou e virou a menina invisível
Direto na têmpora: There She Goes - The Boo Radleys
Contorno bem feito e colorido belo
Da sola do pé à ponta do nariz
Ela sempre soltava um pó amarelo
Completando um ano foi grande o carinho
E os pais fizeram uma festa inesquecível
Ganhou tanto abraço e tanto beijinho
Que se apagou e virou a menina invisível
Direto na têmpora: There She Goes - The Boo Radleys
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quinta-feira, novembro 26, 2009
Fim de ano antes do fim
Uma velha regra da política diz que quando se trata de administração pública o mal se faz de uma vez só, mas o bem se faz aos poucos.
Más notícias devem ser dadas na lata, resolvidas logo para tirar o assunto da frente e seguir adiante. Já as boas notícias devem ser divididas, espichadas para render o máximo de tempo possível.
Parece que 2009 vem seguindo bem essa regra. O que aconteceu de ruim veio meio que de uma vez só. Uma pancada na moleira e depois foi tudo se ajeitando, o bem surgindo aos poucos, semana após semana, mês após mês.
Se o ano não foi perfeito, ruim também não foi. E 2010 está aí mesmo é para ser melhor.
Eu sei que ainda estamos em novembro, mas precisava dizer isso e agradecer um pouco pelas pequenas, mas fundamentais doses de bem que recebi ao longo do ano. E muitas delas vieram de vocês.
Obrigado.
Direto na têmpora: Tickets To Crickets - Ferraby Lionheart
Más notícias devem ser dadas na lata, resolvidas logo para tirar o assunto da frente e seguir adiante. Já as boas notícias devem ser divididas, espichadas para render o máximo de tempo possível.
Parece que 2009 vem seguindo bem essa regra. O que aconteceu de ruim veio meio que de uma vez só. Uma pancada na moleira e depois foi tudo se ajeitando, o bem surgindo aos poucos, semana após semana, mês após mês.
Se o ano não foi perfeito, ruim também não foi. E 2010 está aí mesmo é para ser melhor.
Eu sei que ainda estamos em novembro, mas precisava dizer isso e agradecer um pouco pelas pequenas, mas fundamentais doses de bem que recebi ao longo do ano. E muitas delas vieram de vocês.
Obrigado.
Direto na têmpora: Tickets To Crickets - Ferraby Lionheart
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quarta-feira, novembro 25, 2009
10 motivos pelos quais vale a pena esperar o fim do ano
1) Comer rabanadas.
2) Ver as crianças (inclusive a minha Sophia) morrerem de medo dos papais noéis de shoppings.
3) Ir ao cinema em uma tarde de terça-feira (obrigado, TOM, pelo recesso entre o natal e o reveillon).
4) Ver a alegria das crianças (principalmente da minha Sophia) ao abrir os presentes na manhã do dia 25.
5) Comer mais rabanadas.
6) Assistir a qualquer outra coisa durante o especial do Roberto Carlos.
7) Usar o Elf Yourself.
8) Fazer uma lista enorme de coisas que você quer mudar e ignorar completamente a lista que você havia feito no ano anterior.
9) Desrespeitar qualquer recomendação ligada a uma vida mais saudável.
10) Comer ainda mais rabanadas.
Direto na têmpora: Venus and Serena - Super Furry Animals
2) Ver as crianças (inclusive a minha Sophia) morrerem de medo dos papais noéis de shoppings.
3) Ir ao cinema em uma tarde de terça-feira (obrigado, TOM, pelo recesso entre o natal e o reveillon).
4) Ver a alegria das crianças (principalmente da minha Sophia) ao abrir os presentes na manhã do dia 25.
5) Comer mais rabanadas.
6) Assistir a qualquer outra coisa durante o especial do Roberto Carlos.
7) Usar o Elf Yourself.
8) Fazer uma lista enorme de coisas que você quer mudar e ignorar completamente a lista que você havia feito no ano anterior.
9) Desrespeitar qualquer recomendação ligada a uma vida mais saudável.
10) Comer ainda mais rabanadas.
Direto na têmpora: Venus and Serena - Super Furry Animals
terça-feira, novembro 24, 2009
Salvando o dia
E pra fechar o dia, Queen e Muppets juntos, com Bohemian Rhapsody!
Esse vídeo me dá a certeza de que, independente do que acontecer na reunião daqui a pouco, o dia vai acabar feliz. Party on!
Direto na têmpora: Big Spender - Destroy Something Beautiful
Esse vídeo me dá a certeza de que, independente do que acontecer na reunião daqui a pouco, o dia vai acabar feliz. Party on!
Direto na têmpora: Big Spender - Destroy Something Beautiful
O túmulo da sereia
Texto: Maurilo Andreas
Ilustração: Rogério Fernandes
Direto na têmpora: Sexy in latin - Little Man Tate
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Rogério Fernandes,
suicídio das sereias
Bebê caranguejo
Naquela cidade de um sol escaldante
Nasceu um pequeno bebê sertanejo
Em tudo normal mas, detalhe importante,
Rostinho de anjo, mãos de caranguejo
Cresceu sem nunca fazer um afago
Sem bater palmas ou encher um balão
Mas isso nem era o lado mais amargo
Da sua terrível e cruel provação
A pinça vermelha atraía a maldade
De cada garoto do bairro vizinho
E sendo chacota de toda a cidade
O menino-uçá foi buscar seu caminho
Partiu sorrateiro na manhã-madrugada
Seu mal evidente e vermelho arrastado
Mas ainda deixou de legado a piada
De ter ido embora andando de lado
Direto na têmpora: You're so great - Blur
Nasceu um pequeno bebê sertanejo
Em tudo normal mas, detalhe importante,
Rostinho de anjo, mãos de caranguejo
Cresceu sem nunca fazer um afago
Sem bater palmas ou encher um balão
Mas isso nem era o lado mais amargo
Da sua terrível e cruel provação
A pinça vermelha atraía a maldade
De cada garoto do bairro vizinho
E sendo chacota de toda a cidade
O menino-uçá foi buscar seu caminho
Partiu sorrateiro na manhã-madrugada
Seu mal evidente e vermelho arrastado
Mas ainda deixou de legado a piada
De ter ido embora andando de lado
Direto na têmpora: You're so great - Blur
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Trânsito louco
Estava eu caminhando, quase chegando ali na Alameda das Fezes, quando me deparei com um fulaninho parado em fila dupla. Atrás dele uma sequência de carros raivosos buzinava incessantemente.
Assim que o primeiro carro ultrapassou o folgado ele vociferou uma série de impropérios, fez gestos ofensivos e, buscando minha simpatia, abordou-me da forma mais gentil que seu precário estado nervoso lhe permitia.
- Bando de fdps! Será que eles não estão vendo a seta ligada? É ou não é um bando de fdps?
- É, mas você tá parado em fila dupla, o errado é você.
A partir daí, o fulaninho redirecionou o foco de sua ira para mim, proferindo os mais cabeludos palavrões enquanto eu rumava - célere, mas impassível - para a Alameda das Fezes e mais uma tarde de trabalho.
Eu amo o trânsito de BH.
Direto na têmpora: Jessica Pancakes - The Parcels
Assim que o primeiro carro ultrapassou o folgado ele vociferou uma série de impropérios, fez gestos ofensivos e, buscando minha simpatia, abordou-me da forma mais gentil que seu precário estado nervoso lhe permitia.
- Bando de fdps! Será que eles não estão vendo a seta ligada? É ou não é um bando de fdps?
- É, mas você tá parado em fila dupla, o errado é você.
A partir daí, o fulaninho redirecionou o foco de sua ira para mim, proferindo os mais cabeludos palavrões enquanto eu rumava - célere, mas impassível - para a Alameda das Fezes e mais uma tarde de trabalho.
Eu amo o trânsito de BH.
Direto na têmpora: Jessica Pancakes - The Parcels
segunda-feira, novembro 23, 2009
Alalaô
O bairro em que eu morava em Ipatinga tinha um lance bem legal: praticamente não tinha comércio.
Daí que, pela ausência de padarias, pão e leite tinham um sistema de entrega muito bacana. As pessoas compravam uma quantidade "x" de vales e deixavam uma cestinha com os vales de leite e de pão na quantidade desejada. Na manhã seguinte era só acordar, abrir a porta e trazer a cestinha recheada.
Infelizmente, Ipatinga tem criaturas absolutamente espírito de porco como eu e alguns amigos. No carnaval, voltando da rua com o dia nascendo, íamos colhendo os vales das cestinhas e colocávamos apenas em uma casa.
Ou seja,enquanto 30 casas ficavam sem café da manhã, apenas uma mais afortunada recebia 40 litros de leite e 70 pãezinhos.
Ah, como era divertido ser irresponsável e idiota.
Direto na têmpora: Dusted - Belly
Daí que, pela ausência de padarias, pão e leite tinham um sistema de entrega muito bacana. As pessoas compravam uma quantidade "x" de vales e deixavam uma cestinha com os vales de leite e de pão na quantidade desejada. Na manhã seguinte era só acordar, abrir a porta e trazer a cestinha recheada.
Infelizmente, Ipatinga tem criaturas absolutamente espírito de porco como eu e alguns amigos. No carnaval, voltando da rua com o dia nascendo, íamos colhendo os vales das cestinhas e colocávamos apenas em uma casa.
Ou seja,enquanto 30 casas ficavam sem café da manhã, apenas uma mais afortunada recebia 40 litros de leite e 70 pãezinhos.
Ah, como era divertido ser irresponsável e idiota.
Direto na têmpora: Dusted - Belly
Biblioteca solidária do Maurilão
Amiguinhos e amiguinhas, pasteleiros e pasteleiras, está chegando o Natal. Nos últimos anos o tio Maurilo sempre doou livros para instituições de caridade, mas agora a coisa mudou.
Temos aqui uma lista com 16 livros (que pode crescer para 18 nas próximas semanas) que eu já li e que resolvi colocar à disposição para vocês adquirirem ao custo de cinco quilos de feijão ou cinco quilos de arroz cada um.
Obviamente os alimentos serão doados pra instituições / pessoas carentes.
Boa leitura e boa atitude solidária para todos.
(PROMOÇÃO ENCERRADA!)
1984 > George Orwell
Almanaque dos anos 70 > Ana Maria Bahiana
American Gods (inglês) > Neil Gaiman
Billy Budd > Herman Melville
Fahrenheit 451 > Ray Bradbury
História do Pranto > Alan Pauls
Letter to father (inglês) > Franz Kafka
O estrangeiro > Albert Camus
O mundo acabou! > Alberto Villas
O passado > Alan Pauls
O retrato de Dorian Gray > Oscar Wilde
O santo sujo - a vida de Jayme Ovalle > Humberto Werneck
O Veredicto / Na colônia penal > Franz Kafka
Pergunte ao pó > John Fante
Por quem os sinos dobram > Ernest Hemingway
Um artista da fome / A Construção > Franz Kafka
Direto na têmpora: The leavers dance - The Veils
Temos aqui uma lista com 16 livros (que pode crescer para 18 nas próximas semanas) que eu já li e que resolvi colocar à disposição para vocês adquirirem ao custo de cinco quilos de feijão ou cinco quilos de arroz cada um.
Obviamente os alimentos serão doados pra instituições / pessoas carentes.
Boa leitura e boa atitude solidária para todos.
(PROMOÇÃO ENCERRADA!)
1984 > George Orwell
Almanaque dos anos 70 > Ana Maria Bahiana
American Gods (inglês) > Neil Gaiman
Billy Budd > Herman Melville
Fahrenheit 451 > Ray Bradbury
História do Pranto > Alan Pauls
Letter to father (inglês) > Franz Kafka
O estrangeiro > Albert Camus
O mundo acabou! > Alberto Villas
O passado > Alan Pauls
O retrato de Dorian Gray > Oscar Wilde
O santo sujo - a vida de Jayme Ovalle > Humberto Werneck
O Veredicto / Na colônia penal > Franz Kafka
Pergunte ao pó > John Fante
Por quem os sinos dobram > Ernest Hemingway
Um artista da fome / A Construção > Franz Kafka
Direto na têmpora: The leavers dance - The Veils
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sexta-feira, novembro 20, 2009
A série das sereias
Texto: Maurilo Andreas
Ilustração: Rogério Fernandes
Direto na têmpora: Sorry OK Sorry OK Sorry - Fake Problems
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suicídio das sereias
Retrato falado
quinta-feira, novembro 19, 2009
Ska man
Eu já fui muito fã de ska. Em 92 e 93 havia sempre uma noite reggae na falecida Broaday que acontecia, salvo falha de memória causada pela idade, às quintas-feiras e onde rolava reggae, obviamente, ska, 2-tone e congêneres.
Não era raro sairmos de lá pela manhã e seguirmos direto para a UFMG onde zumbizávamos durante as primeiras aulas ou mesmo dormíamos descaradamente no CEC - Centro de Estudos da Comunicação.
De 94 pra cá eu quase não ouvi mais ska, exceto por um período em 97 em que comprei bastante coisas na também falecida Urban Cave, sempre muito bem assessorado pelo Jeff Kaspar.
Agora, desde o começo do ano, a blip.fm me fez reencontrar ídolos como Hepcat, Rancid, The Specials, Madness, The Mighty Mighty Bosstones, Skatalites e ainda me ajudou a descobrir novos grupos. Isso sem falar que no twitter, descobri que o @rpajuaba (sigam-no!) também é skazeiro véio.
Não tenho mais aquelas noites selvagens de ska, mas confesso, ouço cada vez mais no carro e, às vezes, faço um moonstomping na agência quando não tem ninguém olhando.
Give'em the boot, the roots, the radicals!
Direto na têmpora: Istambul (not Constantinople) - The Four Lads
Não era raro sairmos de lá pela manhã e seguirmos direto para a UFMG onde zumbizávamos durante as primeiras aulas ou mesmo dormíamos descaradamente no CEC - Centro de Estudos da Comunicação.
De 94 pra cá eu quase não ouvi mais ska, exceto por um período em 97 em que comprei bastante coisas na também falecida Urban Cave, sempre muito bem assessorado pelo Jeff Kaspar.
Agora, desde o começo do ano, a blip.fm me fez reencontrar ídolos como Hepcat, Rancid, The Specials, Madness, The Mighty Mighty Bosstones, Skatalites e ainda me ajudou a descobrir novos grupos. Isso sem falar que no twitter, descobri que o @rpajuaba (sigam-no!) também é skazeiro véio.
Não tenho mais aquelas noites selvagens de ska, mas confesso, ouço cada vez mais no carro e, às vezes, faço um moonstomping na agência quando não tem ninguém olhando.
Give'em the boot, the roots, the radicals!
Direto na têmpora: Istambul (not Constantinople) - The Four Lads
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Espantado
O que espanta o fantasma é lâmpada.
O que espanta a saudade é retorno.
O que espanta os dois é outro.
O que espanta a fome é prato.
O que espanta a mesmice é começo.
O que espanta o sonho é medo.
O que espanta a solidão é Santo Antônio.
O que espanta o depois é urgência.
O que espanta a gente é a gente mesmo, e bem no fundo uma coisinha ou outra a mais.
Direto na têmpora: Not now John - Pink Floyd
O que espanta a saudade é retorno.
O que espanta os dois é outro.
O que espanta a fome é prato.
O que espanta a mesmice é começo.
O que espanta o sonho é medo.
O que espanta a solidão é Santo Antônio.
O que espanta o depois é urgência.
O que espanta a gente é a gente mesmo, e bem no fundo uma coisinha ou outra a mais.
Direto na têmpora: Not now John - Pink Floyd
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quarta-feira, novembro 18, 2009
Sophia Elfo
E pra fechar o dia, o filmezinho do tradicional Elf Yourself, que a Sophia vê e ri até perder o ar.
Direto na têmpora: Clover Honey - Greenladies
Send your own ElfYourself eCards
Direto na têmpora: Clover Honey - Greenladies
Levar bomba é bom
Levar bomba não é gostoso. Eu, pelo menos, detesto a sensação de rejeição. Aliás, por causa disso eu sempre tive extrema dificuldade em paquerar, participar de entrevistas de emprego e vivenciar qualquer experiência em que houvesse a possibilidade da recusa.
Desde que me tornei publicitário a sensação não mudou. Todo e qualquer trabalho apresentado traz sempre com ele o medo do "não", que para alguém com um certo grau de insegurança como eu, é quase que um atestado de incompetência.
O que mudou, no entanto, foi outra coisa. Hoje eu tenho a certeza de que a "bomba" faz parte do trabalho. Toda e qualquer campanha genial trouxe consigo o risco de ser "bombada". A única campanha que não vem com esse risco é aquela morna, chata, que vira paisagem e que dura menos de dois segundos na cabeça do público.
É claro que o ideal seria apresentar uma campanha ousada, diferente, criativa, pertinente e receber sempre o "sim". Mais do que o ideal, seria o lógico, mas publicidade e lógica são coisas que nem sempre andam de mãos dadas.
É óbvio também que poucas coisas são piores do que ver rejeitado um trabalho impecável, marcante e adequado. Mas acontece, e muito. That's life.
Ainda assim, acho que trabalhar com qualquer área que envolva criatividade é um exercício cotidiano de testar os limites. E se a gente fica com medo de testa-los, estamos perdendo o melhor da viagem.
Direto na têmpora: Hot Dog - Urban Barnyard
Desde que me tornei publicitário a sensação não mudou. Todo e qualquer trabalho apresentado traz sempre com ele o medo do "não", que para alguém com um certo grau de insegurança como eu, é quase que um atestado de incompetência.
O que mudou, no entanto, foi outra coisa. Hoje eu tenho a certeza de que a "bomba" faz parte do trabalho. Toda e qualquer campanha genial trouxe consigo o risco de ser "bombada". A única campanha que não vem com esse risco é aquela morna, chata, que vira paisagem e que dura menos de dois segundos na cabeça do público.
É claro que o ideal seria apresentar uma campanha ousada, diferente, criativa, pertinente e receber sempre o "sim". Mais do que o ideal, seria o lógico, mas publicidade e lógica são coisas que nem sempre andam de mãos dadas.
É óbvio também que poucas coisas são piores do que ver rejeitado um trabalho impecável, marcante e adequado. Mas acontece, e muito. That's life.
Ainda assim, acho que trabalhar com qualquer área que envolva criatividade é um exercício cotidiano de testar os limites. E se a gente fica com medo de testa-los, estamos perdendo o melhor da viagem.
Direto na têmpora: Hot Dog - Urban Barnyard
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terça-feira, novembro 17, 2009
segunda-feira, novembro 16, 2009
Neil Gaiman e o Dia Vegano em BH
Eu não vou participar do Dia Vegano em BH. Na verdade, provavelmente eu vou comer um bifão bem gostoso, mas pra mostrar que essa minha atitude é apenas uma decisão pessoal e não uma birrinha com os veganos e adjacências, segue a história Babycakes, que li hoje no livro Smoke an Mirrors, do Neil Gaiman.
Essa é uma versão em quadrinhos que eu achei na net e da qual gostei bem. Em tempo, o Neil Gaiman escreveu a história, mas usa couro e come carne sem dor na consciência. O ilustrador eu não sei.
PS - Depois de ler e curtir bastante o Farenheit 451 (ótimo livro, mas bastante deprê), estou acabando o Smoke and Mirrors, do Neil Gaiman. Dois estilos completamente diferentes e duas ótimas dicas de leitura.
Direto na têmpora: Steam - Peter Gabriel
Essa é uma versão em quadrinhos que eu achei na net e da qual gostei bem. Em tempo, o Neil Gaiman escreveu a história, mas usa couro e come carne sem dor na consciência. O ilustrador eu não sei.
PS - Depois de ler e curtir bastante o Farenheit 451 (ótimo livro, mas bastante deprê), estou acabando o Smoke and Mirrors, do Neil Gaiman. Dois estilos completamente diferentes e duas ótimas dicas de leitura.
Direto na têmpora: Steam - Peter Gabriel
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Dramas do cotidiano
Fim de semana meio complicado, resolvemos levar Sophia para andar de bicicleta na Praça JK. Tudo corria bem até que ela pediu uma água de coco. Em determinado momento, Fernanda toma um gole da água de coco e percebe que estava no final.
Quando Sophia bebe novamente e vê que a água acabou, fica bastante chateada.
- Mamãe, você acabou com a água de coco!
- Eu só tomei um golinho, Sophia.
E ela, furibunda.
- Você estragou a minha vida toda!
E enquanto segurava a risada comecei a acreditar que Sophia é mesmo minha filha.
Direto na têmpora: Godless - Dandy Warhols
Quando Sophia bebe novamente e vê que a água acabou, fica bastante chateada.
- Mamãe, você acabou com a água de coco!
- Eu só tomei um golinho, Sophia.
E ela, furibunda.
- Você estragou a minha vida toda!
E enquanto segurava a risada comecei a acreditar que Sophia é mesmo minha filha.
Direto na têmpora: Godless - Dandy Warhols
sexta-feira, novembro 13, 2009
Noivo
Eu me visto como um molambo no meu cotidiano. Pensando bem, eu me visto com o um molambo em ocasiões especiais também. Sendo assim, minha Sophia só me conhece de terno pelas fotos do meu casamento.
Talvez por isso eu não tenha ficado surpreso quando hoje, ao ver um homem de 20 e poucos anos usando terno na rua, Sophia exclamou:
- Olha, papai, o noivo!
Contendo o riso eu tentei argumentar:
- Não, filhinha, o papai não usa terno, mas tem gente que trabalha assim. Ele não é noivo, ele está indo trabalhar.
- Ele tá indo trabalhar vestido de noivo, né? Ah, ele é maestro!
Vocês não imaginam o meu orgulho ao ver que no mundo da minha filha terno é coisa de noivo ou de maestro.
Direto na têmpora: Jailbreak - AC/DC
Talvez por isso eu não tenha ficado surpreso quando hoje, ao ver um homem de 20 e poucos anos usando terno na rua, Sophia exclamou:
- Olha, papai, o noivo!
Contendo o riso eu tentei argumentar:
- Não, filhinha, o papai não usa terno, mas tem gente que trabalha assim. Ele não é noivo, ele está indo trabalhar.
- Ele tá indo trabalhar vestido de noivo, né? Ah, ele é maestro!
Vocês não imaginam o meu orgulho ao ver que no mundo da minha filha terno é coisa de noivo ou de maestro.
Direto na têmpora: Jailbreak - AC/DC
Parcial
Eu não tenho nada contra pessoas, veículos, organizações ou entidades com opiniões parciais. Nada.
Eu sou uma pessoa extremamente parcial (e passional) quando falo, por exemplo, de Tom Waits, de Tim Burton, de Fernando Sabino, dos Boston Celtics, da Coca Cola, da BHTrans e de vários outros assuntos. Em política eu sempre tento ser imparcial e nem sempre consigo. Sou parcial a favor e sou parcial contra um monte de coisas e temas.
Não vejo problema nisso. Eu sou assumidamente parcial. Para mim, o problema é quando uma opinião parcial vem travestida de imparcialidade ou isenção.
A Veja é parcial e tenta disfarçar. A revista Viver Brasil é parcialíssima, mas não faz questão de esconder isso. E aí a gente aprende a ler segundas intenções em tudo e imaginar, como disse o Vina ontem (e eu cito livremente, sem compromisso com fidelidade nenhuma ao texto original), que o mais importante não é muitas vezes o que está sendo dito, mas porque e por quem está sendo dito.
Direto na têmpora: I Should Have Known Better - Yo La Tengo
Eu sou uma pessoa extremamente parcial (e passional) quando falo, por exemplo, de Tom Waits, de Tim Burton, de Fernando Sabino, dos Boston Celtics, da Coca Cola, da BHTrans e de vários outros assuntos. Em política eu sempre tento ser imparcial e nem sempre consigo. Sou parcial a favor e sou parcial contra um monte de coisas e temas.
Não vejo problema nisso. Eu sou assumidamente parcial. Para mim, o problema é quando uma opinião parcial vem travestida de imparcialidade ou isenção.
A Veja é parcial e tenta disfarçar. A revista Viver Brasil é parcialíssima, mas não faz questão de esconder isso. E aí a gente aprende a ler segundas intenções em tudo e imaginar, como disse o Vina ontem (e eu cito livremente, sem compromisso com fidelidade nenhuma ao texto original), que o mais importante não é muitas vezes o que está sendo dito, mas porque e por quem está sendo dito.
Direto na têmpora: I Should Have Known Better - Yo La Tengo
quinta-feira, novembro 12, 2009
quarta-feira, novembro 11, 2009
Os loucos daquele tempo
Se você é do interior, certamente conviveu com uma boa dose de loucos. Ipatinga, onde eu nasci e vivi até os 16 anos, era fértil em malucos e peças raras.
Tinha doido com problema mental, doido por uso de dorgas, doido de temperamento, doido por opção, doido que era mais normal que a gente, tinha de tudo.
Pois bem, um desses doidos que era um grande amigo meu tinha uma série de cacoetes estranhíssimos e uma mania muito esquisita, mas que acabava sendo muito boa pra gente. Volta e meia, lá vinha ele perguntar:
- Maurilo, posso te dar um soco no braço?
- Tá doido, Fulano? Claro que não.
- Só um soco.
- Não, porra, sossega.
- E se eu te pagar um Cornetto?
- Não, cara, só um Cornetto é pouco pra um soco no braço.
- Um Cornetto, uma Coca e um mixto.
- Ok, pode dar o soco.
E assim lanchávamos de graça, com direito a sobremesa, graças ao nosso amigo doidinho.
Direto na têmpora: Eyes - Rogue Wave
Tinha doido com problema mental, doido por uso de dorgas, doido de temperamento, doido por opção, doido que era mais normal que a gente, tinha de tudo.
Pois bem, um desses doidos que era um grande amigo meu tinha uma série de cacoetes estranhíssimos e uma mania muito esquisita, mas que acabava sendo muito boa pra gente. Volta e meia, lá vinha ele perguntar:
- Maurilo, posso te dar um soco no braço?
- Tá doido, Fulano? Claro que não.
- Só um soco.
- Não, porra, sossega.
- E se eu te pagar um Cornetto?
- Não, cara, só um Cornetto é pouco pra um soco no braço.
- Um Cornetto, uma Coca e um mixto.
- Ok, pode dar o soco.
E assim lanchávamos de graça, com direito a sobremesa, graças ao nosso amigo doidinho.
Direto na têmpora: Eyes - Rogue Wave
Para você nunca aprender, Sophia
Estava voltando do médico com a minha Sophia e escutávamos "Eu só quero um xodó" na versão dos Mulheres Negras quando ela perguntou:
- "Papai, o que é sofrer?"
Respondi que era quando a gente ficava tão triste que o coração até doía.
Na verdade, o que eu queria responder mesmo para a minha Sophia é que sofrer é coisa de gente adulta, coisa de quem deixou de ser criança em alguma parte do caminho.
Que sofrer é uma invenção do mundo que não vai existir mais quando ela crescer.
Que sofrer é uma palavra que não faz sentido nenhum, tão completamente sem significado como abandono ou distância.
Queria ter mentido muito até ela acreditar que esse negócio de sofrer é algo que não existe.
Depois, era só convencer o mundo dessa minha mentira. E aí, sofrer ia então ser só letra de música, Sophia, invenção do Dominguinhos para a gente ouvir quando está junto.
Ps - Por algum motivo misterioso a minha Sophia só chama par ou ímpar de "pimpoleta". Vou começar a chamar também. É bem mais legal que original.
Direto na têmpora: Don't Think Twice, It's All Right - Metric
- "Papai, o que é sofrer?"
Respondi que era quando a gente ficava tão triste que o coração até doía.
Na verdade, o que eu queria responder mesmo para a minha Sophia é que sofrer é coisa de gente adulta, coisa de quem deixou de ser criança em alguma parte do caminho.
Que sofrer é uma invenção do mundo que não vai existir mais quando ela crescer.
Que sofrer é uma palavra que não faz sentido nenhum, tão completamente sem significado como abandono ou distância.
Queria ter mentido muito até ela acreditar que esse negócio de sofrer é algo que não existe.
Depois, era só convencer o mundo dessa minha mentira. E aí, sofrer ia então ser só letra de música, Sophia, invenção do Dominguinhos para a gente ouvir quando está junto.
Ps - Por algum motivo misterioso a minha Sophia só chama par ou ímpar de "pimpoleta". Vou começar a chamar também. É bem mais legal que original.
Direto na têmpora: Don't Think Twice, It's All Right - Metric
terça-feira, novembro 10, 2009
64 e 40
Hoje meu pai faz 64 anos e o Vila Sésamo / Muppets completa 40 anos. A data é a mesma, o que me fez pensar em qual personagem do programa meu pai seria.
Por ser organizado, bem humorado e sempre buscando o caminho correto, resolvi rapidamente que meu pai seria Caco, o sapo.
Eu não tenho dúvidas de que seria o Cookie Monster. Se bem que nos dias de velho resmungão eu estou bem mais para Oscar (Gugu).
Sophia tem a energia e a falastrice do Chefe Sueco e a Fernanda é doce como o Elmo e apaixonada como a Miss Piggy.
Eu sou apaixonado por Sesame Street e Muppets, então sou suspeito pra falar, mas se algum de vocês acha que tem algo deles, conte pra mim. É sempre bom encontrar outros fellow freaks por aqui.
Só pra homenagear os 40 anos do Sesame Street.
Direto na têmpora: We need nothing - Karnak
Por ser organizado, bem humorado e sempre buscando o caminho correto, resolvi rapidamente que meu pai seria Caco, o sapo.
Eu não tenho dúvidas de que seria o Cookie Monster. Se bem que nos dias de velho resmungão eu estou bem mais para Oscar (Gugu).
Sophia tem a energia e a falastrice do Chefe Sueco e a Fernanda é doce como o Elmo e apaixonada como a Miss Piggy.
Eu sou apaixonado por Sesame Street e Muppets, então sou suspeito pra falar, mas se algum de vocês acha que tem algo deles, conte pra mim. É sempre bom encontrar outros fellow freaks por aqui.
Só pra homenagear os 40 anos do Sesame Street.
Direto na têmpora: We need nothing - Karnak
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segunda-feira, novembro 09, 2009
Bumba meu pai
Sábado teve festa no Clic. Apresentações culturais lindinhas da meninada com direito à Sophia cantando bonitinha de me fazer chorar na frente dos outros.
Mais do que isso, teve bumba-meu-boi e o Marquinhos, professor de música do Clic, me chamou pra fazer o papel do bovino em questão. Já estava pegando a "fantasia" quando Sophia se agarrou a mim e pedia quase descontrolada "não vai, papai, eu não quero, me dá colo."
Tentei conversar com ela, mas nada demovia a criança. Passado um tempo perguntei porque ela não queria deixar eu me vestir de boi e ela extremamente nervosa disse que não sabia. Deixei passar mais um tempinho e perguntei outra vez:
- Sophia porque você não deixou o papai ser o boi?
- Não sei.
- Você ficou com ciúme do papai?
- Fiquei. Não brinca com a meninada, tá? Só comigo.
E aí eu me derreto todo e chego a achar ciúme um negócio bonitinho.
Sophia arrebentando no berimbau durante o Sábado Aberto do Clic.
Direto na têmpora: Enjoy Yourself (It's Later Than You Think) - Louis Prima
Mais do que isso, teve bumba-meu-boi e o Marquinhos, professor de música do Clic, me chamou pra fazer o papel do bovino em questão. Já estava pegando a "fantasia" quando Sophia se agarrou a mim e pedia quase descontrolada "não vai, papai, eu não quero, me dá colo."
Tentei conversar com ela, mas nada demovia a criança. Passado um tempo perguntei porque ela não queria deixar eu me vestir de boi e ela extremamente nervosa disse que não sabia. Deixei passar mais um tempinho e perguntei outra vez:
- Sophia porque você não deixou o papai ser o boi?
- Não sei.
- Você ficou com ciúme do papai?
- Fiquei. Não brinca com a meninada, tá? Só comigo.
E aí eu me derreto todo e chego a achar ciúme um negócio bonitinho.
Sophia arrebentando no berimbau durante o Sábado Aberto do Clic.
Direto na têmpora: Enjoy Yourself (It's Later Than You Think) - Louis Prima
Tio Maurilo, o tolo
Entrei na livraria e escolhi dois livros, um infantil e um romance. Aproximei-me do atendente e na hora de pagar fui pedir o desconto que o Clic oferece aos pais de alunos.
- Ah, eu tenho um desconto de 15%, beleza?
- Desconto?
- É, o desconto do Clic. Eu tô com a mensalidade aqui pra comprovar que minha filha estuda lá.
- Tudo bem, mas a livraria não tem convênio com ninguém.
- Claro que tem, eu recebi o email.
E diante da negativa do atendente e do gerente que já se aproximara, saquei o celular e fui ler o email em voz alta:
- "O Café com Letras, além dos bons títulos, está dando 15% de desconto aos pais das crianças do CLIC, na compra de livros, mediante comprovante de matrícula (que pode ser boleto bancário)." Viu? Tá aqui no email.
- Ah, sim, senhor, mas aqui é a Livraria da Travessa, o Café com Letras fica logo ali, duas quadras abaixo.
Agora eu pergunto: será que um dia eu vou aprender?
Direto na têmpora: Hazy shade of winter - The Bangles
- Ah, eu tenho um desconto de 15%, beleza?
- Desconto?
- É, o desconto do Clic. Eu tô com a mensalidade aqui pra comprovar que minha filha estuda lá.
- Tudo bem, mas a livraria não tem convênio com ninguém.
- Claro que tem, eu recebi o email.
E diante da negativa do atendente e do gerente que já se aproximara, saquei o celular e fui ler o email em voz alta:
- "O Café com Letras, além dos bons títulos, está dando 15% de desconto aos pais das crianças do CLIC, na compra de livros, mediante comprovante de matrícula (que pode ser boleto bancário)." Viu? Tá aqui no email.
- Ah, sim, senhor, mas aqui é a Livraria da Travessa, o Café com Letras fica logo ali, duas quadras abaixo.
Agora eu pergunto: será que um dia eu vou aprender?
Direto na têmpora: Hazy shade of winter - The Bangles
Redatores
O Carlos Henrique, do blog CHMKT e meu colega aqui na TOM, mandou um texto de Marcelo Pires que fala sobre as mudanças do perfil de redator publicitário ao longo do tempo.
O texto é bem legal. Saca só.
Anos 60
Qual era o perfil do criador publicitário? Um cara talentoso que sonhava em ser poeta, artista plástico, ator – e que caía na propaganda porque precisava sobreviver. Uma pessoas que escrevia pensando nos seus amigos intelectualizados. Não pensava em agradar ao público. Pensava em inovar a linguagem. Ou seja, uma pessoa muitíssimo interessante e pouco envolvida com propaganda.
Anos 70
Quem virava criador publicitário? Um sujeito talentoso que até poderia ser poeta, artista plástico, ator – mas que escolhia propaganda porque gostava desse negócio. Uma pessoa que ensinou aos donos de agência que se escreve publicidade pensando no público, não no gosto pessoal do cliente. Era uma pessoa bem interessante e bem envolvida com a propaganda.
Anos 80
Quem virava criador publicitário? Um indivíduo com preconceito de ser poeta, artista plástico, ator. E que sonhava em ser publicitário. Vinte e quatro horas por dia. Uma pessoa que mostrou ao cliente que agradar ao público é o melhor jeito de agradar ao próprio cliente. Uma pessoa interessante e envolvida com propaganda.
Anos 90
Quem vira criador publicitário? Uma pessoa que não tem talento nem informação suficientes para ser poeta, artista plástico, ator. E que não sonha em ser apenas publicitário: sonha em virar empresário da propaganda, com fotos na Caras e notas na Joyce. Uma pessoa que não escreve pensando no público nem no cliente – escreve para os próprios publicitários. Uma pessoa pouco interessante e totalmente envolvida com propaganda.
Como foi escrito em 96, eu vou cometer a ousadia (ou a burrice) de completar falando de como deveria ser o redator da primeira década do novo milênio, pode ser?
Anos 00
O redator não é mais offline ou online, não é tituleiro e nem pensa apenas em peças. Ele percebe que colaboração, envolvimento e relevância são palavras-chave para tudo o que faz e que anúncios não são um fim, mas uma parte de algo maior. Escrever é apenas um detalhe do seu ofício. Está conectado aos outros e aprende a cada dia que ouvir é o segredo de fazer melhor. É interessante? Sei lá. Mas está envolvido com algo muito maior do que simplesmente propaganda.
Resumidamente, e na minha opinião, é isso.
Direto na têmpora: Jump - The Pointer Sisters
O texto é bem legal. Saca só.
Anos 60
Qual era o perfil do criador publicitário? Um cara talentoso que sonhava em ser poeta, artista plástico, ator – e que caía na propaganda porque precisava sobreviver. Uma pessoas que escrevia pensando nos seus amigos intelectualizados. Não pensava em agradar ao público. Pensava em inovar a linguagem. Ou seja, uma pessoa muitíssimo interessante e pouco envolvida com propaganda.
Anos 70
Quem virava criador publicitário? Um sujeito talentoso que até poderia ser poeta, artista plástico, ator – mas que escolhia propaganda porque gostava desse negócio. Uma pessoa que ensinou aos donos de agência que se escreve publicidade pensando no público, não no gosto pessoal do cliente. Era uma pessoa bem interessante e bem envolvida com a propaganda.
Anos 80
Quem virava criador publicitário? Um indivíduo com preconceito de ser poeta, artista plástico, ator. E que sonhava em ser publicitário. Vinte e quatro horas por dia. Uma pessoa que mostrou ao cliente que agradar ao público é o melhor jeito de agradar ao próprio cliente. Uma pessoa interessante e envolvida com propaganda.
Anos 90
Quem vira criador publicitário? Uma pessoa que não tem talento nem informação suficientes para ser poeta, artista plástico, ator. E que não sonha em ser apenas publicitário: sonha em virar empresário da propaganda, com fotos na Caras e notas na Joyce. Uma pessoa que não escreve pensando no público nem no cliente – escreve para os próprios publicitários. Uma pessoa pouco interessante e totalmente envolvida com propaganda.
Como foi escrito em 96, eu vou cometer a ousadia (ou a burrice) de completar falando de como deveria ser o redator da primeira década do novo milênio, pode ser?
Anos 00
O redator não é mais offline ou online, não é tituleiro e nem pensa apenas em peças. Ele percebe que colaboração, envolvimento e relevância são palavras-chave para tudo o que faz e que anúncios não são um fim, mas uma parte de algo maior. Escrever é apenas um detalhe do seu ofício. Está conectado aos outros e aprende a cada dia que ouvir é o segredo de fazer melhor. É interessante? Sei lá. Mas está envolvido com algo muito maior do que simplesmente propaganda.
Resumidamente, e na minha opinião, é isso.
Direto na têmpora: Jump - The Pointer Sisters
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sexta-feira, novembro 06, 2009
O mundo segundo Sophia
- Olha o mapa do mundo que eu fiz!
- Que lindo, Sophia.
- Tem a Índia, Japão, Macacos, América do Sul e Lojas Americanas.
Mapa mundi Sophístico
Direto na têmpora: Sunset Gates - Gomez
- Que lindo, Sophia.
- Tem a Índia, Japão, Macacos, América do Sul e Lojas Americanas.
Mapa mundi Sophístico
Direto na têmpora: Sunset Gates - Gomez
Alameda das Fezes, cidadania é isso
Diariamente eu caminho por dois quarteirões da antiga Rua Ceará, hoje denominada Alameda das Fezes. Ok, Alameda das Fezes é apenas uma sugestão minha de nome que eu espero que a prefeitura adote, afinal, se eles tiraram o "Nossa" da Senhora do Carmo, porque não podem trocar o nome da Ceará por outro que faça mais sentido?
Voltando ao assunto, caminhar pela Alameda das Fezes é sempre uma aula de visão da "zona sul" sobre cidadania, educação e convívio em sociedade. Não me contive e resolvi retratar estes momentos gloriosos do respeito na vida em comunidade.
Ignorar a sinalização e as leis. Na Alameda das Fezes, cidadania é isso.
Emporcalhar as ruas com o seu lixo. Na Alameda das Fezes, cidadania é isso.
Deixar seu cachorro usar a calçada como privada. Na Alameda das Fezes, cidadania é isso.
Direto na têmpora: The Sausage King - Interröbang Cartel
Voltando ao assunto, caminhar pela Alameda das Fezes é sempre uma aula de visão da "zona sul" sobre cidadania, educação e convívio em sociedade. Não me contive e resolvi retratar estes momentos gloriosos do respeito na vida em comunidade.
Ignorar a sinalização e as leis. Na Alameda das Fezes, cidadania é isso.
Emporcalhar as ruas com o seu lixo. Na Alameda das Fezes, cidadania é isso.
Deixar seu cachorro usar a calçada como privada. Na Alameda das Fezes, cidadania é isso.
Direto na têmpora: The Sausage King - Interröbang Cartel
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resmungo
quinta-feira, novembro 05, 2009
Confrei
Quando eu era pequeno meu pai encucou com um vegetal chamado confrei.
Ralou o joelho? Coloca confrei. Hematoma? Confrei nele. Problemas dermatológicos? Dá-lhe confrei.
Não sei se funcionava ou não (é até provável que sim), mas de uma coisa eu tenho certeza: se confrei curasse burrice, eu ia comprar uns 100 quilos hoje e sair distribuindo na rua.
Isso aqui é que é confrei, ó.
Direto na têmpora: Can't smile without you - The Carpenters
Ralou o joelho? Coloca confrei. Hematoma? Confrei nele. Problemas dermatológicos? Dá-lhe confrei.
Não sei se funcionava ou não (é até provável que sim), mas de uma coisa eu tenho certeza: se confrei curasse burrice, eu ia comprar uns 100 quilos hoje e sair distribuindo na rua.
Isso aqui é que é confrei, ó.
Direto na têmpora: Can't smile without you - The Carpenters
quarta-feira, novembro 04, 2009
Fatos isolados
1) Faz dois dias que eu divido os trabalhos de uma já apertadíssima pauta com a produção de um filme e com algumas aulas/palestras na Estácio de Sá. Entendeu porque eu quase não estou postando?
2) Os participantes do Experimento Pastelzinho, escolhidos por ordem de resposta ao post, foram: Ivan Curi, Zé Celso, Cristiano D'Alcântara, Ewerton Gastão, André Schneider e Clarissa Carvalho. Os textos estão começando a chegar e daqui a pouco teremos peças. Vamos ver no que vai dar.
3) Da série "nomes sophísticos":
- Como essa aranha chama, Sophia?
- Robértala.
4) Eu sei que é americanóide, mas eu adoro Halloween.
5) Só pra vocês terem uma idéia de como estou a fim de ver o "Onde Vivem os Monstros".
Direto na têmpora: Medication - Primal Scream
2) Os participantes do Experimento Pastelzinho, escolhidos por ordem de resposta ao post, foram: Ivan Curi, Zé Celso, Cristiano D'Alcântara, Ewerton Gastão, André Schneider e Clarissa Carvalho. Os textos estão começando a chegar e daqui a pouco teremos peças. Vamos ver no que vai dar.
3) Da série "nomes sophísticos":
- Como essa aranha chama, Sophia?
- Robértala.
4) Eu sei que é americanóide, mas eu adoro Halloween.
5) Só pra vocês terem uma idéia de como estou a fim de ver o "Onde Vivem os Monstros".
Direto na têmpora: Medication - Primal Scream
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Sophia
terça-feira, novembro 03, 2009
Coletivo
Tive uma idéia. Não é uma idéia nova, mas é uma idéia que pode ficar bacaninha. E é uma idéia que precisa de vocês para dar certo.
O lanbce é o seguinte. As 6 primeiras pessoas que mandarem um email com o assunto "experimento pastelzinho" para mauriloandreas@gmail.com irão receber a incumbência de escrever o início de uma história, sem limite de tamanho ou assunto.
Pode ser ficção ou real, pode acontecer na Eslovênia ou em Itaquaquecetuba, pode se passar na pré- história ou no século XXVII, pode ter como personagem principal um átomo ou um professor de Geografia.
Depois eu vou girar estes inícios e cada um vai escrever a sequência da história do outro até que tenhamos 6 histórias completas, cada uma escrita a 12 mãos. Obviamente, todas vão aparecendo no pastelzinho.
Bobagem? Pode ser. Inútil? Provavelmente. Mas eu acho que ia ser bacana. Se rolar e vocês quiserem participar, ótimo. Se não, amanhã tem post novo. Era isso aí.
Direto na têmpora: The sunnyside of the street - The Pogues
O lanbce é o seguinte. As 6 primeiras pessoas que mandarem um email com o assunto "experimento pastelzinho" para mauriloandreas@gmail.com irão receber a incumbência de escrever o início de uma história, sem limite de tamanho ou assunto.
Pode ser ficção ou real, pode acontecer na Eslovênia ou em Itaquaquecetuba, pode se passar na pré- história ou no século XXVII, pode ter como personagem principal um átomo ou um professor de Geografia.
Depois eu vou girar estes inícios e cada um vai escrever a sequência da história do outro até que tenhamos 6 histórias completas, cada uma escrita a 12 mãos. Obviamente, todas vão aparecendo no pastelzinho.
Bobagem? Pode ser. Inútil? Provavelmente. Mas eu acho que ia ser bacana. Se rolar e vocês quiserem participar, ótimo. Se não, amanhã tem post novo. Era isso aí.
Direto na têmpora: The sunnyside of the street - The Pogues
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