sexta-feira, agosto 31, 2007

Dialogando

Tem um diálogo genial entre a Fernanda Young (que eu detesto) e a Rita Lee (de quem eu gosto bastante) que vai mais ou menos assim:

“Rita, você é de uma época de muita doideira, drogas, surubas... aliás, você tem jeito de quem já participou de uma suruba.”

“Olha, eu não colocaria a mão no fogo por mim.

Tem jeito melhor de não responder nada e ainda assim dizer tudo? Tão boa quanto essa só aquela entrevista do Victor Fasano para a Veja.

Veja: “Já manteve relações homossexuais?”

Fasano: “Isso eu não posso responder.”

Veja: “Mas isso já é uma resposta.”

Fasano: “Você considera homossexual uma criança que manteve relação sexual com outra criança do mesmo sexo?”

Veja: “Bom, essa já é outra resposta.”




Direto na têmpora: The Good Life - The Drovers

quinta-feira, agosto 30, 2007

Piñata

Essa quem me contou foi um amigo Diretor de Arte. Ele havia acabado de entrar numa agência e estava tendo dificuldades tremendas pra entender o jeito de trabalhar do Diretor de Criação. Foi aí que um colega de trabalho chamou meu amigo num canto e desfiou sua teoria:

"Olha, é muito fácil você entender o Mister X. Sabe festa de criança que tem piñata, aquele bichinho cheio de balas que a gente dá uma porrada com um pedaço de pau e ele quebra pra delírio da meninada? Pois bem, você é o menino que vai dar cacete na piñata. Você está de frente pra ela, segurando firme no pau (opa!), mirando direitinho, sabendo exatamente o que precisa fazer pra acertar o alvo. Tudo parece perfeito, você se prepara para o golpe, quando de repente vem a mãe do aniversariante, te puxa de lado, põe uma venda nos seus olhos, gira, gira, gira e te deixa completamente sem rumo, tonto e dando paulada pra tudo o que é lado. Pois é, o Mister X é a mãe do aniversariante."

E olha que o que não falta nesse mundo publicitário é mãe de aniversariante pra acabar com a sua piñata.




Direto na têmpora: Universo no teu corpo - Maurício Pereira

quarta-feira, agosto 29, 2007

Infames

A reforma do apartamento custou os olhos da cara. Ainda bem que a varanda não tinha vista.

Tinha a resposta certa para tudo. A pergunta é que quase sempre estava errada.

Era tão velha que começou a mentir a idade dos netos.

Conheço quiromancia como a palma da minha mão.

De tanto sonhar acordado ficou sem ter o que fazer quando dormia.




Direto na têmpora: Rocket Man – Me First and the Gimmie Gimmies

terça-feira, agosto 28, 2007

28 de agosto

A cobertura do bolo é de chocolate. Caramelo, talvez.
A vela acesa inventa contornos e sombras, deforma o sorriso e as palmas.
O chapéu de papel, a receita de doce antigo, o gás se esvaindo do refrigerante, o grito de parabéns parado no ar.
E ao fundo, em meio a restos de balões e embalagens de presentes rasgadas, o tempo passa sem fazer alarde.




Direto na têmpora: Por uma cabeza – Carlos Gardel

segunda-feira, agosto 27, 2007

No caixa rápido

Queria sacar R$ 170,00. Cartão na mão, abri a porta e entrei. Já era noite e eu olhava os jovens que chegavam à lanchonete americanizada ao lado. Como podiam gostar daquela comida sem gosto? Daqueles sanduíches produzidos em série, quase um projeto científico?

Inseri o cartão na máquina. Não conseguia parar de pensar nos jovens da lanchonete. Aquilo deveria vir com aviso do Ministério da Saúde: entupimento de coronárias, colesterol, obesidade, câncer, burrice, sei lá. Ninguém poderia comer um daqueles impunemente.

Pouco tempo depois estava com o dinheiro na mão. Virei-me para sair e meu estômago roncou. O dia havia sido tão corrido que acabei nem almoçando. Maldita fome. Guardando o dinheiro na carteira reparei na quantia. Na verdade, precisava mesmo apenas de R$ 150,00 para o condomínio. R$ 20,00 iriam sobrar para algum imprevisto.

Caminhando para o carro dei uma guinada que me surpreendeu e me vi rumando resoluto para o balão da lanchonete. Como que em pleno transe, ainda ouvi o final da minha própria frase: “Isso. E pra acompanhar um sorvete e um refrigerante light, ok?”




Direto na têmpora: Hide nor hair - Ray Charles

Dedão na lente

Eu tenho uma Polaroid. Não é dessas porcarias que exploram a mão-de-obra barata de China, Taiwan e Hong-Kong, não. É Made in the United Kindom, sacô? Só que agora não se produzem mais filmes para Polaroids. Consegui comprar um pela última vez já faz cerca de um ano e agora todas as lojas especializadas são unânimes em me afirmar que o produto saiu de linha.

Esse fato simples leva basicamente a três coisas:

- Minha Polaroid tornou-se praticamente inútil, já que não pode ser mais utilizada para sua atividade primária, a saber, fotografar.

- Ninguém, nem mesmo profissionais e estabelecimentos do ramo, quer comprar minha Polaroid, já que ela agora é tão útil quanto os números da Megasena da semana passada.

- Minha mesa na agência acaba de ganhar um peso de papel prateado e com flash que me proporcionará momentos importantes de reflexão sobre a obsolescência das coisas e a marcha inexorável do tempo.




Direto na têmpora: Crazy love – Bryan Ferry

Parque Guanabara

Entrada franca e apenas R$ 2,00 por brinquedo, menos a Monga que é R$ 3,00 e que, pensando bem, não é brinquedo e sim um espetáculo ilusio-artístico-cultural. Ah, na verdade os R$ 2,00 são para a criança, já que o adulto que acompanha não paga. Para completar o passeio, saboreamos ainda deliciosos churros.
É, o Parque Guanabara continua um lugar do caramba para os pequenos. A Sophia adorou e eu muito mais.




Direto na têmpora: Carta do Marquês – Último Número

sexta-feira, agosto 24, 2007

Orçamento

Lembrei de mais um caso de um certo ex-patrão meu. Apresentávamos uma campanha para um cliente antigo da casa, mas com responsável novo pelo marketing e corria tudo bem. O conceito havia sido aprovado com louvor, o filme foi elogiadíssimo e entrávamos na sempre complicada parte dos orçamentos.

Os custos de mídia geraram algum debate e na hora dos orçamentos de produção os ânimos começaram a se alterar. De repente, bem no meio da apresentação dos orçamentos do filme o novo gerente de marketing do cliente exclama (valores fictícios obviamente):

“Cem mil reais!? Um filme desses eu faço por vinte mil fácil!”

No que o dono da agência responde de bate-pronto:

“Pois então a reunião está encerrada. Senhores, aí está o nosso novo fornecedor. Boa sorte!”.

Até a temperatura baixar foi um custo, mas acabou tudo bem e o filme foi rodado. Com nosso orçamento, claro.




Direto na têmpora: Pow R. Ball - Yatsura

quinta-feira, agosto 23, 2007

Atendendo a sugestão do Rubéola

Tenho a língua solta
E todas as palavras já ditas escapando por entre os dentes




Direto na têmpora: Samba do Avião - Tom Jobim

Boca suja

Quem visita o blog da TOM já leu, quem não visita pode ler agora. A história é, vergonhosamente, verídica.

Minha sogra foi comprar uma ração para sua cadelinha Magnólia em uma conceituada petshop da zona sul. Ao ser atendida, pediu algumas dicas sobre os melhores produtos no que foi prontamente atendida pelo prestativo vendedor:

"Ah, essa aqui é a melhor do mercado. Tem ômega 6, vitaminas e faz o cachorro cagar bem menos."

Assustada com o linguajar pouco apropriado para um vendedor de tão prestigioso estabelecimento, ainda mais diante de uma senhora, minha sogra ainda tentou ajudá-lo.

"Certo, então reduz o volume de fezes, é isso?"

"Isso, o cachorro caga muito menos. Caga menos e fede bem menos também, viu?"

A partir daí aquela petshop ficou totalmente de fora da lista de compras para a Magnólia.




Direto na têmpora: Viola enluarada - Marcos Valle & MPB4

quarta-feira, agosto 22, 2007

Tudo é Jazz ou ajuda eu, moço

Em setembro teremos o Tudo é Jazz em Ouro Preto. Esse ano tem Joshua Redman, Madeleine Peyroux, Oscar Castro Neves e outros fodões do ramo. Pois bem, inicio oficialmente a partir de agora a campanha de doações para a minha presença no evento.

Quem tiver ingressos para qualquer dos três dias (ou preferencialmente para os três), por favor, lembre-se do pobre amiguinho aqui que ainda tem os ingressos da mulher para pagar.

Conto com a colaboração e com a caridade de todos vocês, almas benevolentes. Não me deixem só!




Direto na têmpora: Above ground - Norah Jones

Morfologia

Tenho pé-de-valsa
Mas nos tendões algo desafina enquanto danço

Tenho veia poética
E só me falta o sangue que nela corra

Tenho olho clínico
Que a retina-paciente se recusa a enxergar

Tenho ouvidos moucos
E uns tantos gritos roucos de não se fazer ouvir

Tenho a alma leve
De um peso sutil que me afunda no chão

Tenho coração de pedra
E sobre ele não se edificará minha igreja




Direto na têmpora: What Sarah said - Death Cab for Cutie

terça-feira, agosto 21, 2007

Estudos Avançados da Fauna Publicitária

Tem gente que acha que atendimento é tudo igual: bobagem. Existem dezenas de tipos diferentes catalogados pelo CEBRACOM – Centro de Estudos dos Braços Compridos e a cada dia surge uma nova e atemorizante variedade. Como não sou expert no tema e tenho apenas uma curiosidade mórbida pela espécie, citarei apenas cinco dos modelos mais comuns encontrados na nossa vida selvagem.

Os Criativos – Sugerem títulos, mudam layouts por conta própria, chegam a dar sugestões de roteiro diretamente para o cliente durante as apresentações. Profissionais pró-ativos, nunca deixam a falta de talento ou de ridículo atrapalhar sua sanha criativa.

Os Múcios – havia um personagem do Jô Soares (sim, o Jô já foi humorista, meus leitores petizes) chamado Múcio que concordava sempre com seus interlocutores. Se um era a favor da pena de morte ele prontamente concordava. Assim que o outro mostrava opinião contrária ele imediatamente virava casaca com seu indefectível “por outro lado” prognata. Pois bem, os Múcios vivem assim, concordando despudoradamente com criação e com o cliente ao mesmo tempo, não importando o quanto eles tenham visões opostas. Costumam ter carreiras longas e odiosas.

Os Polianas – A campanha acaba de ser reduzida a pó, o prazo é de poucas horas, o pedido entra apenas na sexta-feira às 19h, pouco importa, para os Polianas tudo tem seu lado bom. “Geeenteee, o cliente amoooooouuuuuu a campanha. O texto está bombado, o layout ele não gostou, o roteiro vai ter que ser refeito, mas o jeito que o endereço entrou nas peças ele amou.” São os causadores (e vítimas) mais comuns de homicídios em agências de propaganda.

Os Pôncios Pilatos – Jogam a campanha na mesa do cliente e lavam as mãos. Quase sempre levam Jesus Cristo, mas só voltam com Barrabás aprovado.

Os Prolixos – Sabe aqueles pedidos de trabalho com 7 laudas para solicitar uma faixa de rua? Essa é uma das maneiras mais fáceis de reconhecer um Prolixo. Na apresentação com o cliente, desfia um rosário de termos marketescos, espalha palavras de impacto, insere alguns jargões e voilá, perde 40 minutos da reunião para porra nenhuma. É um mestre em produzir bocejos e pode chegar a triplicar a quantidade de café consumida em uma reunião. Normalmente é demitido ainda no meio de algum discurso.

Como eu disse, existem também outros exemplares, como os Competentes, os Envolvidos, os Racionais. Trabalhei com muitos deles e são excelentes para conviver e produzir, mas dão pouquíssimo assunto para pastel.




Direto na têmpora: Africa - Toto

segunda-feira, agosto 20, 2007

The whole world in his hands

Um filme bacana demais da Adidas que eu fiz questão de rever só pra lembrar que o Garnett hoje é dos Celtics. Independente de NBA ou não, é um filmaço que vale a pena ser visto.






Direto na têmpora: Brain Stew - Greenday

Nem acarajé, nem Chiclete com Banana, é assim que eu gosto da Bahia

Passei quatro dias em Salvador e o que eu tenho a dizer é o seguinte:

- O filé do Juarez é melhor ainda do que eu esperava.
- O Bar da Ponta também é ótimo.
- O sorvete da Ribeira é sensacional, mas é longe pra burro.
- O Amado é um dos restaurantes mais bacanas onde já estive, mas é caro pra burro.
- O termo “baianada” para descrever ações absurdas no trânsito não é preconceituoso ou maldoso, ele apenas retrata com clareza uma realidade.
- Gostei bastante do Elevador Lacerda e do Pelourinho.
- Tem muita coisa precisando de uma bela reforma ou melhor utilização na cidade.
- O Mercado Modelo é mais legal de se ver do que de se visitar.
- O Forte de São Marcelo é bem mais legal de se visitar do que de se ver.
- O Maria Mata Mouro é um senhor restaurante.
- O Pestana é um senhor hotel (ainda mais quando você fica em quarto superior ao esperado / combinado).
- O Shopping Salvador é bem bonito. O Iguatemi é um pombal.
- O dique do Itororó foi uma belíssima surpresa.
- A Praia do Forte é bacaníssima e uma ótima pedida pra voltar com a Sophia.
- Imbassaí é linda, linda, linda, mas tem uma onda meio estranha, sei lá.
- Xandy ainda existe na Bahia, provando mais uma vez que para o mal não há limites.
- Tem umas estátuas boterísticas de uma gordinhas em Ondina que são bem legaizinhas.
- Os doces portugueses do restaurante Conventual, no sensacional Convento do Carmo, são incríveis, fantásticos e absurdantes. Mas a latinha de Coca custa R$ 6,00!!!!!
- Os planos inclinados são um negócio muito doido.
- A Fonte Nova está, como o time do Bahia, caindo aos pedaços.
- O “Encontro das Nádegas” é uma das esculturas mais esquisitas de todos os tempos.
- Eu e Fernanda adoramos Salvador. Já fiquei com vontade de voltar.




Direto na têmpora: Mulheres de Atenas - Chico Buarque

terça-feira, agosto 07, 2007

Fechado, closed, cerrado, fermé, geschlossen, chiuso, gesloten, csukott

Esta pastelaria fechou. Obrigado a quem visitou e, pra despedir, vai aí um Dennis McHale sem tradução porca.
Ciao ciao, amiguinhos.


Like it or not

Forget the roses
Embrace the thorns
Like it or not
That´s what you got
That´s what I brought
That´s what it is

Forget the candy
The heart-shaped boxes
The smiley faces
And pinky laces

Forget the kisses
The cosy hugs
The pretty dresses
Your silly hair

Forget the promises
The magic spells
The soft words
All you meant well

Forget it all
Forget it now
Today is blood
It´s painful blood

Like it or not
That´s what you got
That´s what I brought
That´s what it is




Direto na têmpora: The well and the lighthouse - Arcade Fire

segunda-feira, agosto 06, 2007

Perspectiva

É muito engraçada a perspectiva de quem está de fora de determinado assunto. Por exemplo, quem não conhece futebol americano tem a clara sensação de que aquilo é uma porradaria sem sentido, já quem conhece (ou boa parte de quem conhece) costuma ser bastante apaixonado.

O mesmo se dá com ambientes corporativos (com o perdão da má palavra). Normalmente quem atende apenas o cliente A, acredita que ele é um monstro, até que chega alguém que já trabalhou com os clientes B, C e D e diz tranqüilamente que A é um cordeirinho. Por cliente entenda-se o profissional, não a empresa.

Eu já rodei bem no mercado mineiro e posso dizer, tranqüilamente, que já trabalhei com pelo menos um cliente top five em termos de escrotice. Obviamente não posso dizer o nome do Freddie Krueger aqui, mas aposto a grana que for que ele está entre os cinco mais monstruosos.

O fato é que já ter trabalhado com o próprio Lúcifer me dá uma certa casca grossa e eu consigo até me surpreender positivamente com certas pessoas tidas e havidas como monstros do pântano, mas que na verdade não passam de saltitantes sapinhos.

Só não descobri ainda se isso é bom ou ruim.




Direto na têmpora: Juvenar - Karnak

sexta-feira, agosto 03, 2007

Paiaço

Comprei um Homer Simpson de pelúcia que dança e canta Macho Man, além de falar outras 4 frases. Como eu sou o verdadeiro manchild, adulteen e coisas do gênero, comprei pra mim, não para a Sophia. Além disso, adquiri um jack-in-the box do Krusty na mesma loja virtual.

Chego em casa, Sophia vê o Homer e imediatamente começa a pedir: "Paiaço, Paiaço". Pronto, o que seria meu Simpson de estimação virou o palhaço da Sophia. E o que é pior, uma das mais eficientes soluções para fazê-la parar de chorar por qualquer motivo é colocar o pobre pra cantar o sucesso do Village People enquanto eu danço freneticamente tentando animar a pequena.

É nessas horas que eu tenho que concordar com a Luísa, minha sobrinha, que ao saber que a Fernanda estava grávida exclamou incrédula: "mas o Maurilo é muito imaturo pra ser pai". Maldita sabedoria infantil.


"I´m shaved and I´m showered and I´m Shuper Shexy"




Direto na têmpora: 20 times - Chixdiggit

quinta-feira, agosto 02, 2007

Ainda rock and roll

Muita gente já ouviu falar do Dread Zeppelin, aquela banda que tocava hits do Led Zeppelin com um vocalista chamado Tortelvis que cantava com as roupas, a voz e os trejeitos de Mr. Presley. Uma salada maluca, mas muito divertida.

Pois outro dia o Sr. Maki Sangawa trouxe até mim as peripécias do Beatallica, uma banda que toca canções dos Beatles com arranjos (e letras) apropriadas para o Metallica. Além da voz ser Hetfield puro, os covers são muito engraçados.

Segue um clip de cada um pra vocês conferirem. O Dread Zeppelin manda Immigrant Song e o Beattalica chega com A Garage Dayz Nite(A Hard Day´s Night). Depois me contem o que acharam.


Tortelvis delivers



Detalhe para o solo de baixo




Direto na têmpora: Rock music - Pixies

quarta-feira, agosto 01, 2007

Dupla identidade

Lembrei hoje de um caso bobo que vivo contando pros outros, mas que nunca tinha postado aqui. Estava eu a garimpar discos na Galeria do Rock quando, ao entrar em uma lojinha, reparo que o vendedor parece familiar.

"Cara, não sei se já te falaram mas você é igualzinho ao Clemente dos Inocentes."
"Eu SOU o Clemente dos Inocentes."
"Ah, então é por isso que parece tanto."

Depois disso ficamos conversando sobre um show que ele havia dado em Ipatinga no ano de 86, o famoso Uai 2 (não me pergunte onde foi o 1) que contou com Lobão, Titãs, RPM e outras grandes bandas da época. O show dos Inocentes rolou às 5h da matina debaixo de um toró inclemente (sem trocadilhos) e com um máximo de 20 espectadores, sendo que eu era um deles.

Enfim, a gente tem dessas coisas, achar que só porque o cara faz músicas de que você gosta não precisa de um emprego. E enquanto o Clemente rala na sua lojinha, o Alexandre Pires segue cada vez mais rico. Bah!


Clemente, vocalista / guitarrista / balconista fazendo cara de mau.




Direto na têmpora: First drag of the day - Bob Mould

Atari

Apesar do fracasso das estampas no camiseteria (agora em caixa baixa só de vingança), o Atari continua sendo uma das minhas grandes referências estéticas. Aí, quando eu vi esse filme no Vizinho da Besta, tive que postar aqui. Divirtam-se oitentistas!






Direto na têmpora: Alma não tem cor - Karnak