quarta-feira, agosto 22, 2007

Morfologia

Tenho pé-de-valsa
Mas nos tendões algo desafina enquanto danço

Tenho veia poética
E só me falta o sangue que nela corra

Tenho olho clínico
Que a retina-paciente se recusa a enxergar

Tenho ouvidos moucos
E uns tantos gritos roucos de não se fazer ouvir

Tenho a alma leve
De um peso sutil que me afunda no chão

Tenho coração de pedra
E sobre ele não se edificará minha igreja




Direto na têmpora: What Sarah said - Death Cab for Cutie

6 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom isso, ein?

redatozim disse...

Obrigado, obrigado, agradeço penhorado, Dri.

Anônimo disse...

Faço minhas as palavras da Adriana, aumentando o côro...

redatozim disse...

Gracias, Don Oliva, gracias.

Rubens disse...

Beleza de poema.
Como você completaria o verso abaixo?

Tenho a língua solta
(...)

Aliás, dá uma série, hein my friend, talvez até um livreto.

redatozim disse...

Uma boa mesmo, Rubinho. Vou investir nisso aí. Valeu.