Hoje eu completo sete anos de casado com a Fernanda. Neste tempo eu nem sempre fui um bom marido, nem sempre a fiz feliz, nem sempre fiz as escolhas certas e muitas vezes me esforcei menos do que era necessário para que as coisas dessem certo.
Ainda assim, ela continua comigo e ainda diz que me ama. Não entendo bem o motivo, mas agradeço.
Dizem que sete é um número místico, que existe a crise dos sete anos e todo o tipo de coisa. Não sei. Só sei que pra mim, ter vivido estes sete anos ao lado da Fernanda é um grande presente e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade.
Grande responsabilidade que, aliás, sempre aparece na forma de uma uma vozinha que me fala à mente todas as manhãs: "vamo lá, Maurilo, você conseguiu mais um dia com esse mulherão, agora vê se levanta e não faz merda, porra."
Te amo muito, Fernanda. Obrigado por ser a minha vida, o meu anjo, a minha mulher, a minha namorada, a minha amiga, a minha Fer.
Direto na têmpora: Mama, Won't You Keep Those Castles In The Air & Burning? - Clap Your Hands Say Yeah
segunda-feira, agosto 31, 2009
Sophia e o Rio ainda
Havíamos acabado de chegar ao Cristo Redentor e Fernanda mostrava a ponte Rio Niterói para Sophia. A baixinha então, olhando para a cidade exclamou, sabe-se lá porque:
- Olha, mamãe, Nova Iorque!
____________//________________
Tia Ana Paula pergunta para a Sophia sobre a viagem:
- Você gostou da praia, Sophia?
- Gostei.
- E do mar, você gostou?
- Gostei.
- E você pegou muito jacarezinho lá?
- Não, eu não vi nenhum e nenhum me mordeu.
Direto na têmpora: I want you back - The Esso Trinidad Steel Band
- Olha, mamãe, Nova Iorque!
____________//________________
Tia Ana Paula pergunta para a Sophia sobre a viagem:
- Você gostou da praia, Sophia?
- Gostei.
- E do mar, você gostou?
- Gostei.
- E você pegou muito jacarezinho lá?
- Não, eu não vi nenhum e nenhum me mordeu.
Direto na têmpora: I want you back - The Esso Trinidad Steel Band
sexta-feira, agosto 28, 2009
Mãos
Eu tenho uma coisa por mãos. Mãos de crianças, mãos de mulheres, fotos de mãos idosas, mãos fazendo cafuné, andar de mãos dadas, tudo o que é relativo a mãos tem uma força extra pra mim.
A mão que balança o berço, mão de ferro, mão boba, dar uma mão, de mão em mão, tá na mão, com as próprias mãos, entrega em mãos, mãos que dão adeus, toque para aproximar, empurrão para afastar.
Mulher com mãos feias, por exemplo, sempre foi um corta barato. E por feia eu não quero dizer aquela que não tenha unha feita, cutícula e tal, mas sim a que é grosseira, que tem um formato estranho, que é desproporcional, etc.
Mãos pra mim são eróticas e uma importante referência estética, mas são também sinais de confiança, de firmeza, de gestos e atos que atraem ou repelem. Mãos dizem muito e mais honestamente que as bocas.
A propósito, as mãos da Fernanda são finas, de dedos longos e brancas e lindas como não se vê sempre. E as mãos da Sophia, que não são tão parecidas com as da Fernanda, são maravilhosas de outro jeito.
E não há sensação melhor do que segurá-las (de mãe e filha) quando estou triste, feliz, com medo ou simplesmente distraído.
Mão de pasteleiro.
Direto na têmpora: Bring on the dancing horses - Echo & The Bunnymen
A mão que balança o berço, mão de ferro, mão boba, dar uma mão, de mão em mão, tá na mão, com as próprias mãos, entrega em mãos, mãos que dão adeus, toque para aproximar, empurrão para afastar.
Mulher com mãos feias, por exemplo, sempre foi um corta barato. E por feia eu não quero dizer aquela que não tenha unha feita, cutícula e tal, mas sim a que é grosseira, que tem um formato estranho, que é desproporcional, etc.
Mãos pra mim são eróticas e uma importante referência estética, mas são também sinais de confiança, de firmeza, de gestos e atos que atraem ou repelem. Mãos dizem muito e mais honestamente que as bocas.
A propósito, as mãos da Fernanda são finas, de dedos longos e brancas e lindas como não se vê sempre. E as mãos da Sophia, que não são tão parecidas com as da Fernanda, são maravilhosas de outro jeito.
E não há sensação melhor do que segurá-las (de mãe e filha) quando estou triste, feliz, com medo ou simplesmente distraído.
Mão de pasteleiro.
Direto na têmpora: Bring on the dancing horses - Echo & The Bunnymen
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mãos
O assento de privada
Eu acho que o ser humano ainda tem alguns abismos de inteligência. O assento de privada, por exemplo. Será que não existe nada mais inteligente?
Não há nenhuma briga tão insolúvel para homens e mulheres quanto o assento da privada. A gente levanta pra urinar e elas abaixam, ou seja, todo mundo acaba tendo que colocar a mão ali.
Isso sem falar na capacidade que o objeto tem de, nas horas mais imprórias, desabar com um estrondo e trazendo sempre a possbilidade de
a) decepar o pênis do urinador masculino;
b) acordar a casa inteira;
c) causar um descontrole do ato urinário (por susto ou reflexo) que produza efeitos líquidos desagradáveis por todo o banheiro.
Eu me recuso a acreditar que o homem tenha ido à lua, inventado a internet e ainda não tenha arranjado nada melhor do que o assento de privada. A única explicação minimamente plausível é que cientistas mijam sentados, mas não sei, ainda assim já era pra terem resolvido esse problema.
Se você concorda comigo, tire a bunda da priv... quer dizer, da cadeira, comece a pensar e inscreva-se no Prêmio Jovem Cientista. Pelo bem de todos que mijam em pé e pelo fim dos assentos de privada.
Direto na têmpora: Jumpin' Jack Flash - Rolling Stones
Não há nenhuma briga tão insolúvel para homens e mulheres quanto o assento da privada. A gente levanta pra urinar e elas abaixam, ou seja, todo mundo acaba tendo que colocar a mão ali.
Isso sem falar na capacidade que o objeto tem de, nas horas mais imprórias, desabar com um estrondo e trazendo sempre a possbilidade de
a) decepar o pênis do urinador masculino;
b) acordar a casa inteira;
c) causar um descontrole do ato urinário (por susto ou reflexo) que produza efeitos líquidos desagradáveis por todo o banheiro.
Eu me recuso a acreditar que o homem tenha ido à lua, inventado a internet e ainda não tenha arranjado nada melhor do que o assento de privada. A única explicação minimamente plausível é que cientistas mijam sentados, mas não sei, ainda assim já era pra terem resolvido esse problema.
Se você concorda comigo, tire a bunda da priv... quer dizer, da cadeira, comece a pensar e inscreva-se no Prêmio Jovem Cientista. Pelo bem de todos que mijam em pé e pelo fim dos assentos de privada.
Direto na têmpora: Jumpin' Jack Flash - Rolling Stones
Birthday
Sim, hoje é meu aniversário. Sim, eu estarei no Pedacinhos do Céu a partir das 21h. Sim, eu espero você lá.
Birthday (Sugarcubes)
She lives in this house over there
Has her world outside it
Scrapples in the earth with her fingers and her mouth
She's five years old
Thread worms on a string
Keeps spiders in her pocket
Collects fly wings in a jar
Scrubs horse flies
And pinches them on a line
Ohhh...
She has one friend, he lives next door
They're listening to the weather
He knows how many freckles she's got
She scratches his beard
She's painting huge books
And glues them together
They saw a big raven
It glided down the sky
She touched it
Ohh...
Today is a birthday
They're smoking cigars
He's got a chain of flowers
And sows a bird in her knickers
Ohhh...
They're smoking cigars
They lie in the bathtub
A chain of ... flowers
Direto na têmpora: Angry People - Barenaked Ladies
Birthday (Sugarcubes)
She lives in this house over there
Has her world outside it
Scrapples in the earth with her fingers and her mouth
She's five years old
Thread worms on a string
Keeps spiders in her pocket
Collects fly wings in a jar
Scrubs horse flies
And pinches them on a line
Ohhh...
She has one friend, he lives next door
They're listening to the weather
He knows how many freckles she's got
She scratches his beard
She's painting huge books
And glues them together
They saw a big raven
It glided down the sky
She touched it
Ohh...
Today is a birthday
They're smoking cigars
He's got a chain of flowers
And sows a bird in her knickers
Ohhh...
They're smoking cigars
They lie in the bathtub
A chain of ... flowers
Direto na têmpora: Angry People - Barenaked Ladies
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aniversário
quinta-feira, agosto 27, 2009
Vindicated!
Eu sempre fui um defensor da semana de 4 dias e o pastelzinho não me deixa mentir. Já escrevi sobre o assunto aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e até escrevi poema aqui.
Agora, o governo de Utah apresenta os primeiros resultados de uma experiência prática com a semana de 4 dias que envolve 17.000 pessoas e que já dura um ano.
A idéia é simples: as pessoas trabalham 10 horas por dia ao invés de 8 e ganham mais um dia livre para viverem bem. Vamos aos números.
- Os escritórios que fecham na sexta-feira reduziram em 13% o consumo de energia.
- O trânsito (e sua consequente emissão de gases poluentes) ficou bem mais reduzido por causa da sexta-feira livre e dos horários diferentes entre os funcionários 8h e os 10h nos demais dias.
- Após 9 meses do projeto, o governo economizou 1,8 milhão de dólares em custos operacionais.
- 82% dos trabalhadores aprovaram a mudança e as queixas sobre stress e problemas de saúde foram reduzidas significativamente.
Resumindo, eu voto em qualquer um para qualquer cargo desde que ele/ela seja um defensor da semana de 4 dias. E se a Tom implantar o sistema, pode contar desde já com um garoto propaganda para divulgar, elogiar e inscrever a agência na lista das 100 melhores empresas para se trabalhar do Brasil.
Ah, e se você quiser saber direitinho, tirei as informações daqui.
Direto na têmpora: Sea of love - Tom Waits
Agora, o governo de Utah apresenta os primeiros resultados de uma experiência prática com a semana de 4 dias que envolve 17.000 pessoas e que já dura um ano.
A idéia é simples: as pessoas trabalham 10 horas por dia ao invés de 8 e ganham mais um dia livre para viverem bem. Vamos aos números.
- Os escritórios que fecham na sexta-feira reduziram em 13% o consumo de energia.
- O trânsito (e sua consequente emissão de gases poluentes) ficou bem mais reduzido por causa da sexta-feira livre e dos horários diferentes entre os funcionários 8h e os 10h nos demais dias.
- Após 9 meses do projeto, o governo economizou 1,8 milhão de dólares em custos operacionais.
- 82% dos trabalhadores aprovaram a mudança e as queixas sobre stress e problemas de saúde foram reduzidas significativamente.
Resumindo, eu voto em qualquer um para qualquer cargo desde que ele/ela seja um defensor da semana de 4 dias. E se a Tom implantar o sistema, pode contar desde já com um garoto propaganda para divulgar, elogiar e inscrever a agência na lista das 100 melhores empresas para se trabalhar do Brasil.
Ah, e se você quiser saber direitinho, tirei as informações daqui.
Direto na têmpora: Sea of love - Tom Waits
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boas notícias,
semana de 4 dias
Tomando em inglês
Hoje pela manhã estava de preguicinha na cama com a minha Sophia e lembrei-me de que ela já fala duas frases em inglês "Hey Ho Let's Go" e "Gabba Gabba Hey".
Motivado por esta veia poliglota da criança, expliquei pra ela:
- Sophia, sabe como se diz "você me ama" em inglês?
- Não.
- É assim: "do you love me?".
- Duiulovme?
- Isso. E aí, você responde "yes, I do", que quer dizer, "sim, eu te amo". Quer fazer?
- Quero.
- Sophia, do you love me?
E ela, sem pestanejar:
- Como é que fala "não" em inglês?
Direto na têmpora: Ocean And A Rock - Lisa Hannigan
Motivado por esta veia poliglota da criança, expliquei pra ela:
- Sophia, sabe como se diz "você me ama" em inglês?
- Não.
- É assim: "do you love me?".
- Duiulovme?
- Isso. E aí, você responde "yes, I do", que quer dizer, "sim, eu te amo". Quer fazer?
- Quero.
- Sophia, do you love me?
E ela, sem pestanejar:
- Como é que fala "não" em inglês?
Direto na têmpora: Ocean And A Rock - Lisa Hannigan
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casos,
humilhação,
humor,
Sophia
Regrinhas
Quando eu era aluno de faculdade ainda pairavam algums regras sobre criação que eu, ao longo da carreira, fiz questão de ignorar, mas que eram tidas quase sempre como sagradas por certos membros jurássicos da comunidade acadêmica.
Repita o nome do cliente pelo menos três vezes em cada spot de rádio, nunca use "não" em um título e cite sempre a marca no título eram mimos comumente ouvidos pelos corredores da FAFICH.
No meu caso, tive a sorte de ser aluno da Carla Madeira, que sempre se pautou mais pelo bom senso, pela eficácia e pela originalidade da solução do que por regras cristalizadas e de valor duvidoso.
No entanto, a gente sempre encontra pelo mercado pessoas que amam regrinhas fáceis e que podem ser interpretadas da maneira que melhor lhes convier. Há algum tempo, por exemplo, apresentamos uma campanha sobre um produto e no título, bastante direto, colocamos seu diferencial. O cliente gostou mas solicitou uma pequena mudança.
- Ficou bom, mas pega essa informação e coloca também em um splash, na imagem do produto e em bold no texto.
Olhamos um para o outro e alguém falou:
- Olha, a informação vai ficar muito redundante, além de poluir a peça, não vai ficar legal.
Foi aí que, com um jeito maroto, o cliente nos deu a resposta com um sorriso vitorioso.
- Ah, mas comunicação é repetição, você não sabia?
E assim, com tanta simplicidade, a ordem foi acatada. Não importa que a frase citada fosse uma máxima sobre frequência de mídia da década de 70 e que não necessariamente se aplica ao produto dele há quase duas décadas.
Não interessa também que uma frase sobre mídia estivesse sendo usada para mudar o conteúdo de uma peça.
Interessa menos ainda que ele tenha lido um único livro de marketing há 40 anos, não tenha entendido e continue usando a frasezinha pra tudo.
O que interessa, pequenos comensais desta pastelaria, é que para ele aquela era uma regrinha linda e fofa. E regrinhas valem ouro para quem não acredita em inovação.
Direto na têmpora: No Stopping Anytime - Family Lumber
Repita o nome do cliente pelo menos três vezes em cada spot de rádio, nunca use "não" em um título e cite sempre a marca no título eram mimos comumente ouvidos pelos corredores da FAFICH.
No meu caso, tive a sorte de ser aluno da Carla Madeira, que sempre se pautou mais pelo bom senso, pela eficácia e pela originalidade da solução do que por regras cristalizadas e de valor duvidoso.
No entanto, a gente sempre encontra pelo mercado pessoas que amam regrinhas fáceis e que podem ser interpretadas da maneira que melhor lhes convier. Há algum tempo, por exemplo, apresentamos uma campanha sobre um produto e no título, bastante direto, colocamos seu diferencial. O cliente gostou mas solicitou uma pequena mudança.
- Ficou bom, mas pega essa informação e coloca também em um splash, na imagem do produto e em bold no texto.
Olhamos um para o outro e alguém falou:
- Olha, a informação vai ficar muito redundante, além de poluir a peça, não vai ficar legal.
Foi aí que, com um jeito maroto, o cliente nos deu a resposta com um sorriso vitorioso.
- Ah, mas comunicação é repetição, você não sabia?
E assim, com tanta simplicidade, a ordem foi acatada. Não importa que a frase citada fosse uma máxima sobre frequência de mídia da década de 70 e que não necessariamente se aplica ao produto dele há quase duas décadas.
Não interessa também que uma frase sobre mídia estivesse sendo usada para mudar o conteúdo de uma peça.
Interessa menos ainda que ele tenha lido um único livro de marketing há 40 anos, não tenha entendido e continue usando a frasezinha pra tudo.
O que interessa, pequenos comensais desta pastelaria, é que para ele aquela era uma regrinha linda e fofa. E regrinhas valem ouro para quem não acredita em inovação.
Direto na têmpora: No Stopping Anytime - Family Lumber
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quarta-feira, agosto 26, 2009
Diversão no elevador
Eu e Grazi do Véi subíamos para uma reunião quando uma senhora entrou e, na dúvida sobre o seu andar, apertou vários botões. Assim que ela saiu um peão que também estava na caixa metálica se pronunciou:
- A véia vai afundá a butuêra toda. Meteu a mão no código de Brian.
E antes que eu percebesse que "código de Brian" significava na verdade "código Braile", ele arrematou.
- Tem muita gente burra nesse Brasil.
Direto na têmpora: The Freest Man - Tilly and the Wall
- A véia vai afundá a butuêra toda. Meteu a mão no código de Brian.
E antes que eu percebesse que "código de Brian" significava na verdade "código Braile", ele arrematou.
- Tem muita gente burra nesse Brasil.
Direto na têmpora: The Freest Man - Tilly and the Wall
O lado escuro das princesas Disney
O artista Jeffrey Thomas transforma o sonho de toda menina em verdadeiros pesadelos. E fica duca.
Ariel não é mais uma sereia boazinha.
Acredite, não existem tantas maravilhas no país da Alice.
Mulan deixa o dragãozinho no chinelo.
Parece que a maçã deixou efeitos colaterais.
Direto na têmpora: Charlie Brown - Voodoo Glow Skulls
Ariel não é mais uma sereia boazinha.
Acredite, não existem tantas maravilhas no país da Alice.
Mulan deixa o dragãozinho no chinelo.
Parece que a maçã deixou efeitos colaterais.
Direto na têmpora: Charlie Brown - Voodoo Glow Skulls
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Velhos amores
O Rio foi um amor de infância com o qual eu andei, não diria brigado, mas distante durante um bom tempo. Da Fernanda pra cá, eu e o Rio voltamos às boas e posso dizer que já sinto a velha chama acesa novamente.
Foi a primeira vez da Sophia na capital fluminense e que semana bacana passamos por ali. Nem a chuva atrapalhou e a baixinha amou o bondinho, o Cristo, a praia, o musical do Sítio do Pica Pau Amarelo e até mesmo o trágico Parque Terra Encantada, sobre o qual falarei depois.
Sophia curtiu a praia.
Sophia curtiu o Pão de Açúcar.
Sophia curtiu o Jardim Botânico.
Eu e Fernanda, além de nos divertirmos muito em todos os programas citados, ainda aproveitamos muito na comilança e nas compras.
Em termos de restaurantes a coisa foi realmente acima da média. Alessandro & Frederico, Zuka (e seu maravilhoso sorvete de tapioca com bala de coco), Deli 43 e os produtos Pavelka, Devassa, o excelente Bracarense e o delicioso café da manhã do Parque Lage foram alguns dos destaques.
No Bracarense, aliás, reencontramos meu grande amigo Don Oliva e depois fomos ver a sua Virgínia. Um dos melhores momentos da viagem.
Don Oliva, eu, Fernanda e Sophia no Bracarense.
De negativo, a impossibilidade de encontrar Raphael e Sabrina Crespo, a sinalização meio fraca e a decadência deprimente do Terra Encantada. Na verdade, o parque é hoje um exemplo de abandono que chega ao ponto do atendente avisar já na venda do ingresso: "em caso de arrependimento, não devolvemos o dinheiro".
Foi uma semana muito boa, como sempre são bons os momentos em que se reencontra um velho amigo como o Don Oliva ou uma antiga paixão como o Rio.
Direto na têmpora: Kick out the jams - Henry Rollins and Bad Brains
Foi a primeira vez da Sophia na capital fluminense e que semana bacana passamos por ali. Nem a chuva atrapalhou e a baixinha amou o bondinho, o Cristo, a praia, o musical do Sítio do Pica Pau Amarelo e até mesmo o trágico Parque Terra Encantada, sobre o qual falarei depois.
Sophia curtiu a praia.
Sophia curtiu o Pão de Açúcar.
Sophia curtiu o Jardim Botânico.
Eu e Fernanda, além de nos divertirmos muito em todos os programas citados, ainda aproveitamos muito na comilança e nas compras.
Em termos de restaurantes a coisa foi realmente acima da média. Alessandro & Frederico, Zuka (e seu maravilhoso sorvete de tapioca com bala de coco), Deli 43 e os produtos Pavelka, Devassa, o excelente Bracarense e o delicioso café da manhã do Parque Lage foram alguns dos destaques.
No Bracarense, aliás, reencontramos meu grande amigo Don Oliva e depois fomos ver a sua Virgínia. Um dos melhores momentos da viagem.
Don Oliva, eu, Fernanda e Sophia no Bracarense.
De negativo, a impossibilidade de encontrar Raphael e Sabrina Crespo, a sinalização meio fraca e a decadência deprimente do Terra Encantada. Na verdade, o parque é hoje um exemplo de abandono que chega ao ponto do atendente avisar já na venda do ingresso: "em caso de arrependimento, não devolvemos o dinheiro".
Foi uma semana muito boa, como sempre são bons os momentos em que se reencontra um velho amigo como o Don Oliva ou uma antiga paixão como o Rio.
Direto na têmpora: Kick out the jams - Henry Rollins and Bad Brains
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terça-feira, agosto 25, 2009
O poeta de Lumiar
Carnaval em Lumiar, coisa de 10 anos atrás. Casa bacana, no meio do mato, Jack Daniels na beira do riacho, boa comida e novos amigos. Enfim, um ótimo programa.
O fato é que em meio a turma havia também uns velhos esquisitões e completamente malucos. E foi com um deles que rolou a situação poético-musical-escalafobética que se segue.
Cheguei na varanda da casa e avistei meu amigo Fabriceira sentado com o supracitado coroa. Fabriceira fez um sinal com a mão e convidou "vem ouvir isso aqui". Sentei-me ao lado dos dois e o maluco empunhando um violão começou a falar, completamente chapado.
- Essa música eu fiz pra minha filha.
Ajeitou o instrumento, fez uma cara emocionada e, posicionando sua boca a milímetros da orelha do Fabriceira, berrou a comovente letra.
- Vai embooooraaaaaaaaaaaaa... que eu não te quero maisssshhhh... gente nuuaaaaaaa, não pode andar na ruuuaaaaaa... é proibido anda sem maishcarassssshhhhhh...
O resto da letra eu não consigo me lembrar, mas tenho quase certeza que não explica o que a filha do cara fez com ele.
Direto na têmpora: Sleeping is the only love - Silver Jews
O fato é que em meio a turma havia também uns velhos esquisitões e completamente malucos. E foi com um deles que rolou a situação poético-musical-escalafobética que se segue.
Cheguei na varanda da casa e avistei meu amigo Fabriceira sentado com o supracitado coroa. Fabriceira fez um sinal com a mão e convidou "vem ouvir isso aqui". Sentei-me ao lado dos dois e o maluco empunhando um violão começou a falar, completamente chapado.
- Essa música eu fiz pra minha filha.
Ajeitou o instrumento, fez uma cara emocionada e, posicionando sua boca a milímetros da orelha do Fabriceira, berrou a comovente letra.
- Vai embooooraaaaaaaaaaaaa... que eu não te quero maisssshhhh... gente nuuaaaaaaa, não pode andar na ruuuaaaaaa... é proibido anda sem maishcarassssshhhhhh...
O resto da letra eu não consigo me lembrar, mas tenho quase certeza que não explica o que a filha do cara fez com ele.
Direto na têmpora: Sleeping is the only love - Silver Jews
Becoming Costanza
A cada dia mais eu me convenço de que o título de Lord of the Idiots cabe a mim e somente a mim. Não somente pelas coisas que digo e faço, mas também pelas estranhas coincidências que me ligam ao grande George Costanza.
Quem lê o Pastelzinho há mais tempo sabe que eu já vivi um problema com pombas idêntico ao de George.
Pois ontem, retornando do Rio de Janeiro, vejo uma pomba que salta da mureta que separa as pistas a poucos metros do meu carro.
- Puta merda!
- Que foi, Mau?
- Eu vou matar essa pomba, Fernanda, olha ali que filha da puta.
- Bam!
Uma fração de segundos e a pobre ave se chocava violentamente contra o meu parabrisa deixando uma estranha mancha cinza, talvez das penas, no vidro.
Se matar pombas é pecado eu tô num rumo ótimo pro inferno (como se isso fosse o pior que já fiz... hmmmpf)
Direto na têmpora: Say you miss me - Jeff Tweedy
Quem lê o Pastelzinho há mais tempo sabe que eu já vivi um problema com pombas idêntico ao de George.
Pois ontem, retornando do Rio de Janeiro, vejo uma pomba que salta da mureta que separa as pistas a poucos metros do meu carro.
- Puta merda!
- Que foi, Mau?
- Eu vou matar essa pomba, Fernanda, olha ali que filha da puta.
- Bam!
Uma fração de segundos e a pobre ave se chocava violentamente contra o meu parabrisa deixando uma estranha mancha cinza, talvez das penas, no vidro.
Se matar pombas é pecado eu tô num rumo ótimo pro inferno (como se isso fosse o pior que já fiz... hmmmpf)
Direto na têmpora: Say you miss me - Jeff Tweedy
De volta com Sophia
- Mamãe, minha bonequinha tá com o joelho dodói.
- É mesmo, Sophia? O que é que tem no joelhinho dela?
- Afta.
Direto na têmpora: Hello - The Cat Empire
- É mesmo, Sophia? O que é que tem no joelhinho dela?
- Afta.
Direto na têmpora: Hello - The Cat Empire
segunda-feira, agosto 17, 2009
3 frames
Amiguinhos, por motivos de foro íntimo/técnico/profissional, ficarei afastado do Pastelzinho por uma semana. Ou seja, post novo só na terça que vem.
Até lá, fiquem com essa dica do @marcus_barao, o site threeframes, que pega 3 frames de cenas de filmes com resultados simplesmente geniais.
Sloth e o Gordo em ação.
Direto na têmpora: Do what you do - Noah and the whale
Até lá, fiquem com essa dica do @marcus_barao, o site threeframes, que pega 3 frames de cenas de filmes com resultados simplesmente geniais.
Sloth e o Gordo em ação.
Direto na têmpora: Do what you do - Noah and the whale
Lembrancinhas
- Lílian, quando eu for na praia eu vou trazer uma conchinha pra você, tá?
- Obrigada, Sophia, que legal.
- Ah, e se eu achar um cavalo-marinho morto eu trago também, viu?
- ...
Direto na têmpora: Don't slow down - Matt & Kim
- Obrigada, Sophia, que legal.
- Ah, e se eu achar um cavalo-marinho morto eu trago também, viu?
- ...
Direto na têmpora: Don't slow down - Matt & Kim
sexta-feira, agosto 14, 2009
Atencao
- Atencao... concentracao... vai haver... revolucao... se voce nao me disser o nome de uma cor.
- Azul!
- Muito bem, papai, agora voce eh o professor, tah?
- Tah bom, Sophia, vamos la. Atencao... concentracao... vai haver... revolucao... se voce nao me disser o nome de um bicho que voa.
E ela, imediatamente:
- Unicornio!
Direto na tempora: A pulguinha - Palavra Cantada
- Azul!
- Muito bem, papai, agora voce eh o professor, tah?
- Tah bom, Sophia, vamos la. Atencao... concentracao... vai haver... revolucao... se voce nao me disser o nome de um bicho que voa.
E ela, imediatamente:
- Unicornio!
Direto na tempora: A pulguinha - Palavra Cantada
Decisões drásticas
Quando você não entende como atravessar um obstáculo, faça como eu e como o rapaz do vídeo. Não pense em nada e vá sem medo.
Direto na têmpora: Every day is sunday - Slackers
Direto na têmpora: Every day is sunday - Slackers
Pao doce
Nunca fui muito fa da Adriana Calcanhotto. Pra falar a verdade, ate quando ela vira Partimpim me cansa um pouco. Mas tem uma musica que ela canta - nao me dei ao trabalho de procurar quem compos - que eu acho sensacional. Pra mim, eh a traducao mais perfeita de que, por mais que mudemos, por mais que sejamos outros e novos, quem a gente foi um dia nunca deixa de existir. Nem que seja em memoria.
Não adianta mentir pra mim mesma
Ficar me enganando, tentando dizer
Que nunca na vida, nunca na vida eu gostei de pão doce
Porque por mais que eu queira esconder
A verdade é que eu adorava pão doce
Não podia passar sem pão doce
Bastava ver padaria, que logo eu ia, que logo eu ia
Comprar
Não adianta mentir pra mim mesma
Porque no fundo, porque no fundo eu sei muito bem
Que essa história toda de não comer açúcar
Que essa história toda de não comer pão branco
Que essa história toda de viver de mel e pão integral
Isso tudo só foi começar muito depois
Depois de um tempo em que eu era
Tão completamente ingênua
Tão sem força de vontade
Que as doces delicadezas
De qualquer guloseima
Lânguidas me seduziam
E minha língua sofria
De incontrolável fascínio
Por cremes dourados
E frutas cristalizadas
Feito rubis incrustadas
Nas crostas crocantes dos pães
Mas hoje
Hoje tudo é diferente
Se eu olho pruma padaria, me ponho cismando, chego a duvidar
Como é que pôde um dia
Eu ter entrado tanto lá!...
Porque por mais que eu queira, mas que eu queira
Mentir pra mim mesma
Ficar me enganando, tentando dizer
Que nunca na vida, nunca na vida eu gostei de pão doce
Fazendo um exame detido, sendo sincera, eu tenho que admitir
Que a verdade, meus amigos
(pelo menos no que tange a trigos)
A verdade no duro, doa a quem doer
A verdade é que eu adorava pão doce
A verdade é que eu adorava pão doce
A verdade é que eu adorava pão doce...
Direto na tempora: Little Furry Bugs - Death Cab for Cutie
Não adianta mentir pra mim mesma
Ficar me enganando, tentando dizer
Que nunca na vida, nunca na vida eu gostei de pão doce
Porque por mais que eu queira esconder
A verdade é que eu adorava pão doce
Não podia passar sem pão doce
Bastava ver padaria, que logo eu ia, que logo eu ia
Comprar
Não adianta mentir pra mim mesma
Porque no fundo, porque no fundo eu sei muito bem
Que essa história toda de não comer açúcar
Que essa história toda de não comer pão branco
Que essa história toda de viver de mel e pão integral
Isso tudo só foi começar muito depois
Depois de um tempo em que eu era
Tão completamente ingênua
Tão sem força de vontade
Que as doces delicadezas
De qualquer guloseima
Lânguidas me seduziam
E minha língua sofria
De incontrolável fascínio
Por cremes dourados
E frutas cristalizadas
Feito rubis incrustadas
Nas crostas crocantes dos pães
Mas hoje
Hoje tudo é diferente
Se eu olho pruma padaria, me ponho cismando, chego a duvidar
Como é que pôde um dia
Eu ter entrado tanto lá!...
Porque por mais que eu queira, mas que eu queira
Mentir pra mim mesma
Ficar me enganando, tentando dizer
Que nunca na vida, nunca na vida eu gostei de pão doce
Fazendo um exame detido, sendo sincera, eu tenho que admitir
Que a verdade, meus amigos
(pelo menos no que tange a trigos)
A verdade no duro, doa a quem doer
A verdade é que eu adorava pão doce
A verdade é que eu adorava pão doce
A verdade é que eu adorava pão doce...
Direto na tempora: Little Furry Bugs - Death Cab for Cutie
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musica
quinta-feira, agosto 13, 2009
Infância
Eu adorava pão com manteiga mergulhado no Toddy.
Eu adorava Bat Fino, Os Herculóides e Milton, o Monstro.
Eu adorava andar descalço 95% do tempo.
Eu adorava melado com queijo.
Eu adorava andar de bicileta, mesmo morando em um bairro cheio de subidas.
Eu adorava vaca preta.
Eu adorava ser o irmão mais velho e o significado que isso tinha (e às vezes odiava).
Eu adorava qualquer viagem de carro lotado pra qualquer lugar que fosse.
Eu adorava entrar em casa pelo muro.
Eu adorava cada mergulho na piscina, cada joguinho de tênis, cada partida de futebol.
Eu adorava saber que estava seguro mesmo estando sozinho.
Eu adorava ser criança na década de 70.
Eu adorava ser adolescente na década de 80.
Eu adoro muito viver como eu vivo, talvez por ter vivido como vivi.
Direto na têmpora: Sweet Darlin' - She & Him
Eu adorava Bat Fino, Os Herculóides e Milton, o Monstro.
Eu adorava andar descalço 95% do tempo.
Eu adorava melado com queijo.
Eu adorava andar de bicileta, mesmo morando em um bairro cheio de subidas.
Eu adorava vaca preta.
Eu adorava ser o irmão mais velho e o significado que isso tinha (e às vezes odiava).
Eu adorava qualquer viagem de carro lotado pra qualquer lugar que fosse.
Eu adorava entrar em casa pelo muro.
Eu adorava cada mergulho na piscina, cada joguinho de tênis, cada partida de futebol.
Eu adorava saber que estava seguro mesmo estando sozinho.
Eu adorava ser criança na década de 70.
Eu adorava ser adolescente na década de 80.
Eu adoro muito viver como eu vivo, talvez por ter vivido como vivi.
Direto na têmpora: Sweet Darlin' - She & Him
quarta-feira, agosto 12, 2009
Como morrem os PITs
Para quem não é publicitário, PIT é uma sigla que, em muitas agências, significa Pedido Interno de Trabalho. Resumindo, nada mais é do que um documento com todas as informações sobre a bagaça que você tem que fazer, como prazo, limitações, obrigatoriedades, etc.
Caso você também não saiba, PITs são criaturinhas frágeis que se assemelham muito a filhotinhos de tartarugas-marinhas. São depositados aos montes nas praias, a grande maioria morre e os poucos que sobrevivem passam por todo tipo de apuros.
A grande diferença entre os supracitados quelônios e os PITs são os predadores e o tipo de morte mais comum para cada um deles. E é justamente para você, que tem um pequeno biólogo (ou um pequeno publicitário) dentro de si, que o pastelzinho apresenta o famoso estudo científico "Como morrem os PITs".
1) Bebê Foca: esse PIT é um inocente. Nasce bonitinho, fofinho e já em seus primeiros momentos longe dos pais é recebido por caçadores sanguinários com paus, pregos e muita porrada na cabeça. Arrancam-lhe a pele e ele morre assim, irreconhecível. É das mortes mais cruéis que podem ocorrer a um PIT.
2) Envenenamento: essa morte acontece aos poucos, quase como se todo dia alguém colocasse mercúrio na sopa do PIT. No começo, ele nem parece doente, mas a cada novo começo ele parece mais fraco e abatido. Quando a gente percebe a gravidade da situação não há mais nada o que fazer, já está morto, o pobre.
3) Mal congênito: esse já nasceu sem chances de sobrevivência, coitadinho. As informações são contraditórias, o prazo é cancerígeno e a o organismo já está plenamente comprometido. Tentar mantê-lo vivo artificialmente só aumenta a dor de todos.
4) Rifle com mira telescópica: nesse caso a morte é rápida e indolor. Basta um tiro certeiro e tá lá um corpo estendido no chão.
5) Epidemia: às vezes basta um desequilíbrio ambiental no departamento de marketing do cliente para que um mal incontrolável e quase imperceptível se espalhe causando uma morte horrível e dolorosa para dezenas de PITS, dizimando quase que inteiramente a população.
6) Fadiga: certos PITs morrem de cansaço. São muitas indas e vindas, um fardo pesado de mudanças e observações inúteis, tudo na correria, tudo sem tempo de respirar. Não tem jeito, a criaturinha se esfalfa e kaput.
7) Mutilação: quase uma arte, esse procedimento (infelizmente) nem sempre resulta em morte. É aqui que o cliente exercita seu lado de cientista louco e enxerta órgãos onde eles não cabem , modifica funções de membros e retira estruturas vitais. É triste demais ver na rua esses verdadeiros monstros, deformados e sem nenhuma utilidade perceptível. Preferível a morte.
Direto na têmpora: Black and white films - The Rosie Taylor Project
Caso você também não saiba, PITs são criaturinhas frágeis que se assemelham muito a filhotinhos de tartarugas-marinhas. São depositados aos montes nas praias, a grande maioria morre e os poucos que sobrevivem passam por todo tipo de apuros.
A grande diferença entre os supracitados quelônios e os PITs são os predadores e o tipo de morte mais comum para cada um deles. E é justamente para você, que tem um pequeno biólogo (ou um pequeno publicitário) dentro de si, que o pastelzinho apresenta o famoso estudo científico "Como morrem os PITs".
1) Bebê Foca: esse PIT é um inocente. Nasce bonitinho, fofinho e já em seus primeiros momentos longe dos pais é recebido por caçadores sanguinários com paus, pregos e muita porrada na cabeça. Arrancam-lhe a pele e ele morre assim, irreconhecível. É das mortes mais cruéis que podem ocorrer a um PIT.
2) Envenenamento: essa morte acontece aos poucos, quase como se todo dia alguém colocasse mercúrio na sopa do PIT. No começo, ele nem parece doente, mas a cada novo começo ele parece mais fraco e abatido. Quando a gente percebe a gravidade da situação não há mais nada o que fazer, já está morto, o pobre.
3) Mal congênito: esse já nasceu sem chances de sobrevivência, coitadinho. As informações são contraditórias, o prazo é cancerígeno e a o organismo já está plenamente comprometido. Tentar mantê-lo vivo artificialmente só aumenta a dor de todos.
4) Rifle com mira telescópica: nesse caso a morte é rápida e indolor. Basta um tiro certeiro e tá lá um corpo estendido no chão.
5) Epidemia: às vezes basta um desequilíbrio ambiental no departamento de marketing do cliente para que um mal incontrolável e quase imperceptível se espalhe causando uma morte horrível e dolorosa para dezenas de PITS, dizimando quase que inteiramente a população.
6) Fadiga: certos PITs morrem de cansaço. São muitas indas e vindas, um fardo pesado de mudanças e observações inúteis, tudo na correria, tudo sem tempo de respirar. Não tem jeito, a criaturinha se esfalfa e kaput.
7) Mutilação: quase uma arte, esse procedimento (infelizmente) nem sempre resulta em morte. É aqui que o cliente exercita seu lado de cientista louco e enxerta órgãos onde eles não cabem , modifica funções de membros e retira estruturas vitais. É triste demais ver na rua esses verdadeiros monstros, deformados e sem nenhuma utilidade perceptível. Preferível a morte.
Direto na têmpora: Black and white films - The Rosie Taylor Project
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Ponta dos Caroços, Liras de Sintra
Em Liras de Sintra, os amares que se fazem em segredo acontecem às escuras, além das rochas que cercam o vilarejo. São amares e amantes que sabem a sal e que se desfazem da nostalgia que lhes impregna as roupas para rasgarem as peles na areia e cegarem-se os olhos diante da imensa dor que cada manhã lhes inflinge.
Chamam Ponta dos Caroços ao acidente geográfico que recebe os casais embebidos em fuga e sonho. Um nome que diz nada, que surgiu dos navios emborcados que despejam ali estranhas frutas das índias, e que hoje sinonimiza 20 minutos de paz.
Na Ponta dos Caroços os corpos são apenas corpos e os encontros são eternos em sua fugacidade. São olhos e mãos e sexos e peles que se desprendem e se tocam resvalando o universo em medidas infinitesimais.
E é ali que, recarregadas de infinito, as jovens almas de Liras de Sintra se reconhecem, se preenchem e se preparam para içar velas que as levem distantes por quaisquer caminhos.
Se Liras de Sintra é berço, é também o maior dos pesos.
Direto na têmpora: Twist - Phish
Chamam Ponta dos Caroços ao acidente geográfico que recebe os casais embebidos em fuga e sonho. Um nome que diz nada, que surgiu dos navios emborcados que despejam ali estranhas frutas das índias, e que hoje sinonimiza 20 minutos de paz.
Na Ponta dos Caroços os corpos são apenas corpos e os encontros são eternos em sua fugacidade. São olhos e mãos e sexos e peles que se desprendem e se tocam resvalando o universo em medidas infinitesimais.
E é ali que, recarregadas de infinito, as jovens almas de Liras de Sintra se reconhecem, se preenchem e se preparam para içar velas que as levem distantes por quaisquer caminhos.
Se Liras de Sintra é berço, é também o maior dos pesos.
Direto na têmpora: Twist - Phish
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Hemorróida, a verdadeira pandemia
Enquanto muitos se preocupam com a gripe porquista, o pastelzinho descobre que a verdadeira pandemia que estamos vivendo é a das hemorróidas.
Faz algum tempo, postei um texto sobre o comercial de Varicell que utilizava a música da Ivete Sangalo (Chupa Todas) e que me incomodava profundamente. O resultado disso, além de descobrir que o Gastão é um fã incondicional do famigerado spot, foi que o pastelzinho começou a aparecer nas buscas que incluíssem as palavras "Varicell" e "hemorróidas".
Pois hoje, ao olhar o Google Analytics, descubro que a primeira palavra de pesquisa para os que acessam o blog é "pastelzinho". Tudo certo. A terceira busca que mais traz ao blog é "blog pastelzinho". Ok, tá dentro do esperado. Mas sabe quais são as expressões em segundo e quarto lugares? "Varicell" e "remédio para hemorróidas".
Acreditem, amigos, o mundo não vai terminar com gente tossindo, e sim com gente deitada de bruços.
Direto na têmpora: Daddy's gone - Glasvegas
Faz algum tempo, postei um texto sobre o comercial de Varicell que utilizava a música da Ivete Sangalo (Chupa Todas) e que me incomodava profundamente. O resultado disso, além de descobrir que o Gastão é um fã incondicional do famigerado spot, foi que o pastelzinho começou a aparecer nas buscas que incluíssem as palavras "Varicell" e "hemorróidas".
Pois hoje, ao olhar o Google Analytics, descubro que a primeira palavra de pesquisa para os que acessam o blog é "pastelzinho". Tudo certo. A terceira busca que mais traz ao blog é "blog pastelzinho". Ok, tá dentro do esperado. Mas sabe quais são as expressões em segundo e quarto lugares? "Varicell" e "remédio para hemorróidas".
Acreditem, amigos, o mundo não vai terminar com gente tossindo, e sim com gente deitada de bruços.
Direto na têmpora: Daddy's gone - Glasvegas
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terça-feira, agosto 11, 2009
Vinição, o retrô
Hoje eu tive uma experiência meio surreal ao encontrar um propect que me disse não acreditar que alguém realmente leia as notícias pela internet. Fiquei com a clara impressão de ter encontrado alguém cuja mente parou no século XII.
Nada contra ler jornais. Eu, por minha opção de ficar offline nos fins de semana, sempre leio, mas daí a achar que a internet é coisa de meninada maluquinha que não liga pro mundo é meio neanderthal demais pra mim. Principalmente quando o assunto é a comunicação de um empresa.
Daí que me lembrei do bom Vinicius de Moraes. Lendo as obras completas do poetinha fiquei sabendo que ele não só fazia crítica de cinema, como era um defensor do cinema mudo. Você consegue imaginar algo mais surreal do que Vinicius de Moraes, um cara tido como vanguarda defendendo o cinema mudo?
Não sei se Vinicius mudou de opinião depois (ainda estou lendo essa parte do livro), mas uma coisa eu garanto, daqui a 5 anos a opinião desse "cliente" vai ser muito diferente do que é hoje, provavelmente com um leve toque de arrependimento.
Direto na têmpora: Say please - Monsters of Folk
Nada contra ler jornais. Eu, por minha opção de ficar offline nos fins de semana, sempre leio, mas daí a achar que a internet é coisa de meninada maluquinha que não liga pro mundo é meio neanderthal demais pra mim. Principalmente quando o assunto é a comunicação de um empresa.
Daí que me lembrei do bom Vinicius de Moraes. Lendo as obras completas do poetinha fiquei sabendo que ele não só fazia crítica de cinema, como era um defensor do cinema mudo. Você consegue imaginar algo mais surreal do que Vinicius de Moraes, um cara tido como vanguarda defendendo o cinema mudo?
Não sei se Vinicius mudou de opinião depois (ainda estou lendo essa parte do livro), mas uma coisa eu garanto, daqui a 5 anos a opinião desse "cliente" vai ser muito diferente do que é hoje, provavelmente com um leve toque de arrependimento.
Direto na têmpora: Say please - Monsters of Folk
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Literata
Sophia fez alguma malcriação e eu, cheio de maldade, retaliei me colocando como vítima.
- Poxa, Sophia, justo hoje, o papai compra dois livrinhos tão legais pra você e você faz malcriação? Se você continuar assim, o papai não vai comprar mais livros pra você.
- Não tem problema não, papai, eu gosto mesmo é de boneca.
Direto na têmpora: Lend me your comb - Hoodoo Gurus
- Poxa, Sophia, justo hoje, o papai compra dois livrinhos tão legais pra você e você faz malcriação? Se você continuar assim, o papai não vai comprar mais livros pra você.
- Não tem problema não, papai, eu gosto mesmo é de boneca.
Direto na têmpora: Lend me your comb - Hoodoo Gurus
segunda-feira, agosto 10, 2009
No surprises
Sexta passada eu fui à médica e deu-se o esperado: tô podre e preciso perder mais de 30kg (não, 30 não é um número aleatório, eu realmente preciso perder 32,7 kg).
Sendo assim, ainda na sexta passada eu resolvi me despedir deste mundo de prazeres mundanos da forma mais heterodoxa possível, comendo um pão de queijo na chapa com presunto e queijo, tomando um Guarapan e saboreando uma paçoquinha de sobremesa.
Agora, fala a verdade, qual foi a última vez que você viu Guarapan e paçoca em uma mesma frase, em uma mesma foto ou pior, em uma mesma refeição?
Direto na têmpora: The Outsider Steps Inside - The Luminaries
Sendo assim, ainda na sexta passada eu resolvi me despedir deste mundo de prazeres mundanos da forma mais heterodoxa possível, comendo um pão de queijo na chapa com presunto e queijo, tomando um Guarapan e saboreando uma paçoquinha de sobremesa.
Agora, fala a verdade, qual foi a última vez que você viu Guarapan e paçoca em uma mesma frase, em uma mesma foto ou pior, em uma mesma refeição?
Direto na têmpora: The Outsider Steps Inside - The Luminaries
Revoluções e imitações
Talvez nem todo mundo saiba, mas os últimos 3 meses foram uma completa insanidade na minha vida profissional.
Saí da Domínio Público em uma situação no mínimo estranha (inclusive devendo uma conversa para agradecer ao Paulo Silva e demonstrar alguns pontos de vista) e fui para a 18.
Mal cheguei na 18 e recebi um convite da ProBrasil. Mesmo adorando verdadeiramente a 18, fiz a escolha por um desafio profissional que me pareceu interessantíssimo em uma agência com um perfil único no mercado mineiro.
A ProBrasil foi uma agência que me impressionou demais por seu profissionalismo, pela vontade de ir além da sua equipe e por sua estrutura bem organizada. Quando achei que ia sossegar, a Tom me ligou com apenas 3 dias de ProBrasil e não tive como resistir. Nototal, fiquei apenas 8 dias por ali.
Sendo assim, para quem ainda não sabe, em 3 meses passei pela Domínio, 18, ProBrasil e agora estou na Tom. Agora que você já sabe da história, vamos ao post em si.
Já disse ao vivo, no twitter e agora aqui, que a dobradinha Ricardo Eletro / ProBrasil dita hoje a linguagem de varejo no país. O estilo de locução, a interpretação da atriz, as "paradinhas", tudo isso vem servindo de "inspiração" para a concorrência.
Agora, no entanto, as Casas Bahia assumiram que, apesar de serem o maior anunciante do país, não passam de uma vendinha de esquina na hora de copiar descaradamente a comunicação do concorrente.
Alem de chupar descaradamente o posicionamento "cobre tudo", as Casas Bahia tentaram usar o dono e agora copiam até o visual da campanha, trocando apenas as listras amarelas e pretas do Ricardo por outras vermelhas e pretas.
Acredito plenamente que essa boquetaria publicitária não é uma decisão estratégica da Young & Rubicam, agência que atende as Casas Bahia. Aliás, quero muito acreditar nisso. A mim parece que, para manter a conta extremamente lucrativa, faz-se tudo, até submeter-se ao ridículo sob mando do cliente.
Sinto muita vergonha e me apiedo dos profissionais da Y&R que são obrigados a praticar uma felação descarada no trabalho da ProBrasil e submeter-se à condição vergonhosa de divulgar um anunciante sem criatividade, sem posicionamento e sem identidade. Acreditem, nenhum profissional de criação tem prazer em se prestar a esse tipo de situação.
Mesmo que nunca tivesse passado pela ProBrasil, iria sentir a mesma coisa. É uma vergonha que um anunciante do porte das Casas Bahia precisa rastejar tanto para combater a concorrência.
Seria menos vexamoso contratar toda a equipe da ProBrasil e "dar um sumiço" no Ricardo. Pelo menos a admissão de incompetência não seria tão pública como é hoje no horário nobre.
Direto na têmpora: You can't always get what you want - Rusted Root
Saí da Domínio Público em uma situação no mínimo estranha (inclusive devendo uma conversa para agradecer ao Paulo Silva e demonstrar alguns pontos de vista) e fui para a 18.
Mal cheguei na 18 e recebi um convite da ProBrasil. Mesmo adorando verdadeiramente a 18, fiz a escolha por um desafio profissional que me pareceu interessantíssimo em uma agência com um perfil único no mercado mineiro.
A ProBrasil foi uma agência que me impressionou demais por seu profissionalismo, pela vontade de ir além da sua equipe e por sua estrutura bem organizada. Quando achei que ia sossegar, a Tom me ligou com apenas 3 dias de ProBrasil e não tive como resistir. Nototal, fiquei apenas 8 dias por ali.
Sendo assim, para quem ainda não sabe, em 3 meses passei pela Domínio, 18, ProBrasil e agora estou na Tom. Agora que você já sabe da história, vamos ao post em si.
Já disse ao vivo, no twitter e agora aqui, que a dobradinha Ricardo Eletro / ProBrasil dita hoje a linguagem de varejo no país. O estilo de locução, a interpretação da atriz, as "paradinhas", tudo isso vem servindo de "inspiração" para a concorrência.
Agora, no entanto, as Casas Bahia assumiram que, apesar de serem o maior anunciante do país, não passam de uma vendinha de esquina na hora de copiar descaradamente a comunicação do concorrente.
Alem de chupar descaradamente o posicionamento "cobre tudo", as Casas Bahia tentaram usar o dono e agora copiam até o visual da campanha, trocando apenas as listras amarelas e pretas do Ricardo por outras vermelhas e pretas.
Acredito plenamente que essa boquetaria publicitária não é uma decisão estratégica da Young & Rubicam, agência que atende as Casas Bahia. Aliás, quero muito acreditar nisso. A mim parece que, para manter a conta extremamente lucrativa, faz-se tudo, até submeter-se ao ridículo sob mando do cliente.
Sinto muita vergonha e me apiedo dos profissionais da Y&R que são obrigados a praticar uma felação descarada no trabalho da ProBrasil e submeter-se à condição vergonhosa de divulgar um anunciante sem criatividade, sem posicionamento e sem identidade. Acreditem, nenhum profissional de criação tem prazer em se prestar a esse tipo de situação.
Mesmo que nunca tivesse passado pela ProBrasil, iria sentir a mesma coisa. É uma vergonha que um anunciante do porte das Casas Bahia precisa rastejar tanto para combater a concorrência.
Seria menos vexamoso contratar toda a equipe da ProBrasil e "dar um sumiço" no Ricardo. Pelo menos a admissão de incompetência não seria tão pública como é hoje no horário nobre.
Direto na têmpora: You can't always get what you want - Rusted Root
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sexta-feira, agosto 07, 2009
Suspiro
- Mamae, eu quero aquele biscoito redondo e que eh branquinho que nem voce, mas nao tem olho.
Fernanda entao mostra varios biscoitos ate que Sophia aponta toda feliz para um pacote.
- Eh esse, mamae!
O "biscoito" era um suspiro.
Pouco depois, fazendo lista de compras, Fernanda pergunta:
- Sophia, voce gosta de banana, de manga, de melancia e de qual outra fruta?
E ela, sem pestanejar:
- De suspiro!
Direto na tempora: Sea Lion Woman - Nina Simone
Fernanda entao mostra varios biscoitos ate que Sophia aponta toda feliz para um pacote.
- Eh esse, mamae!
O "biscoito" era um suspiro.
Pouco depois, fazendo lista de compras, Fernanda pergunta:
- Sophia, voce gosta de banana, de manga, de melancia e de qual outra fruta?
E ela, sem pestanejar:
- De suspiro!
Direto na tempora: Sea Lion Woman - Nina Simone
Where the wild things are
Junto com Alice e o Serious Man, esse é um filme que eu não vou perder nem fodendo. Senhoras e senhores, o segundo trailer de Where the Wild Things Are.
Direto na têmpora: The Moon is Torn - The Simple Things
Direto na têmpora: The Moon is Torn - The Simple Things
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Medo de quê?
O medo que eu tinha do escuro é hoje medo de quê? Um medo não some assim, como se nunca houvesse existido. Medo não desaparece, não cessa, não some no ar. Medo muda.
Ele se transmuta em outro pavor e se instala na gente até ser requisitado por um momento, um gesto, uma situação qualquer.
Meu medo de escuro virou o medo de ficar velho.
Meu medo da prova de Física virou medo da Sophia adoecer.
Meu medo do cachorro da rua de cima virou medo de perder a Fernanda.
Meu medo da loura do banheiro virou medo de descobrirem que sou incompetente.
Um medo que vira outro, uma certeza que vira susto, a gente que vai crescendo e temendo e tremendo e suando frio, sem dormir à noite por causa de algum medo novo que é o mesmo gelar nas veias.
O ser humano é assim: metade sonho e metade medo.
Direto na têmpora: Lonely Day - Phantom Planet
Ele se transmuta em outro pavor e se instala na gente até ser requisitado por um momento, um gesto, uma situação qualquer.
Meu medo de escuro virou o medo de ficar velho.
Meu medo da prova de Física virou medo da Sophia adoecer.
Meu medo do cachorro da rua de cima virou medo de perder a Fernanda.
Meu medo da loura do banheiro virou medo de descobrirem que sou incompetente.
Um medo que vira outro, uma certeza que vira susto, a gente que vai crescendo e temendo e tremendo e suando frio, sem dormir à noite por causa de algum medo novo que é o mesmo gelar nas veias.
O ser humano é assim: metade sonho e metade medo.
Direto na têmpora: Lonely Day - Phantom Planet
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quinta-feira, agosto 06, 2009
Do lado de lá
O que é que tem do lado de lá do morro, depois da estradinha que morre em seu topo, depois da nuvem em forma de peixe?
Será que é terra de algum gado novo? Será que tem lago e grama e balanço e cavalo e um gole de pinga que desce esquentado o final de uma tarde?
Será que do lado de lá do morro tem outra cidade, com outras ruas e outras pessoas correndo e achando que viver é resolver problemas?
Que língua se fala do lado de lá do morro? Que sonho se sonha, que jogo se perde, que mal se come, que amor se quebra, que morte se espera?
Um dia eu vou comprar um avião de um amarelo que é quase sol e vou voar por ali, por cima do morro, e quando puder avistar o lado de lá, vou fechar os olhos e inventar um mundo que não possa existir.
Depois, aterrisar suave, rumar de volta pro lar e redescobrir o mistério de tudo o que há do lado de cá do morro.
Direto na têmpora: You Are the Best Thing - Ray LaMontagne
Será que é terra de algum gado novo? Será que tem lago e grama e balanço e cavalo e um gole de pinga que desce esquentado o final de uma tarde?
Será que do lado de lá do morro tem outra cidade, com outras ruas e outras pessoas correndo e achando que viver é resolver problemas?
Que língua se fala do lado de lá do morro? Que sonho se sonha, que jogo se perde, que mal se come, que amor se quebra, que morte se espera?
Um dia eu vou comprar um avião de um amarelo que é quase sol e vou voar por ali, por cima do morro, e quando puder avistar o lado de lá, vou fechar os olhos e inventar um mundo que não possa existir.
Depois, aterrisar suave, rumar de volta pro lar e redescobrir o mistério de tudo o que há do lado de cá do morro.
Direto na têmpora: You Are the Best Thing - Ray LaMontagne
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quarta-feira, agosto 05, 2009
Falsa celebridade
Mídia nova na agência:
- Maurilo, essa é a Lany, que acaba de chegar na mídia. Lany, esse aqui é o Maurilo, redator da Tom.
- Eu conheço, eu leio o blog dele.
- Ah, é? Que legal, Lany.
- É, hoje mesmo eu já passei lá no "Queijadinha" e dei uma lida.
Ah, a triste vida de uma falsa celebridade da web.
Direto na têmpora: Drip Fed Fred - Madness
- Maurilo, essa é a Lany, que acaba de chegar na mídia. Lany, esse aqui é o Maurilo, redator da Tom.
- Eu conheço, eu leio o blog dele.
- Ah, é? Que legal, Lany.
- É, hoje mesmo eu já passei lá no "Queijadinha" e dei uma lida.
Ah, a triste vida de uma falsa celebridade da web.
Direto na têmpora: Drip Fed Fred - Madness
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10 coisas que eu não sabia e que o Tio Google me ensinou
1) Dos 50 estados americanos, 33 proibem o sexo com animais.
2) O nariz mais comprido do mundo é do turco Mehmet Ozyurek, com 8,8 cm.
3) As seis irmãs da Ariel no filme A Pequena Sereia são: Attina, Alana, Adella, Aquata, Arista e Andrina.
4) O nome científico do bicho do pé é Tunga Penetrans. Quer nome mais perfeito para um bicho do pé do que Tunga?
5) O Kennel Club reconhece hoje 210 raças de cães, entre elas: Hovawart, Griffon Nivernais e Coton de Tulear.
6) O verdadeiro nome do Beto Fuscão é Rigoberto Costa.
7) Em Bermudas não há nenhum rio e nenhum lago de água doce. Nem sequer umzinho. Mas chove pra caceta.
8) O mascote do Mixto de Cuiabá é o tigre.
9) A atriz Tiffany Brissette, a menina-robô do seriado Super Vicky, é hoje enfermeira e mora no Colorado.
10) Os nomes mais comuns do Brasil, segundo a Veja (2004), são Ana e João.
Direto na têmpora: Stupid now - Bob Mould
2) O nariz mais comprido do mundo é do turco Mehmet Ozyurek, com 8,8 cm.
3) As seis irmãs da Ariel no filme A Pequena Sereia são: Attina, Alana, Adella, Aquata, Arista e Andrina.
4) O nome científico do bicho do pé é Tunga Penetrans. Quer nome mais perfeito para um bicho do pé do que Tunga?
5) O Kennel Club reconhece hoje 210 raças de cães, entre elas: Hovawart, Griffon Nivernais e Coton de Tulear.
6) O verdadeiro nome do Beto Fuscão é Rigoberto Costa.
7) Em Bermudas não há nenhum rio e nenhum lago de água doce. Nem sequer umzinho. Mas chove pra caceta.
8) O mascote do Mixto de Cuiabá é o tigre.
9) A atriz Tiffany Brissette, a menina-robô do seriado Super Vicky, é hoje enfermeira e mora no Colorado.
10) Os nomes mais comuns do Brasil, segundo a Veja (2004), são Ana e João.
Direto na têmpora: Stupid now - Bob Mould
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listas
terça-feira, agosto 04, 2009
Promoção imperdível
Estava vagando pela internet em busca de um novo monitor para o computador lá de casa quando me deparei com uma grande oferta no site da Expander Informática. Monitor AOC de 19 polegadas de R$ 473,00 por R$ 486,00. Isso é que é promoção!
Direto na têmpora: Ska La-Carte - The Scofflaws
Direto na têmpora: Ska La-Carte - The Scofflaws
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segunda-feira, agosto 03, 2009
Sophismas
A saia da minha Sophia estava mal amarrada e caiu umas três vezes seguidas na sala lá de casa. Mesmo tentando, não consegui segurar o riso e ela, furiosa, olhou pra mim e gritou:
- Para, papai! Não pode rir do amigo pelado!
- Papai, olha a minha boneca.
- Que linda, Sophia, como ela chama?
- Beagle Solar.
Eu juro que desisti de entender de onde ela tira essas coisas.
Sophia no banho da Fernanda começa observar os seios da mãe. Ela então coloca as mãozinhas, aperta e diz:
- É, mamãe, eles cresceram muito. Vai ter que cortar.
Pra fechar, uma da Julinha Bernardi, colega da minha Sophia, que ao final do lanche no Clic levantou-se e saiu da sala. A educadora então chamou sua atenção:
- Onde você tá indo, Julinha?
- Vou ali fumar um cigarrinho e já volto, tá?
Direto na têmpora: Nellie the Elephant - Toy Dolls
- Para, papai! Não pode rir do amigo pelado!
_______________//_______________
- Papai, olha a minha boneca.
- Que linda, Sophia, como ela chama?
- Beagle Solar.
Eu juro que desisti de entender de onde ela tira essas coisas.
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Sophia no banho da Fernanda começa observar os seios da mãe. Ela então coloca as mãozinhas, aperta e diz:
- É, mamãe, eles cresceram muito. Vai ter que cortar.
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Pra fechar, uma da Julinha Bernardi, colega da minha Sophia, que ao final do lanche no Clic levantou-se e saiu da sala. A educadora então chamou sua atenção:
- Onde você tá indo, Julinha?
- Vou ali fumar um cigarrinho e já volto, tá?
Direto na têmpora: Nellie the Elephant - Toy Dolls
Parabéns, ficou uma bosta
A nova propaganda do Harpic Power Plus começa com a Ingrid Guimarães tocando a campainha em uma casa, com um microfone na mão. A pessoa abre a porta e dá-se o seguinte diálogo:
Dona de casa em tom de surpresa ao ver a atriz global batendo à sua porta:
- Ingrid?
Ingrid Guimarães:
- Oi, Juliaaaa. Posso ver o que você usa para limpar o seu vaso sanitário?
Ok, se você já viu algo mais surreal, ridículo e sem sentido, por favor, me avise. Antes de mais nada, eu não sei qual foi o cachê da Ingrid Guimarães pra esse comercial, mas foi pouco. É dos maiores micos que já vi alguém pagando em rede nacional.
Que tipo de impulso mórbido levaria alguém a visitar um desconhecido com a ignóbil desculpa de conhecer sua privada? Se bem que como a Ingrid já sabia o nome da Julia de antemão, talvez elas não sejam estranhas e tenham intimidade suficiente para que uma visite o troninho da outra sem grandes cerimônias.
Suspeito, no entanto, que a atriz bancou a stalker e ficou rondando a família durante um tempo até definir o melhor horário para saciar sua sanha sanitarista e bater um papinho mais descontraído com a Julia sem ser incomodada.
Voltando ao comercial, esse tipo de iniciativa "surpresa" é bastante temerário. E se o último usuário não tivesse dado descarga? E se o Tio Jarbas tivesse chegado da feijoada com os amigos e interditado o cômodo? E se a Julia já usasse o Harpic Power Plus e ainda assim o vasso estivesse podre?
Acho que sou meio purista pra essas coisas, mas se a Ingrid batesse lá em casa, com um maldito microfone na mão e pedisse pra conhecer minha privada, teria só uma resposta pra ela:
- Pô, Ingrid, na boa, vai tomá no cu.
Harpic Power Plus, Ingrid e Julia vivem o sonho de milhões de pessoas: passar ridículo na tv.
Direto na têmpora: Not a crime - Gogol Bordello
Dona de casa em tom de surpresa ao ver a atriz global batendo à sua porta:
- Ingrid?
Ingrid Guimarães:
- Oi, Juliaaaa. Posso ver o que você usa para limpar o seu vaso sanitário?
Ok, se você já viu algo mais surreal, ridículo e sem sentido, por favor, me avise. Antes de mais nada, eu não sei qual foi o cachê da Ingrid Guimarães pra esse comercial, mas foi pouco. É dos maiores micos que já vi alguém pagando em rede nacional.
Que tipo de impulso mórbido levaria alguém a visitar um desconhecido com a ignóbil desculpa de conhecer sua privada? Se bem que como a Ingrid já sabia o nome da Julia de antemão, talvez elas não sejam estranhas e tenham intimidade suficiente para que uma visite o troninho da outra sem grandes cerimônias.
Suspeito, no entanto, que a atriz bancou a stalker e ficou rondando a família durante um tempo até definir o melhor horário para saciar sua sanha sanitarista e bater um papinho mais descontraído com a Julia sem ser incomodada.
Voltando ao comercial, esse tipo de iniciativa "surpresa" é bastante temerário. E se o último usuário não tivesse dado descarga? E se o Tio Jarbas tivesse chegado da feijoada com os amigos e interditado o cômodo? E se a Julia já usasse o Harpic Power Plus e ainda assim o vasso estivesse podre?
Acho que sou meio purista pra essas coisas, mas se a Ingrid batesse lá em casa, com um maldito microfone na mão e pedisse pra conhecer minha privada, teria só uma resposta pra ela:
- Pô, Ingrid, na boa, vai tomá no cu.
Harpic Power Plus, Ingrid e Julia vivem o sonho de milhões de pessoas: passar ridículo na tv.
Direto na têmpora: Not a crime - Gogol Bordello
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Patrimônio
A casa de Ouro Preto está sendo reformada pelo Patrimônio Histórico. Parte elétrica, telhado, madeiras com cupim, tudo será recuperado para que o imóvel centenário fique definitivamente nos trinques.
Infelizmente o Patrimônio não recupera o tempo. Não traz de volta os colchões de palha, os penicos debaixo da cama e o banheiro longe, longe, entre a cozinha com fogão a lenha e o forno que ficava do lado de fora.
Aliás, era do lado de fora que eu olhava impressionado cortarem o pescoço das galinhas e deixarem o sangue escorrendo em uma bacia.
As tábuas do chão da casa tinham enormes festas entre si que deixavam entrar muito frio, a luz da manhã e, à noite, ruídos assustadores que ninguém conseguia me convencer que vinham do galinheiro.
A casa de Ouro Preto era para mim um lugar meio mágico. Quem sai de Ipatinga achando que frio é só uma invenção dos mais velhos, chega a Ouro Preto e descobre que o frio é algo que se enxerga, que se sente nos ossos e que se traduz em meias de lã, camadas de cobertores e em um amor imensurável por qualquer réstia de sol.
Minha bisavó Maria me recebia cheia de balas Erlan que me mostrava em segredo bem lá no fundo dos bolsos largos. Fazia o melhor doce de figo do mundo, medalhão de queijo, rosquinha de nata e o biscoito de Maurilo (nomeado em homenagem à minha paixão por ele).
Minha Sophia herdou de mim o amor pela casa, por Ouro Preto e pelo biscoito de Maurilo. E para mim não há alegria maior do que saber que, renovada, a casa ainda será palco de alegrias novas e outras para a minha filha. E ali sentiremos juntos o frio, pisaremos o calçamento irregular, comeremos língua de gato e gritaremos juntos ao primeiro relance das fachadas imemoriais: "Olha, o Êro Preto!"
Direto na têmpora: You're the one that I want - John Travolta & Olivia Newton John
Infelizmente o Patrimônio não recupera o tempo. Não traz de volta os colchões de palha, os penicos debaixo da cama e o banheiro longe, longe, entre a cozinha com fogão a lenha e o forno que ficava do lado de fora.
Aliás, era do lado de fora que eu olhava impressionado cortarem o pescoço das galinhas e deixarem o sangue escorrendo em uma bacia.
As tábuas do chão da casa tinham enormes festas entre si que deixavam entrar muito frio, a luz da manhã e, à noite, ruídos assustadores que ninguém conseguia me convencer que vinham do galinheiro.
A casa de Ouro Preto era para mim um lugar meio mágico. Quem sai de Ipatinga achando que frio é só uma invenção dos mais velhos, chega a Ouro Preto e descobre que o frio é algo que se enxerga, que se sente nos ossos e que se traduz em meias de lã, camadas de cobertores e em um amor imensurável por qualquer réstia de sol.
Minha bisavó Maria me recebia cheia de balas Erlan que me mostrava em segredo bem lá no fundo dos bolsos largos. Fazia o melhor doce de figo do mundo, medalhão de queijo, rosquinha de nata e o biscoito de Maurilo (nomeado em homenagem à minha paixão por ele).
Minha Sophia herdou de mim o amor pela casa, por Ouro Preto e pelo biscoito de Maurilo. E para mim não há alegria maior do que saber que, renovada, a casa ainda será palco de alegrias novas e outras para a minha filha. E ali sentiremos juntos o frio, pisaremos o calçamento irregular, comeremos língua de gato e gritaremos juntos ao primeiro relance das fachadas imemoriais: "Olha, o Êro Preto!"
Direto na têmpora: You're the one that I want - John Travolta & Olivia Newton John
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