quinta-feira, novembro 30, 2006

Ta bobo, fio?

O mais bobo que tá tendo nesse mundo aí realmente sou eu. Então, pra comemorar, olha a mensagem de Noriel Vilela em "Só o ôme". Uma bela canção.


Só o Ôme

Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá
Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá

Suncê compra um garrafa de marafo
Marafo que eu vai dizê o nome
Meia noite suncê na incruziada
Distampa a garrafa e chama o ôme
O galo vai cantá suncê escuta
Rêia tudo no chão que tá na hora
E se guáda noturno vem chegando
Suncê óia pa ele que ele vai andando

Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá
Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá

Eu estou ensinando isso a suncê
Mas suncê num tem sido muito bão
Tem sido mau fio mau marido
Inda puxa saco di patrão
Fez candonga di cumpanheiro seu
Ele botô feitiço em suncê
Agora só o ôme à meia noite
É que seu caso pode resolvê




Direto na têmpora: Pintura íntima - Kid Abelha e os Abóboras Selvagens

Velhinho tarado

Reuniões em grandes empresas são coisas engraçadas. Não faz muito tempo eu participei de uma onde o "big kahuna" era um velhinho que ficava ali, meio alheio a tudo, opinando sobre detalhes bobos e fazendo o seu papel de baluarte da instituição. Na nossa apresentação mesmo prestou pouca atenção.
O fato é que o tal senhor nem parecia mesmo muito interessado em mim ou na atendimento da conta enquanto nós nos desdobrávamos em cuidados para aprovar o material. Todos os diretores buscavam com o olhar a opinião do chefão e ele às vezes confirmava ou simplesmente ignorava as suspeitas dos asseclas sem muito entusiasmo.
Acabada a reunião que durou umas 2 horas, tudo aprovado, levantamos para sair e, assim que a atendimento vira de costas com uma daquelas calças justíssimas, o velho cacique que parecia morto se anima e pergunta: "e o seu nome, minha filha, qual é mesmo?". Contam que a partir daquele dia ele nunca mais esqueceu o nome da garota.




Direto na têmpora: Rock and Roll Preacher - Slade

quarta-feira, novembro 29, 2006

O mago do gamao

Houve uma época na Solution onde qualquer folga era desculpa pra um campeonatinho de gamão. Seja em partidas avulsas ou torneios, sempre rolava uma jogatina. Pois um dos jogadores mais contumazes, o Claudão, tinha um mistério que até hoje eu não consegui descobrir. O cara era um pato, levava surras homéricas da gente até que alguém mencionava a frase "vale um McDonalds". A partir daí ele se transformava no imbatível mago do gamão, vencendo a todos de lavada e consumindo fartas porções do engordativo sanduíche.
Aí fica a minha dúvida: será que o cara era realmente um sortudo que ganhava quando importava ou será que o otário era eu, que fui enganado meses a fio e enchi aquela pança de Big Mac?
Se você aposta na opção 2, por favor, nem comente.




Direto na têmpora: Price to pay - Blues Traveler

terça-feira, novembro 28, 2006

Lingua azul

Essa quem me contou foi a Sumire, uma amiga muito peça rara que mora em Diadema. Trabalhava ela na agência com um redator que tinha uma mania meio esquisita: sempre comprava guloseimas pra passar a noite em uma daquelas homéricas viradas que acontecem com todos nós. Acontece que, muitas vezes, ele comprava as guloseimas e acabava não ficando. Aí deixava as balas, chicletes, chocolates e demais delícias na gaveta pra consumir outro dia. Só que na manhã elas nunca estavam lá. Sempre tinha algum filho da puta que comia tudo escondido e o tal redator ficava no veneno.
Um dia ele resolveu armar pro ladrãozinho (que ele desconfiava ser o boy) e comprou uma porrada daquelas balas que deixam a língua azul. Deixou as gostosuras na gaveta e foi pra casa doido pra descobrir o sem vergonha na manhã seguinte. O cabra chegou na agência até mais cedo e tava lá a gaveta vazia. O plano tinha dado certo.
Passados 15 minutos irrompe na sala, completamente transtornada, a dona da agência. Quase espumando ela reclamava, aos gritos, que ia perder uma reunião superimportante naquela manhã porque algum engraçadinho tinha feito uma brincadeira imbecil e ela agora estava com a língua toda azul.
Ah, esses chefes espertinhos e suas travessuras maravilhosas.




Direto na têmpora: Straight, no chaser - Thelonious Monk

segunda-feira, novembro 27, 2006

Saldao! Queimao! Promoçao!

Meus caros amigos, aproxima-se o natal. Hora de torrar o seu rico dinheirinho com presentes para amados e nem tão amados assim. E é aí que eu entro, cheio de espírito natalino, com uma superdica de presente para vocês: Incultos, a maior obra literária de Maurilo Andreas.

Quer tirar uma ondinha de intelectual com a gatinha? Incultos.
Quer dar um presente inusitado pro colega bombadão da academia? Incultos.
Quer chocar a sua sogra? Incultos.
Quer deixar puto o seu amigo-oculto da firma? Incultos.
Quer se dar aquele presente que você sempre quis, mas tinha vergonha de comprar? Incultos.

Sim, Incultos estará com preços promocionais a partir de hoje até o dia 31 de dezembro. Apenas R$ 10,00, sim DEZ REAIS para você causar furor com um mimo diferente e exclusivíssimo. Sim, exclusivo porque foram impressas apenas 330 unidades e restam somente 80. Sim, 80 felizardos poderão aproveitar essa sensacional promoção e você pode ser um deles.

Então não perca tempo e encomende hoje mesmo o seu Incultos. Deixe sua mensagem aqui ou envie um email para mandreas@terra.com.br. Entregamos para todo o Brasil e exterior (Dallas, Vancouver, Londres, Puerto Ordaz e até mesmo Ipatinga).

PS - Tirando os exageros varejísticos é isso mesmo. Incultos a dez reais até 31 de dezembro. Querendo, é só encomendar.




Direto na têmpora: Stay (just a little bit longer) - Jackson Browne

Sophia Pe de Coelho e Grarco Pe Frio

Desde que a Sophia nasceu o Galo subiu, o Ipatinga subiu e o Parreira caiu. Só bênção.
Paradoxalmente o Grarco, um paraense que mora em São Caetano, acaba de ver o Papão tomar de 9 e cair pra terceira enquanto o São Caetano despenca para a Série B. E nem venha me dizer que é sãopaulino, Grarco, porque essa não cola de jeito nenhum.




Direto na têmpora: Road to nowhere - Talking Heads

Tatuzinho da Viola

Festa do 12, Ouro Preto, lá pelo começo dos anos 90. Centenas de jovens significamente alterados pelo consumo excessivo de álcool (e/ou drogas ilícitas) na Praça Tiradentes. De repente um toró de inundar cadeia e todo mundo se espreme nos botecos ao redor da praça.
Passada a pancada nos reunimos novamente, mas falta o Tatu. De repente, ouvimos uma vozinha que canta alegremente na sarjeta. No meio da enxurrada violentíssima, dois bracinhos balançam acompanhando o ritmo do samba. É o Tatu, deitado no meio fio, tomando um banho de enxurrada e cantando todo pimpão: "Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levaaaaaaaaar..."
E depois tem gente que ainda me pergunta porque eu quase não bebo mais.




Direto na têmpora: You want me bad - Frenchbloke

sexta-feira, novembro 24, 2006

A morte

A Fernanda me mandou um email com um texto do Bial sobre a morte e eu me lembrei deste discurso brilhante do John Cleese no funeral do Graham Chapman (pra quem não sabe, duas figuras geniais do Monty Python). Se não me engano o Morado, do blog Shiny Gun, já havia postado isso há algum tempo, mas vale pra quem não assistiu. E quem tiver paciência ouça a musiquinha até o final. Sempre um clássico.
Infelizmente só em inglês, folks.



PS - Quem quiser assistir ao sketch do papagaio morto que o John Cleese menciona no começo do discurso, pode procurar no youtube que tem. É só dar busca por dead parrot python.




Direto na têmpora: 1,2,3,4 - Little Quail and the Madbirds

Fama

A menina mais gostosa da sala é sempre vagabunda.
O aluno mais inteligente é sempre bundão.
O bonitão da novela é sempre veado.
A atriz lindíssima é sempre puta.
O empresário de sucesso é sempre ladrão.
O publicitário premiado é sempre insuportável.
O craque internacional é sempre mercenário.
O músico da Billboard é sempre vendido.
O seu chefe é sempre burro.
O político eleito é sempre corrupto.
O acusado da manchete é sempre culpado.

Ainda bem que eu sou um merda.




Direto na têmpora: Antes da chuva - Virna Lisi

You'll never walk alone

"When you walk through a storm hold your head up high
And don't be afraid of the dark.
At the end of a storm is a golden sky
And the sweet silver song of a lark.

Walk on through the wind,
Walk on through the rain,
Tho' your dreams be tossed and blown.

Walk on, walk on with hope in your heart
And you'll never walk alone,
You'll never, ever walk alone."




Direto na têmpora: You'll never walk alone - Elvis Presley

quinta-feira, novembro 23, 2006

Casanova

Tem um antigo Diretor de Arte daqui de BH que não resistia às criativas mais novas que adentravam seus domínios. Bastava uma coisinha mais formosa passar pela sala que ele já ficava todo cheio de olhos e dedos.
Pois uma amiga minha, em começo de carreira, foi trabalhar com o supracitado Casanova. Passado algum tempo que os dois conviviam, amizade conquistada, ele a convida para conhecer sua propriedade rural, em um lugar bastante aprazível no entorno da capital mineira.
Chegando lá o nosso galã parte pra cima da vítima inocente. Resultado? Ela morre de rir e deixa claro que não vai rolar de maneira nenhuma, que nunca nem passou pela cabeça dela ter algo com ele, etc, etc. Num momento de total singeleza, nosso Don Juan então pede humildemente:
"Tudo bem, mas se o pessoal da agência perguntar eu posso falar que rolou?"




Direto na têmpora: Sexo - Ultraje a Rigor

Next time

Da próxima vez que você for embora
deixe uma sombra atrás do abajur verde
perto do velho sofá.
Esqueça uma peça de roupa na minha gaveta
Espalhe memórias pela casa
Esconda motivos pelos cantos.
Coloque uma saudade junto às lentilhas, onde eu nunca consiga encontrar.
Deixe na mesa de centro um dicionário com a palavra certa
que explique o que eu vou sentir.
Bata forte a porta e grite triste um adeus
que é pra eu saber que você foi embora
da próxima vez que você for embora.

(Alberto Guiñazú)




Direto na têmpora: Dream On - Aerosmith

Puxadinho

Alguém aí conhece um bom engenheiro ou arquiteto? Preciso de alguém pra fazer um "puxadinho" pro meu saco, porque a área original já tá superlotada e correndo o risco de estourar a qualquer momento.
Mas passa, daqui a pouco isso passa.




Direto na têmpora: Judgement night - Onyx & Biohazard

terça-feira, novembro 21, 2006

Forrest Gump, o contador de historias

Tá certo que todo publicitário é um pouco contador de histórias, mas tem um certo profissional renomado que merece o troféu Forrest Gump por causa do seguinte ocorrido.
Cliente furibundo, relação com a agência já nos últimos estertores, uma reunião é marcada para tentar salvar o trabalho que vinha se arrastando há meses. 9 horas sem atraso? 9 horas sem falta. Tudo certo, tudo lindo.
Manhã da reunião, toda a árvore genealógica do cliente esperava, solene, o dono da agência. 5, 15, 30, 50 minutos de atraso e irrompe na sala o nosso publicitário, proprietário da supracitada agência. Sem dar tempo para reclamações ou reprimendas ele logo dispara sua desventura matutina.
“Gente, milhões de desculpas, mas hoje deu tudo errado. Eu estava saindo de casa pra cá, com tudo certinho quando minha cadela aproveitou o portão aberto e fugiu. Tentei correr atrás dela, mas ela disparou e eu tive que sair de carro perseguindo a infeliz. Ela então se entrincheirou num canto da Praça Alasca e não queria vir comigo de jeito nenhum. Foi aí que eu vi uma farmácia do outro lado da rua, comprei um chocolate e aí ela veio. Lógico que nesse ponto eu estava todo sujo, suado e tive que voltar em casa para tomar um banho. Então, mais uma vez me desculpem, mas não teve jeito de chegar na hora.”
Tudo cheio dos maiores detalhes e floreios, claro. A mesa toda sorri, o clima descontrai e fica tudo praticamente certo. O combinado é que alguns dias depois o Diretor de Marketing da empresa iria até a agência e acertaria tudo com o sócio do nosso amigo.
Na data marcada, está sentado na recepção o Diretor de Marketing quando nosso amigo passa voando e entra na sala de reunião bem ao lado, onde outros clientes o esperavam.
Sem acreditar, o homem de marketing ouve em alto e bom som, o publicitário esbaforido, quase sem fôlego, disparar: “Desculpem, gente, mas hoje quando eu estava saindo de casa, minha cadela aproveitou o portão aberto e fugiu.”
E contou, para as figuras de outra empresa, exatamente a mesma história. A mesma praça, a mesma raça de cachorro, tudo igual a não ser por um pequeno detalhe: na segunda história, ao invés de chocolate o que ele comprou foi uma barra de cereais. Licença poética, é claro. Coisa de criativo.




Direto na têmpora: Don't know much about history - Sam Cooke

segunda-feira, novembro 20, 2006

Indispensavel

Minha máquina, pra variar, está no estaleiro. Ligo para a assistência técnica:

- Gostaria de falar com a Márcia, por favor.
- Ela está em horário de almoço.
- Ok, a partir das 14 horas eu consigo falar com ela?
- Ah, sim, nesse horário ela já deve estar de volta.
(pausa ligeiramente demorada)
- Se Deus quiser!

Ou esse cara é muito religioso ou eu nunca conheci uma funcionária tão importante pra uma empresa.




Direto na têmpora: Biquini defunto - Kongo

sexta-feira, novembro 17, 2006

Compromisso De Morte

"Na margem do riacho
Pro bando de Lampião
O almoço hoje é bala

No outro hemisfério
Nos arredores da usina
O almoço é radiação

O almoço hoje é bomba
Pra culpados e inocentes

O almoço é terremoto
Pra cristãos e ateus
As filas afundarão
(nem os bancos estarão a salvo desta vez)

Minha mãe não pariu nenhum punk
No entanto
Aqui estou eu

O almoço hoje é negócio
Pro azar da gentalha
E pra os que não se sujam

O almoço é radiação
(cabelos caindo, pele queimando, estômago doendo)
Pra todos os sapos
Pra todos os padres
E sobretudo pros coveiros

Minha mãe não pariu
Nenhum punk
No entanto, aqui estou eu

O almoço hoje é morte...
O almoço hoje é bala...
Sobretudo pros coveiros,
O almoço é radiação..."

(Mundo Livre S/A)




Direto na têmpora: Hang the DJ - The smiths

Kel na Espanha

A queridíssima Raquel Paoliello, parceirinha de TOM e conterrânea da cidade mais européia do Brasil (Ipatinga), agora vive em Barcelona.
Mais do que isso, foi ao show do Kraftwerk.
Mais do que isso, conseguiu um trampo e está cobrindo férias em uma agência de lá.
Mais do que isso, a agência só funciona até as 15h na sexta-feira.
Mais do que isso, a partir das 14h são servidos petiscos.
Mais do que isso, eu tô com uma inveja filhadaputa dela nessa sexta ensolarada que tá fazendo hoje aqui.




Direto na têmpora: Al Capone - Raul Seixas

Atropelamento

Morri primeiro nas luzes (o princípio golpe).
Buzina, breque, borracha queimada.
E o baque.
Do impacto, planei breve vôo.
E senti nascerem - físicas - asas de anjo em minhas costas.

(Alberto Guiñazú)




Direto na têmpora: Weird Science - Oingo Boingo

quinta-feira, novembro 16, 2006

Toscos e modernos

Eu tinha uma tia-avó que dizia "Maurilo, um dia você vai ter que se vestir direito. Você vai ver, não tem escapatória." Até agora a "praga" de Dona Ilka não pegou e eu sigo com meu jeito mulambo-chique que a Fernanda vem consistentemente tentando melhorar.
Mas é engraçado como o estilo causa certas impressões que levam imediatamente a certas conclusões não tão certas assim. Logo antes de eu vir para a TOM, tive uma entrevista com o Vina que, na época, usava uma criativa "bigoleta" (mistura de bigode com costeleta). Antes mesmo da reunião terminar eu já estava pensando "é, acho que eu sou meio careta pra cá".
Reunião finda, saio da sala animado com o papo, paro na frente do elevador e me deparo com um cabeludo usando Havaianas cor-de-rosa (Diogo), um moicano com piercing na sobrancelha e no nariz (Felipe) e uma menina toda fashion de cabelo vermelho (Angelica) e chego à conclusão: "É, realmente eu sou MUITO careta pra cá. Não vai rolar."
Impressão errada, porque um tempo depois o Vina liga e até hoje estamos aí, ralando muito e gostando mais ainda. E Dona Ilka que siga esperando, porque se tá dando certo assim, terno de novo só na formatura da Sophia.




Direto na têmpora: Eternal - Joy Division

Decadence avec elegance

Há algum tempo, quando algum artista sumia da mídia e não tinha juntado dinheiro o destino era um só: Retiro dos Artistas. Hoje temos mais opções para os caídos em desgraça. Atores, músicos, modelos e afins podem seguir dois caminhos: ou participam do Dança no Gelo no Domingão do Faustão ou vão estrelar alguma produção das Brasileirinhas com o Kid Bengala. Sendo assim, fico torcendo desde agora pra ver o Wando na Dança no Gelo, porque imaginar a segunda opção é simplesmente terrível demais para a minha mente.




Direto na têmpora: Hunting high and low - Aha

terça-feira, novembro 14, 2006

O que ha de novo, velhinho?

Caso verídico da Alcântara ou da Bros, mas a memória não ajuda a definir qual. Reunião com o cliente (juro que não me lembro qual também), campanha apresentada, toda a agência confiante e vem a resposta: "Não sei se eu gostei não. Acho que ninguém nunca fez um negócios desses. Eu pelo menos nunca vi isso."
Resposta sem pensar deste infeliz aqui: "Aaahhhnnnn, ok. Mas... não é pra isso que a gente é pago?"
Bom, o resultado foi que refizemos tudo e mandamos pra mídia uma idéia que todo mundo já tinha feito. O cliente amou.




Direto na têmpora: Same O' Same - Hepcat

Semana com um furo no meio

Já professei aqui o meu amor desmesurado pela semana de 4 dias. Não renego, não abro mão e quem dera todas as semanas fossem assim, mas esse feriado na quarta-feira me dá também uma sensação de desperdício. Tá certo que aqui na TOM dificilmente a gente emenda algum feriado e que eu não estou muito para longas viagens ultimamente, mas feriado deveria ser, por lei, sempre na segunda ou na sexta. Na pior das hipóteses uma terça ou quinta-feira pra gente ficar na expectativa do enforcamento. O complicado da quarta-feira é isso, nem o sonho de emendar a gente tem (a não ser que você seja servidor público, aí tudo é possível).
De qualquer forma, como semana de 4 dias é sempre bem-vinda, separe o chinelão, coloque a bermuda furada de prontidão e certifique-se de que o agasalho do seu time favorito ainda não se autodestruiu, porque amanhã é feriado e você vai precisar do traje de gala.




Direto na têmpora: Samba do lado - Chico Science & Nação Zumbi

segunda-feira, novembro 13, 2006

Atendendo a pedidos

A Adriana Machado, chefinha amada, idolatrada, salve, salve (e uma das 6 pessoas que lê este blog), anda reclamando que isto aqui está muito azedo. Resolvi reler os últimos posts e achei que tá uma mescla, com uma pitada de mau humor, um tantinho de boas notícias e uma dose de vale de lágrimas, mas sem puxar muito pra lado nenhum. De qualquer forma, como chefe é chefe (e os leitores praticamente mandam aqui), vai aí uma historinha mais leve, que aconteceu hoje mesmo aqui na TOM, pra alegrar o ambiente.
Marcus Barão, esta figura lendária, profissional renomado e figuraça de nível internacional, acaba de ganhar uma máquina nova. Aliás, uma puta máquina. Em seus primeiros movimentos ao redor da bruta, Marcus causa um leve abalo e a bichinha quase se precipita ao solo. Imediatamente então ele chama o Doidinho, nosso Diretor de Assuntos Informáticos, e pede a solução definitiva para o problema: "Ô, Doidim, depois me arranja um arame ou uma borracha aí pra gente segurar essa máquina."
Moral da história: pobre é foda! Mal ganhou uma tv de plasma e já quer colocar bombril na antena.



Direto na têmpora: Empty Garden - Elton John

sexta-feira, novembro 10, 2006

Vicissitudes do caminhar

Olho roxo, lábio inchado e bochecha machucada. Nos 3 últimos dias esse tem sido o saldo da Sophia como bípede autônomo e caminhante. Se continuar uma contusão por dia assim, em menos de um mês serei pai da Múmia.






Direto na têmpora: Somebody kill me please - Adam Sandler

Vai, ordinaria, descendo ate o chao

Muitas vezes nesta honrosa profissão me senti como um axémaníaco em pleno carnaval de Salvador. O ritmo contagiante, você suando igual a um louco e um imbecil qualquer de cima do palco gritando ordens sem sentido como "joga as mãozinhas pro alto", "vai descendo até o chão" ou "mexe, ordinária, mexe". E você, mais ensandecido ainda, obedece àquilo tudo de maneira frenética, sem se importar com a estupidez das frases que ecoam em sua pobre caixa craniana.
Tem um certo job que vem me dando essa nítida sensação há algum tempo. Eu quero dançar tranqüilo, acompanhando a música, todo pimpão. Fazer uns passinhos bacanas, sabe? Mas de 5 em 5 minutos vem uma ordem alucinada e eu, sem pestanejar, saio por aí obedecendo as vozes que não param de berrar:
"Agora num pé só! Todo mundo fazendo a dança do mudinho. Remexe, ordinário, remexe!"




Direto na têmpora: Musher - Bettie Serveert

quinta-feira, novembro 09, 2006

Docilidade feminina

Férias em família no Rio de Janeiro. Durante uma tarde chuvosa, meus pais e meus irmãos jogavam buraco. Meu pai e Werner, o filho caçula na época com seus 9 ou 10 anos; minha mãe e Diogo, filho do meio então com 12 ou 13 anos.
Começa o jogo e Werner, ainda muito criança e aprendendo a dinâmica do esporte, mostra-se uma arma para a dupla adversária. Deixa passar canastras, descarta bobagens homéricas, não vê o jogo do parceiro e por aí vai. Meu pai revira os olhos, bufa, range os dentes, quase morre. Tudo em silêncio.
Minha mãe vendo aquilo se condói do filhotinho rapa-do-tacho e dá o basta. "Vamos trocar de dupla! O seu pai não tem paciência com você, né filhinho? Vem jogar com a mamãe."
Duplas trocadas, a partida recomeça. Joga Diogo, joga minha mãe, joga meu pai e, na vez do Werner, ele descarta um sete de espadas que dava uma canastra real para a dupla adversária. Minha mãe imediatamente esquece o instinto maternal e dispara: "Werner, seu burrão!"
Se não fosse um menino tão calmo, estaria pagando terapia até hoje.




Direto na têmpora: Liar - Rollins Band

Como diria o Jonio...

Tantas pessoas pra matar e tão pouco tempo.




Direto na têmpora: Pros que estão em casa - Hojerizah

quarta-feira, novembro 08, 2006

O ladrao de musicas

Trabalhei na ABC com o Roberto, um arte-finalista das antigas, pavio curto e com um hábito no mínimo curioso: o Roberto roubava músicas.
Era só você começar a assoviar ou cantar alguma coisa que, segundos depois, lá vinha o Roberto assoviar a mesma música. De clássico a pagode, de heavy metal a baião, colocou na roda o Robertão mandava a seqüência instintivamente. Tentávamos confundi-lo com várias pessoas assoviando ao mesmo tempo, mas ele escolhia um dos temas e se apegava àquilo com força total. A coisa chegava a um ponto que, ao final do dia, você já não sabia se quem tinha começado a cantarolar a música havia sido você mesmo ou o Roberto.
Pois algum tempo depois trabalhei com um Diretor de Arte que tinha a mesma técnica, só que para idéias. Você tinha a idéia, desenvolvia, ajeitava e, de repente, ele começava a falar dela com entusiasmo. Aí fodeu. Bastava um tempinho pra ele apresentar o material pro Diretor de Criação, sair vendendo pros atendimentos e, quando você menos esperava, o caboclo já tinha virado o dono do conceito. E isso inclui acompanhar produção, entrar na ficha técnica, receber os prêmios e virar o queridinho da agência.
A nós, meros trabalhadores, resta cantarolar o velho refrão "malandro é malandro mesmo" e lembrar com saudade dos tempos em que só roubavam as músicas que a gente assoviava.




Direto na têmpora: Hell ain't no bad place to be - AC/DC

terça-feira, novembro 07, 2006

Ronald e os vandalos

Havia um gigantesco Ronald inflável no McDonalds da rua Rio de Janeiro, bem no centro de BH. Sabe-se lá se por uma questão ideológica ou estética, tal personagem causava profunda repulsa em RS, um colega meu de faculdade lá pelos idos de 93.
Pois um dia RS resolve fazer justiça com as próprias mãos e convoca seus asseclas RJ e MM para um audacioso plano (se não me engano o amigo US também foi). Tudo combinado, às 23 horas de uma noite qualquer RJ recebe a ligação com a tão esperada senha: "o Ronald vai soprar".
O trio (quarteto?) ruma então para o endereço onde habita Ronald e, enquanto um carro vigia, outro traz MM com meio corpo para fora da janela munido de uma besta. Sim, a besta à qual me refiro aqui é uma daquelas armas medievais que atira flechas. Em poucos segundos Ronald havia sido atingido e os criminosos fugiam em desabalada carreira.
Na manhã seguinte, a caminho da faculdade, resolvo passar na frente do Mc Donalds para conferir o sucesso da empreitada. Meio torto, meio murcho, ferido em seu orgulho, mas ainda vivo, lá estava Ronald, olhando a todos de cima com seu sorriso vitorioso e mostrando que nem sempre é fácil derrubar um mito. Nem sempre.




Direto na têmpora: The Bees - Belly

O amor em pessoa

Hoje o PC-Pod me pegou de surpresa com essa do primeiro disco do Pato Fu (Rotomusic de Liquidificapum). Aliás, como boa viúva do Sexo Explícito, por mais estranho que essa frase soe, esse é o único disco deles que eu gosto. Segue a letra do John.


"O amor, ele mesmo, em carne e osso
Me jurou, prometeu, garantiu que se eu
Que se eu
Eu fosse um bom moço
Eu fosse uma pessoa boa
Eu me divertiria
Eu viveria rindo à toa
Olha só o que me disse um dia, ele
O amor em pessoa."




Direto na têmpora: Kissing on the bridge - Thurston Moore

segunda-feira, novembro 06, 2006

Banana na tela

Quando eu tinha meus 14 anos tive uma idéia genial (provavelmente a única até hoje): levei uma banana para a sala de aula e passei em todo o quadro-negro para que o giz do professor não pegasse. Funcionou que foi uma beleza. Ainda mais quando a pessoa da limpeza tentou limpar aquilo com pano molhado, aí sim a coisa complicou de vez e ficamos cerca de 50 minutos sem aulas. Foi lindo.
Pois hoje, após um fim de semana pesadíssimo, fico imaginando se não seria uma boa passar alguma coisa (talvez não uma banana) nas telas dos atendimentos ou da Claudia Gis. Será que os pits parariam de chegar? Será que seríamos todos dispensados pelo resto do dia? Será que eu estaria dormindo ao invés de ficar aqui, enrolando pra começar um trabalho chato? Temo que nunca saberei as respostas.




Direto na têmpora: It's the end of the world as we know it - REM

Horario de Verao

Então, fica combinado: uma hora mais cedo.
Ou uma hora mais tarde, sei lá.
Na verdade, pouco importa.
Uma hora dessas, uma hora qualquer,
uma hora em que for bom pra você.
Uma hora, sessenta minutos, uma porrada de segundos.
Mas quem está contando?
Minha dor e meu dia continuam do mesmo tamanho.

(Alberto Guiñazú)




Direto na têmpora: Uptown Girl - Billy Joel

Pra quem passou dos 30

Quem conhece a história que lembre o final, que cante a cantiga, que compre o Disquinho.
Ou peça pra mim que eu gravo.

"Uma velha muito velha, chamada Firinfinfelha,
tinha um lindo bananal no fundo do seu quintal.
Mas a coitada da velha poucas bananas comia,
pois o macaco Simão roubava todas que havia.

Macaco Simão, macaco ladrão!
Macaco Simão, macaco ladrão!

Um dia Firinfinfelha, cansada de ser roubada,
teve uma idéia de noite e acordou de madrugada.
Comprou na loja da esquina vários quilos de alcatrão.
Com eles fez um boneco pretinho como um tição."




Direto na têmpora: Stop in the name of love - The Supremes

quarta-feira, novembro 01, 2006

Pequenas vitorias (ou puxando a brasa pra minha sardinha)

Adoro as grandes campanhas, aquelas concorrências disputadas, as contas cheias de desafios e verbas, mas algumas vezes nada supera as pequenas vitórias. Um outdoor despretensioso para a CaradeCão que leva prata na Central de Outdoor ou um anúncio sobre energia eólica da Cemig que o próprio Estado de Minas (não o cliente e nem a agência, mas o veículo!!!) resolve inscrever no prêmio da ANJ. Esses lances que chegam de surpresa são verdadeiramente especiais. E a cada pequena vitória dessas fica a certeza de termos trabalhado com grandes profissionais. Parabéns pra nós, Kel!




Direto na têmpora: I wonder - (trilha do comercial argentino do Espantapajaros para o Clio)

Aurinha em Portugal

Hoje encontrei a Aurinha na hora do almoço. Como sempre, foi ótimo apesar de muito rápido. De qualquer forma, deu pra conversar um pouquinho e aproveitei que ela estava na frente da Doces de Portugal para ficar ali algum tempo babando nos Pastéis de Santa Clara, Pastéis de Belém, Travesseiros de Sintra, Ovos Moles e aquelas coisas maravilhosas todas.
Fui embora com ainda mais saudades da Aurinha, do Jônio e da Florença, mas pelo menos saí saboreando um delicioso Pastel do Convento. E o pior é que já tô com saudades dele também.




Direto na têmpora: He ain't got rhythm - Billie Holiday

Acabou o sossego

Agora é oficial: Sophia já é capaz de andar sozinha. Tudo documentado em vídeo e foto, fica a certeza de que acabou a paz. De agora em diante a garota é um bípede com propulsão própria e eu começo a sentir que ela está escapando por entre meus dedos. Agora só falta falar.






Direto na têmpora: Pensei se há - Bonsucesso SambaClube