terça-feira, novembro 28, 2006

Lingua azul

Essa quem me contou foi a Sumire, uma amiga muito peça rara que mora em Diadema. Trabalhava ela na agência com um redator que tinha uma mania meio esquisita: sempre comprava guloseimas pra passar a noite em uma daquelas homéricas viradas que acontecem com todos nós. Acontece que, muitas vezes, ele comprava as guloseimas e acabava não ficando. Aí deixava as balas, chicletes, chocolates e demais delícias na gaveta pra consumir outro dia. Só que na manhã elas nunca estavam lá. Sempre tinha algum filho da puta que comia tudo escondido e o tal redator ficava no veneno.
Um dia ele resolveu armar pro ladrãozinho (que ele desconfiava ser o boy) e comprou uma porrada daquelas balas que deixam a língua azul. Deixou as gostosuras na gaveta e foi pra casa doido pra descobrir o sem vergonha na manhã seguinte. O cabra chegou na agência até mais cedo e tava lá a gaveta vazia. O plano tinha dado certo.
Passados 15 minutos irrompe na sala, completamente transtornada, a dona da agência. Quase espumando ela reclamava, aos gritos, que ia perder uma reunião superimportante naquela manhã porque algum engraçadinho tinha feito uma brincadeira imbecil e ela agora estava com a língua toda azul.
Ah, esses chefes espertinhos e suas travessuras maravilhosas.




Direto na têmpora: Straight, no chaser - Thelonious Monk

2 comentários:

Anônimo disse...

Maurilo, este seu pastelzinho tá delícia! Tô adorando os causos. Um beijo pra família toda.

redatozim disse...

Caramba, isso vindo da co-fundadora do Mothern e minha aplicadora oficial em blogs é motivo de enorme satisfação. Ah, e eu continuo leitor fiel, viu? Só não tenho comentado mais por causa da leitura diária mesmo. Beijão pra você, pro Ed e pra Alice também.