Na "Sophia e o Vento" eu fiz letra e música (ainda cantei... putz!), enquanto Helder e Luciano da Kundum tocaram e arranjaram. Na "Tubarão" eu fiz a letra e o Marco Aur fez o resto.
Dois clipezinhos pra vocês.
Sophia e o vento
Tubarão
Direto na têmpora: Bomb - J Church
sexta-feira, outubro 29, 2010
O besouro e a lagarta
Toda manhã o besouro cascudo passava voando em seu vôo esquisito e via a lagarta feia e peluda se arrastando para chegar até alguma folhinha que ela pudesse devorar inteira.
Ele, que os outros bichos viviam chamando de feio e desajeitado, olhava aquela coisinha verde e rastejante e pensava: "tadinha, se eles me tratam assim por ser tão feioso, imagina o que devem fazer com ela".
E aí, com pena da lagarta, o besouro começou a parar todos os dias para conversar com ela. Ele realmente tinha dó de todo aquele esforço que ela precisava fazer para andar um pouquinho e, como já tinha percebido que ela era um bichinho bem legal, começou a dar carona para a lagarta até as folhas mais verdinhas e gostosas no alto das árvores.
Ela ia grudada naquelas costas duras e ele ia se balançando todo. Aquela dupla de amigos realmente fazia uma dança muito esquisita no ar.
O tempo foi passando, o besouro e a lagarta ficaram cada vez mais próximos. O resto da bicharada, no entanto, ria e falava mal daquela parceria tão estranha entre duas criaturas tão feias e desajeitadas. Quando eles passavam, os insetos mais novos (e até mesmo alguns bem adultos), logo começavam a gritar:
"Lá vai a lagarta verdona
Com o besourão cascudo
Dupla mais esquisitona
Não existe nesse mundo"
Mas sempre que algum deles exagerava, o besourão se enfezava e ia defender a pobre lagartinha. Que aqui ninguém nos ouça, mas ele chegou mesmo a dar umas boas chifradas em um gafanhoto mais atrevido que tentou puxar os pelos da verdinha.
Algum tempo depois, o besouro percebeu que a lagarta andava calada, quietinha, meio afastada de tudo. Até que um dia ela começou a se enrolar num fio fininho, fininho e ficou toda cobertinha, fechadinha, parecendo um pãozinho francês.
O besouro ficou muito procupado. O que será que aquilo queria dizer? Será que sua amiguinha tinha morrido? Será que ela ia ficar lá dentro pra sempre?
Daquele dia em diante, ele não saiu mais do lado daquela trouxinha que um dia tinha sido sua amiga lagarta: afastava insetos curiosos, abria suas asas grossas para protegê-la do vento, limpava o lugar em volta e quando chovia muito, cobria-a com uma folha bem larga.
Uma certa manhã, logo que o sol nasceu, o besouro foi visitar o embrulhinho da sua amiga, mas viu que ele estava rasgado e sem nada lá dentro.
O besourão então chorou, chorou e chorou. Todo aquele cuidado com a amiga não tinha adiantado nada e ele nem teve a chance de se despedir dela.
Mas enquanto ele chorava, sentiu um ventinho gostoso nas suas duras costas cascudas. O que seria aquilo?
Ele então se virou lentamente e deu de cara com uma linda borboleta azul e dourada flutuando bem na sua frente. O besouro ficou maravilhado! Ele nunca tinha visto nada tão lindo em toda a sua vida.
De repente, a borboleta falou:
- Ei, meu amigo, não está me reconhecendo?
O besouro passou as patinhas nos olhos, tentou virar a cabeça, mas não conseguia saber quem era aquela criatura tão linda e nem entender como ela poderia conhecer justo ele, um besourão tão feio.
- Ora, besouro, você que cuidou tão bem de mim agora não sabe mesmo quem eu sou?
O besouro então olhou bem de perto e tomou um susto enorme. Aquele sorriso... aquele sorriso era da lagartinha!
Os dois então se abraçaram e riram e brincaram e ficaram muito felizes. A lagarta, aquela lagartinha feia, tinha virado uma borboleta maravilhosa! E a nova borboleta, feliz com o grande amigo que tinha, disse para todos os insetos que olhavam sem entender aquela dupla tão diferente.
- Meus amigos, então agora vocês todos olham para mim assim, tão admirados? Justo vocês que até outro dia riam e implicavam comigo e com meu amigo besouro? Pois saibam que se vocês me acham bonita hoje, se pensam que eu sou alguém importante, é tudo por causa dele que me defendeu durante todo esse tempo. E, para mim, nesse jardim inteiro, não tem bicho mais bonito e nem amigo mais leal do que o meu querido besouro.
E daquele dia em diante, onde ia a linda borboleta, ia também o besourão cascudo. Só que agora, não havia mais gritos, nem xingamentos e nem confusão. É que todos os insetos aprenderam, vendo aquela amizade tão bonita, que não importa se a gente é bonito ou feio, grande ou pequeno, colorido ou cinza.
O que importa de verdade é o bem que a gente faz pros outros e os amigos que a gente tem.
Direto na têmpora: Backass - Karen O
Ele, que os outros bichos viviam chamando de feio e desajeitado, olhava aquela coisinha verde e rastejante e pensava: "tadinha, se eles me tratam assim por ser tão feioso, imagina o que devem fazer com ela".
E aí, com pena da lagarta, o besouro começou a parar todos os dias para conversar com ela. Ele realmente tinha dó de todo aquele esforço que ela precisava fazer para andar um pouquinho e, como já tinha percebido que ela era um bichinho bem legal, começou a dar carona para a lagarta até as folhas mais verdinhas e gostosas no alto das árvores.
Ela ia grudada naquelas costas duras e ele ia se balançando todo. Aquela dupla de amigos realmente fazia uma dança muito esquisita no ar.
O tempo foi passando, o besouro e a lagarta ficaram cada vez mais próximos. O resto da bicharada, no entanto, ria e falava mal daquela parceria tão estranha entre duas criaturas tão feias e desajeitadas. Quando eles passavam, os insetos mais novos (e até mesmo alguns bem adultos), logo começavam a gritar:
"Lá vai a lagarta verdona
Com o besourão cascudo
Dupla mais esquisitona
Não existe nesse mundo"
Mas sempre que algum deles exagerava, o besourão se enfezava e ia defender a pobre lagartinha. Que aqui ninguém nos ouça, mas ele chegou mesmo a dar umas boas chifradas em um gafanhoto mais atrevido que tentou puxar os pelos da verdinha.
Algum tempo depois, o besouro percebeu que a lagarta andava calada, quietinha, meio afastada de tudo. Até que um dia ela começou a se enrolar num fio fininho, fininho e ficou toda cobertinha, fechadinha, parecendo um pãozinho francês.
O besouro ficou muito procupado. O que será que aquilo queria dizer? Será que sua amiguinha tinha morrido? Será que ela ia ficar lá dentro pra sempre?
Daquele dia em diante, ele não saiu mais do lado daquela trouxinha que um dia tinha sido sua amiga lagarta: afastava insetos curiosos, abria suas asas grossas para protegê-la do vento, limpava o lugar em volta e quando chovia muito, cobria-a com uma folha bem larga.
Uma certa manhã, logo que o sol nasceu, o besouro foi visitar o embrulhinho da sua amiga, mas viu que ele estava rasgado e sem nada lá dentro.
O besourão então chorou, chorou e chorou. Todo aquele cuidado com a amiga não tinha adiantado nada e ele nem teve a chance de se despedir dela.
Mas enquanto ele chorava, sentiu um ventinho gostoso nas suas duras costas cascudas. O que seria aquilo?
Ele então se virou lentamente e deu de cara com uma linda borboleta azul e dourada flutuando bem na sua frente. O besouro ficou maravilhado! Ele nunca tinha visto nada tão lindo em toda a sua vida.
De repente, a borboleta falou:
- Ei, meu amigo, não está me reconhecendo?
O besouro passou as patinhas nos olhos, tentou virar a cabeça, mas não conseguia saber quem era aquela criatura tão linda e nem entender como ela poderia conhecer justo ele, um besourão tão feio.
- Ora, besouro, você que cuidou tão bem de mim agora não sabe mesmo quem eu sou?
O besouro então olhou bem de perto e tomou um susto enorme. Aquele sorriso... aquele sorriso era da lagartinha!
Os dois então se abraçaram e riram e brincaram e ficaram muito felizes. A lagarta, aquela lagartinha feia, tinha virado uma borboleta maravilhosa! E a nova borboleta, feliz com o grande amigo que tinha, disse para todos os insetos que olhavam sem entender aquela dupla tão diferente.
- Meus amigos, então agora vocês todos olham para mim assim, tão admirados? Justo vocês que até outro dia riam e implicavam comigo e com meu amigo besouro? Pois saibam que se vocês me acham bonita hoje, se pensam que eu sou alguém importante, é tudo por causa dele que me defendeu durante todo esse tempo. E, para mim, nesse jardim inteiro, não tem bicho mais bonito e nem amigo mais leal do que o meu querido besouro.
E daquele dia em diante, onde ia a linda borboleta, ia também o besourão cascudo. Só que agora, não havia mais gritos, nem xingamentos e nem confusão. É que todos os insetos aprenderam, vendo aquela amizade tão bonita, que não importa se a gente é bonito ou feio, grande ou pequeno, colorido ou cinza.
O que importa de verdade é o bem que a gente faz pros outros e os amigos que a gente tem.
Direto na têmpora: Backass - Karen O
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literatura
quinta-feira, outubro 28, 2010
Palmeira dá...
Ontem estava andando com Fernanda e Sophia quando a pequena olhou para uma árvore e perguntou:
- Papai, essa árvore é um coqueiro?
- Não, Sophia, é uma palmeira.
- Ah, e ela dá pau, né?
Na hora eu ri, mas o raciocínio tá certíssimo: se coqueiro dá coco, palmeira daria o quê?
Direto na têmpora: Your head is on fire - Broken Bells
- Papai, essa árvore é um coqueiro?
- Não, Sophia, é uma palmeira.
- Ah, e ela dá pau, né?
Na hora eu ri, mas o raciocínio tá certíssimo: se coqueiro dá coco, palmeira daria o quê?
Direto na têmpora: Your head is on fire - Broken Bells
Êêêêê meus tempos
Eu sou do tempo em que a gente demorava uma semana ou mais para mandar notícias a alguém por carta e receber uma resposta.
Eu sou do tempo em que ter seios pequenos era uma característica como ter olhos castanhos, não um defeito.
Eu sou do tempo do orelhão de ficha.
Eu sou do tempo em que a gente ficava com a cara torta se pegasse vento depois do banho quente.
Eu sou do tempo em que a gente apanhava dos pais e sabia muito bem o porquê.
Eu sou do tempo em que a gente ia ao cinema com uma menina e só quando saía percebia que tinha ficado meia hora apalpando a ombreira dela.
Eu sou do tempo em que manga com leite matava.
Eu sou do tempo do Mandiopan, do Cremogema e do Biotônico Fontoura com semente de sucupira.
Eu sou do tempo do Guaraná Skol em garrafa.
Eu sou do tempo em que a gente usava um diário para escrever o que ninguém podia ler e não um blog pra todo mundo ler qualquer coisa que a gente escrever.
Direto na têmpora: We are waiters - Bean And The Coat
Eu sou do tempo em que ter seios pequenos era uma característica como ter olhos castanhos, não um defeito.
Eu sou do tempo do orelhão de ficha.
Eu sou do tempo em que a gente ficava com a cara torta se pegasse vento depois do banho quente.
Eu sou do tempo em que a gente apanhava dos pais e sabia muito bem o porquê.
Eu sou do tempo em que a gente ia ao cinema com uma menina e só quando saía percebia que tinha ficado meia hora apalpando a ombreira dela.
Eu sou do tempo em que manga com leite matava.
Eu sou do tempo do Mandiopan, do Cremogema e do Biotônico Fontoura com semente de sucupira.
Eu sou do tempo do Guaraná Skol em garrafa.
Eu sou do tempo em que a gente usava um diário para escrever o que ninguém podia ler e não um blog pra todo mundo ler qualquer coisa que a gente escrever.
Direto na têmpora: We are waiters - Bean And The Coat
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memórias
quarta-feira, outubro 27, 2010
Prova isso
Estava conversando com Madame Carmita Almeida e ela se lembrou de como as pessoas do interior têm mais leveza com a tragédia.
No interior, pelo menos em Minas, sempre tem uns casos assim:
- Deca, o Julinho de Neuza levou uma chifrada de vaca e tá todo aberto ali na beira da estrada.
- É mesmo? Noooooossinhora... vou lá ver como é que ele tá.
E pronto, lá se vão as comadres olhar o rapaz agonizante com a maior calma do mundo. É o que eu chamo de dividir o horror.
Sem querer ser preconceituoso (e acho que até já falei disso antes), mas mulheres também têm um pouco disso quando o assunto é comida, por exemplo.
Um homem prova algo ruim e, com toda tranquilidade, exclama:
- Essa merda tá estragada, vou jogar essa porra fora.
Já a mulher costuma seguir outra linha:
- Credo, isso tá horrível... prova aqui, amor, para você ver como está péssimo.
Para as mulheres, dividir o horror também é uma prova de carinho.
Direto na têmpora: Second hand news - Mates of State
No interior, pelo menos em Minas, sempre tem uns casos assim:
- Deca, o Julinho de Neuza levou uma chifrada de vaca e tá todo aberto ali na beira da estrada.
- É mesmo? Noooooossinhora... vou lá ver como é que ele tá.
E pronto, lá se vão as comadres olhar o rapaz agonizante com a maior calma do mundo. É o que eu chamo de dividir o horror.
Sem querer ser preconceituoso (e acho que até já falei disso antes), mas mulheres também têm um pouco disso quando o assunto é comida, por exemplo.
Um homem prova algo ruim e, com toda tranquilidade, exclama:
- Essa merda tá estragada, vou jogar essa porra fora.
Já a mulher costuma seguir outra linha:
- Credo, isso tá horrível... prova aqui, amor, para você ver como está péssimo.
Para as mulheres, dividir o horror também é uma prova de carinho.
Direto na têmpora: Second hand news - Mates of State
Sono
O sono é uma coisa relativa.
Quando eu era pequeno, meu sonho era ficar acordado até meia-noite, mas tinha que ir dormir às 21h.
Depois, veio aquela época em que nada era mais importante do que a noite e a gente ia sem parar até de manhã.
Agora, tô do lado contrário. Tudo o que eu queria era dormir às 21h, mas raramente consigo pregar os olhos antes da meia-noite.
E os dias vão ficando longos, longos...
Direto na têmpora: Straight to hell - The Clash
Quando eu era pequeno, meu sonho era ficar acordado até meia-noite, mas tinha que ir dormir às 21h.
Depois, veio aquela época em que nada era mais importante do que a noite e a gente ia sem parar até de manhã.
Agora, tô do lado contrário. Tudo o que eu queria era dormir às 21h, mas raramente consigo pregar os olhos antes da meia-noite.
E os dias vão ficando longos, longos...
Direto na têmpora: Straight to hell - The Clash
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cotidiano
terça-feira, outubro 26, 2010
Deduções
Sophia ligou para um parente e não foi atendida. Veio então reclamar comigo.
- Papí, a pessoa não me atendeu.
- Uai, Sophia, ela deve estar ocupada, trabalhando.
- É, ou então tá no banheiro fazendo cocô, né?
Direto na têmpora: Uh-Huh - Munchausen by Proxy
- Papí, a pessoa não me atendeu.
- Uai, Sophia, ela deve estar ocupada, trabalhando.
- É, ou então tá no banheiro fazendo cocô, né?
Direto na têmpora: Uh-Huh - Munchausen by Proxy
segunda-feira, outubro 25, 2010
Poeminha reunido
Se você topar comigo em alguma reunião
E notar meu olhar fixo e um sorriso angelical
Não fique pensando que é fruto da minha concentração
É só perda de consciência, é só morte cerebral
Direto na têmpora: Can't get used to losing you - The English Beat
E notar meu olhar fixo e um sorriso angelical
Não fique pensando que é fruto da minha concentração
É só perda de consciência, é só morte cerebral
Direto na têmpora: Can't get used to losing you - The English Beat
Vinis, cds, mp3
Eu sou da época do vinil, aquela bolacha imensa e difícil de carregar. Quando eu ia comprar meus dicos na Rei do Disco em Ipatinga, tinha quase certeza de que ia encontrar o que queria porque eu só tinha acesso às músicas que ouvia na rádio ou via em algum programa de clipes.
Em BH, descobri que as próprias lojas de disco podiam servir como fonte de informação musical. Cogumelo, Hi-Fi, Bob Tostes, Cotec eram lugares que visitávamos para comprar e, principalmente, conhecer sons.
Daí vieram os cds, a Urban Cave apareceu na minha vida e ficou mais fácil levar 20 pepitas pra casa. Vendi todos os meus LPs e remontei meus arquivos só com as bolachitas pequeninas.
Agora, com quase tudo em mp3, vou fazer um saldão de 230 cds e liberar boa parte do meu armário para alguma outra coisa. Em breve devo fazer a promoção aqui, mas importante mesmo é dizer que eu acho muito bacana essa onda do "have everything, own nothing".
Acesso para mim é a palavra chave e eu vou me desapegando cada vez mais de estantes cheias e curtindo o quanto é legal ter as coisas à disposição sem ter que colocar uma coleira nelas.
Direto na têmpora: On our minds - The Litter
Em BH, descobri que as próprias lojas de disco podiam servir como fonte de informação musical. Cogumelo, Hi-Fi, Bob Tostes, Cotec eram lugares que visitávamos para comprar e, principalmente, conhecer sons.
Daí vieram os cds, a Urban Cave apareceu na minha vida e ficou mais fácil levar 20 pepitas pra casa. Vendi todos os meus LPs e remontei meus arquivos só com as bolachitas pequeninas.
Agora, com quase tudo em mp3, vou fazer um saldão de 230 cds e liberar boa parte do meu armário para alguma outra coisa. Em breve devo fazer a promoção aqui, mas importante mesmo é dizer que eu acho muito bacana essa onda do "have everything, own nothing".
Acesso para mim é a palavra chave e eu vou me desapegando cada vez mais de estantes cheias e curtindo o quanto é legal ter as coisas à disposição sem ter que colocar uma coleira nelas.
Direto na têmpora: On our minds - The Litter
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sexta-feira, outubro 22, 2010
Poeminha azarado
No meio da rua parado
O rapaz resolveu rezar
Já estava desesperado
Não podia mais suportar
O azar do mancebo era coisa horrorosa
Seja no emprego, no jogo ou namoro
Quando foi ordenhar a vaquinha mimosa
Com a mão descobriu que o bicho era um touro
Olhou para o céu o pobre infeliz
Pedindo um milagre com fé verdadeira
Mas levou um cocô de pardal no nariz
E ainda roubaram a sua carteira
Direto na têmpora: Say hello, wave goodbye - Soft Cell
O rapaz resolveu rezar
Já estava desesperado
Não podia mais suportar
O azar do mancebo era coisa horrorosa
Seja no emprego, no jogo ou namoro
Quando foi ordenhar a vaquinha mimosa
Com a mão descobriu que o bicho era um touro
Olhou para o céu o pobre infeliz
Pedindo um milagre com fé verdadeira
Mas levou um cocô de pardal no nariz
E ainda roubaram a sua carteira
Direto na têmpora: Say hello, wave goodbye - Soft Cell
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poesia
Curativos
Cortei o dedo em um livro e fui procurar um curativo em casa. Descobri que, graças a Sophia, só tínhamos adesivos temáticos da Hello Kitty ou Princesas Disney em casa.
Resultado? Se você não consegue ver, essa aí no meu dedo é a Branca de Neve.
Direto na têmpora: Lust - Suburban Rhythm
Resultado? Se você não consegue ver, essa aí no meu dedo é a Branca de Neve.
Direto na têmpora: Lust - Suburban Rhythm
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cotidiano
quinta-feira, outubro 21, 2010
Porque eu acho que (não) vale tudo na política
Estava em uma cidade do interior fazendo campanha para um candidato à prefeitura quando recebemos o telefonema. Um câmera da nossa equipe tinha flagrado distribuição de gasolina para a população por parte do nosso adversário e havia sido ameaçado por militantes, tendo que se afastar.
O rapaz pedia orientações e aguardava em um local seguro, a alguma distância do posto de gasolina.
Um figurão da política de Minas Gerais, inclusive com atuação em Brasília por muito anos então sentenciou:
- Manda ele ir.
Eu contra-argumentei que o rapaz poderia se machucar ou até coisa pior e tive que ouvir o absurdo.
- Melhor. A gente deixa ele apanhar um pouco e depois manda a polícia pra tirar ele. Aí fica tudo gravado.
Nessa hora eu chamei nosso candidato a prefeito de lado e argumentei.
- Olha, ganhando ou perdendo, essa eleição passa e você continua vivendo aqui com sua mulher, com seus filhos, com seu estabelecimento. O rapaz tem família, não vale a pena essa sujeira pra ser eleito.
Resolveu-se que seria feita uma denúncia à justiça eleitoral, enviada a polícia ao local e uma equipe de segurança para proteger o câmera que continuaria a uma distância segura.
A denúncia não deu em nada, mas nosso "prefeito" foi eleito e, espero, manteve a consciência limpa.
Ontem houve confronto em uma caminhada de Serra no Rio de Janeiro. Houve tumulto, confusão e a notícia que recebi foi de que Serra havia sido agredido.
Não voto em Serra (ou em Dilma), mas achei um absurdo, um ato de desrespeito à democracia e que mostra a falta de preparo do brasileiro para o debate e uma tremenda incapacidade de conviver com a discordância.
No entanto, hoje o meu amigo Zé Álvaro me mostrou um vídeo do SBT sobre a confusão. A postura dos partidários de Dilma foi deplorável, mas não menos feio foi o que Serra fez.
O filme mostra o que parece ser uma bolinha de papel atingindo Serra e o candidato seguindo em frente normalmente, sem nenhum problema. 20 minutos depois, ele recebe uma ligação e começa a sofrer instantaneamente de fortes dores, náusea e tonteiras.
O PSDB divulgou nota dizendo que Serra foi atingido por um objeto pesado, o que contraria o vídeo e o médico não constatou nenhum ferimento local, mas ainda assim concede que as náuseas podem ter sido causadas pelo impacto.
É vale-tudo em dose dupla.
Vale-tudo de quem acha legítimo o confronto físico, a intimidação e a tentativa de agredir Serra, não apenas, mas inclusive com uma bolinha de papel.
Vale-tudo de quem acha legítimo mentir e simular uma situação apenas para desmoralizar a "turma da Dilma", sem perceber que algumas vezes esse tipo de impostura prejudica mais o impostor do que quem quer que seja.
Para mim, mais um argumento em favor da minha decisão de anular meu voto.
O vídeo do acontecido. Prato cheio pra quem gosta de sentir vergonha alheia.
Direto na têmpora: Things - Split Enz
O rapaz pedia orientações e aguardava em um local seguro, a alguma distância do posto de gasolina.
Um figurão da política de Minas Gerais, inclusive com atuação em Brasília por muito anos então sentenciou:
- Manda ele ir.
Eu contra-argumentei que o rapaz poderia se machucar ou até coisa pior e tive que ouvir o absurdo.
- Melhor. A gente deixa ele apanhar um pouco e depois manda a polícia pra tirar ele. Aí fica tudo gravado.
Nessa hora eu chamei nosso candidato a prefeito de lado e argumentei.
- Olha, ganhando ou perdendo, essa eleição passa e você continua vivendo aqui com sua mulher, com seus filhos, com seu estabelecimento. O rapaz tem família, não vale a pena essa sujeira pra ser eleito.
Resolveu-se que seria feita uma denúncia à justiça eleitoral, enviada a polícia ao local e uma equipe de segurança para proteger o câmera que continuaria a uma distância segura.
A denúncia não deu em nada, mas nosso "prefeito" foi eleito e, espero, manteve a consciência limpa.
Ontem houve confronto em uma caminhada de Serra no Rio de Janeiro. Houve tumulto, confusão e a notícia que recebi foi de que Serra havia sido agredido.
Não voto em Serra (ou em Dilma), mas achei um absurdo, um ato de desrespeito à democracia e que mostra a falta de preparo do brasileiro para o debate e uma tremenda incapacidade de conviver com a discordância.
No entanto, hoje o meu amigo Zé Álvaro me mostrou um vídeo do SBT sobre a confusão. A postura dos partidários de Dilma foi deplorável, mas não menos feio foi o que Serra fez.
O filme mostra o que parece ser uma bolinha de papel atingindo Serra e o candidato seguindo em frente normalmente, sem nenhum problema. 20 minutos depois, ele recebe uma ligação e começa a sofrer instantaneamente de fortes dores, náusea e tonteiras.
O PSDB divulgou nota dizendo que Serra foi atingido por um objeto pesado, o que contraria o vídeo e o médico não constatou nenhum ferimento local, mas ainda assim concede que as náuseas podem ter sido causadas pelo impacto.
É vale-tudo em dose dupla.
Vale-tudo de quem acha legítimo o confronto físico, a intimidação e a tentativa de agredir Serra, não apenas, mas inclusive com uma bolinha de papel.
Vale-tudo de quem acha legítimo mentir e simular uma situação apenas para desmoralizar a "turma da Dilma", sem perceber que algumas vezes esse tipo de impostura prejudica mais o impostor do que quem quer que seja.
Para mim, mais um argumento em favor da minha decisão de anular meu voto.
O vídeo do acontecido. Prato cheio pra quem gosta de sentir vergonha alheia.
Direto na têmpora: Things - Split Enz
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vergonha alheia
quarta-feira, outubro 20, 2010
O meu grandissíssimo obrigado
Eu e Sophia entregamos hoje a última remessa de brinquedos na creche Morada Nova. Foram dois porta-mals de Fiesta sedan com brinquedos usados e novos, grandes e pequenos, para bebês e crianças maiores, para meninos e meninas.
Agora, tenho apenas duas unidades de Estranhas Histórias no meu estoque e para comprar os livros, só mesmo nas livrarias.
A vocês todos que compraram os livros, que indicaram e que torceram, muito obrigado. Muito obrigado mesmo. É um prazer saber que ainda tem tanta gente disposta a ajudar nesse mundo.
Direto na têmpora: Tenement Funster - Queen
Agora, tenho apenas duas unidades de Estranhas Histórias no meu estoque e para comprar os livros, só mesmo nas livrarias.
A vocês todos que compraram os livros, que indicaram e que torceram, muito obrigado. Muito obrigado mesmo. É um prazer saber que ainda tem tanta gente disposta a ajudar nesse mundo.
Direto na têmpora: Tenement Funster - Queen
terça-feira, outubro 19, 2010
Poeminha descalço
Sentir a grama nos pés
Fremir com o doce contato
E saber no fundo da alma
Que o que dá chulé é sapato
Direto na têmpora: In for the kill - La Roux
Fremir com o doce contato
E saber no fundo da alma
Que o que dá chulé é sapato
Direto na têmpora: In for the kill - La Roux
A música que cura
Quem lê isso aqui há mais tempo sabe que Blackbird dos Beatles é a música que eu canto pra Sophia desde que ela estava na barriga da mãe. Ela sempre se conforta e fica mais calma quando me ouve cantando essa música.
Pois ontem, Fernanda foi colocar Sophia para dormir e pediu.
- Sophia, vamos dormir rapidinho hoje? A mamãe tá cansada, tá triste, aí a gente dorme rapidinho, tá?
- Por que você tá assim, mamãe?
- É que a mamãe tá dormindo pouco e trabalhando demais, viu, filha?
- Tá bom.
Aí ela fechou os olhinhos e, bem baixinho, começou a cantar o Blackbird para a mãe dela.
I just love my girls.
Direto na têmpora: I want the world to stop - Belle & Sebastian
Pois ontem, Fernanda foi colocar Sophia para dormir e pediu.
- Sophia, vamos dormir rapidinho hoje? A mamãe tá cansada, tá triste, aí a gente dorme rapidinho, tá?
- Por que você tá assim, mamãe?
- É que a mamãe tá dormindo pouco e trabalhando demais, viu, filha?
- Tá bom.
Aí ela fechou os olhinhos e, bem baixinho, começou a cantar o Blackbird para a mãe dela.
I just love my girls.
Direto na têmpora: I want the world to stop - Belle & Sebastian
segunda-feira, outubro 18, 2010
A menina sem nada
Estava andando de bicicleta com a Sophia e sentamos pra tomar um suco perto de uma pet shop.
Bem na frente da loja tinha um cachorrinho para doação e a baixinha ficou simplesmente encantada. Chegava perto, cantava pro bichinho e de repente pediu pra sussurrar algo em meu ouvido.
- Papai, aquele cachorrinho tá muito triste, posso levar ele pra casa?
- Ô, Sophia, não dá. A gente precisa de um lugar pra ele, de comprar comidinha, casinha, de arrumar um monte de coisas. Ano que vem o papai promete que dá um pra você.
Ela então explode em um choro descontrolado e, em certo momento, volta sua fúria contra mim.
- Você não vai me dar o cachorrinho ano que vem porque você nunca me dá nada.
- Que mentira, Sophia, você ganha tantas coisas...
- É, mas você não quer me dar um cachorrinho. E nem quer me dar um irmãozinho!
Foi bem nessa hora que tive que dar razão pra garota. Cachorrinho é bem provável, mas irmãozinho não vai rolar mesmo não.
Direto na têmpora: Season of the witch - Donovan
Bem na frente da loja tinha um cachorrinho para doação e a baixinha ficou simplesmente encantada. Chegava perto, cantava pro bichinho e de repente pediu pra sussurrar algo em meu ouvido.
- Papai, aquele cachorrinho tá muito triste, posso levar ele pra casa?
- Ô, Sophia, não dá. A gente precisa de um lugar pra ele, de comprar comidinha, casinha, de arrumar um monte de coisas. Ano que vem o papai promete que dá um pra você.
Ela então explode em um choro descontrolado e, em certo momento, volta sua fúria contra mim.
- Você não vai me dar o cachorrinho ano que vem porque você nunca me dá nada.
- Que mentira, Sophia, você ganha tantas coisas...
- É, mas você não quer me dar um cachorrinho. E nem quer me dar um irmãozinho!
Foi bem nessa hora que tive que dar razão pra garota. Cachorrinho é bem provável, mas irmãozinho não vai rolar mesmo não.
Direto na têmpora: Season of the witch - Donovan
domingo, outubro 17, 2010
Cielito lindo
Um dia estudando com cuidado o infinito
O jovem astrônomo entendeu um sinal
Já sabia que o céu era muito bonito
Mas sacou que também era homossexual
Não é que ele fosse preconceituoso
Deus nos livre de uma falha tão pavorosa
Mas perceba que a lua é o astro famoso
Enquanto que o sol é a estrela fogosa
Direto na têmpora: Your hand in mine - Explosions In The Sky
O jovem astrônomo entendeu um sinal
Já sabia que o céu era muito bonito
Mas sacou que também era homossexual
Não é que ele fosse preconceituoso
Deus nos livre de uma falha tão pavorosa
Mas perceba que a lua é o astro famoso
Enquanto que o sol é a estrela fogosa
Direto na têmpora: Your hand in mine - Explosions In The Sky
sábado, outubro 16, 2010
Meu irmão, o mendigo
Essa foi do meu sobrinho Samuel, acostumado a pedir balas, brinquedos, doces e ouvir do pai sempre a mesma resposta "poxa, filho, agora papai não tem dinheiro".
Hoje, um pouco mais cedo, meu pai pergunta ao pequeno:
- Samuca, você já foi ao Parque Guanabara?
- Não.
- Não!? Uai, mas por quê?
E ele, conformado:
- Porque meu pai não tem dinheiro...
Direto na têmpora: Show me the light - Mystery Jets
Hoje, um pouco mais cedo, meu pai pergunta ao pequeno:
- Samuca, você já foi ao Parque Guanabara?
- Não.
- Não!? Uai, mas por quê?
E ele, conformado:
- Porque meu pai não tem dinheiro...
Direto na têmpora: Show me the light - Mystery Jets
sexta-feira, outubro 15, 2010
Poeira
Do pó vieste, ao pó retornarás. E, como poeira, irá sentir sobre ti os pés novos que aprendem a caminhar, tocar a face dos que correm sem saber aonde chegar, servir de pouso aos que caem e já não podem levantar.
Ao pó retornarás e ainda assim serás parte da vida, útil de um novo modo, presente como o menor grão.
Existirás, simplesmente existirás, e surpreso perceberás que apenas isso te basta.
Direto na têmpora: Boys will be boys - Goldfrapp
Ao pó retornarás e ainda assim serás parte da vida, útil de um novo modo, presente como o menor grão.
Existirás, simplesmente existirás, e surpreso perceberás que apenas isso te basta.
Direto na têmpora: Boys will be boys - Goldfrapp
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devaneios
quinta-feira, outubro 14, 2010
97 anos
Às vezes a morte é apenas uma formalidade que a vida impõe.
Minha avó Geralda morreu há cerca de 3 horas, aos 97 anos, mas nos últimos dias já não era a minha avó.
Já não era a senhora que comia suspiros com a boca mais boa e fazia a massa de pão de queijo com as próprias mãos.
Já não era a senhora de memória prodigiosa e de uma vaidade doce, beirando a adolescência.
Já não era a senhora que me contava casos e conversava horas e horas sobre qualquer assunto.
Já não era sequer a senhora que, mesmo cega, acompanhava a novela e adorava rir do mal feito.
Não sei o que penso da morte e do que acontece quando nosso corpo já não pode mais continuar. Não sei no que acredito, mas sei o que Dona Geralda merece, e se existe realmente um Deus ela está agora no meio de uma daquelas risadas que a faziam se curvar de tanta alegria.
E, caramba, como eu sinto saudades.
PS - Em janeiro de 2010 eu contei um pouco da história da minha avó Geralda no Pastelzinho. Foi ela mesma quem me ditou e se você quiser ler, está aqui.
Direto na têmpora: Juicy - Better Than Ezra
Minha avó Geralda morreu há cerca de 3 horas, aos 97 anos, mas nos últimos dias já não era a minha avó.
Já não era a senhora que comia suspiros com a boca mais boa e fazia a massa de pão de queijo com as próprias mãos.
Já não era a senhora de memória prodigiosa e de uma vaidade doce, beirando a adolescência.
Já não era a senhora que me contava casos e conversava horas e horas sobre qualquer assunto.
Já não era sequer a senhora que, mesmo cega, acompanhava a novela e adorava rir do mal feito.
Não sei o que penso da morte e do que acontece quando nosso corpo já não pode mais continuar. Não sei no que acredito, mas sei o que Dona Geralda merece, e se existe realmente um Deus ela está agora no meio de uma daquelas risadas que a faziam se curvar de tanta alegria.
E, caramba, como eu sinto saudades.
PS - Em janeiro de 2010 eu contei um pouco da história da minha avó Geralda no Pastelzinho. Foi ela mesma quem me ditou e se você quiser ler, está aqui.
Direto na têmpora: Juicy - Better Than Ezra
quarta-feira, outubro 13, 2010
Bebês e babás
- Sophia, você quer ter um irmãozinho?
- Quero, mas minha mãe não deixa.
- Ah, é? Por quê?
- Porque com mais uma criança lá em casa a minha babá não ia dar conta, uai.
Direto na têmpora: R U Still in 2 it? - Mogwai
- Quero, mas minha mãe não deixa.
- Ah, é? Por quê?
- Porque com mais uma criança lá em casa a minha babá não ia dar conta, uai.
Direto na têmpora: R U Still in 2 it? - Mogwai
segunda-feira, outubro 11, 2010
Nessas terras frias tem algo de bom
O frio de Ouro Preto é bom pra comer chocolate, é bom pra andar pelas ruas mesmo com a cidade cheia, é bom pra entrar em bares, é bom pra rever amigos, é bom pra curtir família.
O frio de Ouro Preto é bom pra quase tudo, de pizza a uma boa noitada. De festa em república a filme alugado em casa. De uma boa soneca a uma noite virada.
O frio de Ouro Preto só não é bom pra uma coisa: tomar banho. Com um frio desses, minha gente, tomar banho é quase um martírio.
Direto na têmpora: All I want for Christmas - Joss Stone
O frio de Ouro Preto é bom pra quase tudo, de pizza a uma boa noitada. De festa em república a filme alugado em casa. De uma boa soneca a uma noite virada.
O frio de Ouro Preto só não é bom pra uma coisa: tomar banho. Com um frio desses, minha gente, tomar banho é quase um martírio.
Direto na têmpora: All I want for Christmas - Joss Stone
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Ouro Preto
sexta-feira, outubro 08, 2010
Meus presentes para o Dia das Crianças
Como segunda eu não sei se vou postar, seguem três presentinhos para todos vocês, crianças sempre.
Direto na têmpora: Sex and Drugs and Rock and Roll - Ian Dury and the Blockheads
FLUFFY MC CLOUD from conorfinnegan on Vimeo.
Death Buy Lemonade from Cartoon Brew TV on Vimeo.
Cabriole from Leosipe on Vimeo.
Direto na têmpora: Sex and Drugs and Rock and Roll - Ian Dury and the Blockheads
quinta-feira, outubro 07, 2010
Sophia no oftalmologista
Sophia foi ao oftalmologista, fez os testes e o médico detectou 0,5 grau de hipermetropia.
- Isso aí deve regredir com a idade, então nem se preocupe. Volte daqui a seis meses e a gente vê como evolui.
- Ótimo, então sem óculos?
- Isso. Óculos agora é bobagem. Vamos esperar.
Sophia então chega no meu ouvido e sussurra.
- Papai, eu não vou precisar usar óculos?
- Não, filhinha, que bom, né?
- Não... eu queria óculos...
E lá vou eu, semana que vem, fazer um óculos com 0,5 grau de hipermetropia pra baixinha porque ela acha óculos muito legal. Suspiro...
Direto na têmpora: Not about love - Fiona Apple
- Isso aí deve regredir com a idade, então nem se preocupe. Volte daqui a seis meses e a gente vê como evolui.
- Ótimo, então sem óculos?
- Isso. Óculos agora é bobagem. Vamos esperar.
Sophia então chega no meu ouvido e sussurra.
- Papai, eu não vou precisar usar óculos?
- Não, filhinha, que bom, né?
- Não... eu queria óculos...
E lá vou eu, semana que vem, fazer um óculos com 0,5 grau de hipermetropia pra baixinha porque ela acha óculos muito legal. Suspiro...
Direto na têmpora: Not about love - Fiona Apple
quarta-feira, outubro 06, 2010
Poemete à incompetência
Em cada rua ou avenida
Em cada esquina da nossa cidade
Existe um coitado fulo da vida
Por causa de uma certa entidade
Achamos que todos iriam sumir
Quando perderam o poder da multa
Mas parece que nunca irão desistir
É assim que agem os filhos da luta
Distribuem placas a granel
E agem de um jeito até vingativo
Ao nos punirem de um modo cruel
Com duas horas no rotativo
E seguem assim, metendo a mão
Sem ligar se fazem o bem ou o mal
O que eles querem mesmo é achar solução
Para garantir uma grana legal no Natal
Direto na têmpora: Cry, cry - Mazzy Star
Em cada esquina da nossa cidade
Existe um coitado fulo da vida
Por causa de uma certa entidade
Achamos que todos iriam sumir
Quando perderam o poder da multa
Mas parece que nunca irão desistir
É assim que agem os filhos da luta
Distribuem placas a granel
E agem de um jeito até vingativo
Ao nos punirem de um modo cruel
Com duas horas no rotativo
E seguem assim, metendo a mão
Sem ligar se fazem o bem ou o mal
O que eles querem mesmo é achar solução
Para garantir uma grana legal no Natal
Direto na têmpora: Cry, cry - Mazzy Star
BHTrans empresa maldita OU só pode ser de sacanagem
A TOM fica em uma região essencialmente residencial e de escritórios comerciais. As lojas e serviços de atendimento ao público são exceção e com localização bem definida.
Ainda assim, a BHTrans resolveu que colocar estacionamento rotativo por toda região seria uma puta ideia. Afinal, para quem passa horas procurando vaga, o estacionamento de 5 horas seria a solução perfeita.
Na verdade, isso é apenas mais uma estupidez como todas as outras que o braço mais incompetente da PBH costuma fazer. É apenas mais uma forma de arrecadação que não beneficia ninguém além da própria BHTrans.
Estacionar de 9h às 12h e das 14h às 19 já o hábito de 80% daqueles que param seus carros na região e colocar o rotativo de 5 horas não altera essa demanda, não gera mais vagas e apenas prejudica quem trabalha na região.
Ontem eu fiquei com dúvidas se a BHTrans agia com má intenção ou por pura incompetência, mas passo a concordar com aqueles que comentaram essa minha observação: é uma mistura dos dois.
E agora, como a BHTrans não pode mais multar, a necessidade de arrecadação fica ainda maior. Resultado? Sobra para quem trabalha.
Direto na têmpora: The '59 sound - The Gaslight Anthem
Ainda assim, a BHTrans resolveu que colocar estacionamento rotativo por toda região seria uma puta ideia. Afinal, para quem passa horas procurando vaga, o estacionamento de 5 horas seria a solução perfeita.
Na verdade, isso é apenas mais uma estupidez como todas as outras que o braço mais incompetente da PBH costuma fazer. É apenas mais uma forma de arrecadação que não beneficia ninguém além da própria BHTrans.
Estacionar de 9h às 12h e das 14h às 19 já o hábito de 80% daqueles que param seus carros na região e colocar o rotativo de 5 horas não altera essa demanda, não gera mais vagas e apenas prejudica quem trabalha na região.
Ontem eu fiquei com dúvidas se a BHTrans agia com má intenção ou por pura incompetência, mas passo a concordar com aqueles que comentaram essa minha observação: é uma mistura dos dois.
E agora, como a BHTrans não pode mais multar, a necessidade de arrecadação fica ainda maior. Resultado? Sobra para quem trabalha.
Direto na têmpora: The '59 sound - The Gaslight Anthem
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terça-feira, outubro 05, 2010
Gente que a gente encontra aqui
Por causa de um post meu, recebi um contato da Eloísa Muzzetti, uma graça de pessoa, muitíssimo educada e que divide sobrenome com a Sophia e meu pai.
Tentamos descobrir antepassados comuns mas concluímos que, se há parentesco, é coisa de séculos atrás.
Aí ontem a Eloísa me manda um email com fotos muito bacanas da região da Itália onde a família se originou e me parabeniza pelo fato de eu fazer pastéis (uma confusão que me fez rir bastante,confesso).
Ah, Eloísa, são apenas pastéis literários e bloguísticos, mas que com pessoas como você ganham um recheio muito melhor.
Direto na têmpora: Success - Iggy Pop
Tentamos descobrir antepassados comuns mas concluímos que, se há parentesco, é coisa de séculos atrás.
Aí ontem a Eloísa me manda um email com fotos muito bacanas da região da Itália onde a família se originou e me parabeniza pelo fato de eu fazer pastéis (uma confusão que me fez rir bastante,confesso).
Ah, Eloísa, são apenas pastéis literários e bloguísticos, mas que com pessoas como você ganham um recheio muito melhor.
Direto na têmpora: Success - Iggy Pop
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segunda-feira, outubro 04, 2010
Ostra
A ostra por fora é um bicho feinho
É tímida, quieta e vive escondida
Mas basta que ela engula um grãozinho
Pra fazer uma pérola e ficar convencida
Direto na têmpora: The racing rats - Editors
É tímida, quieta e vive escondida
Mas basta que ela engula um grãozinho
Pra fazer uma pérola e ficar convencida
Direto na têmpora: The racing rats - Editors
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Roubando o tio Seth
Começo o dia e a semana roubando um texto do Seth Godin que achei primoroso. Enjoy!
Demonstrating strength
Apologize
Defer to others
Avoid shortcuts
Tell the truth
Offer kindness
Seek alliances
Volunteer to take the short straw
Choose the long-term, sacrificing the short
Demonstrate respect to all, not just the obviously strong
Share credit and be public in your gratitude
Risking the appearance of weakness takes strength. And the market knows it.
Direto na têmpora: Pattern recognition - Sonic Youth
Demonstrating strength
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Defer to others
Avoid shortcuts
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Choose the long-term, sacrificing the short
Demonstrate respect to all, not just the obviously strong
Share credit and be public in your gratitude
Risking the appearance of weakness takes strength. And the market knows it.
Direto na têmpora: Pattern recognition - Sonic Youth
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sexta-feira, outubro 01, 2010
Historinha real de uma sexta-feira comum
Passei na lanchonete pra comprar uma Coca Cola Zero e ouvi o seguinte diálogo:
- Tem biscoito frito?
- Tem, mas nosso biscoito frito é assado.
Direto na têmpora: Super Theory of Super Everything - Gogol Bordello
- Tem biscoito frito?
- Tem, mas nosso biscoito frito é assado.
Direto na têmpora: Super Theory of Super Everything - Gogol Bordello
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