Amanhecia. Na verdade, não. A rua ainda era cinza, um estado de sonho entre a noite e o dia.
Na praça em frente à minha janela, pessoas dançavam sem música, com movimentos firmes e suaves, sincronizados, poéticos.
Não havia som, não havia sol, havia apenas elas e os gestos, uma perna que se eleva, um pescoço que se arqueia. Em silêncio, a dança se fazia olhar.
Da esquina se esgueirava o sol que devolvia cor à praça. A luz esvaziou a rua e do meu quarto eu descobria o dia.
Amanhecia.
Enfim, Aurora.
(Um sonho que tive em São Paulo para Tetê, Roger, Benjamin e Aurora)
Direto na têmpora: William, it was really nothing - The Smiths
6 comentários:
Que coisa mais bonita!!
Poesia sensorial pura! Bom aperitivo pra começar bem essa segunda-feira cinzenta.
Obrigado, Janaína. Eu queria mesmo era ter escrito na hora que acordei, mas só fui colocar no papel (ou melhor, na tela) quase uma semana depois.
Que bacana, Monsterboy!
Obrigado pela dedicatória e já anotei para fazer uma gravura com ela. Abração!
Valeu, monster, depois vc me mostra a gravura.
nóoo lá vem coisa linda por aí...gravura do rogério pra este texto super bacana. põe na roda pra gente ver viu??
vamos ver se o monstro faz mesmo, danny... é torcer
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