quarta-feira, janeiro 28, 2009

Coisa errada

Tenha certeza: menos de 24 horas depois da instalação do primeiro fio entre dois postes, alguém amarrou o cadarço de dois tênis velhos e jogou lá em cima.

Não tem jeito, certas coisas atraem um mal-feito. Fio atrai tênis velho, careca atrai tapa, gente passando embaixo da janela atrai cuspe e por aí vai.

É da natureza humana, não dá pra evitar. Minha avó Geralda, por exemplo, é uma pessoa boníssima, mas adora uma desgraça alheia. Tombo, então, não tem dúvida, é ver e rachar de rir. Só depois vem a preocupação de saber se a pessoa machucou ou não.

Não é à toa que torta na cara era sucesso e que 99% da audiência só assiste o Faustão por causa das videocassetadas.

O ser humano adora ver e fazer uma maldade. Pode confessar, você também. Vai, diz, eu sei que você não é santinho.

Painel de elevador, por exemplo, quem aí nunca apertou todos os botões e saiu correndo? Quem nunca tocou campainha e fugiu? E trote, vai dizer que nunca passou?

Eu fiz muita coisa errada, umas inofensivas e outras nem tanto. Cada uma foi mais divertida que a outra e confesso que só me arrependo de duas ou três.

Uma delas foi quando apaguei o padrão da casa de um desconhecido em Ipatinga e passei cocô de cachorro. O cara foi ligar e breou a mão inteirinha. O que me fez arrepender foi que, ao invés de ficar puto e sair gritando como seria normal, o cara simplesmente sacudiu a cabeça tristemente e resmungou "puxa, o menino tava quase dormindo".




Direto na têmpora: Modern Love - John Frusciante

18 comentários:

Gláucio disse...

O que é um padrão de uma casa?

Anônimo disse...

Cara, eu fazia bagunça demais na rua quando era criança...

Morava na minha queridíssima Barroca, que ainda era um local que nos permitia ficar na rua o dia inteiro.

Era craque na zarabatana, soltava bombinhas, desligava padrão de luz (mas nunca passei cocô, boa idéia, hein?), fazia "latinha" e outras coisas menos confessáveis.

Mas uma bagunça memorável na verdade foi sem querer... Estouramos um transformador elétrico que deixou o quarteirão sem energia por umas horas... bem na hora da novela... e era Roque Santeiro. Nunca se viu tamanha concentração de pessoas na Rua Japão. E eu nunca vi tanta gente olhando com raiva para mim.

redatozim disse...

Glaucio, padrão de luz, que fica na porta da casa pra Eletropaulo fazer a leitura, saca? Não sei como chama aí.

redatozim disse...

Gasta, a do cocô era ótima, assim como era boa a bomba relógio, que consistia em uma cabeça-de-nêgo com um cigarro na ponta. OU seja, dava tempo de chegar na esquina e ver a explosão com uma boa margem de fuga.

Agora, estragar Roque Santeiro é realmente um ato criminoso.

Anônimo disse...

Velho, bombinha com cigarro na ponta eu soltei foi no Loyola... E bolei um mecanismo engenhoso para trancar a porta do banheiro por fora, para que ninguém se machucasse, ou pior ainda, apagasse a bombinha.

redatozim disse...

Ah, Gasta, se usássemos esses poderes para o bem o mundo seria um lugar melhor (mas bem menos divertido).

Anônimo disse...

Haa num fica arrependido não porque esse negócio de colocar a culpa no sono do filinho não cola! Eu mesmo, de vez em quando, quando tá aquela gritaria no prédio, vou lá em baixo e falo: Pô galera, respeita ae! Minha filha tá dormindo! Nisso a Júlia nem em casa está. Vacilão tem que tomar mesmo...Afinal, como você disse, um dia você faz a maldade, no outro ela volta pra você.

redatozim disse...

Mas o triste foi exatamente isso, Cabido, ele não falou com a gente. Ele nem viu a gente. Só sofreu em voz alta (digitando com os olhos marejados).

Anônimo disse...

Eu sinceramente naum me enquadro nesse perfil de gente q adora aprontar por ai. Alias sao as pessoas q fazem isso cmg. Quando crianca sofri muito por causa da minha irma e da minha vizinha, que se chamam Pricila. E o pior de tdo e que sou mais velhas que elas.Tem gente q nasce pra ser pertubador mesmo. Adorei o blog.Abraco!

Anônimo disse...

certa feita, na praia de alcobaça, um pessoal foi passear de barco e trouxe aquelas conchas nojentas com molusco dentro.

deixaram a concha com a abertura pra baixo pro molusco (já morto por estar fora d'água) escapulir pra fora da concha.

claro que o cadáver animal já tava fedendo desde o primeiro dia. no terceiro dia, eu e um amigo não titubeamos, pegamos a concha com o "de cujus" e escondemos num dos quartos da casa alugada na praia.

ninguém entrou na casa por algumas boas horas, e ninguém sabia de onde vinha o mau-cheiro.

redatozim disse...

Poxa, anonimo, mas vc nunca passou um trote? Nunca riu de uma video-cassetada? Nunca tocou campainha no vizinho e correu?

Nossa, fiquei até com dó, mas um dia você ainda descobre um lado negro por aí rs

Valeu a visita.

redatozim disse...

Boa, alexandre, muito boa. Eu já passei um dia inteiro pegando guruçá na praia e depois soltamos nos quarto das meninas durante a excursão. Seres marinhos são sempre divertidos.

Fabrício Costa disse...

Só faço uma objeção ao tapa na careca, pois isso é muita intimidade, em um local tão desprotegido... Tirando isso, meus pais poderiam falar por mim, quando fui obrigado a pedir desculpas ao vizinho, por jogar ovos em sua janela.... Mas que culpa se era tentador.... hehehe... abraço Lilo....

redatozim disse...

Pois é, Fafá, você é careca e eu tô quase, mas a atração é inevitável. Sei que ainda vou levar os meus tapas na calva um dia.

Tita disse...

Nossa, essa foi a maldade das maldades....
Tadinho....
ainda bem q tu se arrependeu...eu teria até chorado na hora. Rs...

redatozim disse...

Mas eu não sabia, Tita, por Deus, eu não sabia! (choro convulsivo)

Gláucio disse...

Chama relógia da luz.

redatozim disse...

Aqui o relogio fica dentro do padrao, grarco, mas, enfim.