segunda-feira, novembro 24, 2008

O pequeno outro

Existem poucas maneiras mais fáceis de alguém parecer bom do que fazer os outros parecerem ruins. Eu sei, eu já usei essa tática e ela funciona bem em certas discussões.

Acredite, eu não me orgulho disso. É uma estratégia baixa, que desvia o foco das suas limitações e deficiências em determinado assunto para o oponente de forma geral.

Nizan usou isso na discussão com Fabio Fernandes quando, ao invés de discutir em alto nível, fazia caretas para o público a cada crítica de Fabio.

Jogadores de futebol fazem isso quando têm dificuldade em marcar algum adversário de equipe menor e desandam a falar sobre salários.

O Muricy fez isso com os jornalistas ontem quando disse que o time seria blindado e que agora "acabou entrevistinha exclusiva", como se não houvesse importância na função dos outro. Em seguida desculpou-se.

Alguns clientes são assim, referem-se ao trabalho publicitário como algo menor e escondem suas limitações, seu despreparo, sua total incapacidade de analisar tecnicamente uma peça atrás de diminutivos e brincadeirinhas.

Infelizmente não são raros clientes assim. Mesquinhos, bobinhos, pequenos. Clientinhos.




Direto na têmpora: Are you gonna be my girl? - Jet

16 comentários:

Anônimo disse...

olha, redatozim, não é por nada não, mas publicidade qualquer um faz. nem sei porque tem faculdade pra isso.

meu sobrinho de quinze anos faz "trabalho publicitário" pela metade do preço de qualquer agência cara.


TUDUMtchiiiii.

(rááá!!!! oboviamente, é um chiste)

Lucas Queiroz disse...

Seria engraçado se não fosse verdade esse pensamento viu, Alexandre.

redatozim disse...

meu caro alexandre, pode vir buscar seu diploma de cliente quando quiser. Você simplesmente nasceu pra coisa.

redatozim disse...

Acho que cabem as duas situações, Lucas: é engraçado e é verdade.

Anônimo disse...

sim é verdade (e vale muito para os designers graficos tb)..criar "marquinha" - tem uma renca de sobrinho que "mexe no corel" (PQP MIL VEZES)...sou pos graduada em Desiign e Cultura e minha concorrência as vezes são pessoas (moleques) que "mexem" em certos programas como se para desenvolver logotipo, entre outras coisas mais, se resumisse a isso...odio.

redatozim disse...

Sem dúvida, Danny, é por aí mesmo. E aí a gente vê cliente escolhendo agência por preço quando ele nunca faria isso com um advogado, por exemplo.

Anônimo disse...

Redatozim, meu irmão. Deixa eu contar minha breve experiência nesta área.

Como bem sabes, mas outros clientes da pastelaria não sabem, eu tive uma pequena empresa de produção de sites.

E eu também enfrentava esta cruel concorrência. O sobrinho que "mexe com essas coisas de internet", e que "vai fazer um site para mim. Ele estuda de tarde, e à noite vai fazer o site para mim".

O que foi entre aspas é um caso real, que eu ouvi de um possível cliente, e que representa tantos outros.

Mas neste caso específico, eu não agüentei (com trema). Falei com o cara: "Não vai dar certo. Não conheço seu sobrinho, mas eu não acredito que ele consiga fazer um site bonito, inteligente e funcional. Se conseguir, não vai estar disponível para atualizar, ou para resolver um problema quando você mais precisar. Não tou jogando praga, tou te contando um fato. Toma meu cartão, quando quiser, nos telefone. Nós certamente estaremos prontos para atender. E começaremos o trabalho do zero, porque corrigir site de sobrinho é mais caro, quando não é impossível".

O cara nunca ligou, claro. Mas eu senti que tinha feito um bem à classe.

(o que, diga-se, não me ajudou a pagar contas. Daí, hoje estou no Banco Central, feliz da vida por não ouvir falar em cliente e, principalmente, em sócio)

redatozim disse...

São áreas afins, Gasta. Ouro dia um webdesigner amigo meu, o Amarante, contou de uma ligação que recebe:

"Aqui, vocês mexem com negócio de internet, né? Trabalha com computador, é isso? Olha só, minha impressora não tá funcionando..."

Quando tem outro concurso do BC, hein, Gasta? Ah, publicitário pode?

Rubens disse...

Uma das pragas que mais me irritam é a do diminutivo. O pior é que muitos de nossos colegas de profissão o usam à revelia. É projetinho, marquinha, filminho, sitezinho. Mineiros em especial são pródigos no uso do referido. Outra expressão que me talha o sangue é falar pro cliente – que tá gastando uma nota preta – que naquela peça você "tá brincando com o conceito de...". Pô, se tá brincando, por que tá cobrando? Será que estou ficando um velho remungão também, my friend?

redatozim disse...

Rubéola, mas é isso mesmo: nós não estamos brincando (apesar de nos divertirmos muito), nós não fazemos projetinho e nós não estamos nessa porque é legal. É trabalho, cacete, e foi pra isso que a gente estudou e rala há anos. Quer saber do que mais? Só os velhões resmungões poderão salvar o circo, digo, o mercado.

Unknown disse...

Toda vez que eu reclamo de cliente minha mãe me fala: também tinha vestibular de direito não?
Pois é...eu não reclamo de cliente e muito menos de clientinho!
Mas secretamente...eu tenho uma lista...de clientinhos.

redatozim disse...

Ah, micho, mas no vestibular ninguém me avisou, aí fico aqui, reclamando.

Anônimo disse...

vem pra caixa você também!

redatozim, meu velho, nunca jamais tripudiarei como o fiz.

desde ontem nada eletrônico funciona lemcasa. nem o meu torrent, nem o linux que eu baixei, nem a atualização do sistema, nem o ipod.

acho que foi tudo praga depois do chiste de ontem.

fora o fato de eu ser herdeiro de costanza, que isso não posso culpar ninguém.

o resto relatado, É PRAGA DE PUBLICITÁRIO.

magooei.

redatozim disse...

meu caro alexandre, o merecedor da praga, por favor, leia meu post sobre os problemas com as empresas de telefonia e perceba que não é uma praga realmente, mas tão somente um serviço porco do qual todos somos vítimas. Sorte.

Jonga Olivieri disse...

O pior é que tivemos um patrão assim. Lembra? Não... é melhor esquecer o "Semrabudusinferno". hehehe!
Don oliva

redatozim disse...

Era nesse estilo mesmo, don Oliva.