sexta-feira, janeiro 18, 2008

No tabuleiro do Bobby Fischer tem

A morte de Bobby Fischer, um dos mais geniais (e insanos) enxadristas de todos os tempos me pegou de surpresa.

O cara foi campeão americano de xadrez aos 14 anos, Grande Mestre aos 15 e o primeiro americano campeão mundial de xadrez em 1972. Indiscutivelmente um fodão entre fodões.

No entanto, perdeu o título em 75 porque não quis jogar contra o Karpov, deixou o xadrez, sumiu por ano sem que ninguém soubesse seu paradeiro, foi preso por desafiar sanções americanas à Iugoslávia em 92, fazia comentários antisemitas mesmo sendo filho de judeus e em 2005 renunciou à cidadania americana e virou islandês.

Daí que comecei a pensar, alguém aí sabe por onde anda o Mequinho?




Direto na têmpora: Purple Rain - Prince

7 comentários:

Anônimo disse...

Quer dizer, o cara endoidou de vez...
E quanto ao Mequinho? É mesmo, sô! Será que endoidou também? Ou até, ao contrário do ianque está numa ilha do Caribe gozando das belas e das belas praias... coidelôco!

redatozim disse...

Pois é, Oliva, o Mequinho tinha se tornando um religioso, por causa da doença e tal, mas onde foi parar eu não falo idéia. Seria o próximo papa?

Anônimo disse...

Ai está:

Henrique Costa Mecking, o Mequinho, (Santa Cruz do Sul, 23 de janeiro de 1952) é um enxadrista brasileiro.

É o maior jogador de xadrez brasileiro de todos os tempos. Teve seu auge no ano de 1977, quando foi considerado o terceiro melhor jogador do mundo, superado apenas por Anatoly Karpov e Viktor Korchnoi.[1]

Uma doença grave - a miastenia, que compromete seriamente o sistema nervoso e os músculos - fez Mequinho abandonar as competições em 1978. No estágio mais grave da doença passou a frequentar os cultos da Renovação Carismática Católica. Ao se recuperar, passou a dedicar-se integralmente à religião, mas sempre alimentou a esperança de voltar a jogar xadrez.

Mequinho voltou a jogar em 1991, num match de 6 partidas contra o GM Predrag Nikolic. Demonstrou um jogo muito forte, mas por estar longo tempo parado, foi vencido pelo iugoslavo (1 derrota e 5 empates). Em 1992, jogou um match contra o GM Yasser Seirawan, mas depois desta nova derrota, afastou-se por longo tempo.

Em 2000, retornou aos tabuleiros para disputar um match contra outro grande mestre brasileiro Giovanni Vescovi, na época tricampeão nacional.

Mequinho mostra que é ainda um jogador de muita força, apesar de dedicar a maior parte de seu tempo à sua fé religiosa. Uma prova disso foi em 2001, no Magistral Najdorf - Argentina, ter empatado com Judit Polgar, a maior enxadrista da história, e também com o seu antigo adversário Victor Korchnoi.

Mequinho também participa de torneios online, como os realizados no ICC (Internet Chess Club). Nele jogam cerca de 25000 jogadores de alto nível, sendo que 200 deles são grandes mestres, sendo que por mais de 10 vezes Mequinho chegou a ser o primeiro do ranking.

Em 2003, a convite do mestre internacional Alexandru Sorin Segal, vem participar dos Jogos Regionais, representando a cidade de Ilha Solteira e ajudando a equipe a ser campeã, classificando-a para os Jogos Abertos, onde se tornaria vice-campeã.

Desde 2005 vem disputando os Jogos Regionais e os Jogos Abertos pela cidade de Taubaté.

Atualmente Mequinho é o número 4 do Brasil, com uma pontuação de 2565 no rating FIDE de janeiro de 2008

Anônimo disse...

Mais sobre o Mequinho:

Pelas mãos de Deus
Mequinho, o maior enxadrista que o Brasil já teve, volta aos tabuleiros e desafia o campeão brasileiro para provar a existência divina

Gustavo Maia

Agência Estado

“Não vejo tevê. Sei das notícias na igreja”, diz Mequinho, que vive numa casa com um sofá, uma mesa e duas cadeiras e não sabia que Cid Moreira havia saído do Jornal Nacional
No dia 20 de março desse ano, o ex-enxadrista Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, 48 anos, acordou cedo e preparou-se para ir à igreja. Fervoroso seguidor do catolicismo, na porção carismática, naquela manhã, enquanto fazia suas orações matinais, Mequinho foi acometido por uma espécie de visão. O campeão de xadrez aposentado viu a um metro de distância, frases no ar que o incentivavam a voltar ao tabuleiro: “Aceite o desafio”, dizia uma delas. “A partir daí decidi voltar a jogar”, diz.

Mequinho não perdeu tempo. Aceitou o convite dos dirigentes do Centro Empresarial de São Paulo. Ele retomará suas estratégias no xadrez na segunda-feira 7 de agosto. Estará em São Paulo para um jogo contra o campeão brasileiro Giovanni Vescovi, 22 anos. “Rezo pela manhã e o resto do dia eu treino”, diz ele.

Nos campeonatos de xadrez dos anos 70, Mequinho foi o que Gustavo Kuerten é hoje para o tênis. Quando tinha 25 anos, era o 3º no ranking mundial, mas abriu mão da fama e da carreira. Passou a viver sozinho em uma casa simples, de dois quartos, em Taubaté, a 200 quilômetros de São Paulo. Sem rádio nem televisão, o ídolo da geração dos anos 60 e 70 parou por lá. Por 23 anos, deixou rei, rainha, cavalos e peões de lado. E hoje, leva uma vida pacata. Não sabia, por exemplo, que Cid Moreira tinha deixado a apresentação do Jornal Nacional e que em seu lugar está William Bonner. “Não vejo tevê. Sei das notícias na igreja”, conta.

Mequinho passa o dia rezando entre imagens de Nossa Senhora e uma miniatura luminosa de um crucifixo. Sua casa é mobiliada com caixas, um sofá, uma mesa e duas cadeiras. Nada mais. O enxadrista espalha cobertores no chão para se proteger do frio. A novidade é a presença de um microcomputador, cedido pelo Centro Empresarial. É nele que o campeão mundial treina as jogadas em tabuleiro virtual. “É difícil jogar num tabuleiro em posição vertical”, diz.

Poucos sabem a razão pela qual os brasileiros perderam o campeão por duas décadas. Mequinho ficou doente. Sofre de miastenia, uma doença incurável que ataca os músculos ao ponto de deixá-los sem controle motor. Diante desse quadro, ele se afastou de seu destino profissional que exigia total dedicação. Em 1977, Mequinho passou seus dias numa cama, em seu apartamento no Rio de Janeiro. Cansou de viajar, em vão, para o exterior em busca da cura. Quando retornou ao Brasil, os médicos davam a ele duas semanas de vida. “Foi quando eu conheci a Tia Laura, que tinha o dom da cura”, diz ele, referindo-se à freira Laura, de Lorena, interior de São Paulo, famosa por curar doentes pela fé, nos anos 70.

A partir de 1979, a doença se estabilizou e as grandes crises desapareceram. Três anos mais tarde, ele publicou o livro Como Jesus Salvou a Minha Vida, com os trocados vindos dos campeonatos de xadrez. Sua fé fez com que ele decidisse seguir o sacerdócio. Mergulhou no curso de teologia e filosofia. Pegou o canudo em 1993, época em que passou a peregrinar pelos quatro cantos do País com a Bíblia na mão e o gogó pronto para dar sermões aos fiéis. Em um ano, morou em cidades do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio e São Paulo. Suas andanças não se limitaram ao território nacional. Conheceu Medjugorje, na Bósnia, local onde os católicos fervorosos vêem Nossa Senhora. “Temos pouco tempo antes da volta de Jesus”, prega Mequinho.

A miastenia está controlada. Para isso, Mequinho não come nada fora de sua dieta balanceada. Segue a medicação homeopática, que, segundo ele, controla os sintomas da grave doença. Para a nova empreitada, diz estar com força total, até porque tem ajuda dos Céus. “Quero jogar tão bem para que percebam que é obra de Deus”, diz ele.

CAMPEÃO AOS 13 A genialidade de Mequinho com o tabuleiro o acompanha desde pequeno. Nascido em Santa Cruz do Sul (RS), ele começou a jogar aos quatro anos. Aos sete, desafiava dez enxadristas adultos ao mesmo tempo. Aos 13 anos era campeão nacional. Pela primeira vez, o brasileiro tinha para quem torcer num esporte dominado pelos russos Anatoly Karpov e Gary Kasparov e pelo americano Bobby Fischer. Em 1972, colecionava dois torneios mundiais e chegou a lotar o Maracanã no campeonato sul-americano.

Agora Mequinho recomeçou a resgatar em cifras parte do que conquistou no passado com o domínio do tabuleiro. Recebeu um cachê em torno de R$ 10 mil por conta do desafio. “Não tenho mais que pedir dinheiro para minha mãe”, diz aliviado. Com o fim das economias, foi esse o artifício que usou para sobreviver nos últimos seis meses. Se vencer, vai embolsar ainda R$ 7 mil. “Isso não importa. O objetivo é muito maior. Quero mostrar que todos podem se salvar”, prega.

redatozim disse...

Eta coisa boa que é gente aplicada. Obrigado, ndms, pela pesquisa!

Flávio Fargas disse...

Ô Maurilo...

Vc joga xadrez?

[ ]s

Fargas

redatozim disse...

Na verdade, não, Fargas. Só acho o Bobby Fischer uma personalidade interessante me4smo.