Meus melhores amigos são imaginários
Grandes vultos transparentes, perdidos e tortos
Intocáveis, voláteis, às vezes sem forma
Como esse medo da vida que sentem os mortos
Não têm apelidos, memórias, histórias
Apenas pairando se deixam entrever
E depois se dissolvem, meus caros amigos,
Largando esse cheiro do que é não saber
São feitos de nada: colegas e afetos
Amores perdidos (ou ganhos talvez)
Me procuram, me chamam, gritando me lembram
Até que algum dia se esqueçam de vez
Alberto Guiñazú
Direto na têmpora: Linger - Cranberries
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