terça-feira, outubro 23, 2007

Sodade pouca

Ainda há em mim um pouco do homem que fui. Um sonho ou outro esquecido, um sim que passou do ponto, uma perda mais dura aqui, um remorso mais forte ali e ainda assim há em mim algo do velho rapaz que fui.

O camping no barro com chuva em cima e rock and roll ao fundo, as 38 horas no ônibus com mais cerveja do que bagagem e um novo roteiro, distante, se fazendo diário, por cidades desconhecidas com gentes que nunca vi. Esse sou eu que passei.

Às vezes sinto saudades, outras me rio dele, esse velho rapaz que nunca soube quem era. Boa parte dele talvez tenha ficado em uma praia, em um copo de cachaça, em um não mal recebido. Não sei, de verdade, não sei. Mas ainda há um pouco dele aqui em mim, perto dos olhos, que me faz enxergar em um segundo as coisas como deveriam ser. E que às vezes escapa, desliza em uma lágrima e assim eu me torno um pouco menos.




Direto na têmpora: Join the club - Reel Big Fish

6 comentários:

Anônimo disse...

Grande poesia da vida. Poesia do dia a dia. Do corriqueiro. Mas a vida é assim... uma poesia de coisinhas aqui e alí que a gente vai formando.
Um dia, quem sabe sai um grande poema. Talvez Camões tenha começado assim, just like that...

redatozim disse...

Se não sair o grande poema no papel, que saia na vida da gente, né não, don Oliva?

Anônimo disse...

Linda a poesia, no entanto só eu sei o quanto doi uma " sodade ". Mas não importa, aprendi com a vida que ela é util para abrir caminhos e renovar sentimentos

redatozim disse...

Não sei quem é, mas Chibata é muito bom. E, realmente, saudade pouca sempre faz bem.

Anônimo disse...

Ai Maulilo.... Me deu uma saudade de num sei o quê.... Sabe aquele aperto no peito? O bom que a conclusão do que passou é muito positiva! ( Isa )

redatozim disse...

Que bom, Isa. Agora é mesmo seguir em frente.