sexta-feira, setembro 11, 2009

Vendedores de enciclopédias

Meus pais moraram na Venezuela durante os 3 primeiros anos de vida da minha Sophia. Além das poucas visitas anuais, Sophia conheceu vovô e vovó pela webcam. Quando eu estava em Montes Claros fazendo campanha política, também era a internet que nos mantinha próximos.

Estamos superando a era da proximidade para viver a era da afinidade. Você não se relaciona mais só com quem está próximo, mas com quem divide interesses, vontades, pontos de vista y otras cositas más com a sua pessoa.

Você não precisa mais conversar só com quem gosta de futebol, mesmo sendo fã de basquete. Você não precisa aceitar o prato do dia. Você não precisa perder contato pela distância. Na verdade, na questão do afastamento o tempo vem substituindo a distância com folgas.

Isso vale tanto para relacionamentos pessoais, de consumo ou profissionais. Mas é no campo profissinal que eu chego ao ponto que queria e que não tem nada de novo: cuidado para não se tornar um vendedor de enciclopédias.

Muito cuidado para não ligar o seu jeito de ver o mundo, o seu raciocínio criativo a formatos. Pense em como falar com pessoas e não como encaixar a sua mensagem em caixas. Conte histórias, escute histórias, invente histórias.

Na era da afinidade, o diálogo vale mais. Ninguém precisa mais te ouvir simplesmente porque você grita e nem adianta tanto mostrar a sua cara para o vizinho em qualquer oportunidade.

Hoje vocês têm que conversar pelo simples fato de que têm algo em comum. E se o assunto não render, a afinidade e a sua chance de ser ouvido morrem. Kaput.




Direto na têmpora: Alive and kicking - Simple Minds

9 comentários:

Anônimo disse...

Fácil. Se tiver batata dentro, é de carne. Se não tiver nada, é de queijo.

redatozim disse...

Se tiver tomate é napolitano, Anonimo.

Anônimo disse...

Ai vai mais uma colaboracao para a pastelaria. Tomara que desta vez seja inedita!
http://video.yahoo.com/watch/5771163/15113200


Beijos da Tata.

redatozim disse...

Lindo demais, Tata, não tinha visto ainda. Valeu!

redatozim disse...

bom que gostou, tita.

Rafa Barbosa disse...

É engraçado ver esse tipo de coisa por dois motivos: Essa mudança já está ocorrendo a, no mínimo, uns 3 anos. Eu entrei na faculdade em 2005 e me formei ano passado e, infelizmente, alguns professores não se deram conta de que estamos na era do diálogo, do compartilhamento de informações, experiências, ideias.

Acredito que realmente não existe uma verdade universal e o nosso pensamento nunca será uma verdade absoluta. O melhor caminho é realmente o diálogo, a aproximação. Essas experiências que não ficam somente em uma via de mão única.

Abs.

redatozim disse...

Rafa, o grande problema é que a mudança acontece em patamares. A velocidade com que ela acontece ns anunciantes é diferente da velocidade para os consumidores que é diferente dos publicitários etc.

Eu dei aula há 2 anos e já batia nessa tecla de que redator que faz título e só título está fadado ao fracasso. Pouca gente entendeu. Pouca gente vai vingar na carreira que escolheu.

ndms disse...

"Hoje vocês têm que conversar pelo simples fato de que têm algo em comum. E se o assunto não render, a afinidade e a sua chance de ser ouvido morrem. Kaput." Aproveitando seu texto de fechamento, comento que o grande desafio está na arte de conversar mesmo que nada exista de comum entre os personagens, porque estaria criando oportunidades para um novo conhecimento e novas relações. Pelo menos em termos tentativos

redatozim disse...

É, ndms, mas em publicidade / comunicação não funciona bem assim, não. É kaput mesmo.