domingo, junho 07, 2009

6-1, 7-6, 6-4

Os números do título deste post são os números da vitória em 3 sets corridos de Federer sobre Soderling em Roland Garros. Agora são 14 títulos de Grand Slam, sendo pelo menos um em cada piso.

Nada contra Rafael Nadal, muito pelo contrário, mas Roger Federer é um dos maiores de todos os tempos. Poderia dizer o maior de todos os tempos, mas acredito que esta é sempre uma opinião pessoal e que, no esporte, os critérios de grandeza estão além dos números.

Federer foi do adolescente talentoso e nervosinho ao tenista genial e frio. Agora, confirmando seu status de lenda do esporte, o suíço vai se mostrando mais humano dia após dia. Emocionou-se na derrota da Austrália e hoje mostrou-se completamente tocado pela vitória na França.

Com 27 anos e um filho a caminho, é prematuro dizer que está chegando ao fim de sua carreira, até porque tem uma chance enorme de ganhar pelo menos mais um Grand Slam até o fim do ano, mas parece que está com a sensação do dever cumprido.

Eu acho que para as pessoas que atingem este nível, nada é mais difícil do que estar em paz com o seu legado. É preciso que os outros digam o quanto foram importantes, o quanto representaram.

É um pouco o que cada um de nós sente a cada dia quando pensa: será que fiz o suficiente? Será que vou passar em branco? Será que fiz a diferença para alguém?

Na vida desses caras, a maior luta é contra a história, contra si mesmos. E de tempos em tempos podemos dizer que temos a sorte de encontrar pessoas dispostas a encarar esta missão que é a posteridade através do talento.

Eu vi Pete Sampras, Connors, McEnroe, Borg, Agassi, Nadal e Federer.

Eu vi Magic Johnson, Dr. J (um pouquinho), Michael Jordan e Larry Bird.

Eu vi Zico, Platini, Zidane, Maradona, Joãozinho e Reinaldo.

Eu hoje sou um fã de esportes agradecido.




Direto na têmpora: Canadian girls - Beulah

4 comentários:

Raphael Crespo disse...

Cara, lendo seu post, comecei a refletir sobre os esportes abordados no final: Tênis, Basquete e Futebol.

Sou um fã de esportes, também. E também vi jogando os caras citados (eu incluiria o Boris Becker e o Guga na lista dos tenistas).

O que fiquei pensando foi o seguinte: por que será que você não falou de grandes nomes do vôlei?

Pessoalmente, até acho que o vôlei teve grandes nomes, mas o fato de ser um esporte em que o coletivo supera o individual, acaba causando um fascínio menor que futebol e basquete, por exemplo, em que um grande talento pode ganhar um jogo sozinho. Ou que o tênis, este, sim, um esporte individual, que depente exclusivamente do talento do jogador.

Até acho vôlei bacana. Um jogo bem jogado é bom de se ver, mas não é uma fábrica de ídolos como futebol, basquete ou tênis.

E em relação ao Federer, eu acho que já dá para chamá-lo de maior de todos os tempos. Mas concordo que é questão de opinião.

Torço para que ele encontro motivação para treinar duro e, de repente, no ano que vem, fechar o Grand Slam.

redatozim disse...

Raphael, concordo plenamente. Faltou Becker, faltou Guga, faltou Lendl e faltaram muitos no basquete e no futebol.

No vôlei, não mencionei ninguém por tudo isso que você mencionou e também por não ser tão apaixonado pelo esporte.

Acho que com Nadal a 100% o Federer não leva o Roland Garros, mas se tivesse que apostar, colocaria pelo menos mais 3 Grand Slams na sacola do suíço até o final da carreira.

É realmente um cara muito foda. Parta mim, o melhor de todos os tempos.

ndms disse...

Esta é uma felicidade que tenho, uma geração que viu jogar Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Julinho, Puskas, Di Stéfano e outros tantos

redatozim disse...

realmente era foda, ndms, grandes tempos que eu não vi.