sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Ray Allen e Jerry Sloan

Ontem foi uma noite duplamente marcante para a NBA. Ray Allen tornou-se o cara com maior número de cestas de 3 pontos convertidas na história da Liga e Jerry Sloan deixou o Utah Jazz após 23 anos como técnico.

Ray Allen é um exemplo de dedicação. Aos 35 anos cuida de sua preparação física quase obsessivamente, acaba de receber um prêmio por seu trabalho junto à comunidade, foi eleito 10 vezes como All-Star, foi campeão olímpico em 2000 e campeão da NBA com os Celtics em 2008. Isso sem falar que tem um dos mais belos e perfeitos arremessos do basquete.

Mesmo com a derrota dos Celtics para os Lakers ontem, Ray Allen bateu o recorde de Reggie Miller e mostrou que não é preciso ser arrogante ou "estrelinha" para ter sucesso no mundo dos esportes profissionais. Às vezes basta trabalho, humildade e dedicação.


Ray Allen's jump shot is a thing of beauty.


O que nos leva a Jerry Sloan, um cara metódico, sério e direto que, em 23 anos como técnico do Utah Jazz esteve duas vezes nas finais da NBA (perdeu as duas para Jordan e os Bulls), teve apenas uma temporada com menos de 50% de aproveitamento e foi um dos responsáveis pela dupla Stockton e Malone.

Jerry Sloan era um cara de pulso firme, um disciplinador que nunca se intimidou com estrelas e seus chiliques. Por isso soa tão irônico imaginar que o afastamento de Sloan esteja ligado a problemas de relacionamento com Deron Williams, o armador e atual craque do Jazz.


Malone, Sloan e Stockton, um dos grandes trios da NBA.


Se for realmente o caso, esqueça o que eu disse há 3 parágrafos sobre trabalho, humildade e dedicação. Talvez os tempos estejam mudando e Ray Allen seja só uma relíquia, uma exceção que teima em continuar existindo em um mundo onde o star power vale muito mais do que a consistência e o eficiência.




Direto na têmpora: I'll do it anyway - The Lemonheads

10 comentários:

Raphael Crespo disse...

Uma coisa é certa, meu caro: a NBA, assim como muita coisa nesse mundo, já foi melhor.

Continuo gostando muito, mas não se faz mais jogadores como Stockton e Malone, Magic Johnson, Michael Jordan...

Ray Allen nunca esteve no nível desses, apesar de ser um baita jogador, mas talvez seja um dos últimos dessas gerações mais antigas, que botam o esporte em primeiro lugar.

redatozim disse...

Sem dúvida, Raphael.
Mesmo nos dias de hoje, Ray Allen não tem o talento de um LeBron James, Kobe Bryant ou mesmo Deron Williams.
O que ele tem é uma ética de trabalho perfeita, um comprometimento enorme com o time e um arremesso extremamente preciso. Coisas que Jordan, por exemplo, também tinha.

O mundo de Sabrina disse...

E o mais importante é: se tudo der certo, mês que vem estaremos eu e o Rapha sentadinhos lá no TD Garden vendo os caras jogarem ao vivo!!!

redatozim disse...

nem me fale, SAbrina. Eu assisti a um joguinho só lá e morro de saudades. Bom proveito procês. Ah, e qual era o lance afinal de contas!?

Raphael Crespo disse...

O lance é que a empresa da Sabrina, que tem sede em Boston, tem quatro season tickets corporativos, a poucos metros da quadra.
Ela pediu, mas eles já estava prometidos para outras pessoas nos jogos que vão rolar nos dias 2 e 4, quando estaremos por lá!
Ou seja, o lance não rolou...

redatozim disse...

Sacanagem... cara, não deixe de visitar Newbury Street e aproveitar os pubs perto do Boston Common. Fui lá em 2000, mas tinha muita coisa boa.

O mundo de Sabrina disse...

Pois é, Maurilo. Dizem que os assentos são daqueles que quase respinga suor dos jogadores em cima de vc... Mas, tudo bem! O importante é ver os caras jogando ao vivo! Eu fui lá em Outubro do ano passado e amei a cidade! Alugamos um apê na Little Italy e vamos passar 4 dias lá! Depois contamos como foi!

redatozim disse...

Aproveitem bem, Sabrina. Tenho muitas saudades de lá.

PC disse...

É o efeito Neymar se propagando mundo afora...

redatozim disse...

Infelizmente é verdade, PC, mas Dorival tem que comer muito feijão pra ficar 23 anos em um clube como o Sloan.