terça-feira, julho 20, 2010

Confiança

Existem vários graus de confiança.

A confiança cega, por exemplo, é aquela que você tem na data de validade da caixa do remédio que você vai dar para o seu filho. Não tem como ter 100% de certeza e você não tem muito o que fazer a respeito além de acreditar que tá tudo certo e mandar ver. Até porque você não tem motivos pra desconfiar da informação e, se pensar demais no assunto, fodeu.

Um nível de confiança diferente é aquele que vem quando da resposta à questão "esse salgado é novo"? O cara sempre vai dizer sim, você torce pra ser verdade, mas depois da primeira mordida não faz muita diferença. De qualquer forma, sempre há espaço para a surpresa de uma resposta do quilate de "isso está aí desde a visita do Papa", portanto, não custa perguntar.

E tem ainda a confiança retórica. Na verdade, são perguntas que só admitem um tipo de resposta nas quais você confia mesmo sabendo que elas não representam necessariamente a verdade. Exemplos:

- E aí, __________ (insira aqui a sua celebridade internacional), gostou do Brasil?

- Então o senhor admite que há corrupção no seu governo?


- A comida aqui é boa mesmo?

- Você vai gozar fora, né?




Direto na têmpora: Love lost - The Temper Trap

4 comentários:

Anônimo disse...

Não confio em ninguém com mais de 30

redatozim disse...

Marcelo Fromer, é você?

Rute Faria disse...

Pra mim a confiança mais linda que existe a confiança entre pai e filho. Não me esqueço de uma historinha que ouvi faz vários anos. É mais ou menos assim:

O pai está de mãos dadas com o filho e precisa atravessar uma avenida larga,muito perigosa e muito movimentada,sem nenhuma sinalização para pedestres.

Depois de aguardar vários minutos ele finalmente vê uma 'brecha' e atravessa. Ao chegar do outro lado, o filho o pergunta:

-Papai, sabe quantos andares tem aquele prédio ali?

E o pai responde:

- Não meu filho. Quantos?

-18, papai.

-Mas quem te disse isso, meu filho?

-É que eu contei enquanto estávamos atravessando a rua...

Legal né? Eu acho.rs

redatozim disse...

Muito bacana mesmo a história, Rute. Confiança bem conquistada é isso.