quinta-feira, dezembro 06, 2007

11 cicatrizes e uma marca de nascença

O tombo na vala durante a obra lá em casa, a queda da mobilete, o acidente de carro do qual escapei, as marcas do futebol no joelho e as pintas que retirei. Um fibrolipoma no antebraço direito, as amígdalas e a cirurgia do ronco.

11 cicatrizes, talvez alguma a mais ou a menos. E na barriga, do lado esquerdo e já perto do coração, uma marca de nascença. Praticamente a mesma que a Sophia tem nas costas.

A genética não transferiu para ela as cicatrizes, isso quem faz é a vida. E a mim, resta apenas tentar aparar as quedas, deter o carro, segurar o bisturi, para que as marcas que ela leve desse mundo sejam outras que não as minhas.




Direto na têmpora: A millenium fever ballad - Scarnella

4 comentários:

Anônimo disse...

É bom que o faça mesmo porque as cicatrizes conseguidas pelos filhos, doem muito mais nos pais

redatozim disse...

Tenho descoberto isso diariamente...

Carla Soares disse...

as vezes não consigo me decidir se gosto ou não das minha marcas, das minhas cicatrizes, daquilo que ficou gravado no meu corpo. Por um lado, podem ser uma lembrança triste; por outro, muitas vezes são um alento de que eu sou única. E mesmo quando são provocadas pelos outros, essas marcas são a prova de q estou viva e posso me deixar ser afetada pelo outro. Nada pior do que a vida de uma estufa. se aquilo que sou deixa de existir quando o outro me afeta e me marca, também passa existir uma outra coisa, um outro corpo, um corpo que traz marcas de ser afetado pelo outro e que isso é vida... abraços!

redatozim disse...

Acho que toda cicatriz é válida, Carla, doa ela ainda ou não. O problema é que na gente é mais fácil, mas nos filhos a gente faz de tudo pra evitar, mesmo que esse não seja sempre o caminho certo.