Nada é mais italiano do que uma história contada por Sophia.
Da mente para a boca, um torvelinho. Da boca para as mãos, um furacão.
Tirar dela o gesto, é roubar-lhe um pouco da voz, é amansar a fantasia, é fazer dela mais uma menina comum.
Menos italiana, menos força da natureza, menos minha Sophia.
Direto na têmpora: Finish line - Fanfarlo
terça-feira, julho 24, 2012
segunda-feira, julho 09, 2012
Cadê Sophia?
A festa já ia começar, mas
cadê Sophia Comelli? Ninguém sabia.
Todo mundo já tinha chegado,
a música estava animada, mas nada da Sophia chegar.
Tinham jogos, brincadeiras,
correria e diversão, mas cadê Sophia Comelli? Não tinha chegado, não…
Foi aí que, um pouco
preocupada, a meninada do Bolão começou a imaginar.
- Será que um E.T., chegou na casa dela para tomar chá?
– perguntou Enzo.
- Pode ter sido que as plantas cresceram tanto que ela
não conseguiu sair – argumentou Ana Carolina.
- E se o pai dela virou um urso? – disse João Pedro.
- E se a mãe dela virou uma pata? – espantou-se Maria.
- Hmmm… eu acho que ela ficou comendo amora até perder
a hora – rimou o Lucas Szuster.
- Ou comendo broa até ficar à toa – completou Sophia
Zeferino.
- Pra mim, ela atrasou porque choveu mel e ela ficou
grudada – sugeriu o João Victor.
- Pois, pra mim, ela quis vestir uma roupa de geleia e
ficou toda atrapalhada – respondeu a Ana.
- Eu acho que uma bruxa quis sequestrá-la – assustou-se
o Pedro França.
- Eu acho que um ogro deixou ela presa dentro da mala –
gritou a Julinha.
- Aposto que ela errou o caminho e foi parar na Bahia –
pensou alto o Henrique.
- Ou pegou um ônibus e foi visitar a tia – falou
baixinho a Lalá.
- O foguete dela pode ter ficado sem gasolina – comentou
o Dudu.
- Ela pode ter ficado conversando com um sapo bonina –
arriscou a Cacá.
- Vai que um elefante sentou no pé dela – exclamou o
Thomás.
- Vai que a cara dela ficou toda amarela – emendou a
Nicole.
- Quem sabe ela está cuidando de mil gatos? – supôs o
Marcelo.
- Quem sabe ela precisou comprar mil sapatos? – divagou
a Jojô.
- Ela pode ter ganhado um sorteio de um milhão –
animou-se o Lucas Passeado.
- Ela pode ter ficado afundada no colchão – matutou o
João Camilo.
Estavam todos assim,
imaginando coisas malucas, quando chegou a Sophia bem feliz e sorridente.
- SOPHIA, ONDE VOCÊ ESTAVA? – berraram todos juntos.
E então ela respondeu.
- Meninada, meninada, vocês não sabem o que aconteceu.
Eu já estava saindo de casa quando um E.T. amigo meu apareceu para tomar chá.
Quando ele foi embora, eu tentei vir, mas as plantas tinham crescido tanto que
fecharam a porta. Aí eu cortei tudo, mas meu pai virou um urso, minha mãe virou
uma pata e eu demorei um tempão pra desfazer o feitiço. Quando eu acabei,
fiquei horas comendo amoras e depois comendo broa. Aí caiu uma chuva de mel e
eu fiquei toda grudada, vesti minha roupa de geleia e fiquei toda atrapalhada.
Quando estava prontinha, uma bruxa tentou me sequestrar. Escapei dela, mas um
ogro me pegou e prendeu dentro da mala. Foi uma luta pra escapar, mas saí
correndo, errei o caminho e fui parar na Bahia. Precisava voltar depressa,
então peguei um ônibus, mas, no meio do caminho, resolvi visitar minha tia. Pra
chegar na hora, só mesmo de foguete, mas, imaginem só, o meu estava sem
gasolina. Fiquei triste, mas aí chegou um sapo bonina e conversou comigo pra me
animar. Quando fui me levantar, tinha um elefante no meu pé. Briguei pra ele
sair e fiquei com a cara amarela de tanto gritar. Enquanto tiravam o elefante
do meu pé e eu lavava meu rosto, passaram mil gatinhos e eu resolvi cuidar de
todos eles. Foi aí que eu lembrei de um monte de aniversários e fui na loja
comprar mil sapatos de presente. Comprei um cupom e ganhei um milhão na hora.
Estava muito cansada de tanta atividade, então fui tirar um cochilo e, juro que
é verdade, fiquei afundada no colchão. Quando consegui me livrar, peguei o
dinheiro do sorteio, comprei um avião e pedi pro moço me trazer até aqui.
E aí, depois de tanta
conversa, de tanta bagunça, de tanta aventura, de tanta história e de tanta
confusão, sabe o que acontece? A festa acabou. Ah, e esta história também.
Tchau!
Direto na têmpora: On Melancholy Hill - Gorillaz
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