terça-feira, dezembro 27, 2011

Em que você acredita?

Eu fico muito feliz que você tenha uma fé, uma religião, um Deus que te conforte, que te faça uma pessoa melhor para você mesmo e para os outros. De verdade.

Eu me alegro que tudo isso que você sente se transforme em uma convicção tão grande que pareça impossível que alguém não sinta o mesmo.

Parece amor.

É amor.

É como estar apaixonado e sentir que é impossível que o resto do mundo não perceba o quanto a pessoa que você ama é incrível. A diferença é que, ao contrário de uma relação a dois, todos podem amar a mesma coisa que você e quanto mais pessoas amarem, melhor.

No entanto, isso não acontece bem assim.

Por mais que eu fique feliz com as suas escolhas, com as suas certezas e com a sua fé, isso não quer dizer que eu sinta o mesmo. Eu respeito, mas eu sou diferente.

Talvez eu não entenda os seus motivos, talvez o que seja fundamental para você seja uma bobagem para mim, talvez eu discorde de tudo o que você acha incrível.

A religião é um sentimento individual, mesmo quando compartilhado por milhões de pessoas. O caminho que você chama de único é único para você. Desfrute-o bem. Mas entenda que ele não necessariamente serve para mim.

Católico, evangélico, judeu, ateu, hindu, umbandista, islâmico. Pessoas.

Pressupor que tenhamos que acreditar nas mesmas coisas para sermos amigos é limitado. Imaginar que não possam existir crenças, opções e verdades diferentes das suas é arrogante.

Não é preciso que a gente divida a mesma ideia de salvação ou um conceito de pecado para nos respeitarmos, gostarmos um do outro ou nos tornarmos irmãos. Basta que acreditemos que há naquela outra pessoa algo a mais do que a religião que ela segue.

Sendo honesto, qualquer verdade que pressuponha a eliminação de todas as outras para existir não pode ser tão boa assim.

Enquanto isso, você acredita em algo, eu acredito em algo, e a gente se respeita, sem condescendência ou desdém, simplesmente porque entendemos que o ser humano não é padrão, não é gado, não é repetição.

E se agente achar outras coisas que façam valer a pena estarmos próximos (mesmo que nada tenham a ver com crenças, fé, Deus ou religião), fiquemos próximos.

Por que não?




Direto na têmpora: Miss you - The Rapture

2 comentários:

Rodrigo Torres disse...

Yes, it is!!
E se o seu calendário for igual ao meu: HAPPY NEW YEAR!!
ps: agora com NBA!!

redatozim disse...

Happy New Year! Happy New NBA!