quarta-feira, outubro 11, 2006

O triunfo da vontade

Não tive contato com o David Paiva e só conheço esse caso de orelha, portanto não aceito ser processado por qualquer inverdade, exagero ou mentira deslavada escritos aqui. Mas o que ouvi foi que o David, um dos grandes redatores que já passaram por Minas Gerais, era famoso por seu pavio curto.
Certo dia, em uma reunião com um megacliente da agência, campanha praticamente aprovada, a sobrinha de um dos diretores da empresa, menina recém-formada e cheia de boas intenções, faz a observação.
"Tá tudo ótimo! Acho que nem precisa desse blá-blá-blá aqui."
David levanta-se imediatamente e, dedo em riste, descasca a menina da cabeça aos pés.
"Blá-blá-blá!? Você dobre a língua pra falar do meu texto. Nem saiu dos cueiros e vem falar do meu trabalho. Que porra é essa?"
Seguiram-se alguns minutos de fúria, a menina chorando copiosamente, a turma do deixa-disso intervindo até que acharam melhor dar por encerrada a apresentação. A moça acabou desistindo de trabalhar em comunicação e a campanha eu nem sei que fim levou, mas fala a verdade, quantas vezes você já teve que se segurar pra não dar uma extravasada assim em plena reunião? E mais, deve ou não deve ser a melhor sensação do mundo?




Direto na têmpora: Coisa medonha - Xique Baratinho

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois dá vontade mesmo. Essa história, inclusive, me faz lembrar uma outra, que presenciei nos deliciosos tempos da Umuarama Publicidade, house do grupo Bamerindus. Trabalhávamos, eu no texto e Solda (Luis - seria com "z"? - Antônio Solda) na direção de arte, numa campanha para o referido grupo financeiro. Não recordo agora para qual das empresas, mas o que vale é o fato. Na época, nada de computadores, a marcação era no vegetal mesmo, canetas coloridas, títulos, imagens, tudo na munheca. Bons tempos. Eis que chamamos o atendimento, rapaz novo na profissão, ainda sem muita noção, para apresentarmos a campanha. Puxei a defesa pelo briefing, fui colocando os layouts na mesa, etc. e tal e aquela coisa toda. Observando a reação do rapaz, tive a certeza de estarmos agradando. Olhei pro Solda e vi sua expressão de orgulho, satisfação, mas ao mesmo tempo meio entediado, como quem pensa "porra, nós, putas velhas aqui, tendo que apresentar pra esse piá de bosta". Segui adiante. Ao fim, o tal novo-rapaz-atendimento manda a seguinte pérola: - bacana, adorei esses layoutzinhos! No que Solda, na lata, responde: - Muito obrigado por sua opiniãozinha. Grande Solda.

redatozim disse...

Boa, boa. Falando em diminutivos, será que se mandar o cliente tomar no "cuzinho" é menos pior?