O Aderbal, um monstro de redator, trabalhava na SMPB quando eu fiz estágio lá, aliás, uma aula a cada dia com Louro, Geraldo Leite, Ricardo Carvalho, Boca, Marquinhos, Amauri, Vitão e por aí vai. Só que o Aderbal dava um azar fodido com o Maurício Moreira, um dos donos na agência na época. Não importava o quanto ele houvesse ralado no dia, era só colocar as mãos na nuca, apoiar os pés na mesa e o Maurício entrava na sala. Queria chamar o Maurício Moreira, era só pedir pro Aderbal ficar à toa, tipo acender cigarro pro ônibus chegar ou lavar o carro pra chover. Sempre depois do ocorrido lá vinha o Aderbal: "Ah, não. É muito azar. Eu ralei o dia inteiro e esse cara entra aqui agora? É azar demais."
Até que em um dia especialmente cansativo, já depois do expediente, o Aderbal se recosta na cadeira e coloca os pés sobre a mesa ao lado da máquina de escrever (sim, crianças, ainda não havia computador na SMPB na época). Coisa de um minuto depois o Maurício Moreira irrompe no recinto, sendo recebido por um Aderbal revoltado. "Ah, não, Maurício! Eu tava trabalhando até agora! Não tem um minuto que eu parei. Vai dar azar assim na puta que o pariu."
Passaram-se bons minutos até que o resto da equipe e o próprio Maurício Moreira parassem de rir.
Direto na têmpora: Cidade Chumbo - Inocentes
Um comentário:
Tem horas que só a cara-de-pau salva. Teve um amigo meu que passou na casa de um colega na hora do almoço e a mãe ofereceu para que ele se juntasse à família. Ele disse que não, que já tinha almoçado e tal. Quando a família se levanta da mesa ele se vê sozinho com uma travessa cheia de deliciosas batatinhas fritas e aproveita a oportunidade pra roubar uma. É claro que a mãe do cara, chegou e falou "pode comer à vontade, viu?". Vendo que o estrago estava feito ele sentou-se e falou, "então a senhora me arrume um prato porque eu adoro batatinha frita".
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