quinta-feira, outubro 05, 2006

Cigarras

Ipatinga era cheia de cigarras. No final da tarde, perto das árvores, às vezes era difícil ouvir o que o outro dizia a poucos metros de você. A gente se acostuma com aquele som e começa a achar o silêncio estranho, sente falta dos vários tons, dos humores e volumes diferentes a cada dia. Um som que podia ser doce ou amargo conforme o seu espírito, conforme o clima, conforme qualquer coisa.
O que eu não daria pra ouvir uma cigarra hoje o dia inteiro.




Direto na têmpora: Tesoura do desejo - Alceu Valença

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