quinta-feira, outubro 29, 2009

Think before you post

Surgiu hoje uma conversa aqui na TOM que me fez lembrar de uma campanha que não é necessariamente nova, mas que ainda é muito válida.

É fundamental que as crianças percebam que a internet é uma puta evolução, mas que precisa ser bem usada, principalmente no que tange a redes sociais e a publicação de conteúdo.

Seguem dois filmes do Ad Council que deveriam servir como exemplo de alerta para os jovens. Além de uma bela campanha, uma referência de possíveis ações para as autoridades brasileiras, insituições de ensino e grupos de pais.



Everyone Knows Your Name




Once posted you lose it




Direto na têmpora: Oh Lately Its So Quiet - Ok Go

14 comentários:

Raquel do Carmo disse...

Super bacana a abordagem dos vídeos. E acho que é por aí mesmo! Internet é muito legal, dinâmica, representa evolução, interatividade, mas tem também o lado negro, a obscuridade e a peça principal que é "quem" está do outro lado lendo, copiando, interagindo,etc... E acho que até para nós adultos, é sempre válido pensar antes de postar.

redatozim disse...

Eu já tive problemas com postagens aqui mesmo no pastelzinho, Raquel. Tem que ter cuidado sempre.

Zé Celso disse...

Putz, o segundo é bom demais.

redatozim disse...

Eu não consigo escolher o melhor, Zé Celso. Acho a linha toda excelente.

Jonga Olivieri disse...

É uma faca de dois "legumes".
Aliás, por vezes ficamos completamente vulneráveis.
É necessário pensar muito mesmo, antes de postar. Muitos vão vê-lo. Aqueles que você quer... Aqueles que nunca imaginou em querer.
Don Oliva

redatozim disse...

Por isso é que escrever com raiva pode ser uma furada e tanto na net, Don Oliva.

Juliana Sampaio disse...

Mas já repararam que a culpa é sempre da menina que "se mostrou", que não foi recatada como devia?! Nossa, eu acho que o buraco é muuuuuito mais embaixo, Maurilo. Que tal educar os carinhas do primeiro filme, e explicar para eles que o fato de você ter visto em algum lugar a foto de uma moça despida não te dá o direito de abordá-la assim, ou de achar que isso significa que ela está disponível para você? Isso me lembra o caso da aluna da Uniban, que me revirou o estômago hoje. Acho que o séc. XXI anda machista como nunca!

redatozim disse...

Não acho que uma coisa anule a outra, Ju. Principalmente no primeiro filme, que trata da prevenção de abuso sexual, a recomendação é no sentido de não facilitar a vida dos mal intencionados.

Os homens são agressores neste tipo de caso e as meninas são vítimas preferenciais. O mundo é machista e isso é uma merda, mas a campanha não trata disso. Trata de evitar que uma menina de 13 anos coloque uma foto sua de lingerie achando que só as amigas vão ver.

Não acho que a campanha precise de um novo foco. Ela é excelente no que se propõe.

Precisamos sim, de outras ações para mudar um comportamento arraigado a séculos, mas não acredito que isso se resolva com campanhas publicitárias.

Acho mais factível conscientizar as pessoas do perigo do que convencer agressores potenciais a não agirem e pra isso eu acho os filmes muito legais.

Juliana Sampaio disse...

Eu discordo MUITO dessa abordagem que reforça e naturaliza o machismo. Em inglês eles chamam de "victim blaming". Porque o problema NÃO É a garota achar que só as amigas vão ver sua foto de lingerie. O problema é o que acontece quando os outros vêem, entende a diferença? Vou desenhar: Não importa quantas pessoas vejam a foto da garota, isso NÃO DÁ a eles o direito de molestá-la, de importuná-la, nem desrespeitá-la. Aliás, não haveria problema nenhum em ela publicar o que quisesse, se não fosse o fato de que os caras acham-se no DIREITO de desrespeitá-la a partir do momento em que vêem seu corpo exposto. Então queremos alterar o quê com essa campanha? Queremos combater esse tipo de atitude machista e desrespeitosa que vê sempre o corpo feminino como agente de provocação? Não: queremos é que as mulheres não se exponham! Pela abordagem do filme, entende-se que uma vez que a imagem estava pública, tudo o mais se justifica. Ou seja: a única errada é ela!
Desculpa, mas acho inacreditável vocês acharem boa essa campanha!!!

(Posso aproveitar para indicar um blog pra você seguir, já que você tem uma filha e, por isso suponho, essa discussão também te interessa? É este aqui, a meu ver um dos blogs mais fundamentais pra quem quer se aprofundar um pouquinho na questão feminina, atualmente: http://marjorierodrigues.wordpress.com)

redatozim disse...

Realmente nós discordamos muito nesse ponto, Ju. Eu acho a campanha sensacional. Ela lida com o problema e ajuda a fazer algo concreto.

Ela não teoriza sobre o mundo ideal em que deveríamos viver se fôssemos uma sociedade evoluída e fica no discurso.

Para mim, esse é o tipo de discussão que é fundamental, mas que, quando breca iniciativas que visam um resultado prático e imediato, se transforma em algo até contraproducente.

As coisas devem acontecer paralelamente e não uma substituindo a outra.

Agora, muito me admira você vir com esse papo de "vou desenhar". Eu entendo o seu ponto de vista, eu apenas não concordo com ele.

E quando eu digo que me admira você utilizar este tipo de "brincadeirinha" que tenta diminuir o argumento ou a capacidade de compreensão do outro (no caso eu) é justamente porque uma das coisas mais bacanas para quem adota uma postura questionadora é compreender a diversidade de opções e de visões que existem à sua volta.

Talvez não seja preciso concordar ou mesmo ouvir, mas pelo menos tratar com respeito e não com desdém o que é dito por quem nnao divide as mesmas crenças ou opiniões que você.

Obrigado pela dica do blog. Vou lê-lo com interesse, mas ainda assim dentro da minha visão de mundo.

Juliana Sampaio disse...

Desculpe se o "vou desenhar" pareceu desdenhoso, Maurilo, não foi mesmo a intenção. É uma expressão que eu uso no dia a dia, falando, quando vou detalhar um ponto de vista. Não foi uma "brincadeirinha". E esse assunto me é MUITO caro, jamais brincaria com ele. Eu queria ter mais poder de síntese para, numa caixa de comentário de blog, argumentar o quanto essa abordagem é que é contraproducente e o quanto ela é co-responsável pelo mundo estar assim, e foi o que quis dizer. Mas isso é melhor a gente debater pessoalmente, entre uma cervejinha e outra, pra evitar outros mal-entendidos. (Só não deixe de dar uma olhada no último post da Marjorie, que, por coincidência, tem muito a ver com o que eu tava tentando explicar, mas ela colocou de um jeito bem melhor que o meu.) Peace.

redatozim disse...

Pô, Ju, foi por isso que eu me espantei, o "vou desenhar" pareceu realmente uma forma de diminuir a minha opinião.

Agora eu entendi e fico tranquilo total em continuar a conversa entre as cervejinhas.

Eu li o post da Marjorie sobre humilhação e queria reiterar que entendo que essa é uma discussão fundamental, mas que continuo achando que não cabe em uma campanha de prevenção.

É meio que a questão da fome. Não dá pra ser assistencialista, mas não dá pra deixar morrer de fome.

Enfim, "peace".

PC disse...

Peace nada.
É só dar uma olhada no post que, por acaso, Culpa, logo abaixo.
Encaixa igual luva nesta discussão que interessa a nós todos.
Vai no cerne da discussão da rede social.
Vai faltar pastelzinho de tiragosto no dia da cerveja.

redatozim disse...

Paulinho, você participa do bate-papo e eu banco o suco de clorofila e a porção de tomates, pode ser? ;)