terça-feira, outubro 20, 2009

BH, lugar de Rapazolla

O show do Living Colour não foi perfeito, mas foi excelente. Só de ver Vernon Reid e Will Calhoun arrebentando ao vivo já valeu a ida, mesmo totalmente perrengado de gripe.



Tava vazio, mas tava bom.


O problema, como sempre, foi o público, ou melhor, a ausência de público. A verdade é que trazer esses shows para BH é um misto de heroísmo e burrice. BH não gosta de rock. Ponto. Se trouxerem, vai ser cancelado pela pouca venda de ingressos (vide Echo and the Bunnymen, Charlie Watts, Soulfly e The Cult) ou quem for assistir vai passar vergonha pelo pouco público (vide Elvis Costello e Living Colour).



Vernon Reid, um dos melhores guitarristas de todos os tempos e seus 100 fãs em BH.


A verdade é que à exceção do heavy metal, que tem um público fiel aqui, BH gosta mesmo é de axé e de sertanejo. BH troca Elvis Costello por Rapazolla de olhos fechados e ainda assim levantando as mãozinhas tchá, tchá, tchá.É uma característica da cidade e eu não sei porque ainda tentam lutar contra isso.

Por isso, meus caros produtores de shows, sigam o meu conselho. Parem de dar murro em ponta de faca. Invistam em Calcinha Preta, Calipso, Edson e Hudson, Victor e Léo. Ou isso, ou vocês podem montar empresas de turismo pra levar quem gosta de rock pra assistir aos shows em São Paulo, Rio ou Curitiba.

Gosto é gosto e a verdade, repito, é que BH não gosta de rock. E a gente vem tristemente aprendendo isso ano após ano.



Foi mal aí, Will. Desculpa nóis, Vernon.




Direto na têmpora: Fruit Machine - The Ting Tings

24 comentários:

camila disse...

vc tem razão. nós temos é q continuar juntando grana para assistir nossos show preferidos no rio e sp. não tem outra saída.

redatozim disse...

Até porque nós somos minoria, Camila, e minoria se ferra mesmo. Agora, produtor cultural não merece tomar ferro pra tentar fazer gracinha pra meia dúzia de nós, por isso, a gente que se vire.

Um filme por dia disse...

Por isso que BH é a capital dos botecos. Tem que beber muito pra aguentar os axés e os pagodes que a maioria gosta...

redatozim disse...

E quanto mais cedo a gente aceitar isso, melhor, meu caro Um filme por dia.

alexandre, o civilizado disse...

eu prefiro acreditar que estamos engatinhando ainda nesse campo.

acho que o perfil tá mudando. esse ano tivemos de novo o bh music station, o conexão vivo, festival garimpo, tivemos festival de jazz por quase um mês, exposições interessantes, FIQ, festival de teatro de objetos, entre outros que não lembro.

prefiro acreditar que o perfil axé-pagode-samba-sertanejo tá mudando.

Gastão disse...

Meu sobrinho veio de Brasília para ver esse show. Na verdade, ele veio na semana anterior, o show foi cancelado, ele veio de novo nesta semana.

redatozim disse...

Alexandre, a questão não é a existência dos eventos, mas a lucratividade, o retorno para quem investe. Será que eles foram deficitários, será que deram lucro? Será que alguém vai colocar grana neles de novo?

redatozim disse...

Duas coisas, Gasta. 1) Seu sobrinho viu um puta show. 2) Brasília tá pior que aqui em shows? Putz!

Gustavo disse...

Acho que o som tem a ver com o lugar, pela característica do belorizontino... se fosse no Lapa por exemplo, mesmo com capacidade limitada, o público seria maior. Não digo milhares de pessoas, mas mais, muito mais. BH precisa é de um espaço pra roqueiro. Slayer no *hall foi osso! Além de tudo lá ser "matinê", acabou o show acaba tudo, luzes na cara, portões fechando, tem que ir embora. Lá, definitivamente, não é lugar.

ndms disse...

Acho que a programação do show para um dia de domingo à noite não contribuiu em nada para mudar isso

redatozim disse...

Não sei se é isso não, Gustavo. Independete do espaço, BH costuma receber mal o rck, tirando, é claro o metal. O Slayer, por exemplo, lotou.

redatozim disse...

Contribui sim, ndms, mas como não foi um caso isolado, a gente sabe que não foi só isso.

O mundo de Sabrina disse...

Pois aqui no Rio o show foi maravilhoso!!! Melhor que o de 2007 (que eu fui) mas dizem que o de 2004 (que eu nao fui) não tem comparação. Vou te dizer uma coisa: pulamos tanto, mas tanto, que tô com as pernas doendo até hoje (o show foi sexta passada)!!!
Mas tem outra coisa: não se enganem achando que o Rio é mais bem servido de shows que BH!! Aqui a gente sofre, viu? Bom, bom mesmo, é em SP... Infelizmente...

redatozim disse...

Mas aqui não tem que vir show mesmo não, Sabrina. Quando vem o pessoal não comparece. Tem que trazer é só axé, sertanejo e olhe lá.

O mundo de Sabrina disse...

Maurilo, tenho a impressão que aqui no Rio o que pega é a falta de bons espaços pra shows. O do Living Colours foi no Circo Voador, que comporta bem quando não é uma banda pra milhares de espectadores. Fora isso, temos a Fundição, que é ok e os tais Credicard House e da Arena HSBC, que são looonge pra diabos, lá onde Judas perdeu as meias e difícil de chegar, pq transporte público é até piada praqueles lados. Ah! e tem tb a Apoteose, que não foi feita pra receber shows e só é boa pro Carnaval e olhe lá! Tenho a impressão de que, como ficamos carentes de muitos shows que só vão pra SP, o povo daqui não constuma decepcionar e comparece direitinho... Da próxima vez, aproveita o passeio e venha assistir a shows por essas bandas de cá!

zega disse...

acho que nem metal, viu? pergunta pro andrezinho um show do sepultura que teve no chevette halls... vaziaço e só criança bêbada...
pra falar a verdade tô com muito medo do FNM ficar vazio ou nem rolar...

redatozim disse...

Espaço em BH não precisa, porque não tem show bom mesmo, Sabrina :P

redatozim disse...

Será, Zega, nem FNM? Cazzo!

Raquel do Carmo disse...

Eu não sou fã de Rock, menos ainda de axé e sertanejo. Mas concordo demais com o que você escreveu sobre BH não ter público para shows bacanas. Como diria uma amiga, isso aqui é uma Aldeia Iluminada e mais nada.

redatozim disse...

Raquel, não sei se você gosta de música clásica, mas nessa seara pelo menos BH está bem melhor. No entanto, continua sim uma aldeia iluminada para certas coisas.

danny falabella disse...

é constrangedor de fato...daqui a pouco só teremos lugar para Fresnos da vida, NXZero e aqueles festivais de axé pqps...se quisermos cultura a gente que vá pra Sampa...triste...

redatozim disse...

mas aqui é a capital do Axé, danny, o povo ama.

André Maia disse...

Depois de optar pela dobradinha Kreator/Exodus, pelo Faith No More e Twisted Sister em SP, infelizmente não sobrou grana. Mas deve ter sido foda mesmo. Os caras mandam muito!

redatozim disse...

Mandaram muito mesmo, Andrezinho, foi um puta show.