Se trabalho fosse bom, a gente é que pagaria pra fazer. Claro que é possível (e desejável e bacana) ter satisfação no trabalho, mas uma certeza ninguém me tira: se me pagassem X reais para usar meu tempo como bem entendesse ou 2X reais para trabalhar, eu escolheria sempre a opção X reais.
Tá certo, eu sou um velho resmungão e isso vai se refletir em qualquer tipo de vida que eu leve, imagino eu, mas só de pensar em um dia que contenha a leitura de "No Coração das Trevas" (que comecei ontem), uma ida ao cinema, um momento na piscina com a Sophia, um tempinho só pra mim e pra Fernanda e ainda a possibildiade de escrever alguma coisinha para crianças ou mesmo uma bobagem qualquer sobre qualquer coisa eu fico feliz.
Pode ser que eu sentisse falta de uma rotina ou mesmo de conviver em um ambiente profissional. Pode ser que um dia eu fosse chegar à conclusão de que X reais já não eram suficientes e me arrependeria. Pode ser, mas sinceramente, eu acho difícil pra caramba.
Direto na têmpora: The Emperor's New Clothes - Sinead O'Connor
10 comentários:
Tinha uma comunidade na França que experimentou o projeto "Travailler deux heures par jour".
Tenho o livro, se você quiser emprestado.
A idéia é que 2 horas por dia você ganha o bastante pra viver legal. Nas outras 6 você trabalha pra pagar roupa de griffe, carro zero, e outras bobagens.
Na tal comunidade, eles trabalhavam duas horas e depois dia mexer com música, com jardinagem, com o que quisesse.
E isto, doidão, há mais de 30 anos atrás. Você, nascendo, e neguinho já achando que esta doideira não valia a pena...
Nossa Maurilo,
Tô contigo e não abro...
Sinceramente, Maurilo, penso muito nisso, quase todo dia. Aceitaria ganhar X reais e me adaptaria a ele, pra gastar meu tempo como eu quisesse, ainda mais q eu acho um absurdo esse negócio de cumprir horário no trabalho qdo já está tudo resolvido. Tenho tanto pra fazer lá fora...rs Também sou resmungona, eu sei, mas neste momento ler seu post faz todo o sentido, ainda mais depois de um feriadinho bom demais desse!
Não tem dúvida, Paulinho, a gente se acostuma com essa doideira como se acostuma com um monte de coisas, mas se vale a pena ou não é algo altamente questionável (e individual, claro).
Valeu, Raquel do Carmo.
É lógico que o post foi motivado pelo feriado, Raquel, vc tem dúvidas? rsrs
Tenho passado horas do meu dia fazendo a conta de quantos reais por mês eu conseguiria abrir mão para fazer o que gosto e assim sair desse marasmo de trânsito, trabalho, reunião, trabalho, trânsito e não sobrar nada de mim no final do dia...conta complicada, mas acredito que valha a pena tentar!
O problema é que a gente ajunta lixos, luxos e confortos que são difíceis de deduzir desta conta, Maria, mas ninguém disse que seria fácil ;-)
Realmente é um dilema, com muita utopia em cima
Pra mim nem é dilema, a escolha é fácil, ndms. Agora, é utopia mesmo, e muita.
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