Modelos semiprofissionais são criaturas engraçadas. Estão ali, descolando um troco, e quando você bobeia já dão pinta de Bündchen no primeiro clique.
Pois outro dia um amigo estava acompanhando uma foto e, quando chegou, percebeu que um dos modelos, um senhor de seus 60 anos, havia ignorado a produção de moda.
“Por que ele não tá com a roupa certa?”
“Ele tava, mas resolveu tirar e colocar essa.”
Suspirando, lá se foi meu colega convencer o homem a se vestir conforme o combinado. Corria tudo bem até que nossa estrela pediu para ver o layout do ad em que ia aparecer.
“Esse título tá errado, não pode ser ‘o produto que você precisa’, tem que ser ‘o produto de que você precisa’, oras”. Ainda paciente, meu amigo concordou, mas não rendeu assunto, até porque ele é Diretor de Arte e não foi o criador do título em questão.
Em tempo, esta obviamente havia sido uma decisão da agência para deixar a frase mais coloquial, aliás um hábito comum que vemos em conceitos famosos como “Vem pra Caixa você também”.
A foto ficou bacana, o anúncio saiu, mas um dia, em pleno expediente, meu amigo recebe uma ligação.
“É o Sr. Fulano pra você.”
“Quem?”
“Sr. Fulano, da foto.”
“Hmmmm... ok.”
Assim que atendeu a ligação meu amigo percebeu o erro. Do outro lado da linha o caboclo vociferava e exclamava que havia avisado antes, como é que deixaram sair com erro?
“Isso não é licença poética! É erro de português mesmo!”
“Mas foi uma decisão da agência, preferimso que fosse assim.”
“Não pode! Tá errado! O que o cliente vai achar!?”
Ao invés de xingar toda a família do protótipo de síndico como eu faria, meu amigo simplesmente desligou o telefone na cara do insano para o delírio do resto da equipe.
Se é fato verídico? Aconteceu ontem, juro.
Direto na têmpora: Eye of the beholder - Metallica
8 comentários:
Como diria o filósofo Marco Antônio:
Maschachusetis!!!
Como diria um outro amigo nosso, "Machassussets, capital de Chicago".
O pior, é que, na maioria das vezes são apenas "figuração" e vêm dar uma de estrela... hehehe!
Foi exatamente o caso, Don Oliva, um figurantezinho xexelento.
E o Abujamra, que fez uma locução para um filme que criamos há algum tempo e me ligou, sugerindo acrescentar alguns versos de Shakespeare ao texto? E quando eu disse que era melhor não, ele ainda xingou toda a classe publicitária. Pior que eu achei legal.
É o Cristinão? Se for, muito bem vinda, Cristinão, se não for, muito bem vinda Cristina. Ah, outro amigo meu também fez um texto com o Abujamra e, depois de pronto, sugeriu uma mudança na entonação de uma frase. A resposta foi: "então você quer a locução de outro, não a minha." E eu achei legal também.
Eu que pensei que estas coisas aconteciam apenas comigo!
Hehehhehehehhe!
Que delicia!
Fiquei feliz!
É bom saber que estamos todos no mesmo barco, né, dona micho? Pelo menos a gente morre abraçadinho.
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