terça-feira, janeiro 05, 2010

O fim da blogosfera

Eu queria ter um blog sobre marketing político, um blog sobre minhas opiniões políticas, um blog sobre meus projetos literários, um blog sobre meus projetos literários infantis, um blog sobre internet e redes sociais, um blog sobre a Sophia e a Fernanda, um blog sobre música, cinema e cultura em geral, um blog só de casos e memórias, um blog sobre basquete e um blog só com bobagens.

Infelizmente ia faltar leitor, tempo e assunto, por isso eu continuo só com o Pastelzinho.

A verdade é que embora eu ainda goste muito e tenha prazer em trabalhar com publicidade, meus interesses cada vez variam mais e o lugar que me permite lidar com todos eles e expressar o que penso sem precisar mudar radicalmente de vida é o blog.

E o pior é que já andam declarando o fim da blogosfera.

De qualquer forma, continuamos aqui, falando de tudo um pouco e usando como arquivo de um monte de coisas que antes se perderiam em alguma pilha de papel ou hd velho. Sendo assim, vai aí mais um repost de algo que tive que tirar do ar por causa do concurso literário.


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O menino que não acreditava no ar


"Se eu não pego, não mordo, não vejo e não cheiro, é porque ele não existe". Era assim que o menino dizia e ninguém o convencia de que o ar realmente existia.

"Mas e o vento, menino? O que você me diz dele? O que você acha que é o vento?"

"O vento é o vento, são as árvores espirrando, não é ar, mas não é mesmo."

"E o pum? O pum tem cheiro."

E o menino retrucava:

"Tem cheiro porque é pum, se não tivesse era outra coisa. Mas ar não é."

"Mas você não respira, menino? A gente respira é ar."

"É nada, papo furado, conversa mole. A gente enche e esvazia o peito é por causa do pulmão, não tem nada a ver com o ar, não."

E não havia fato que houvesse, professor que ensinasse e mãe que jurasse que convencesse o menino.

Um dia entrou na escola, bem na sala do menino, a menina mais bonita do mundo (ou pelo menos do bairro).

Tinha um olhar tão doce, um sorriso tão gostoso, que nem tinha passado um minuto e o menino não via mais nada. Ficou ali olhando pra ela, cara de bobo, coração disparado e ficou tão apaixonado que esqueceu de respirar.

De repente levou um susto, estava roxo, engasgado, sentindo falta de ar. A menina preocupada o socorreu, abanou, pegou no braço, deu até beijo na boca pra ajudar a reanimar. Ficaram se olhando um tempinho, ele quase desmaiando por causa daqueles olhos (ou do oxigênio, sei lá) e passados poucos dias resolveram namorar.

E depois daquele dia, o menino acreditou nessa história de ar, sem nunca duvidar de nada. O ar era fato de fato, disso não duvidava, mas preferia ficar sem ele, ficar roxo, bambo, abobado, preferia cair desairado, do que perder a namorada.




Direto na têmpora: Leavin' - Mad Caddies

4 comentários:

Alan Vasconcelos disse...

Opa Maurilo,

Minha primeira vez comentado por aqui, mas achei oportuna a questao levantada por voce. Fica dificil de criar um weblog para cada assunto que nos interessa. Sofro da mesma "frustracao" hauhauahuhauhau

Desculpa a falta de pontucao, mas to no exterior e fica dificil atraves dos pcs daqui.

Espero comentar aqui mais vezes.

See you!

redatozim disse...

Pois é, Alan, e não sei se essa miscelânea de assuntos é boa pra "identidade" do blog, mas é o que dá pra fazer, então a gente vai fazendo.

Apareça sempre e não esquente com a pontuação, quando eu posto do cel é a mesma coisa.

ndms disse...

Acho que o menino sentiu um dos tipo de ar mais forte: o ar da paixão, do amor

redatozim disse...

tá mais pra vendaval, ndms.