O Mercado Central está fazendo 80 anos. Não o conheço há tanto tempo, mas é quase como se fosse.
Houve um tempo em que eu ia tanto ao Mercado Central que um dos atendentes do Bar da Tia me convidou para o seu casamento. Aliás, o Bar da Tia está no Incultos e é meu santuário por ali. Faz pelo menos 20 anos que não vou a outro bar ali dentro, principalmente se for para me sentar, o que contraria o espírito do Mercadão em sua essência.
Mas o caso de amor com o Mercado Central não é apenas uma questão do pão com linguiça, das porções deliciosas e da cerveja gelada. Tem a ver com os corredores labirínticos, com as frutas e vegetais frescos, com a intimidade e a cortesia em cada rosto, com o artesanato muitas vezes tosco, com a possibilidade da feijoada nas lojas de carne, com os doces e biscoitos e mesmo com a triste área dos animais.
O Mercado Central é um amigo de 80 anos e, por supuesto, tem sua parcela de manias e defeitos. Mas é ainda assim encantador.
Ontem mesmo estive por ali com a Sophia e ela tapou os ouvidos por causa da barulheira do Bar da Tia (que para mim é música). Depois, como já fizemos outras vezes, passeamos pelo lugar, ela encantada com os queijos e com as frutas e eu satisfeito por estar perto de um amigo íntimo.
Sophia ainda não ama o Mercado como eu e talvez nunca chegue perto disso. Pode ser, mas nunca se sabe. O Mercado tem pela frente pelo menos mais 80 anos (Deus queira) e a Sophia terá ainda muitas oportunidades para conhecê-lo melhor.
Quem sabe um dia seja ela a me levar para uma tarde no Bar da Tia, uma cerveja gelada ou um refrigerante, alguma porção saborosa e na volta as sacolas cheias de queijos e doces para os netos que um dia também estarão ali, fascinados como eu ou não.
Direto na têmpora: Last of Days - A Fine Frenzy
14 comentários:
O Mercado Central é a única coisa que falta para o Rio de Janeiro ser perfeito.
Mas tinha que ser uma cópia fiel, com os mesmos bares, as mesmas barracas, o mesmo clima.
Bom, acho difícil... O Mercado Central só é o Mercado Central porque é em BH. No Rio, não seria o Mercado Central.
De qualquer forma, um dos meus grandes prazeres de ir em BH, e eu vou a BH umas seis, sete vezes ao ano, é tomar uma de pé no Mercado Central.
Dia desses a gente marca de tomar uma aí!
Escrevi sobre BH e o Mercado Central, uma vez, em meu antigo blog. Vê lá:
http://www.reviews.blogger.com.br/2007_08_01_archive.html#39791338
Vindo a BH avise que a gente vai tomar umas no Bar da Tia com certeza, Raphael.
Eu também gosto muito do mercado central: comer abacaxi no palito, comprar queijos e goiabada, pimentas raras, frutas de todos os tipos, principalmente, a lima da persia. Nos botecos não vou desde o ocorrido com o homem do bigode ( Oh, do bigode, você sumiu cara, faz tempo que você não toma uma por aqui. O seu banquinho está reservado aí, até hoje. O difícil foi convencer à sua mãe que o dono do boteco estava equivocado )
Abacaxizinho no palito do mercado tem mesmo o seu lugar, ndms.
Uma das coisas que eu acho interessante no Mercado Central é o cheiro. Tem aquele cheiro desde que eu era criança, quando ele costumava ser mais sujo do que hoje.
Não diria que amo o Mercado Central, mas gosto muito e tenho orgulho de lá, como tenho do Palácio das Artes e do Mineirão.
Os cheiros de lá são realmente maravilhosos, Gasta, uma mistura heterogênea, inconstante e deliciosa. Eu amo o Mercado, até porque já passei muito mais tempo lá do que no Mineirão e no PA, por exemplo. E eu amo a Prudente.
eu amo o mercado. morei no centro 10 anos e quando me mudei fui lá me "despedir".
despediu mas continuou visitando, né, camila? amigo de verdade é assim.
mas a frequencia dimunuiu um pouco... :/
melhor pro seu fígado, camila rsrs
estava a pouco ao telefone com dois amigos nossos pensando onde tomaríamos umas no sábado a tarde aí em BH...já q tenho um compromisso bem cedo no domingo...tá marcado!as 14, no mercado...seu telefone irá tocar tá?obrigado por iluminar nossos inesquecíveis caminhos de sensações idem...abração
hahahaha é meu prazer guiar as almas sedentas por cerveja, paulomar
Eu também espero, do fundo do meu coração apaixonado pelo Mercado, que eu possa beber umas cervejinhas geladas com meus filhos, assim como faço com meu pai. A "tradicional família mineira" não pode deixar de passar essa tradição para as próximas gerações, não é?
Ah! Já tá marcado: da próxima vez que formos a BH, eu e o Rapha (estareiteirritando.blogspot.com) te avisamos e vamos todos ao Mercado! Beijos!
Aguardo a visita mesmo, viu, Sabrina? Beijos.
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