segunda-feira, janeiro 14, 2008

Fofão

Já havia escrito, nesse post antigo aqui, sobre meu relacionamento afetivo com a Av. Prudente de Morais. Na Prudente havia a Doce Vida, o Fox, a Riccio e todos eles fecharam. Com eles, foi-se uma das melhores partes da minha vida.

Pois neste fim-de-semana tive que me emocionar com o fechamento do Fofão. Passei na Prudente e parei, na expectativa de saborear o melhor risole de milho de BH, quando me deparei com as portas fechadas e o singelo cartazinho escrito à mão que comunicava o encerramento das atividades e agradecia aos clientes pela preferência em todos esses anos.

Senti uma dor física com o fechamento do Fofão, a certeza de que esse fim sem aviso prévio encerrou um ciclo pra mim. As ruas agora já sabem que não sou mais o jovem cabeludo que morava em frente à barragem do Santa Lúcia quando ali era só mato. Não caminho mais pela Prudente para ver meus tios, não sigo pra escola, não como mais o risole, nem tomo chopp com os colegas de colégio. Não envio cartas, não danço na Guilden, não fico sentado na Doce Vida, não vivo mais como já vivi.

Sou um outro Maurilo, mais velho e, de certa forma, até bem mais feliz. Mas ainda assim dói não me reconhecer aqui como já não me reconheço em Ipatinga, e essa cidade que deixo pra Sophia já não é mesmo minha.




Direto na têmpora: Cinema Mudo - Paralamas do Sucesso

10 comentários:

Anônimo disse...

Horror, horror. o fechamento da riccio, que descubro agora, me deprime tbm. Lah comecei com Cascao e Pato Donald e terminei com Wireds, passando por GamePros, Mountain Bike Actions e Chiclete com banana. Foi la que comprei o primeiro "O Pequeno Nicolau" e inumeros asterix. Sem contar os albuns de figurinhas.

E a prudente tbm foi testemunha de momentos inesqueciveis (pro bem e pro mal), tendo sempre perto de onde morei (luxemburgo e lourdes).

nao me conte essas coisas, maurilo, que me sinto velho.

redatozim disse...

Pois é, Morado, comprei muita Casseta Popular e Circo na Riccio. Lá fechou, mas pelo menos abriu outra livraria. Agora, no lugar do Fofão, sabe-se lá o que vem. E velho, meu caro, estamos todos.

Anônimo disse...

A feirinha perto da pracinha, bem em frente ao edificio que você morou com a mãe, continua ? Alí era obrigado a comprar os medalhões e suspiros, que por sinal, acabavam logo

redatozim disse...

A feirinha continua firme, pai, inclusive levo a Sophia pra petiscar alguma coisinha por ali de vez em quando.

Anônimo disse...

Cara, dolorido esse texto. Acho que pq todo mundo tem uma sensação dessa vez por outra. Foda.

Anônimo disse...

É, amigo, as cidades matam seus "pedaços" e tiram um pouquinho da gente também...

redatozim disse...

Pois é, Glauquito, não conheço Belém, mas imagino que você viva isso quando retorna por lá, verdade?

redatozim disse...

Don Oliva, é exatamente isso. Mas o real problema, creio eu, é não me reconhecer no novo que substitui o que era nosso. É exatamente aí que me dói.

luciana disse...

Muito infeliz o fechamento da Fofão. me disseram que a dona cansou. Alguém também comia a coxinha ce camarão???? A melhor do mundo! Eu só comia com soda limonqada pra acompanhar, ficava mais gostosa...
Me lembra o fechamento da Gustusura, que tb era na Pe de Moraes, eu adorava o Juscelino!! Naquela outra salgaderia que tem lá (Boca do Forno?) tb tem Juscelino, mas eh diferente, de frango... Nao eh de cubinhos de presunto, maionese e passas... Q2ue só comia acompanhado de Coca-Cola (nunca diet!!!).
He he. Acho que vou emagrecer de vez.

redatozim disse...

Lulu, essa desculpa da dona é o que mais dói. Ela cansou e a gente se ferrou risos