Tá certo que todo publicitário é um pouco contador de histórias, mas tem um certo profissional renomado que merece o troféu Forrest Gump por causa do seguinte ocorrido.
Cliente furibundo, relação com a agência já nos últimos estertores, uma reunião é marcada para tentar salvar o trabalho que vinha se arrastando há meses. 9 horas sem atraso? 9 horas sem falta. Tudo certo, tudo lindo.
Manhã da reunião, toda a árvore genealógica do cliente esperava, solene, o dono da agência. 5, 15, 30, 50 minutos de atraso e irrompe na sala o nosso publicitário, proprietário da supracitada agência. Sem dar tempo para reclamações ou reprimendas ele logo dispara sua desventura matutina.
“Gente, milhões de desculpas, mas hoje deu tudo errado. Eu estava saindo de casa pra cá, com tudo certinho quando minha cadela aproveitou o portão aberto e fugiu. Tentei correr atrás dela, mas ela disparou e eu tive que sair de carro perseguindo a infeliz. Ela então se entrincheirou num canto da Praça Alasca e não queria vir comigo de jeito nenhum. Foi aí que eu vi uma farmácia do outro lado da rua, comprei um chocolate e aí ela veio. Lógico que nesse ponto eu estava todo sujo, suado e tive que voltar em casa para tomar um banho. Então, mais uma vez me desculpem, mas não teve jeito de chegar na hora.”
Tudo cheio dos maiores detalhes e floreios, claro. A mesa toda sorri, o clima descontrai e fica tudo praticamente certo. O combinado é que alguns dias depois o Diretor de Marketing da empresa iria até a agência e acertaria tudo com o sócio do nosso amigo.
Na data marcada, está sentado na recepção o Diretor de Marketing quando nosso amigo passa voando e entra na sala de reunião bem ao lado, onde outros clientes o esperavam.
Sem acreditar, o homem de marketing ouve em alto e bom som, o publicitário esbaforido, quase sem fôlego, disparar: “Desculpem, gente, mas hoje quando eu estava saindo de casa, minha cadela aproveitou o portão aberto e fugiu.”
E contou, para as figuras de outra empresa, exatamente a mesma história. A mesma praça, a mesma raça de cachorro, tudo igual a não ser por um pequeno detalhe: na segunda história, ao invés de chocolate o que ele comprou foi uma barra de cereais. Licença poética, é claro. Coisa de criativo.
Direto na têmpora: Don't know much about history - Sam Cooke
4 comentários:
O Forrest precisa se decidir, ou doa o bicho ou reforça a grade do canil. Essa cadela está a um passo de destruir a agência dele!
Ele pode dar a cadelinha pra concorrência. Vai quebrando um por um. É marketing, minha filha.
Foi com esse que eu não parei de rir, com o "next time"!!!
Ah, bom, Analia. fiquei preocupado que meu poemete tivesse sido mal entendido risos
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