quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Bolão

Vou dar um chute aqui e dizer que 99% das lotéricas espalhadas pelo Brasil oferecem aos seus clientes a participação em um Bolão da Megasena organizado pela própria casa.

Vou dar outro chute aqui e imaginar que a Caixa Econômica Federal tenha um contato, mesmo que diminuto, com essas casas lotéricas e já tenha pelo menos escutado falar desta prática.

É por isso que me soa a falso puritanismo a Caixa Econômica Federal proibir os bolões. É como os políticos que condenam o caixa 2 em campanha política tendo acabado de usar do expediente para serem eleitos.

Enquanto dava (muito) dinheiro e nenhum problema, a Caixa fechava os olhos para o fato dos bolões poderem significar confusão. Agora, a mesma CEF age como se eles fossem a representação maior de tudo o que há errado no mundo.

E os caras que ganharam e não levaram que se ferrem correndo atrás do que é direito deles na Justiça.




Direto na têmpora: No controles - Cafe Tacuba

2 comentários:

Gastão disse...

Situação complicada, essa...

-A Caixa deveria ter cuidado disto antes. Ou proibindo que bolões fossem comercializados dentro das casas lotéricas, ou fazendo uma campanha para explicar para o apostador que o que vale é o recibo do jogo na mão, e qualquer coisa diferente disto entra no campo da confiança.

-Ou então criando um jeito de tornar mais seguros os bolões. Não apenas os vendidos em lotéricas, mas também os bolões "de escritório". Eu costumo jogar com os colegas de trabalho, sempre na base da confiança.

-Sobre o caso em questão, vou dar um chute aqui e dizer que pelo menos 20 dos 40 apostadores lesados sabiam muito bem que estavam fazendo uma transação com a casa lotérica, e não com a Caixa. Então é muita cara de pau querer processar a Caixa por terem confiado em quem não deveriam.

redatozim disse...

Gastão, concordo com os 3 itens, sendo que no terceiro o processo é justo, mas deveria ser movido contra a casa lotérica. Até aí, sem dúvidas.

O lance é que a Caixa pecou por omissão, na melhor das hipóteses, e se beneficiou muito da prática de bolões nas lotéricas sem nunca se preocupar em minimizar ou esclarecer sobre os riscos.

Para mim, foi uma decisão pensada de jogar com a ignorância do público sobre as regras para arrecadar ainda mais dinheiro.

Bancar a inocente agora me parece má fé das grossas.