Não conheci Arioc Tescari. Quando eu entrei na Lápis Raro ele já estava doente e veio a falecer logo depois. Só conheço mesmo pelos trabalhos que fez e pelo que dizem dele os colegas mútuos. Uma das coisas que falam é que o Arioc era extremamente talentoso, criativo e muito, muito exigente.
Quando não gostava de alguma coisa, mesmo que toda a agência tivesse gostado e vibrasse com o resultado, olhava meio de lado e dizia firme: "Eu achei paia!". Tudo com um certo sotaque venezuelano, imagino.
O fato é que por mais chato que isso possa parecer pra maioria das pessoas (e muitas vezes é chato mesmo), é assim que se consegue fazer as coisas mais do caralho. Sempre duvide da idéia por melhor que ela pareça. Sempre ouça quem achou uma bosta. Sempre esteja pronto pra jogar fora e começar do zero. Se a idéia for bacana mesmo, sobrevive a comparações, a chatos, a questões. Nem sempre sobrevive ao cliente, mas isso é outra história.
Por isso é que toda criação deveria ter um Arioc. Passada a incrível vontade de cobrir de porrada a criatura, você ia acabar agradecendo muito o fato dele ser tão crítico com a sua idéia.
Direto na têmpora: 2 Sexy - Right Said Fred
7 comentários:
Só pra registrar: seu blog é do nível do da via láctea. Sorte sua que o Sr. Deprimente não passou ainda por aqui. Credo.
Só pra registrar: não me surpreende em nada que você seja amiga do Sr. Deprimente. E nem que você seja uma transeunte da via láctea, diga-se de passagem.
É sempre bom um Advogado do Diabo.
Eu mesmo costumo dizer que pra gente saber se lguma idéia é boa, precisa passar por outras. Até para comparar.
Lógico, sempre é bom. É pra isso também que existe Archive e anuário. Putz, aquele ad de desodorante é muito melhor que o meu.
Tem gente que consegue ser absolutamente precisa na crítica. Consegue ver a idéia por outros ângulos e realmente faz diferença no desenvolvimento do trabalho. Mas também tem os adeptos da "feedbackada", o que, convenhamos, é duro: dói pacas e não ajuda em nada.
Concordo plenamente. É que nem palmada de mãe: só ajuda se tiver razão.
Sempre leve como uma pluma, o nosso Zuim.
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