Escrever bem é uma arte, mas também pode ser uma arma. Arma de conquista, arma de convencimento, arma de argumentação.
E para a sorte de quem escreve, uma das grandes confusões que as pessoas fazem é entre um texto bem escrito e um texto que diz algo realmente importante. As pessoas ainda confundem forma e conteúdo.
Só que esse disfarce não resiste a uma avaliação mais detalhada. Basta ir além de adjetivos e construções atraentes para encontrar um enorme vácuo onde deveria estar o conteúdo.
Na internet as pessoas se encantam muito com o primeiro olhar e, me parece, se impressionam ainda mais facilmente com um bom texto, mesmo que ele diga nada.
Por isso eu me convenço cada vez mais de que estamos cercados por um analfabetismo intelectual. Admite-se como conquista suficiente ler as palavras e admirar as formas, quando o essencial deveria estar no debate das entrelinhas, dos interesses e das absurdas verdades absolutas.
Escrever bem é uma qualidade desejável e importante, mas questionar um conteúdo bem escrito é algo mais necessário ainda.
Direto na têmpora: The shining hour - Grant Lee Buffalo
8 comentários:
Meu medo maior é com o tanto que um texto pode ser agressivo.
Fico com medo de mim, nestas horas.
A vantagem, TiMaurilo, é que a gente manda um del pra página do blábláblá.
Ou você acha que esta montanha de fieís seguidores é a toa?
Essa última frase falou tudo!!!!
Abraços
Essa montanha de fiéis seguidores é um montinho, PC. E pra mim já é muito. Agradeço todo dia.
Valeu, Mariana.
Muito inteligente seu raciocínio...
Adorei também a frase sobre o pastelzinho... disse tudo!
Obrigadão, Sueli.
Excelente reflexão prof!
Valeu, Suzana.
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