Um dia eu me descobri o oposto da delicadeza.
Meus gestos são largos, minha raiva é gritada, meu humor se escancara.
Talvez não bruto, mas certamente abrutalhado.
Movo-me pesadamente e sinto tudo um peso que nem sempre deveria haver. Sou o oposto do fluido.
Mesmo quando sou bom, o que me move não é caridade, mas a luta contra uma impotência diante do acontecido.
Por isso, talvez, é que seja para mim tão simples agir, mudar, decidir, romper, resolver, amar.
Atropelo as circunstâncias, não percebo o detalhe.
O sutil e o sensível não cabem em mim, nesse caldo espesso de fúria, estupidez e alegria vastas.
Não posso dizer, como Mário Quintana: “eles passarão, eu passarinho”. Mas posso berrar honesto e tosco: “eles rinoserão, eu rinoceronte”.
Direto na têmpora: Big in Japan - Tom Waits
8 comentários:
pots auto-análise....huum..legal, pasta;)
ótimo!
hehehe, valeu, tita
nessa época de festas é o que estamos tendo, micho rs
Naa mais errado frente a percepcao de quem te ve de fora: voce tem muita sensibilidade para o amor, para o carinho, para o respeito, para o perdao, para a atencao e, tudo mais, que de verdade o torna um ser humano especial. E olha que eu lhe conheco muito bem
Ângulos distintos de visão, percepções distintas, ndms.
Rinoseria?
Don
Rinosou (rinosoro?) sem dúvidas, Don.
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