Em meio a tanta água, ninguém vê as lágrimas da sereia. Cegou-se com a tinta da sépia e suicidou-se a primeira, cravada em um peixe-espada.
A segunda sereia, divida entre peixe e humana, enfurnou-se em uma cova e de lá não mais saiu. Morreu sozinha, única, inteira, enfim.
Ninguém sabe por que a terceira sereia se matou, já que os pescadores, impressionados com o raro cadáver, nem notaram o bilhete escrito em alga.
No mar não existe o salto no vazio, nem afogamento ou cordas para se enforcar; no mar é muito difícil se matar, por isso a quarta sereia, lambuzada de Cenoura e Bronze, suicidou-se turista, besuntada na areia.
Direto na têmpora: The race is on again - Yo La Tengo
8 comentários:
Apesar de trágico, bom de ler...
É o velho deprê, mas legal ;)
ah! nem! tinha que ter um lobo mau nessa historia!
Achei um barato.
risos talvez um boto mau, micho
ahh não, sereias são assassinas natas e não suicidas...em todos casos, adorei!
Assassinas, danny? hmmmmmm sempre tive uma visão mais romântica delas como almas torturadas e não seres cruéis, mas enfim...
Quando eu era criança e vivuia em Volta Redonda, tinha un vizinho, major do exército brasileiro ( Majoe Maia ). A mulher dêle era linda e formosa e se chamava " Dona Laura " e todos diziam: essa mulher é uma sereia. Por isso, a imagem que tenho das sereias, boas ou más, é a visão da Dona Laura
Ah se o Major Maia soubesse, ndms
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