terça-feira, novembro 11, 2008

O suicídio das sereias (parceria com Rogério Fernandes)

Em meio a tanta água, ninguém vê as lágrimas da sereia. Cegou-se com a tinta da sépia e suicidou-se a primeira, cravada em um peixe-espada.


A segunda sereia, divida entre peixe e humana, enfurnou-se em uma cova e de lá não mais saiu. Morreu sozinha, única, inteira, enfim.


Ninguém sabe por que a terceira sereia se matou, já que os pescadores, impressionados com o raro cadáver, nem notaram o bilhete escrito em alga.


No mar não existe o salto no vazio, nem afogamento ou cordas para se enforcar; no mar é muito difícil se matar, por isso a quarta sereia, lambuzada de Cenoura e Bronze, suicidou-se turista, besuntada na areia.




Direto na têmpora: The race is on again - Yo La Tengo

8 comentários:

Tita disse...

Apesar de trágico, bom de ler...

redatozim disse...

É o velho deprê, mas legal ;)

Unknown disse...

ah! nem! tinha que ter um lobo mau nessa historia!
Achei um barato.

redatozim disse...

risos talvez um boto mau, micho

Anônimo disse...

ahh não, sereias são assassinas natas e não suicidas...em todos casos, adorei!

redatozim disse...

Assassinas, danny? hmmmmmm sempre tive uma visão mais romântica delas como almas torturadas e não seres cruéis, mas enfim...

Anônimo disse...

Quando eu era criança e vivuia em Volta Redonda, tinha un vizinho, major do exército brasileiro ( Majoe Maia ). A mulher dêle era linda e formosa e se chamava " Dona Laura " e todos diziam: essa mulher é uma sereia. Por isso, a imagem que tenho das sereias, boas ou más, é a visão da Dona Laura

redatozim disse...

Ah se o Major Maia soubesse, ndms