Apelidos são uma bênção ou uma praga. Por exemplo, Vampeta pode até parecer uma praga, mas não tenho dúvidas de que o apelido foi responsável por 70% da notoriedade que o volante Marcos André Batista Santos desfrutou em sua carreira. O mesmo vale para Antonio José da Silva Filho, o Biro-Biro.
Por outro lado, alguns apelidos são sarnas das quais a vítima não consegue se livrar por mais que tente. Tenho um amigo de Ipatinga, hoje alto funcionário de uma empresa, que tinha um apelido bastante infeliz em sua infância. Não posso reproduzir aqui para não entregar o supracitado, mas suponhamos que fosse Cavuco.
Pois bem, outro dia encontrei com uma outra amiga (não-ipatinguense) e ela me disse que trabalhava na empresa X. Eu disse, “bacana, tenho um amigo lá, o Cavuco”. Enquanto ela olhava com estranhamento expliquei: “Cavuco é o apelido do Fulano de Tal”.
Um tempo depois a tal amiga me liga pra dizer, entre risadas, que o apelido se espalhou pela empresa até chegar ao ponto do Cavuco ter que chamar um por um à sua sala para dizer que não admitiria mais este tipo de tratamento, que ali ele era o Dr. Fulano de Tal.
As brincadeiras com o apelido cessaram, mas segundo minha amiga, ninguém mais respeitou o Cavuc..., digo, o Dr. Fulano de Tal como antes.
Direto na têmpora: Sabotage – Beastie Boys
14 comentários:
ai que sacanagem, morri de curiosidade....
bjos
Redatozim, meu irmão... Você bem sabe que eu gosto muito do meu apelido. Talvez porque não goste muito do meu nome. Aqui no Banco Central encontrei um ex-aluno do Loyola, que formou um ano antes de nós, não sei se você conhece: o Juruna. Quando o vi aqui pela primeira vez, eu falei "Eu me lembro do seu apelido, mas não do seu nome". Ele disse "É Henrique, o apelido, por favor, deixe que fique da porta do Banco para fora". Ele não sabia meu nome, eu disse, e, claro, disse também o apelido, que é como eu era conhecido no Loyola. Um dia desses, na lanchonete daqui, ele chegou todo animado, "Fala, Gastão!", e eu respondi no mesmo tom, mas por naturalidade, não por sacanagem: "E aí, JURUNA?". Ele fez cara ruim, eu saquei a mancada, e ficou por isso mesmo. Na semana seguinte, no mesmo local e horário, ele chegou e sobriamente cumprimentou "E aí, Ewerton?". Eu não tive dúvidas: "Beleza, Henrique?" . Vida que segue...
Certa vez, numa agência que trabalhei com o ilustre redatozim, tinha um colega que arrumava apelido pra todo mundo... Num vacilo meu o cara foi logo me apelidando de Juão Pegão... e o apelido pegou.
Um belo dia minha namorada ligou, passaram a ligação pro ramal errado, e quem atendeu foi uma colega de trabalho, minha namorada disse: "Queria falar com o Gabriel!" (detalhe, eu era o único Gabriel do recinto) a colega disse: que Gabriel? o Juão Pegão? e me passou a ligação...
Quando encostei o telefone na orelha, foi intimado a dar explicações, que ficaram sob suspeita por longa data.
Daí o apelido se desmembrou pra "pegas", que soa um pouco melhor.
Abraço Murilaço
Minha irmã namorou, por seis anos, o Eduardo. Quer dizer, só era Eduardo na minha casa. Fora dela, ele era o Meleca. Foi assim até o dia em que terminaram o namoro, quando o Eduardo passou a ser, também na minha casa, o Meleca.
Renata, o pior é que tem uma chance enorme de você conhecer.
Ah, meu nobre Gastrópodo, teve também a vez que encontrei o Bruno Albergaria e, alegremente o cumprimentei pela alcunha famosa: "diz aí, Juvenal!". No que ele respondeu soturno, que preferiria ser chamado de Bruno no meio profissional. Ao contrário de você, continuei chamando de Juvenal e hoje ele nem liga.
O pior, Pegas, é que você ainda virou sócio do detrator.
Qual a profissão do Meleca, Dri? Imagine a secretária: "Clínica de Otorrinolaringologia do Dr. Meleca, boa tarde."
Ele não é médico, se formou em economia, mas abriu, com relativo sucesso, um restaurante japonês (argh!).
Ah, bom, em japonês é "Mereca".
Hahahaha... essa do japonês é ótima! Eu também tenho uma história interessante. Fui fazer um bico de mestre de cerimônia num evento da alta magistratura aqui em BH. Era desembargador pra cá, vossa excelência pra lá e eis que num roda de digníssimos magistrados avisto um grande chapa da época de Colégio Arnaldo. A emoção foi tanta que nem me toquei quanto à inadequação do meu cumprimento. Mandei logo a altos brados: "Graaaaandeee PELANCA!" Foi aquela estranheza. O cara chegou perto de mim e, até com bom humor, disse: "Pô, Bode, Pelanca é foda. Há quanto tempo não ouço esse apelido". É... tambám já tinha muito tempo que ninguém me chamava de Bode.
Muito boa, Rubéola. Eu tenho esses lapsos de espaço / momento / adequação também. Nas reuniões da UNA eu, por diversas vezes, quase contei histórias escabrosas do Rivadávia, um dos megabosses da situação que é meu conhecido das antigas. Felizmente dessa vez mantive algum lampejo de bom senso.
Poizé, meu apelido não é dos melhores - Pirulito - e ainda tem gente que confunde. Esses dias virei Piriquito.
Agora o pior de todos é um amigo do Diogo que trabalhou por aqui e que por coincidência namora uma amiga minha. O sujeito tem a alcunha de Cocô. E ainda consegue pegar umas desavisadas por aí.
Piriquito é foda. Tipo o povo da TOM Bahia me chamando de Marcuci. Agora, acredita que eu Ipatinga também tinha um Cocô? Serginho Cocô. Foi com a seleção brasileira de judô pro Pan de Indianápolis em 87 e desertou. Mora nos EUA até hoje.
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