Já fui bom em futebol de botão, já fui bom em Geografia, já fui bom em virar noites (trabalhando ou não), já fui bom em memorizar aniversários e já fui bom em trocar fraldas de bebê.
Agora, uma coisa que nunca soube fazer direito é empinar papagaio. Nunca. Sabe quando a gente enumera as coisas que gostava de fazer quando menino? Pois é, pipas sempre ficam fora da minha lista. Era péssimo em construir e pior ainda em fazê-las voar.
Eu era razoável em montar Revell, em bolinhas de gude, em War e em carrinho de rolimã, mas sempre achei que minha infância era meio incompleta porque a chegada de agosto não significava porcaria nenhuma pra mim.
Bom, "mas e daí", pergunta você que ainda continua lendo o post. E eu respondo: daí que por causa desse trauma eu quase nunca levo minha Sophia à Praça do Papa. Se ela tiver a triste oportunidade de me acompanhar tentando lidar com uma pipa vai perder o resto do respeito que ainda tem por mim.
E isso acontece de maneira involuntária, é (ou era, já que agora tomei consciência) algo totalmente inconsciente. Por isso eu fiquei aqui pensando: vou levar minha Sophia à Praça do Papa e deixar que ela tente empinar papagaios mesmo que falhe. Afinal, meu tempo de superpai que faz tudo e sabe tudo já acabou.
Mas na verdade, na verdade mesmo, essa vai ser também a minha chance de tentar novamente soltar pipas e de poder dizer daqui a alguns anos "olha, meu neto, o vovô Maurilo era a maior fera na pipa, sabia?"
Direto na têmpora: Good enough - Mudhoney
8 comentários:
Eu só fui descobrir que sou totalmente zero a esquerda nessa área depois de perder minha décima pipa para outras pipas devidamente equipadas com cola e vidro na linha... rsrsrsrsrs
Pois para levar minhas pipas nem precisava de cerol, Facundo. Eu era péssimo mesmo.
Mas pra isto, não leva agora que precisa de vento.
Tomás bateu o pé de todo jeito que queria soltar sábado passado, e a pipa lá, caída no chão.
Ano que vem, tá fechado. Todo mundo pro Meu Sítio, mas em agosto.
Aí, bacana, até você vira campeão mundial de papagaio.
Mas sem cerol, que tá matando motoqueiro a rodo...
ps: Tem que ser aquelas de plástico, compradas aos quilos na Mercearia do Maruca, em Cachoeira da Prata.
Tentei fazer de papel celofane mas a ansiedade do Tomás ainda é incompatível com a produção artesananl.
Eu tentei de plástico, tentei fazer em casa, tentei com vento, tentei de tudo, PC, mas vamos tentar de novo ano que vem, né não?
ADOREI!!! Pensei exatamente isso nesse final de semana, quando a Ana Luiza ganhou uma pipa na feira de cultura da escola. Carregando a dita cuja para casa, pensei: inconha de presente - difícil de carregar e mais difícil ainda de brincar! Também nunca consegui fazer a pipa voar.
Adorei o retorno!!!
Abraços
O importante é jamais desistir, Mariana! Ou não, sei lá. Beijos rsrs
Só fui soltar pipa depois dos 20 anos, namorado que coloca a pipa no alto pra mim e, quase sempre, o destino dela é o lago do Ibirapuera. Já consegui colocar 2 pra nadar num mesmo dia. Acho que meu negócio é soltar aquelas pipas peixinho né? Hehehehehehehehehe!
Ah! sem contar que, pra colocar uma no alto uma vez que namorado se negou a subir a bonita, saí correndo de costas e acabei atropelando um casal que estava deitadinho na grama. Mas sou brasileira e não desisto nunca!
Vá em frente que a Sophia merece isso!
Eu vou ser meio treinador dela, Kell. Pessoas aturam melhor os atropelamentos de crianças do que de uma jamanta como eu.
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