Pisava a poeira do chão como quem pisa o medo de alguém. Um passo força cruel, outro arrependimento.
Secava na boca um pedido, deitava no olhar uma dúvida, pousava no ombro a vermelha serragem de alguma saudade árida.
Pisava a poeira do chão como quem cumpre um rito. Um rumo firme no prumo do queixo, o caminho correto como bússola no peito.
E ainda assim se perdia, o caminho largo e comprido, escapando de toda certeza com os velhos pés tortos que tinha.
Direto na têmpora: Head over heels - Tears For Fears
2 comentários:
Uau...Lindo!
Valeu, Fê.
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