Dia após dia é fácil confundir o que tem que ser feito com o que vale ser feito, com o que importa ser feito.
O que tem que ser feito se acumula, fura a fila e se impõe com a força de uma regra ditada de prioridades que não se compreende. Tem que ser feito por alguém pediu, tem que ser feito porque alguém mandou, tem que ser feito porque alguém pagou. "Tem que"é mandatório, não permite argumento ou contradição.
Os "tem que" assumem a sala, inundam a tela e abarrotam a vida. A sombra dos "tem que" obscurece tudo aquilo que realmente vale ser feito, que importa ser feito. Não lhes sobre espaço e não nos sobra tempo. Definham, murcham, perdem a luz. Trocamos o que importa, o que vale pelo que temos que fazer.
E aí, esquecemos que houve um dia o desejo de fazer mais do que temos que fazer, mais do que está no contrato, mais do que ordena a rotina. Perdemos as raras e insubstituíveis chances de fazer o que vale a pena ser feito, o que importa ser feito e, principalmente, o que amamos fazer.
Direto na têmpora: A night like this - Caro Emerald
8 comentários:
Lindo! Me lembra Epitáfio, do Titãs.
Valeu, Gláucia, fiquei até sem graça aqui rsrs
totalmente verdade, e meio triste.
Meio triste mesmo, Mariella.
Poutz! Parece que eu me vi nitidamente neste post, em tempos que eu trabalhava em agências... La-men-tá-vel! Desestimula o profissional tanta falta de respeito.
É, Sakana-san, mas isso é meio da rotina de qualquer um, meio complicado de evitar o tempo todo.
Falou tudo!
Valeu, Peter.
Postar um comentário