quinta-feira, novembro 19, 2009

Espantado

O que espanta o fantasma é lâmpada.

O que espanta a saudade é retorno.

O que espanta os dois é outro.

O que espanta a fome é prato.

O que espanta a mesmice é começo.

O que espanta o sonho é medo.

O que espanta a solidão é Santo Antônio.

O que espanta o depois é urgência.

O que espanta a gente é a gente mesmo, e bem no fundo uma coisinha ou outra a mais.




Direto na têmpora: Not now John - Pink Floyd

8 comentários:

ndms disse...

Interessante, o espanto e o seu remédio. A vida sem espanto, tira um pouco o sabor de viver

emmibi disse...

eu gosto de suas poesias, são puras, limpas, e honestas. um dia eu escrevi. muito, muito mesmo. escrevi um livro inteiro, mas não sei o que me deu, e parei. preciso achar essa poetisa de novo aqui em mim.

PC disse...

Legal é que, depois de espantado, a gente vê que era mesmo uma bobaginha de nada, desespantar...

redatozim disse...

a vida sem espanto não vale ser vivida, ndms.

redatozim disse...

Ela está aí, emmibi. É só atrair com alguma coisa bacana que ela vem. Ah, valeu pelo elogio.

redatozim disse...

Tudo são bobagens se a gente olha direitinho, PC.

tita disse...

O que não me espanta é ver um texto bacana teu, Pasta! =)

redatozim disse...

Fico lisonjeado, tita. Valeu.