Em minha mão esquerda, a letra é garrancho
o aperto é frouxo
a firmeza é trêmula
a certeza é dúvida
Minha mão esquerda é o equilíbrio que tomba
é o caminho que se perde
é o seguro que se esvai
é o exato do qual se desconfia
Nesta mão que não uso, canhestro é o gesto
cruel é o carinho
impreciso é o toque
claudicante é o lance
Essa mão que é canhota e que, mesmo inteira e viva, ainda soa à destra como uma irmã algo morta.
Direto na têmpora: If I didn't love you - The Specials
14 comentários:
E, por incrível que pareça, o frouxo, a trêmula e a dúvida nos mostram os caminhos que se perdem, por vezes, como outros caminhos. Possibildiades.
E quem nem aparecia, e talvez nem vivia, ganha retoque.
Redatozim, meu irmão, será mesmo?
Olhe bem para o teclado do computador e não pegue pesado com sua mão esquerda: o nome "Fernanda" se escreve quase todo com ela.
Adorei Gastão!
Bjs
Precisamos encontrar...
É, Gabi, e no meu caso a canhota é complemento.
Uma coisa não exclui a outra, Gasta. A minha mão esquerda se atrapalha pra escrever até mesmo Fernanda.
Podem até se encontrar, Fer, mas sob minha supervisão.
Mesmo assim, a mão esquerda é tão importante que o tato e a mão direita não podem viver sem ela. Ela está ali, vigilante, atenta e, muitas vezes, compensa alguma dificuldade da outra
Foi como eu disse pra Gabi, ndms, a esquerda é complemento. Agora, é claro que eu não abro mão dela ;-)
Encontrar com a Verônica e vc também!!!
bj
Ah bom, dona Fernanda. ;-)
Redatozim, eu SABIA que você não daria o braço (esquerdo, no caso) a torcer. :-)
Mas quem toca algum instrumento não vai concordar com este post.
Pois é, precisamos mesmo encontrar mais, eu, você, Fernanda, a "pobre Verônica" (rimos MUITO disto), Sophia, Sara, Miguel, todo mundo.
Gsta, três coisas. Primeiro, não é questão de dar o braço a torcer ou não. O post fala sobre a minha mão esquerda (pode reler) e não sobre as mãos esquerdas do mundo. Ou seja, é um relato pessoal sobre o qual pouco influem as experiências de terceiros, ora bolas.
Segundo, eu fui músico, toquei flauta, e 90% das notas mascadas eram culpa da canhotinha.
Terceiro, pobre Verônica. Aqui, fim de semana sem ser esse o outro, rola. Vamos marcar?
Ah, my friend, "vai ser gauche na vida"! Belo poema.
Anda me faltando mesmo essa coragem de ser mais gauche, Rubéola.
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