O fim de semana foi pródigo em grandes decisões. O Superbowl foi melhor do que eu esperava e a final do Australian Open foi mais um clássico de 5 sets entre Nadal e Federer.
No entanto, a imagem mais marcante para mim foi a de um Federer emocionado, sem conseguir fazer o discurso de vice-campeão. Faltando um título de Grand Slam apenas para se igualar a Pete Sampras como o maior ganhador da história do esporte, o suíço só conseguiu dizer entre lágrimas: "God, it's killing me."
Nadal é mais jovem, mais forte e tem potencial para ser (se já não é) um dos grandes de todos os tempos. Provou, como já tinha feito em Wimbledon, que não é mais apenas um fenômeno do saibro.
O choro de Federer é, para mim, a representação máxima da nossa incapacidade de aceitar a queda. O homem é um gênio no que faz, um exemplo, um atleta completo que, há pouco menos de 6 meses venceu o US Open. Resumindo, uma trajetória como poucas vezes se viu. Mas ele sabe que o 14o título não virá fácil como vieram tantos dos outros anteriores. Se é que virá. O 15o, que era quase uma certeza, agora é uma probabilidade menor do que muitos, inclusive eu, gostariam de admitir.
Acho que a decadência é pior para os atletas. Atores, músicos, escritores, pintores dependem menos do talento físico para combinar qualidade e longevidade. O atleta sabe fazer, quer fazer, mas o corpo não deixa.
E nos esportes individuais essa verdade é ainda mais cruel. Lembro do Dream Team original e de como me incomodava ver Larry Bird deitado e tratando das costas a cada intervalo. Mas ali ele tinha outros ao seu lado, outros grandes como ele, e levou a medalha. Final feliz que não aconteceria em um esporte individual.
Fiquei triste por Federer, como fiquei por Guga, como fiquei até por Mike Tyson. Tem sempre alguém mais novo, mais forte e melhor chegando. É a regra, é a vida.
O ídolo só não envelhece na história.
Direto na têmpora: Spark Plug - Stereolab
4 comentários:
Pois é, Cotão, vc está nessa sua campanha anti nhonhozisse e eu estou nhonho há anos... Mas outro dia eu vi uma foto do Ian Thorpe na praia, e me deu uma paz de espírito danada. O sujeito estava voando nos jogos em Sidney, outro dia, mas atualmente ele ostenta um panceps de respeito.
Estou com 108.5. E a caminho dos dois algarismos!
Eu tô precisando voltar ao CSN com força, Presunto. Dei uma largada.
Dá-lhe Nadal!!! Sorry Federer, Sorry Mau...
Ah, Fê, sua traidora do movimento rs
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